O médium João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, foi preso na tarde deste domingo (16) no município de Abadiânia, em Goiás. Ele é acusado por mais de 300 mulheres de ter praticado crimes sexuais. O caso a que o médium responde veio à tona na sexta-feira da semana retrasada, quando 10 mulheres afirmaram ao Programa do Bial, da TV Globo, terem sido vítimas de abuso sexual durante seus atendimentos. No mesmo final de semana, o Ministério Público começou a investigar o caso e criou uma força-tarefa para receber novas possíveis denúncias. Ao longo da semana, mais de 300 mulheres buscaram o MP de diferentes estados se dizendo vítimas dele. As denúncias vieram de diferentes regiões do país e de ao menos seis países.
O médium é referência em diversas partes do mundo. Há mais de 40 anos ele atende em Abadiânia. Há relatos de melhoria e até cura de enfermidades de todo o tipo de paciente: ricos, pobres, esclarecidos, sem estudo e até ateus. A casa recebe por mês cerca de 10 mil pessoas e o curandeiro já atendeu mais de 3,5 milhões de pessoas de diversas situações de vida.
Além da crueldade, o caso João de Deus estarrece, ainda mais, pois compila impiedades inimagináveis a um símbolo de espiritualidade e caridade. Um choque encarar uma figura de bondade vinculada a um mal feito generalizado de depravação que não poupou a própria filha. E que evidencia uma série de abusos: sexuais, físicos, emocionais, religiosos e financeiros aos crentes que depositaram sua esperança e confiaram poder divino a um homem que se transformou em um líder de algo similar a uma seita. João de Deus nunca havia sido denunciado pois a rede que o protege é um emaranhado afetivo poderoso que opera com ajuda de poderosos.
O prof. Leandro Quadros fala sobre o lado oculto dos médiuns no vídeo abaixo:
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