domingo, 14 de março de 2021

COMO NÃO SURTAR

"Um ano desde o começo oficial da pandemia do coronavírus... 
É fato que a saúde mental das pessoas piorou durante este período. E vamos levar muito tempo para nos recuperar disto que já pode ser chamado de trauma coletivo. Creio que não só eu, mas muita gente que tem feito e mantido isolamentos mais estritos que o meu, está esgotada. Seja pela incompetência do governo em tomar atitudes para combater a pandemia, seja pela inconsequência das pessoas em continuar saindo e se aglomerando sem necessidade, o que acarreta medidas cada vez mais restritivas. Pensemos nas pessoas que estão em casa, em frangalhos, tentando achar alguma normalidade na nova rotina. Pensemos também nas pessoas que fingem que nada está acontecendo e transformam sua rotina num eterno 'La La Land'. Pensemos também nas pessoas que continuam negando a realidade de forma raivosa. Todas estão com o psicológico cheio de problemas, e algumas, caso das últimas, em nível até patológico", disse Mari Rodrigues em seu artrigo na UOL.

O artigo abaixo, "Mantendo sua saúde mental em tempos de COVID-19" da Adventist Review, é particularmente útil e recomendamos que você o leia. Ele relaciona nossa situação durante a COVID-19 aos conselhos de Jesus em Mateus 6:25-27 sobre como superar a ansiedade.

A pandemia atual está trazendo todos os tipos de desafios psicológicos: ansiedade de morte, isolamento social, incerteza, preocupação em ter acesso às necessidades básicas e manter nossos empregos. As palavras isolamento, confinamento, prisão e coisas semelhantes têm um poderoso peso mental. Não apenas a mente, mas também o corpo paga um preço substancial.

Existem muitas recomendações boas sobre a melhor forma de lidar com esta pandemia, especialmente se você estiver confinado em casa. Deixe-me lembrar o que Jesus disse em Mateus 6:25-27: “Por isso eu digo a vocês: não se preocupem com a comida e com a bebida que precisam para viver nem com a roupa que precisam para se vestir. Afinal, será que a vida não é mais importante do que a comida? E será que o corpo não é mais importante do que as roupas? Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos? E nenhum de vocês pode acrescentar uma hora que seja à sua vida, por mais que se preocupe com isso.” (NTLH).

Agora, se alguém lhe disser “não se preocupe”, você pararia de se preocupar? A maioria de nós teria dificuldade em seguir o conselho. Mas Jesus nos dá cinco recomendações:

1. Observe a natureza em detalhes (Mateus 6:26, 28-30). Não se trata apenas de um “mero olhar”, mas de uma observação detalhada da beleza. Isso gera uma sensação de admiração, que tem um impacto positivo em suas emoções e o ajuda a valorizar a mão do Criador. Se você não puder sair, certifique-se de procurar fotos da natureza. Passe algum tempo observando as cores, imaginando a textura do que você vê e “cheirando” com sua mente como seria estar ali.

2. Permaneça no amor compassivo de Deus (v. 26). Você pode achar útil fazer um breve diário sobre as maneiras pelas quais viu a mão de Deus em sua vida hoje. Veja pelo que você pode ser grato ao Senhor, e passe algum tempo meditando nisso.

3. Viva de acordo com os valores do reino de Deus (v. 33). Quando nos sentimos ameaçados, somos tentados a pensar primeiro em nossas necessidades e esquecer os outros. Encontre maneiras simples de se estender a outras pessoas. Você pode enviar mensagens de texto, e-mail ou ligar para aqueles que você conhece. Decidi que continuarei a fornecer serviços psicológicos aos meus pacientes, quer receba ou não uma compensação pela duração desta pandemia. Você também pode encontrar uma maneira de continuar a servir os outros.

4. Não acredite em tudo que você pensa (v. 27). Nossos cérebros são uma criação maravilhosa. Jesus pergunta ironicamente se poderíamos acrescentar uma única hora às nossas vidas, preocupando-nos. Claro que não! Na verdade, estamos fadados a tirar horas de nossa vida se nos preocuparmos demais. Os terapeutas cognitivos chamam esses pensamentos de "distorções cognitivas":
- Pensamento tudo ou nada: quando tendemos a ver as coisas em termos extremos.
- Generalização exagerada: quando pegamos um evento negativo e acreditamos que ele representa um padrão abrangente.
- Filtro mental negativo: quando vemos as coisas com lentes pessimistas.

E assim por diante. Você pode facilmente pesquisar “distorções cognitivas” no Google e encontrará listas exaustivas.

É melhor se você anotar o que o preocupa, depois consultar a lista de “distorções cognitivas”, e ver qual delas se aplica. Desafie a distorção. Lembre-se: “A verdade o libertará” (João 8:32).

5. Estabeleça limites para o tempo que você se preocupa (v. 34). Jesus aparentemente reconheceu que Sua recomendação de “não se preocupar” (v. 25) não seria necessariamente facilmente seguida, e sugeriu que mantivéssemos as preocupações do dia para dentro daquele dia. Os especialistas concordam que, se você for se preocupar, estabeleça um horário para isso. Por exemplo, quando chegar às 17h, dedique meia hora inteira para se preocupar com tudo o que você precisa se preocupar. Não se distraia com mais nada. Se, durante o dia, você notar uma preocupação surgindo, diga a si mesmo que estará dedicando meia hora inteira a ela no horário combinado.

Finalmente, junte-se ao apóstolo Paulo em Filipenses 4:6-7: “Não se preocupe com nada. Não importa o que aconteça, conte a Deus sobre tudo. Peça, ore e agradeça a ele. Então a paz de Deus cuidará de seus corações e mentes. Ele fará isso porque você pertence a Cristo Jesus. A paz de Deus nunca pode ser completamente entendida.”

Sim! Conte tudo a Deus. Paulo quer dizer, não deixe nada de fora! Ao abrir o seu coração a Deus, saiba que você pertence a Cristo Jesus. Pois nEle não há medo nem pandemia que possa nos separar de Seu amor (Romanos 8:38, 39).

"Achamo-nos num mundo de sofrimento. Dificuldades, provações e dores nos aguardam em todo o percurso para o lar celestial. Muitos existem, porém, que tornam duplamente pesados os fardos da vida por estarem continuamente antecipando aflições. Se têm de enfrentar adversidade ou decepção, pensam que tudo se encaminha para a ruína, que a sua situação é a mais dura de todas, e que vão por certo cair em necessidade. Trazem assim sobre si o infortúnio e lançam sombras sobre todos os que os rodeiam. A própria vida se lhes torna um fardo. Entretanto não precisa ser assim. Custará um decidido esforço mudar a corrente de seus pensamentos. Mas essa mudança pode acontecer. Sua felicidade, tanto nesta vida como na futura, depende de que fixem a mente em coisas animadoras. Desviem-se eles do sombrio quadro, que é imaginário, voltando-se para os benefícios que Deus lhes tem espargido na estrada, e para além destes, aos invisíveis e eternos" (Ellen G. White - A Ciência do Bom Viver, p. 247 e 248).

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