Observe estes dois textos escritos por Ellen G. White:
“Caso o povo de Deus mostrasse genuíno interesse em seu próximo, muitos seriam alcançados pelas verdades especiais para este tempo. Coisa alguma dará, ou jamais poderá dar reputação à obra, como ajudar o povo indo ao seu encontro onde se acham.” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 518)
“Ele sacrificou sua nobre liberdade varonil e se tornou um servil escravo da opinião pública. [...] Convicto como estivesse do valor dos conselhos dados por Jeremias, não tinha a energia moral para obedecer; e como consequência avançou firmemente na direção errada.” (Profetas e Reis, p. 458)
Essas duas citações estão em contextos diferentes, mas, de certa forma, tratam da mesma questão de fundo. A primeira diz respeito ao que efetivamente contribui para estabelecer uma boa reputação para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. A última se refere ao imprudente rei Zedequias, pouco antes do exílio babilônico, e à sua incapacidade de cumprir a vontade divina, preferindo satisfazer a opinião pública.
Segundo especialistas, a reputação de uma organização está relacionada ao que se percebe a partir do comportamento da instituição ou de pessoas ligadas a ela. José Carlos Thomaz e Eliane Brito afirmam que “a reputação corporativa se desenvolve ao longo do tempo e é resultado de interações repetidas e de experiências acumuladas nos relacionamentos com a organização. [...] Considera-se, ainda, que a reputação corporativa emerge e é determinada pelas imagens principais ou percepções de uma empresa, comunicadas rotineiramente pela empresa e percebidas pelos seus vários públicos” (Comunicação Corporativa: Contribuição para a Reputação das Organizações”, Organicom – Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, ano 4, n. 7, p. 143).
Portanto, a forma pela qual a Igreja Adventista é vista depende do tipo de relacionamento que as pessoas interessadas têm com ela. Seja por meio de um contato nas redes sociais da denominação, uma visita a uma congregação ou mesmo por meio da convivência com um membro da igreja. Essa experiência vai compor a percepção que se tem sobre os adventistas e, em última instância, sua reputação.
Nas redes sociais, pastores e membros contribuem, direta ou indiretamente, para tornar melhor ou pior essa reputação. E isso ocorre de acordo com o que postam ou compartilham. Em última instância, querendo ou não, todos os membros da igreja são representantes da denominação perante os públicos com os quais se relacionam. Por isso, alguns cuidados são válidos ao interagir nas redes sociais:
Coerência. Ellen G. White ensina que a reputação da igreja está relacionada ao cumprimento da missão adventista. Na prática, isso significa que, quando um membro ou pastor posta algo nas redes sociais, deve ser consciente da necessidade de demonstrar claramente os princípios nos quais afirma acreditar. Desse modo, eles efetivamente pregam o evangelho. Em contrapartida, ao agir de forma preconceituosa, desrespeitosa, hostil ou condenatória, eles acabam depreciando a imagem do evangelho. A melhor forma de pregar nas redes sociais é exaltar as verdades das Escrituras, em vez de criticar os conceitos e ensinos divergentes da cosmovisão bíblica.
Respeito. Alguém que procura uma congregação adventista geralmente o faz por entender que nela encontrará um ambiente acolhedor, amistoso e benéfico para sua vida. O visitante espera também contar com certa privacidade enquanto frequenta o local. Entretanto, a empolgação típica de nossos dias no mundo virtual faz com que, muitas vezes, o desejo de realizar a primeira postagem sobre a presença de alguém conhecido do grande público em uma programação da igreja gere incômodo à pessoa que só queria ir a um culto e nada mais. Fotos, vídeos e textos sobre tais visitantes precisam passar pelo crivo do bom senso, do respeito à imagem e do direito à privacidade.
Críticas. Criticar uma organização para que ela corrija seus erros é algo muito importante. Contudo, essa atitude deve ser feita de maneira correta e no ambiente apropriado. A crítica pública, feita por pastores e membros nas redes sociais, pode parecer uma ótima contribuição, mas, efetivamente, não é. Geralmente, essa conduta alimenta raiva, promove discussões infindáveis e poucas vezes resulta em mudanças na organização.
Quer ajudar a Igreja Adventista a ter uma boa reputação? Excelente! Então, seja um bom usuário das redes sociais. Pense antes de postar, avalie o tipo de mensagem que deseja compartilhar, que alcance isso terá e qual será o objetivo. Pese os prós e contras de sua manifestação pública, porque depois que algo é postado, é impossível anular suas consequências. E estas, muitas vezes, prejudicam a imagem da igreja da qual você e sua família fazem parte.
Felipe Lemos (via Revista Ministério)
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