sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O massacre da noite de São Bartolomeu

"Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do Meu nome." (Mateus 24:9)

Todo cristão genuíno precisa pagar um preço por sua fé. Esse preço varia de acordo com as circunstâncias nas quais o cristão está inserido e no nível de seu compromisso com a Palavra de Deus.

Poucas pessoas pagaram um preço tão alto por sua fé quanto os huguenotes, que eram protestantes franceses calvinistas. Uma forte onda de violência católica contra os huguenotes começou na noite de 23 para 24 de agosto de 1572, a qual se tornou conhecida como o massacre da noite de São Bartolomeu. Começou em Paris e se espalhou para outros centros urbanos e regiões rurais, durando várias semanas. As estimativas modernas do número de mortos na França variam de cinco a 30 mil pessoas.

O Edito de Nantes, de 1598, assinado pelo rei Henrique IV da França, concedeu aos huguenotes tolerância religiosa significativa. No entanto, em 1685, Luís XIV revogou o Edito, e isso aumentou a hostilidade contra os huguenotes, o que levou à fuga de até 400 mil do país, arriscando a própria vida.

Em 1730, uma jovem huguenote de 19 anos de idade foi presa e confinada na torre de Constance, na cidade de Aigues-Mortes, no sul da França. O nome dela era Marie Durand (1711-1776), e seu crime era ter um irmão pastor protestante. Tudo que ela precisava fazer para sair da cadeia era dizer: “Eu me retrato.” Em vez disso, ela entalhou em uma pedra da prisão a palavra francesa résister (“resistir”). Marie passou 38 anos (1730-1768) na prisão por causa de sua fé!

Você estaria disposto a pagar um preço tão elevado por sua fé? Louvado seja o Senhor se sua resposta for afirmativa. De todo modo, há um imenso contraste entre a convicção inamovível de muitos mártires cristãos e as crenças ajustáveis do cristianismo pluralista que predomina atualmente. Os mártires viveram em uma época de intolerância religiosa. Para eles, a verdade era a verdade, a despeito das circunstâncias e daquilo que as autoridades políticas e eclesiásticas diziam.

Os tempos mudaram. Hoje, em muitos países do mundo, temos a bênção da liberdade religiosa. Infelizmente, porém, o efeito colateral da liberdade tende a ser a falta de comprometimento. Muitos cristãos hoje gostam de ser politicamente corretos! Desfrutemos a liberdade que temos, sem perder o compromisso com a Palavra de Deus e a disposição em pagar o preço por nossa fé. 

Alberto R. Timm (via Um dia inesquecível, Meditações Diárias 2018, CPB)

Nota: Vejam a descrição do Massacre de São Bartolomeu por Ellen G. White:

"A mais horrível entre as ações diabólicas de todos os hediondos séculos foi o Massacre de São Bartolomeu. O rei da França, instigado por sacerdotes e prelados, sancionou tal obra. Um sino, sob dobres fúnebres à noite, foi o sinal para o morticínio. Milhares de protestantes que dormiam tranquilamente em suas casas, confiando na honra empenhada pelo rei, eram arrastados para fora e assassinados. Durante sete dias perdurou o massacre em Paris. Por ordem do rei estendeu-se a todas as cidades onde se encontravam protestantes. Nobres e camponeses, velhos e jovens, mães e filhos eram juntamente abatidos. Pereceram setenta mil da legítima flor da nação. Quando as notícias do massacre chegaram a Roma, a exultação entre o clero não teve limites. O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos tangeram em todos os campanários; fogueiras festivas tornaram a noite em dia; e Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de S. Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. [...] Uma medalha foi cunhada para comemorar o massacre. [...] Um sacerdote francês [...] falou ‘daquele dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia, e foi em aparato solene dar graças a Deus e a S. Luís’.” (O Grande Conflito, p. 122)

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