segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Futebol, violência das torcidas e conselhos de Ellen White


O ano mal começou para o futebol brasileiro, mas já está marcado por episódios de violência entre torcedores e polícia. Foram duas mortes registradas. Uma pessoa morreu e sete ficaram feridas numa briga envolvendo torcedores antes da partida entre Flamengo e Botafogo no Rio de Janeiro no domingo dia 12. Nem mesmo o policiamento reforçado, no entorno do Estádio do Engenhão, foi suficiente para impedir os atos de violência. E na tarde deste domingo (19), em Curitiba, dia de clássico entre Coritiba e Atlético Paranaense, um torcedor do Coritiba morreu ao ser baleado com um tiro no peito por um policial militar nos arredores do estádio Couto Pereira.  

As torcidas organizadas brasileiras praticam numerosos atos de vandalismo tendo como principal alvo a torcida rival. Dentre as principais causas de brigas, estão, principalmente, a exacerbação das rivalidades entre as camadas menos favorecidas (formação de gangues nos bairros e aglomerados) com roupagem futebolística, e a cultura do medo entre essas mesmas camadas, que leva a uma postura intimidatória. É um problema antigo, e muitos duvidam que haja uma solução definitiva para ele no Brasil. As medidas para solucioná-lo foram variadas até hoje: cadastramento de torcedores, proibição de torcidas organizadas nos estádios e torcida única para clássicos.

O futebol é um esporte que envolve as pessoas de maneira apaixonada, quase como um vício. Muito da condenação do futebol vem em função do forte clima de competição que ele gera. Pior ainda, quando, além da competição normal do esporte, são organizados campeonatos em que a guerra pela vitória vai aos extremos. É uma paixão que facilmente leva ao descontrole. Não combina com o comportamento cristão. Creio que precisamos fazer uso do bom senso, e avaliarmos qualquer prática com base nos princípios de Filipenses 4:8. 

Particularmente não creio que torcer por um time ou assistir um jogo pela TV (desde que não seja nas horas sagradas do sábado) seja pecado. Isso faz parte da cultura brasileira, e não temos como fugir. Mas, se isso se torna prejudicial, ao ponto de nos tirar a paz, nos fazer brigar e deixarmos as coisas de Deus de lado, é melhor evitarmos assistir. Cada um precisa encontrar o equilíbrio nessa questão e avaliar, com sinceridade diante de Deus e consigo, se tem estrutura emocional e espiritual para torcer por uma equipe de futebol. Recomendo que as pessoas orem ao Senhor a respeito. 

Quanto a ir a estádios de futebol, a Igreja, de forma indireta, não recomenda. Isso pode ser visto nos princípios expostos no Manual da Igreja, p. 153: "A recreação é essencial. Mas, em lugar de nos associarmos com as multidões que são 'mais amigos dos prazeres que amigos de Deus' (2Tm 3:4), devemos nos esforçar para fazer que nossas amizades e divertimentos estejam centralizados em Cristo e na igreja." Outras bases para isso podem ser encontradas no Salmo 1:1-6, nos perigos de violência que rodeiam o local e nas práticas que ali são realizadas.

Conselhos de Ellen White
Já quando o assunto são as orientações de Ellen White, é preciso ter muito cuidado. Quando ela escreveu, o esporte conhecido era o Football, que conhecemos como futebol americano. O futebol como conhecemos aqui é chamado em inglês de Soccer, e não é o esporte a que ela se refere. Ambos têm algumas semelhanças, e alguns de seus conselhos também servem para o nosso futebol.
“Alguns dos mais populares divertimentos, tais como o futebol e o boxe, se têm tornado escolas de brutalidade. Estão desenvolvendo as mesmas características que desenvolviam os jogos da antiga Roma. O amor ao domínio, o orgulho da mera força bruta, o descaso da vida, estão exercendo sobre a juventude um poder desmoralizador que nos aterra.” (Conselhos sobre Saúde, p. 189)
“Não tenho conseguido encontrar nenhum caso em que Jesus tenha ensinado os Seus discípulos a empenharem-se na diversão do futebol ou em jogos de competição; e, no entanto, Cristo era nosso modelo em todas as coisas. Cristo, o Redentor do mundo, deu a cada um a sua obra, e ordena: “Negociai [ocupai-vos, na versão inglesa] até que Eu venha.” Lucas 19:13.” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 229)
“As diversões e dispêndio de meios para satisfação própria que, passo a passo, levam a glorificação do próprio eu, e a educação nesses jogos com fim de desfrutar prazer, produz por essas coisas um amor e paixão que não são favoráveis ao aperfeiçoamento do caráter cristão.” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 322)
“Quanto tempo é gasto por seres humanos inteligentes em jogos de bola! Mas acaso a satisfação nesses esportes dá aos homens o desejo de conhecer a verdade e a justiça? Mantêm a Deus em seus pensamentos? Levá-los-á a indagar: Como vai com a minha alma?” (Conselhos Professores, Pais e Estudantes, p. 456)
Concluímos, segundo os ensinos de Ellen White, que esportes competitivos, que tiram nosso alvo do Céu, atividades que promovam embate e nos inclinam indevidamente ao perigo, não são coerentes ao estilo de vida cristão. Talvez todos nós façamos a pergunta: “Os esportes que eu escolho tornam mais fácil ou mais difícil pensar sobre o céu?” (Colossenses 3:1-3).

7 comentários:

  1. Eu acho que tudo depende do bom senso da pessoa. Não acho correto proibirmos as coisas por causa de comportamentos de alguns; devemos ser sal e luz do mundo por onde passarmos.
    Bj e fk c Deus
    Nana
    http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com

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  2. Acho que a primeira pergunta a fazermos anjos mesmos deve ser: "No céu existe esporte ou competição?". É claro que não!!! Se existiu competição ela começou com Lúcifer e a competição dele é por almas! Jesus fala Sim, sim, não não... nós sempre puxaremos a sardinha para nossos gostos pessoais tentando dar um jeitinho de continuar com nossos hábitos egípcios de maneira cristã! Isso não existe. O nome correto para isso chama-se ÍDOLO e deve ser estirpado do meio adventista. Se a reforma na igreja adventista começou de verdade, tem que acontecer com nossos líderes espirituais (pastores, anciãos, apresentadores da novo tempo, etc) primeiro. Que abandonem seus ídolos. Caso isso não ocorra, o futuro da igreja sempre estará em perigo e Deus desonrado. Existem polêmicas a cerca de certos escritos de EGW questionaria se são inspiradora ou não. Mas é óbvio que ela foi instruída a dizer que qualquer tipo de esporte é ídolo. Pois a competição não é de Deus, qualquer forma de competição e ponto final. Sejamos sinceros com nós mesmos ao invés de tentarmos enxugar gelo.

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  3. Fui uma das pessoas que mais amou futebol na minha infancia e adolescrncia. Jogava quase todos os dias por horas. Além de assistir todos os jogos e por vezes ir nos estádios (onde ficava incorformado com tantos palavrões e bebidas).
    Hoje, graças a Deus, não tenho nenhum gosto por tal. Esta mudança demorou. Mas houve 2 dias marcantes.
    1. Já com meus 19 anos, num domingo de manhã (horario sagrado de jogar com os amigos) passei em frente a reuniao do Clube de Desbravadores e percebi claramente que estava ocupando meu tempo com o esporte enquanto poderia estar colaborando na obra trabalhando nos deabravadores. Foi dificil, mas após alguns meses parei de jogar aos domingos para me dedicar em outros departamentos e atividades da igreja.
    2. Foi dificil e longa a vigilancia parar com palavras de baixo escalão e conter meu espirito explosivo. Por anos cantei no Coral. Numa viagem de confraternização do coral, teve uma partida de futebol entre os coralistas homens. Após algumas cavaladas e situações comuns do jogo, percebi que soltei um palavrão, me despertou emoções de raiva, retalhsção para com uns. E tambem vi o mesmo espirito em outros, alguns até se agrediram. Este dia foi um marco definitivo para parar de vez com o fut. Raras foram as partidas desde então, nestas que fui apenas com um espirito de diversão, não houve problema. Todavia, curiosamente, quando se deixa de encarar o futebol com 'paixão', o eaporte perde totalmente o sabor.

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  4. Muito mais difícil pensar em Deus quando alguém esta envolvido não somente com esportes ou qualquer outra diversão que tirem o foco de nosso pensamento a respeito do nosso comportamento para com Deus.

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  5. Sempre participei quando criança de Corrida bíblica na escola sabatina...era uma competição...quem achava primeiro o capítulo e versículo,me ajudou mt a aprender sobre a bíblia e a saber onde os livros se encontravam..N vejo problema nenhum na competição...desde que seja sadia...coordenada! Sou professor de Educação física e praticar esportes é 1000% importante para a criança adolescente adultos idosos!nosso corpo é o templo do Espírito Santo e deve ser exercitado! Futebol vôlei etc...São ótimas atividades! Mas que tem a mente bitolada n entende...proíbe a famosa pelada e fica na frente da televisão ou fofocando a vida alheia ou coisas do tipo que n o aproximam de Deus.

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    1. Raylan, creio que devemos nos cuidar com os extremos. Inclusive em como julgar os 'mente bitolada n entende', às vezes não entendemos elas. Como disse acima, eu era apaixonado por futebol. Demorou, mas num momento percebi que tal incitava em mim em outros paixões, emoções indevidas (aliás, que eu tinha facilidade em desenvolver e manifestar).
      Por outro lado, joguei muito voley também. O 'contato' é menor, talvez mais 'humanizado'. Porém, em diversas situações, o mesmo ocorreu num campeonato.

      O mais incrível, que fiz karate por um tempo na minha adolescência. E apesar de ser um esporte de MUITO contato. Foi o esporte que mais me desenvolveu o autocontrole, mansidão, pacifidade... o que mais ajudou a controlar por vezes os desejos de explosão e raiva. Além que desenvolveu muito o respeito pelo próximo. O mesmo não ocorreu com todos. Porém, hoje tenho muito menos receio de indicar karate (com um bom professor) do que futebol. Por via das dúvidas: vamos pedalar, subir uma montanha, correr... há várias opções em que o risco de más incitações tendem a zero.

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  6. Sempre participei quando criança de Corrida bíblica na escola sabatina...era uma competição...quem achava primeiro o capítulo e versículo,me ajudou mt a aprender sobre a bíblia e a saber onde os livros se encontravam..N vejo problema nenhum na competição...desde que seja sadia...coordenada! Sou professor de Educação física e praticar esportes é 1000% importante para a criança adolescente adultos idosos!nosso corpo é o templo do Espírito Santo e deve ser exercitado! Futebol vôlei etc...São ótimas atividades! Mas que tem a mente bitolada n entende...proíbe a famosa pelada e fica na frente da televisão ou fofocando a vida alheia ou coisas do tipo que n o aproximam de Deus.

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