terça-feira, 6 de setembro de 2016

Setembro Amarelo e a atitude dos adventistas em relação ao suicídio


Setembro Amarelo é um movimento mundial que objetiva conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos. O movimento ocorre no Brasil desde 2014. Ele tem duração de 30 dias e foi escolhido para acontecer no nono mês do ano, pois o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. O suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata 1 brasileiro a cada 45 minutos e 1 pessoa a cada 40 segundos em todo o mundo. O movimento Setembro Amarelo é estimulado mundialmente pelo IASP (Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio) e no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Qual deveria ser a atitude dos adventistas do sétimo dia em relação ao suicídio? Como devemos reagir diante do suicídio de alguém a quem amamos? 

As Escrituras registram dois casos de suicídio, ambos envolvendo homens em posição de liderança. Primeiro, a história do rei Saul. Saul estava se afastando de Deus gradualmente. Em I Samuel 31, ele vê com horror Israel perder uma batalha vital e três de seus filhos mortos. Então é ferido e sabe que não há modo de escapar. Ele pede ao escudeiro que o mate, mas o homem se recusa a fazê-lo. Saul escolhe cair sobre sua própria espada de preferência a ser capturado pelo inimigo. Aparentemente o suicídio era mais honroso do que cair prisioneiro. Ellen White comenta: “Assim pereceu o primeiro rei de Israel, com o crime do suicídio em sua alma. Sua vida fora-lhe um fracasso, e sucumbira com desonra e em desespero, porque pusera sua vontade própria e perversa contra a vontade de Deus.” (Patriarcas e Profetas, p. 682)

A segunda pessoa mencionada na Bíblia a cometer suicídio foi Judas. Jesus preveniu Judas de que ele caminhava para o desastre (Mateus 26:23-25), mas Judas achava que agia certo ao trair a Jesus. Somente quando viu seu plano fracassando (Mateus 27:3-5) reconheceu que não valia a pena viver. Ellen White diz que Judas “sentiu que não podia viver para ver Jesus crucificado, e em desespero, foi enforcar-se.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 692) Jesus sabia o que Judas estava planejando; contudo, não “proferiu nenhuma palavra de condenação. Olhou piedosamente para Judas, dizendo: Para esta hora vim ao mundo.” (Idem) Se Jesus, conhecendo o coração humano, pode continuar a trabalhar com pessoas sem condená-las, podemos ser diferentes?

Ellen White menciona que Pilatos também cometeu suicídio. “A arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado. A despeito de suas precauções, porém, exatamente o que temia lhe sobreveio mais tarde. Tiraram-lhe as honras, apearam-no de seu alto posto e, aguilhoado pelo remorso e orgulho ferido, pôs termo à própria vida.” (Idem, p. 709, 710).

Nestes casos bíblicos podemos discernir que o problema real é o modo de vida. A todos é dada a oportunidade de conhecer a Deus. Então precisam decidir o que farão com esse conhecimento. Aqueles que rejeitam a Deus e Seus valores, com frequência sentem que não vale a pena viver e desejam pôr fim à própria vida. Contudo, nem todo suicídio envolve a rejeição de Deus. Há outros fatores sobre os quais a pessoa perde o controle: stress, solidão, traição, vergonha, depressão, doença mental, doenças fatais.

A psicologia e a psiquiatria têm revelado que o suicídio geralmente é o resultado de um profundo transtorno emocional ou desequilíbrio bioquímico associado a um profundo estado de depressão e medo. Não deveríamos julgar as pessoas que optaram pelo suicídio sob tais circunstâncias.

Embora não possamos compreender plenamente as causas e motivações por trás do suicídio, como adventistas podemos afirmar três princípios importantes:

· Primeiro, a vida é preciosa e é um dom de Deus, para ser vivida por Sua graça e pela fé. Nenhum problema é demasiado grande que não possa ser trazido a Deus em oração.

· Segundo, quando encontramos uma pessoa com pensamentos suicidas, temos o dever de ajudá-la. Com a ajuda de Deus, podemos encarar a culpa de uma maneira construtiva, tendo em mente que muitas vezes aqueles que cometeram suicídio necessitavam de ajuda profissional que nós mesmos fomos incapazes de proporcionar.

· Terceiro, a psicologia e a psiquiatria têm revelado que o suicídio geralmente é o resultado de um profundo transtorno emocional ou desequilíbrio bioquímico associado a um profundo estado de depressão e medo. Não deveríamos julgar as pessoas que optaram pelo suicídio sob tais circunstâncias. Não nos cabe julgar. Enquanto devemos estender um ministério de amor e ternura à pessoa envolvida, não devemos julgar que tal pessoa cometeu o pecado máximo.

Caro amigo leitor, se você alguma vez for tentado a cometer suicídio, saiba que há profissionais disponíveis, medicamentos que podem ajudá-lo a superar a depressão, amigos que o amam e fariam todo o possível para ampará-lo, e um Deus que está disposto a trabalhar por você e, por meio de outros, dar-lhe forças quando caminhar pelo vale da sombra da morte.

Lembre-se: Jesus te ama com cada fibra de Seu ser e está interessado em você e em seus problemas. A Bíblia aconselha: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós (1 Pedro 5:7). "Lança os teus cuidados sobre o Senhor e Ele te susterá" (Salmos 55: 22).

Nunca perca a esperança!

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