segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dia da Consciência Negra - Grandes Negros Adventistas

O Brasil foi construído a partir do sofrimento, da tortura e da morte promovida por um regime de escravidão que durou 388 anos e que custou o sequestro e o assassinato de aproximadamente 7 milhões de seres humanos africanos e outros tantos milhões de seus descendentes. Hoje, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra para relembrar a luta de Zumbi dos Palmares contra a escravidão no país. Mas acima de tudo, é um dia de reflexão e busca de novas formas para enfrentar o racismo que, infelizmente ainda hoje dificulta e tira a vida de mulheres e homens em todo o país.

Lembrando que em Cristo, todos os muros separatistas ruíram, e que homens e mulheres, brancos, negros e mestiços, empregados e patrões, índios e ameríndios, sacerdotes e leigos, somos todos iguais (Gálatas 3:28).
Diferentes na cor da pele, ou nos papéis que desempenhamos, mas iguais em dignidade perante Deus e nossos semelhantes, as Escrituras ensinam claramente que todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus, que “de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra” (Atos 17:26). A discriminação racial é uma ofensa contra seres humanos iguais, que foram criados à imagem de Deus. Conforme lemos na Declaração da Igreja Adventista sobre o Racismo, "o racismo está entre os piores dos arraigados preconceitos que caracterizam seres humanos pecaminosos. Suas consequências são geralmente devastadoras, porque o racismo facilmente torna-se permanentemente institucionalizado e legalizado. Em suas manifestações extremas, ele pode levar à perseguição sistemática e mesmo ao genocídio."

A norma para os adventistas está reconhecida na Crença Fundamental nº 14 da Igreja, “Unidade no Corpo de Cristo”, baseada na Bíblia. Ali é salientado: “Em Cristo somos uma nova criação; distinções de raça, cultura e nacionalidade, e diferenças entre altos e baixos, ricos e pobres, homens e mulheres, não deve ser motivo de dissenções entre nós. Todos somos iguais em Cristo, o qual por um só Espírito nos uniu numa comunhão com Ele e uns com os outros; devemos servir e ser servidos sem parcialidade ou restrição.” Qualquer outra abordagem destrói o âmago do evangelho cristão.

No vídeo "Os adventistas e o Racismo", o pastor Erton Köhler, presidente da Igreja para oito países sul-americanos, diz que o racismo “é considerado pecado aos olhos de Deus”. Em outro trecho, ele afirma que “como Igreja Adventista do Sétimo Dia, nós condenamos todas as formas de racismo, inclusive a atuação política do apartheid com sua segregação formada e discriminação legalizada”.

Grandes negros adventistas

Charles M. Kinny

Charles M. Kinny (1855-1951) foi o primeiro pastor negro ordenado da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Nasceu escravo, em Richmond, Virgínia, em 1855. Ele tinha dez anos, no final da Guerra Civil, e como um homem jovem, trabalhou na parte mais rudimentar da cidade de Reno, Nevada. Foi lá, em 1878, que ele assistiu a uma série de palestras evangelísticas por J. N. Loughborough. Durante estas palestras, Ellen G. White visitou Reno, e em 30 de julho, ela pregou à multidão de Loughborough para mais de 400 pessoas. Kinny nunca se esqueceu daquele sermão. Ele aceitou a mensagem adventista e foi batizado no último dia de setembro de 1878.

Anna Knight

Anna Knight (1874-1972) estudou no Battle Creek College, graduando-se como enfermeira. Em 1898, ela foi para Jasper County, Mississippi, onde trabalhou na área de temperança e fundou uma escola para os negros. 

Em 1901, ela viajou para a Índia como missionária, servindo por seis anos. 

Ela voltou para casa nos EUA e, em 1913, tornou-se Secretária de Missões da Conferência da União Sudeste. Seis anos mais tarde foi colocada no comando do Departamento de Missões. Ela manteve essa posição até sua aposentadoria em 1945.

Sojourner Truth

Sojourner Truth, nascida Isabella Baumfree por volta de 1797 em Swartekill, Nova Iorque, na condição de escrava, foi uma empregada doméstica e palestrante estadunidense. Ela fugiu para o Canadá em 1827, levando com ela o seu filho mais novo. Em 1829 regressou a Nova Iorque, após a abolição da escravatura nesse estado. Durante mais de uma década trabalhou como empregada doméstica. Nesse período de tempo juntou-se a Elijah Pierson, dando sermões evangélicos nas ruas.

Mais tarde tornou-se uma oradora famosa na defesa do abolicionismo e dos direitos das mulheres, sendo particularmente lembrada pelo célebre discurso 'Ain't I a Woman?'.

Em 1841, mudou-se para Northampton, no Massachusetts, juntando-se a uma comunidade utópica (a Northampton Association of Education and Industry). Quando a comunidade encerrou, ela permaneceu em Florence, no Massachusetts, onde trabalhou com Olive Gilbert na produção da auto-biografia Narrative of Sojourner Truth: A Northern Slave. Em 1857, Truth mudou-se para o Michigan, e aí continuou a defender os seus ideais. Depois da Proclamação de Emancipação mudou-se para Washington DC, onde conheceu o presidente Abraham Lincoln. Em 1867, voltou para Michigan e morreu na sua casa em Battle Creek (no dia 26 de novembro de 1883). 

Paul Rusesabagina

Paul Rusesabagina, nascido em 15 de Junho de 1954, é um cidadão de Ruanda internacionalmente reconhecido pela sua atuação humanitária durante o Genocídio de Ruanda em 1994. Paul era da etnia hutu enquanto sua mulher era da etnia tutsi. Durante os combates, ele abriga sua família no hotel Les Mille Collines em Kigali, de propridade do grupo belga Sabena, onde era gerente. Com a saída dos hóspedes do hotel, Paul o abre aos refugiados, salvando assim mais de 800 pessoas.

A história de Paul Rusesabagina ficou internacionalmente conhecida quando foi retratada no filme Hotel Ruanda de 2004, com atuação de Don Cheadle, nomeado ao Oscar. Em 2005, recebeu do presidente americano George W. Bush a "Presidential Medal of Freedom" dos EUA. Atualmente ele vive em Kraainem, na Bélgica com sua esposa Tatiana, seus filhos e seus sobrinhos, onde montou uma empresa de transportes.

Barry C. Black

Barry C. Black, nascido em 1 de novembro de 1948, é o 62º capelão do Senado dos Estados Unidos. Ele foi eleito para este cargo em 27 de junho de 2003, e se tornou o primeiro afro-americano e o primeiro Adventista do Sétimo Dia a ocupar este cargo. Ele serviu por mais de 27 anos como capelão na Marinha dos Estados Unidos, chegando ao posto de contra-almirante e terminando sua carreira como chefe dos capelães da Marinha dos Estados Unidos. Ele se aposentou oficialmente da Marinha em 15 de agosto de 2003. O compromisso de Barry Black como capelão do Senado dos Estados Unidos era só o mais recente passo em uma rota longa e inesperada que Deus tinha lhe trazido. 

Da educação dele em um colégio interno em Baltimore, Maryland, Barry Black tinha estudado em duas escolas historicamente para negros, Academia de Forja Pínea, na Pennsylvania e Faculdade de Oakwood, no Alabama, para se tornar um pastor. Ele era pastor na Carolina do Norte quando conheceu alguns marinheiros que tinham dirigido milhas para comparecer à igreja dele. Eles disseram que não havia nenhum capelão preto na base naval. Black gostou da ideia de ajudar aquela necessidade. Ele só queria ajudar como capelão, mas acabou subindo ao grau de almirante e comandante. Agora, aposentado, ele só quer servir a Deus como um pastor e ajudar a conduzir outros a Cristo.

Patrick Allen

Patrick Allen nasceu em Portland em 1951. Em 06 de fevereiro de 2009, Allen tornou-se o sexto governador-geral da Jamaica, desde a sua independência em 1962.

O ex-presidente da União das Índias Ocidentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth II em 12 de junho de 2009.


Baraka Muganda

Baraka Muganda já trabalhou em todos os níveis da Organização Adventista. Atualmente é vice-presidente de ministério da Universidade Adventista de Washington. Foi diretor do Departamento de Jovens da Associação Geral (1995-2010). Muganda é africano, nascido na Tanzânia, e  é casado com Anna Martin, que também serviu a Associação Geral, nos Estados Unidos, com quem tem três filhas: Diana, Tanya e Anita. O pastor é comumente definido como um homem de família e amante da juventude da Igreja. 

Em 1973, graduou-se no curso de Teologia pelo Colégio Solusi, no Zimbábue. Na sequência, seguiu para os Estados Unidos onde cursou mestrado em Religião pela Andrews University, em Michigan, concluindo esta etapa em 1980. Em 1983 concluiu o doutorado em Educação pela mesma universidade.

Benjamin S. Carson

Benjamin Solomon Carson (Detroit, 18 de setembro de 1951) é um neurocirurgião pediátrico, psicólogo, escritor, professor, filantropo e político estadunidense. Filiado ao Partido Republicano, é o atual Secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos.

Formado nas Universidades Yale e de Michigan, escreveu diversos livros (veja aqui) sobre sua carreira médica e suas posições políticas. O filme Gifted Hands (Mãos Talentosas, no Brasil), estrelado por Cuba Gooding Jr., é baseado nele.

Foi diretor do Departamento de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Johns Hopkins de 1984 a 2013. Como pioneiro, em 1987, Dr. Carson entrou para a história da medicina ao separar gêmeos siameses unidos pela cabeça, um procedimento que levou cinco meses de planejamento, 22 horas na execução, e mais 4 horas de descanso para falar sobre a cirurgia para a imprensa, envolvendo 50 médicos, enfermeiros e técnicos. Em 2008, foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honraria civil dos Estados Unidos, pelo então presidente George W. Bush.

Em maio de 2015, anunciou sua participação nas primárias da eleição presidencial de 2016 pelo Partido Republicano. Contudo, em março de 2016 suspendeu sua campanha e, em seguida, anunciou seu apoio à candidatura de Donald Trump. Foi nomeado secretário do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump, indicação que foi aprovada pelo Senado americano em 2 de março de 2017.

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