terça-feira, 11 de janeiro de 2022

COMBATENDO AS TREVAS MORAIS

Esta época apresenta um triste quadro para aqueles cujos olhos foram abertos para discernir os males que prevalecem por toda parte. O temor e amor de Deus quase que abandonaram o mundo. Este é o tempo predito por Isaías, quando “trevas cobriram a Terra, e a escuridão, os povos” (Isaías 60:2). Multidões são desviadas pelos enganos de uma geração infiel, e vivem nas trevas do erro.

O malfazejo espírito de incredulidade encontra-se em todas as terras, e permeia todas as classes da sociedade. É ela ensinada livremente em muitas universidades, colégios e escolas superiores, e acha-se mesmo nas lições ministradas em algumas escolas comuns e creches. Milhares que professam ser cristãos dão atenção a espíritos enganadores.

O mundo hoje está em gritante necessidade de uma revelação de Cristo Jesus na pessoa de Seus santos. Deus deseja que Seu povo esteja perante o mundo como povo santo. Por quê? Porque há um mundo por ser salvo pela luz da verdade evangélica; e enquanto a mensagem de verdade, destinada a chamar os homens, das trevas para a maravilhosa luz de Deus, é dada pela igreja, a vida de seus membros, santificada pelo Espírito de verdade, deve dar testemunho da veracidade das mensagens proclamadas.

O mundo tem necessidade de uma demonstração do cristianismo prático. Visto como os que professam ser seguidores de Cristo são um espetáculo a um mundo incrédulo, é de toda a conveniência certificarem-se de estar na devida relação para com Deus. A fim de estar como luzes no mundo, precisam eles ter a luz do Sol da Justiça a brilhar constantemente sobre eles.

Sentimo-nos deprimidos, muito deprimidos, ao contemplarmos o mundo e sua impiedade. O mundo professamente cristão acha-se envolto nas trevas que cobrem a Terra. Suspiramos e choramos pelas abominações que se praticam. Por que será que toda essa impiedade não irrompe em decidida violência contra a justiça e a verdade? É porque os quatro anjos estão retendo os quatro ventos, para que não soprem sobre a Terra. Mas as paixões humanas estão alcançando um alto nível, e o Espírito do Senhor está sendo retirado da Terra. Não fosse haver Deus ordenado que instrumentos angélicos controlassem os instrumentos satânicos que lutam por soltar-se e destruir, e não haveria esperança. Mas os ventos serão detidos até que os servos de Deus estejam selados na fronte. 

Em meio às trevas morais há de brilhar a luz em raios claros e distintos. Mas toda pessoa precisa volver a face em direção à luz, para refleti-la. Devemos louvar a Deus muito mais do que fazemos. Devemos mostrar que temos motivos para regozijar-nos. “Vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9). Estamos fazendo isso na plena medida em que o devemos fazer? Revelamos no lar aquele amor que honra e glorifica nosso Redentor? 

Por negras que sejam as nuvens que se acumulam sobre o mundo na atualidade, há luz para além. Ignorância, superstição, trevas e descrença hábil e consumada, defrontar-nos-ão a cada passo para a frente. Mas nossa fé deve elevar-se acima de tudo, e ver o arco da promessa envolvendo o trono. Devemos refletir a luz, pela pena e de viva voz, louvando a Deus perante o mundo. 

As trevas morais de um mundo arruinado apelam a homens e mulheres cristãos para que se entreguem a esforço individual, para que dêem de seus meios e influências, a fim de que possam eles alcançar a imagem dAquele que, embora possuindo infinitas riquezas, Se fez pobre por nós.

Devemos orar pela descida do Espírito Santo com tanto fervor quanto os discípulos oraram no dia do Pentecostes. Se dEle necessitaram naquele tempo, muito mais necessitamos nós agora. Trevas morais, como uma mortalha cobrem a Terra Toda espécie de falsas doutrinas, heresias e enganos satânicos estão desviando a mente dos homens. Sem o Espírito e o poder de Deus será em vão trabalharmos para apresentar a verdade.

Quando o povo de Deus se separar tão completamente do mal que Ele possa fazer repousar sobre eles em rica medida a luz do Céu, e esta se refletir deles, para o mundo, então se cumprirá mais plenamente do que jamais no passado, a profecia de Isaías: “As nações [os gentios] caminharão à tua luz, e os reis, ao resplendor que te nasceu. … A abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão” (Isaías 60:3 e 5). Os que amam e servem a Deus devem ser a luz do mundo, brilhando entre as trevas morais.

Ellen G. White (via Nos Lugares Celestiais, pp. 95 e 322)

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