“Não me interesso mais pela igreja” diz o seu adolescente. Eles podem até dizer a mesma coisa de várias maneiras, mas não há uma resposta fácil para a sua situação. Cada filho é diferente e fará seus próprios deslizes. É por isso que cada caso deve ser avaliado individualmente. Você se pergunta: Por que meu filho é tão difícil? Será que medicamento o ajudará? É como se andássemos por um deserto. A família fica dividida e muitas vezes não sabe como lidar da maneira correta com ele. Tentamos vários caminhos: a disciplina ofensiva, o amor ofensivo, mas é complicado compreendê-lo.
Quando o filho sai de casa (decide ir para a faculdade em outra cidade, por exemplo) a primeira coisa que fazemos é encontrar um apartamento. A segunda é encontrar uma igreja local. Queremos ter certeza que ele continuará frequentando. Porém nem sempre gostam, se sentem à vontade na nova igreja. Acham-na muito antiquada, ou não gostam da música. Mesmo assim temos esperança de que vá encontrar outra igreja na qual se sinta mais à vontade. Como nem sempre esse é o caso, inicialmente é uma decepção e começamos a nos perguntar o que deu errado.
No momento em que você mãe/pai admite que seu filho já não é mais da mesma igreja, que não sabe mais o que fazer quando ele se revolta, é importante lembrar-se que não esta só. Todavia, não devemos perder a esperança, mesmo sendo este um dos desafios mais difíceis na família.
Algumas sugestões de como lidar com esse cenário:
1. Não desista
A tentação é jogar tudo pra cima e desistir, e você não seria a única a fazer isto. Muitos pais desistem e, incapazes de tolerar a dor, eles se protegem, fingindo que não se incomodam. O filho grita, “me deixe em paz” e assim eles fazem o que ele pede, retirando-se emocionalmente de sua vida. O que alguns pais não percebem é que apesar de as ações e palavras do adolescente destinarem-se a afastar os pais, lá no fundo ele anseia que os mesmos continuem tentando, apoiando, independente de seu comportamento.
Nunca desista. Vá em frente apesar das circunstâncias e não pare de fazer as coisas boas, tentar coisas novas se as antigas não funcionarem, continue fazendo as coisas que você sabe serem certas, ame incondicionalmente, faça seu papel de mãe/pai, mesmo quando prefere desaparecer.
2. Não tenha vergonha de pedir apoio e oração
É prudente consultar um pastor ou um conselheiro, e você pode encontrar conforto de pais cristãos que também têm filhos pródigos. Seja sincero sobre o seu desejo de compreensão. Valorize as orações intercessoras, mas tenha cuidado para não compartilhar detalhes íntimos. Uma resposta simples, como: “Você não faz ideia do quanto precisamos e valorizamos suas orações” é suficiente.
Uma mãe admitiu que não queria que o mundo todo soubesse sobre o adolescente rebelde porque seu marido era o ancião da igreja, mas uma dor compartilhada, diminui. Uma alegria compartilhada, aumenta.
3. Seja firme e afetuoso
Você precisa de uma casca dura e de um coração sensível, principalmente no que diz respeito aos comentários dos outros. Mesmo que as intenções sejam boas, pessoas ofendem, mas não deixe que suas farpas penetrem, sendo sensata o suficiente para ouvir as palavras de apoio que outros oferecerem.
4. Aprenda a arte da entrega
Isso pode significar liberar seu sonho para seu filho, abrir mão do controle sobre o adolescente, deixando os resultados com Deus.
5. Obtenha ajuda para você e sua família
Se quebrar o braço, você imediatamente pedirá ajuda no Pronto Socorro. Então por que tantos pais se vergonham de buscar ajuda quando a família está quebrada? Alguns preferem aconselhamento pastoral, outros optam por terapia. Dê apenas o passo inicial e busque ajuda.
6. Permita-se algum prazer
Muitos casais cujos filhos saem da igreja, eliminam qualquer ato que possa trazer alegria, até que a “situação se normalize”. Alguns sentem-se culpados por estarem se divertindo, ao invés de “fazerem algo” para resolver o problema. Outros ficam em constante estado de alerta, tensos, preocupados ou envergonhados e não conseguem se distrair. Mas precisamos recarregar a bateria. Relaxe num banho de banheira, assista um filme engraçado e veja-o juntos, pois se afastar um pouco do problema pode ser a saída ideal para olhar melhor, com a mente mais descansada.
7. Mantenha seus valores fundamentais
Não deixe que a crise contínua a desgaste, Deus ainda a conhece exatamente como antes da crise. Se sempre deu presente de aniversário para seu filho, continue dando durante essa fase difícil também. Se ajudava no ministério da criança antes de seu filho sair da igreja, continue usando seu talento nessa área. Não se afaste de tudo e todos porque algo está saindo fora do que planejou ou sonhou.
8. Escreva um diário
Registrar seus pensamentos, sentimentos e orações pode ajudá-la a identificar o que é importante. Pode usar uma caderneta, um computador ou até enviar um e-mail ou mensagem a um amigo de confiança. Expressar emoções e externá-las é uma forma de visualizar o problema como alguém de fora.
9. Não se culpe
Provérbios 22:6 diz: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." No entanto este texto nunca teve a intenção de despertar culpa. O pior pesadelo de muitos pais é ter um filho rebelde – que segue seu caminho na vida de maneira destrutiva, ignorando tudo que aprendeu, recusando-se a obedecer as regras, causando caos nas vidas com as quais entra em contato.
O medo é tão grande que os pais se estressam com tudo que os filhos fazem, chegando a considerar comportamentos normais como sinais de que os filhos estão à beira do abismo. Outros pais fazem o oposto. Ignoram sinais óbvios de alerta, achando que é apenas uma fase da qual os filhos passarão. Alguns outros abdicam e descobrem que, não importa o que fizeram para educar seus filhos, é provável que pelo menos um saia da igreja.
Há pais que observaram seus filhos fazerem más escolhas e foram arrastados por desvios mais perigosos. Eles agonizaram, choraram, oraram – mas de alguma forma sobreviveram. O que eles aprenderam no processo?
10. Você não pode controlar as escolhas do seu adolescente
Uma vez que seu filho sai de casa, não dá pra dizer o que ela está fazendo. Pode estar ou não na escola. Pode jogar fora o lanche que você fez pra ela e comer algo gorduroso, consumir drogas, colar nos testes, dirigir bêbada – ou estudar bastante e fazer parte dos melhores 10% de sua classe. Pode ser a presidente ou a palhaça da classe. E não há nada que se possa fazer quanto à isso. Aceite!
11. Saiba a diferença entre ajudar e possibilitar
Joe White recomenda que quando meu adolescente se revolta devo manter uma maternidade firme e terna. Possibilitar um comportamento irresponsável é diferente de deixar que o filho pródigo assuma as consequências de seus atos.
12. Não esqueça o resto de sua família
Existe o risco de numa situação de crise familiar com um filho que está afastado, todas as atenções sejam pra ele. Pare de focar no filho rebelde a tal ponto de negligenciar os outros filhos e o cônjuge. Às vezes temos que confiar nosso filho pródigo ao Senhor e deixá-Lo operar nele, enquanto continuamos com nossa vida.
13. Perceba que sua parentalidade mudou
Quando um filho deixa o cuidado e proteção dos pais, o relacionamento muda para sempre. Devemos mostrar-lhe que o amamos, mas temos que nos libertar de nossa responsabilidade por ele. Ele é um ser dono de sua individualidade e é preciso respeitar.
14. Construa uma frente unida com seu cônjuge
Avise a seu filho que vai conversar com seu cônjuge antes de tomar qualquer decisão. Além disso, não se esqueça de trabalhar em seu relacionamento conjugal. Não negligencie o lado físico: Tire um fim de semana livre, marque uma noite para saírem juntos, e não fale sobre os filhos durante esse tempo.
15. Estabeleça limites
O filho pródigo beneficia-se mais da mãe que diz “eu te amo, mas não vou tolerar desrespeito.” Estabeleça limites em qualquer área que lhe diz respeito, especialmente se seu filho quer se mudar de volta. Certifique-se de que ele entende seus limites e as consequências ao ultrapassá-los.
16. Cuide dos seus sentimentos
Pais de filhos rebeldes enfrentam muitas emoções: raiva (do filho, de si mesmo, do parceiro, da má companhia do filho), dor, tristeza, depressão e culpa. Quaisquer que sejam os sentimentos, temos de reconhecê-los, antes de podermos lidar com eles.
17. Lembre-se que Deus ama seu filho mais do que você o ama
Mães de filhos rebeldes se sentem desamparadas. É por isso que devemos nos apoiar em Deus e Sua graça. Ele constantemente os atrai para Si e estará com eles mesmo quando não podemos.
18. Antecipe um futuro melhor
Em conversa com dezenas de pais, aprendi que a temporada do filho pródigo é apenas isso, uma temporada. Mais cedo ou mais tarde, a maioria deles volta a ter bons relacionamentos com seus pais e, às vezes, com seu Pai celestial.
19. Não perca de vista a perspectiva mais ampla
Enquanto continua a amar e orar por seu filho, tenha fé que ele é a obra de Deus em andamento. Apesar dos desafios específicos desta faixa etária, os jovens precisam da igreja. Para que mantenham a identidade da fé, a atmosfera da igreja desempenha papel importante na permanência deles nela. Pode-se, então, dizer que igreja de verdade é primordialmente trabalho com jovens. Por isso não perca a esperança!
Todavia, lembre-se: eles pertencem a Deus e a nós, e não à igreja. Conte com as orações de membros cuidadosos, mas não permita que qualquer censura que você receber lhe desanime.
Telma Witzig (via blog da Fabiana Bertotti)
Nota: Ellen G. White nos deixou lindos textos que nos trazem esperança:
“Quando a tempestade da perseguição realmente irromper sobre nós, [...] muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 401).
“O amor de Deus anela sempre aquele que dEle se afastou, e põe em operação influências para fazê-lo tornar à casa paterna. [ ... ] Uma cadeia dourada, a graça e compaixão do amor divino, é atada ao redor de toda pessoa em perigo” (Parábolas de Jesus, p. 202).
“O Céu aguarda e anela a volta dos pródigos que vagueiam longe do rebanho. Muitos dos que se extraviaram podem ser trazidos de volta, pelo amoroso serviço dos filhos de Deus” (Nos Lugares Celestiais [MD 1968], p. 10).
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