Estamos vivendo um movimento que lembra a força de uma epidemia. Vivemos cercados de pessoas acometidas por uma espécie de mistura de “Síndrome de Peter Pan”, com “Complexo de Cinderela”, mais uma pitada de “Jeito Pateta de ser” e um tiquinho de “Meu sonho é morar na Disney”. Isso até seria engraçado, se não fosse assustador. E trágico.
Há pessoas que simplesmente não encontram o caminho da maturidade. E nem é que não queiram crescer ou estejam perpetuando a adolescência para além dos trinta, quarenta ou cinquenta anos porque decidiram que é assim que tem que ser. Não! Nada disso!
Simplesmente não sabem como fazê-lo. Existe uma legião de perdidos num limbo da infância emocional eterna, alimentados por um estilo de educação familiar que não percebe o quão danoso pode ser a qualquer um de nós, ser poupado a todo custo de sofrer frustrações, de lidar com as negações, de enfrentar a vida por si mesmo.
Há milhares de famílias, que vão desde os menos favorecidos até os mais abastados, que insistem em criar seus filhos como se eles – os pais – fossem durar para sempre. Alimentam suas crianças e jovens com infinitas mamadeiras de dependência emocional, sob o pretexto de garantir que seus rebentos sejam absolutamente felizes, sempre felizes, todos os dias, o tempo todo.
O resultado de tamanha alienação é a ocorrência de meninos e meninas, que serão meninos e meninas para toda a eternidade. Recém-nascidos para sempre, que esperneiam quando algo não sai do jeito que esperavam. Que amarram a cara, quando não são imediatamente atendidos. Que não fazem a menor ideia de como todas as coisas que os cercam vão parar em suas mãos.
Meninos e meninas com vida sexual ativa. Meninos e meninas que não sabem dar importância ou valorização para a formação acadêmica. Meninos e meninas que chegam à vida adulta, sem ter a menor ideia do quanto de dinheiro é necessário para mantê-los. Meninos e meninas que se consideram adultos o suficiente para beber, para fumar, para amanhecer na rua e voltar para suas casas a hora que bem entenderem. Alguns com carteira de motorista em mãos, mas sem juízo suficiente para sentar-se atrás de um volante ou no banco de uma moto. Muitos, sem nenhuma noção de compromisso e responsabilidade. Perdidos.
E, não, não estou falando que as pessoas precisam viver de forma rígida e azeda. Não estou falando que é proibido ser alegre. Não se trata de não ter o direito de ser criança, ou jovem e se divertir e aproveitar essas fases tão maravilhosas e absolutamente necessárias para que um dia, surja um adulto inteiro.
O grande nó para o qual eu convido a uma boa reflexão é o fato de que estamos assistindo passivamente a inúmeras crianças e incontáveis jovens, sendo privados da experiência fantástica que é passar por essas fases e estar disposto a entrar em outras. Outras fases, tão ricas e bonitas quanto são aquelas pelas quais passamos em nossos anos iniciais.
Crescer é um direito! Amadurecer é tomar posse da própria vida. É ter a chance de fazer escolhas. É experimentar o prazer de andar com as próprias pernas. E errar. E acertar. E tentar outra vez, outra coisa, de outro jeito. Tenhamos a amorosidade necessária para abrir mão de congelar nossos filhos num tempo em que, depois de um tempo, o que era encantador certamente será ridículo. Tenhamos a sabedoria para dar a mão às nossas crianças na travessia da vida, sabendo que vez ou outra é com as mãos livres que se deve andar.
Ana Macarini (via Conti Outra)
"Nesta época rebelde, os filhos que não receberam a devida instrução e disciplina, têm bem pouca compreensão de sua obrigação para com os pais. Dá-se muitas vezes que, quanto mais os pais fazem por eles, tanto mais ingratos são, e menos os respeitam. As crianças que foram mimadas e servidas, esperam sempre isto; e caso sua expectativa não se realize, ficam decepcionadas e perdem o ânimo. Essa mesma disposição se manifestará através de toda a sua vida; serão impotentes, dependendo do auxílio de outros, esperando que outros os favoreçam, e lhes façam concessões. E caso encontrem oposição, mesmo depois de atingirem a idade adulta, julgam-se maltratados; e assim atravessam penosamente o caminho pelo mundo, mal sendo capazes de levar as próprias cargas, murmurando e irritando-se frequentemente porque tudo não vai à medida de seus desejos." (Ellen G. White - O Lar Adventista, p. 293)
A maturidade é algo incrível mesmo. Eu mesmo me julgo imaturo. Esqueco que há tempo para tudo, e que ja não fevo me comportar como menino sendo eu já adulto. Porem, ohar a D'us com olhos de crianca e com humildade de coração. Talvez, se eu entender tudas essas coisas eu amadureca.
ResponderExcluirMas há também quem viveu uma vida sem referência de família, tendo ela ou não, que não consegue enfrentar as advertêncidades. Mediante frustrações desenvolvem síndrome do pânico,fobia social, depressão...dentre outras, sem contar o número cada dia mais elevado de pessoas que estão tentando suicídio, alguns por não vem sentido em se viver, não enxergam razões, sem perspectiva de um futuro pois não sentem prazer no trabalho, estudo, com amigos ou familia. Um vazio inexplicável, segundo algumas pessoas. É como se tivessem sido colocados neste mundo sem explicação de como viver até o dia da morte, quando deparado com as explicações não achado sentido e por isso não desejado permanecer. Talvez a palavra que descreve seja vazio existencial. Vou lhes dizer, é triste e angustiante ver uma pessoa tentar dar fim a sua vida por não sentir prazer em nada. Fé, alguns possuem, mas isso não tem impedido de perder o desejo de viver neste mundo. Saúde mental do ser humano está piorando cada ano, não tem sido o escesso ou ausência financeira o motivo. Quem dera pudéssemos dar um pouco de ânimo e fe para os que já não conseguem sentir.
ResponderExcluir