sexta-feira, 24 de abril de 2020

Reabertura de templos

Depois que o governo dinamarquês reabriu escolas para alunos de até 11 anos, a Noruega reativou creches, e países como Itália e Espanha anunciaram a retomada gradual de serviços não essenciais, novos debates em torno da flexibilização da quarentena foram travados nesta semana no cenário nacional e internacional. Por aqui, o governo do estado de São Paulo, território mais atingido pela Covid-19, informou que pretende flexibilizar o isolamento social a partir do dia 11 de maio. Já as autoridades do Rio de Janeiro anunciaram que preveem a reabertura de comércios e igrejas a partir do próximo dia 1º.

Diante desse cenário, a liderança da igreja na América do Sul percebeu a necessidade de formular diretrizes sobre o retorno aos cultos presenciais. Divulgado nesta quarta-feira (22), o novo documento (leia o documento completo aqui) sugere que “o retorno às atividades religiosas aconteça de forma progressiva, com responsabilidade e prudência”. A orientação oficial é que, em cada região, sejam avaliados os riscos e impactos sociais do retorno aos cultos presenciais, “seguindo as determinações governamentais e as orientações do escritório jurídico institucional”. O documento observa ainda que “a decisão sobre o reinício das reuniões será divulgada pelas Associações/Missões correspondentes”.

No caso daquelas que voltarem a ter reuniões públicas, a recomendação é seguir medidas de segurança, como manter a ventilação, oferecer cultos em diferentes horários para evitar aglomerações, realizar a higienização de áreas de uso coletivo, manter o distanciamento entre as pessoas e adotar as orientações sanitárias locais quanto ao uso de máscara.

Em um vídeo divulgado no Portal Adventista (clique aqui para assistir) no dia 17 de abril, o pastor Erton Köhler, líder sul-americano da igreja, também ressaltou que os adventistas vão agir com responsabilidade em relação à reabertura das igrejas. “Vamos retomar as atividades dos templos seguindo as orientações legais e com toda a prudência em cada decisão. A ameaça do vírus não vai terminar de um dia para o outro. Ela continua e, como adventistas do sétimo dia, queremos agir com responsabilidade”, ele enfatizou.

“Vamos retomar as atividades dos templos seguindo as orientações legais e com toda a prudência em cada decisão”

Cautela também é a palavra que define o modo como outros líderes da igreja estão reagindo em relação à possibilidade de reabertura dos templos. Nos Estados Unidos, um dos países mais afetados pela pandemia, o governador do estado da Geórgia decidiu reabrir estabelecimentos comerciais a partir desta sexta-feira (24), contrariando a opinião de epidemiologistas e até mesmo da Casa Branca. Segundo os especialistas, a flexibilização da quarentena na Geórgia, região que concentra quase 21 mil casos positivos de Covid-19 e mais de 850 mortes, preocupa porque a curva da pandemia ainda é crescente.

Isso explica o motivo de a presidência da União do Atlântico Sul ter feito um apelo ao governador nesta semana. Por meio de sua página oficial no Facebook, a sede da igreja para três estados norte-americanos, incluindo a Geórgia, pediu às autoridades que reconsiderassem a decisão de pôr fim à quarentena no dia 30 de abril. Na mensagem destinada a Brian Kemp, a liderança adventista expressou que seria igualmente irresponsável de sua parte reabrir templos nesse momento e que, portanto, as congregações adventistas e a sede da denominação nesse território permanecerão fechadas até que haja um clima de maior segurança para a reabertura.

Alguns países da Europa parecem ter um cenário um pouco mais favorável. No dia 20 de abril, a Alemanha, por exemplo, autorizou a abertura de algumas lojas. Na avaliação do ministro da Saúde, Jens Spahn, a pandemia está “sob controle e é administrável” no território alemão. Lá, representantes de diversas denominações se reuniram com líderes do governo no dia 17 de abril para pensar em um plano de retomada das atividades religiosas. Existe a possibilidade de isso acontecer gradualmente a partir do fim do mês, mas a liderança da igreja na Alemanha entende que “é importante avaliar os riscos à saúde em casos individuais e verificar os requisitos espaciais para saber se as regras de higiene e distância necessárias podem realmente ser observadas”, conforme noticiou uma das sedes administrativas da igreja no país em seu site na segunda-feira (20).

Márcio Tonetti (via Revista Adventista)

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