terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

FOBIAS

Mudar o trabalho, a rota de condução, atividades sociais e de lazer para evitar algo que provoque uma sensação de pavor. Essa é a rotina, sempre alterada, de quem sofre de fobias, um medo persistente, excessivo e irreal de algum objeto, pessoa, animal, atividade ou situação. Classificadas como tipos de transtorno de ansiedade, elas são capazes de interferir muito na qualidade de vida e até ditar o dia a dia de uma pessoa.


O termo “fobia” é derivado do grego “phóbos”, que significa medo. Muitas vezes, as palavras “fobia” e “medo” são utilizadas como sinônimos, entretanto é fundamental saber diferenciá-las.

“Temos medo de situações, mas a fobia é um medo desproporcional. A pessoa com fobia fica apavorada, perde o controle e paralisa. Aquilo acaba com o dia dela, é algo que ela não consegue enfrentar”, explica o médico e psiquiatra Kalil Duailibi, professor da Universidade Santo Amaro (Unisa) e presidente do Departamento de Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina (APM).

Prevalência
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais com maior número de ansiosos do mundo. Ao menos 18,6 milhões de brasileiros - (9,3% da população) sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade, e as fobias estão inclusas nessa estatística. Além disso, segundo os Institutos Nacionais de Saúde, nos EUA, 20% da população mundial convive com essa condição.

Tipos de fobia
Existem incontáveis tipos de fobias específicas. Entre as mais comuns estão:

- acrofobia (medo de altura)
- aerofobia (medo de voar)
- claustrofobia (medo de lugares fechados)
- aicmofobia (medo de agulhas ou objetos pontiagudos)
- hemofobia ou hematofobia (medo de ver sangue)
- escotofobia (medo do escuro)
- aracnofobia (medo de aranhas)
- cinofobia (medo de cães)
- tanatofobia (medo da morte)
- catsaridafobia (medo de barata)

Também há outras curiosas e menos frequentes, como: 
 
- dendrofobia (medo de árvores)
- caetofobia (medo de pelo ou cabelo)
- hielofobia (medo de vidros e cristais)
- crematofobia (medo de dinheiro)
- catisofobia (medo do ato de se sentar)
- coulrofobia (ou medo de palhaços).

Além das fobias específicas, que são mais recorrentes e são deflagradas por situações ou objetos, existe, ainda:
 
- a fobia social (ou ansiedade social), que ocorre quando uma pessoa está diante de outras, numa festa ou outra situação social;

- e a agorafobia, caracterizada por um medo de ficar sozinho em lugares públicos ou desconhecidos, em que a pessoa sente não ter controle sobre a situação ou não ter escapatória.

Quais os fatores de risco?
Por ser algo irracional, não é necessário um trauma para desencadear a fobia. Acredita-se que entre os fatores de risco estão o histórico familiar e o gênero, sendo mais frequente em mulheres.

As fobias costumam começar na infância, mas o agravamento ocorre na adolescência. “É a fase em que se adquire maior independência, então as fobias pioram a partir do momento em que você se expõe mais”, pontua Kalil.

Procure ajuda
Ter a consciência de que é uma condição tratável e buscar ajuda é muito importante para alcançar a melhoria da qualidade de vida. O tratamento costuma envolver psicoterapia, e as que costumam trazer melhores resultados, segundo a literatura médica, são a terapia cognitivo-comportamental (que ajuda a pessoa a identificar o que deflagra suas emoções e modificar comportamentos), e a terapia de exposição (a pessoa é exposta de maneira muito gradual àquilo que lhe desperta medo, sempre com a participação do terapeuta).

Dependendo do caso, podem ser prescritos medicamentos de uso regular para controle da ansiedade, como antidepressivos, ou pontual, ou seja, apenas para situações de maior estresse, como sedativos ou drogas que evitam o aumento da pressão e a taquicardia (coração acelerado).

Como ajudar?
Segundo o psiquiatra, o primeiro passo para ajudar uma pessoa com fobia é não ridicularizar: “A pessoa sofre e muito com isso. Ela sabe que é absurdo, mas não consegue controlar, é irracional. Então, ela precisa da compreensão do próximo. Se gostamos e nos importamos com a pessoa, devemos orientá-la a buscar um tratamento”. (Dr. Jairo Bouer via UOL
 
Nota do blog: Jesus nos preveniu sobre o perigo do desenvolvimento do medo excessivo em nossas vidas quando disse: “Eu vos tenho falado estas coisas, para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo eu tenho vencido o mundo” (Jo 16:33).

Quando e como se deve tratar a fobia? Quando percebemos que nossa vida está ficando limitada a essa dificuldade, está interferindo em outras áreas comuns da vida, como trabalhar, se relacionar, comer, dormir ou sair.

Em casos mais graves, como vimos no artigo, uma consulta a um psiquiatra será necessária para a utilização de medicamento para amenizar os sintomas. No entanto, uma terapia, como um bom profissional da área psicológica, pode ser bem mais eficaz, levando a pessoa a desaprender o medo. Parte do tratamento pode levar a pessoa a ter contato com a fobia de maneira repetitiva para que o medo seja desafiado e enfraquecido acabando com o ciclo vicioso de reforço negativo que mantém os sintomas.
 
Na Bíblia, podemos encontrar um tratamento como esse sendo executado pelo próprio Deus a um profeta. Em I Reis capítulo 19, Elias foge de Jezabel com medo da morte e se esconde em uma caverna. Depois de sucessivas manifestações do poder de Deus, o Senhor fala com Elias por duas vezes com a seguinte pergunta: “Que fazes aqui Elias?” (v.9 e 13); depois o desafia a vencer seu medo/fobia – pois ele está isolado e pedindo a morte e não simplesmente protegendo a sua vida – enfrentado o que anteriormente o fizera fugir: “Vai, volta ao teu caminho…” (v.15). Como Deus tem lhe chamado a desafiar seus medos?
 
Temos que entender que nossas emoções negativas causadas por esse mundo de pecado, acumulam-se em nossos corações, devido a um passado sofrido, a traumas, abusos, perdas, rejeições, injustiças, dor, raiva, sentimentos de vingança, baixa autoestima, enfim, todos esses sentimentos e emoções trazem consequências que influenciam o nosso desenvolvimento, causando um desequilíbrio emocional em nossas vidas, fazendo-nos desenvolver fobias. Mas temos um Deus maravilhoso que se compadece de nós e nos tem provido meios de sermos vitoriosos em nossos temores. 
 
“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:7).

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10).
 
Fique também com este precioso conselho de Ellen G. White: "Se tomarmos conselho com as nossas dúvidas e temores, ou procurarmos solver tudo que não podemos compreender claramente, antes de ter fé, as dificuldades tão-somente aumentarão e se complicarão. Mas se chegarmos a Deus convencidos de nosso desamparo e dependência, tais quais somos, e com humilde e confiante fé fizermos conhecidas nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, e o qual tudo vê na criação, governando todas as coisas por Sua vontade e Palavra, Ele pode atender e atenderá ao nosso clamor, e fará a luz brilhar em nosso coração. Seja em terra ou no mar, se temos no coração o Salvador, nada há a temer. A fé viva no Redentor acalma o mar da vida, e Ele nos protege do perigo da forma que sabe ser a melhor" (Mente, Caráter e Personalidade 2, p. 475).

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