Um estudo recém-publicado sugere que mais de duas horas de redes sociais por dia dobram as chances das pessoas se sentirem isoladas. Isso acontece por conta da representação idealizada da vida dos outros, que causa sentimentos de inveja. O estudo examinou pessoas que usam Facebook, Instagram, Snapchat e Tumblr.
“Não sabemos o que vem antes – o uso das redes sociais ou a percepção de isolamento”, diz a co-autora Elizabeth Miller, professora de pediatria na universidade de Pittsburgh (EUA). “É possível que jovens que inicialmente se sentiam isolados se voltam para a as redes sociais. Ou pode ser que o aumento do uso das redes sociais acabe causando a sensação de isolamento do mundo real”. Outro fator importante é que quanto mais tempo é gasto online, menos tempo é gasto em interações no mundo real. O uso também pode encorajar sentimento de exclusão, como quando acontece quando uma pessoa vê fotografias dos amigos se divertindo em um evento no qual ela não foi convidada. O estudo entrevistou quase 2 mil adultos entre 19 e 32 anos sobre seus hábitos na internet e fora dela.
“Este é um problema importante para estudar porque problemas de saúde mental e de isolamento social estão com níveis epidêmicos entre os jovens”, argumenta o professor Brian Primack, também da Universidade de Pittsburgh.“ Somos criaturas inerentemente sociais, mas a vida moderna tende a nos compartimentar ao invés de nos unir. Enquanto pode parecer que as mídias sociais apresentam oportunidades para preencher este buraco social, penso que este estudo sugere que esta pode não ser a solução que as pessoas esperavam ter”, complementa ele. [Hypescience / BBC]
Nota: É irônico que a internet, que ampliou as possibilidades de comunicação, tenha nos tornado mais solitários. Alguns pesquisadores associam a interpretação literal da palavra “selfie”, palavra do ano em 2013, como um fato de que a tecnologia nos fez mais sozinhos do que nunca e comprometeu nossa sociabilidade.
Como um organismo vivo capaz de representar a misericórdia e a compaixão divinas neste mundo, a Igreja precisa estar atenta a esse contexto que afeta muitas pessoas. Possivelmente, muitas que convivem com esse mal-estar típico dessa era digital frequentam os bancos das igrejas, mexendo freneticamente em seus dispositivos, alheios ao que acontece ao seu redor. Um dos desafios da igreja contemporânea é promover a sociabilidade. Incluir em sua agenda atividades culturais, esportivas, sociais. Promover cada vez mais a vida em sociedade, para além dos horários de cultos ou das cerimônias de devoção coletiva.
Acima de tudo, a igreja precisa exercer plenamente a sua capacidade de compaixão. Aqui vale citar as palavras da escritora americana Ellen White, a respeito de como podemos ajudar pessoas que vivem nesse tipo de solidão capaz de afetar a saúde e o convívio social: “Palavras bondosas, olhares de simpatia, expressões de apreciação, seriam para muitas almas lutadoras e solitárias como um copo de água fria a uma alma sedenta. Uma palavra compassiva, um ato de bondade, ergueriam fardos que pesam duramente sobre fatigados ombros. E toda palavra ou ato de abnegada bondade é uma expressão do amor de Cristo pela humanidade perdida” (O Maior Discurso de Cristo, p. 23).
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