O rendimento médio mensal do 1% mais rico da população brasileira atingiu, em 2018, o equivalente a 33,8 vezes o ganho obtido pelos 50% mais pobres. No topo, o rendimento médio foi de R$ 27.744; na metade mais pobre, de R$ 820.
A diferença entre os rendimentos obtidos pelo 1% mais rico e dos 50% mais pobres no ano passado é recorde na série histórica da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua) do IBGE, iniciada em 2012. A desigualdade aumentou porque o rendimento real da metade mais pobre caiu ou subiu bem menos do que o dos mais ricos, sobretudo nos últimos anos.
Segundo especialistas, a desigualdade de renda no Brasil é alta e persistente por conta de fatores históricos e estruturais, como a herança escravocrata, o patrimonialismo que se apodera de recursos estatais e empregos públicos, políticas sociais voltadas a grupos que menos precisam e uma estrutura tributária regressiva, que cobra proporcionalmente mais impostos de quem ganha menos. (O Tempo)
Deuteronômio 15:11 nos mostra uma profecia que diz: “Sempre haverá pobres e necessitados no meio do povo, e por isso eu ordeno que vocês sejam generosos com todos eles.”
Ellen G. White enxergava a questão da pobreza e da desigualdade social para além do prisma econômico, observando que o próprio Deus possui propósitos diferentes para cada pessoa.
"Não é plano de Deus que a pobreza desapareça do mundo. As classes sociais jamais deveriam ser igualadas; pois a diversidade de condições que caracteriza nossa raça é um dos meios pelos quais Deus tem pretendido provar e desenvolver o caráter. Muitos têm insistido com grande entusiasmo em que todos os homens devem ter parte igual nas bênçãos temporais de Deus; não era este, porém, o propósito do Criador. Cristo afirmou que sempre teremos conosco os pobres. Os pobres, bem como os ricos, são comprados por Seu sangue; e, entre os Seus professos seguidores, na maioria dos casos, os primeiros O servem com singeleza de propósito, enquanto os últimos estão constantemente colocando as suas afeições nos tesouros terrenos, e Cristo é esquecido. Os cuidados desta vida e a ambição das riquezas eclipsam a glória do mundo eterno. Seria a maior desgraça que já sobreveio à humanidade se todos devessem ser colocados em posição de igualdade em posses terrenas" (Conselhos Sobre Saúde, p. 230).
"Na providência de Deus, os acontecimentos têm sido ordenados de maneira que sempre tenhamos os pobres conosco, a fim de que sejam no coração humano um constante exercício dos atributos do amor e da misericórdia. O homem deve cultivar a bondade e compaixão de Cristo; não deve distanciar-se dos tristes, dos aflitos, dos necessitados e angustiados" (Signs of the Times, 13 de junho de 1892).
Devido ao pecado, nosso mundo sofreu sérias transformações que afetaram inclusive a condição social da humanidade (Tiago 5:1-6). Por este fato (desequilíbrio social devido ao pecado), alguns têm pouco e outros muito.
Deus sabe que sempre haverá pessoas com dificuldades para obterem o sustento. Mas Ele tem muitos meios de ajudar o ser humano a vencer seus defeitos de caráter; e um dos defeitos que mais o Senhor tem trabalhado para tirar do coração humano é o egoísmo. O egoísmo nos faz egocêntricos, auto-suficientes e insensíveis para com as necessidades do próximo. Uma das formas de vencer o egoísmo é através da generosidade.
"Se os homens cumprissem o seu dever como fiéis mordomos dos bens de Deus, nenhum clamor haveria por pão, nenhum sofredor em penúria, nenhum desagasalhado em necessidade. É a infidelidade de homens que gera o estado de sofrimento em que está mergulhada a humanidade. Se aqueles a quem Deus fez mordomos tão somente utilizassem os bens do seu Senhor no propósito para que lhes foram entregues, este estado de sofrimento não existiria" (Review and Herald, 26 de junho de 1894).
"Muitos há que se queixam de Deus por estar o mundo tão cheio de necessitados e sofredores, mas Deus jamais desejou que existissem o sofrimento e miséria. Nunca foi de Sua vontade que uma pessoa tivesse abundância de luxos na vida enquanto os filhos de outros clamassem por pão. O Senhor é um Deus de benevolência" (Testimonies, vol. 6, p. 273).
"A razão por que Deus tem permitido que alguns membros da família humana sejam tão ricos e outros tão pobres será sempre um mistério para os homens até a eternidade, a menos que entrem em correta relação com Deus e ponham em prática o Seu plano em vez de agirem com base em suas próprias idéias egoístas" (Testemunhos para Ministros, p. 280).
Quando não permitimos que o dinheiro seja a coisa mais importante em nossas vidas, nos tornamos mais liberais e preocupados em atender as necessidades alheias. Neste mundo onde a miséria e a fome reinam, cabe a nós ter um coração humilde e sermos misericordiosos (Mateus 5:7). Cada um deve agir de acordo com aquilo que recebeu do Senhor, sendo que os que receberam muito, serão cobrados pelo uso que fizerem de seus tesouros.
"A obra de recolher o necessitado, o oprimido, o aflito, o que sofreu perdas, é justamente a obra que toda igreja que crê na verdade para este tempo devia de há muito estar realizando. Cumpre-nos mostrar a terna simpatia do samaritano em acudir às necessidades físicas, alimentar o faminto, trazer para casa os pobres desterrados, buscando de Deus todo dia a graça e a força que nos habilitem a chegar às profundezas da miséria humana, e ajudar aqueles que absolutamente não se podem ajudar a si mesmos. Isto fazendo, temos favorável ensejo de apresentar a Cristo, o Crucificado" (Beneficência Social, p. 74).
Felizmente, temos a promessa divina de que um dia todo o mal e todas as desigualdades acabarão. Haverá um novo céu e uma nova terra. Um novo tempo. Creia nesta promessa de Deus. Isto não nos deve levar a sermos insensíveis para com as necessidades do próximo, mas é uma certeza confortante.
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