O termo egoísmo faz referência ao amor excessivo e não moderado que uma pessoa sente por ela mesma e que a leva a olhar desmedida e quase exclusivamente pelos seus próprios interesses. Portanto, o egoísta não se interessa pelo interesse do próximo e rege os seus atos em função da sua absoluta conveniência.
Vivemos num mundo maligno. As intenções que movem as pessoas são de fato egoístas. Na cosmovisão bíblica, o mundo está imerso numa constante decadência moral, resultado do pecado que impera na vida das pessoas. Nesse sentido, a natureza humana é egoísta e má, pondo em evidência só o que é favorável a si própria.
Na Bíblia encontramos frases como “Negue-se a si mesmo” (Lucas 9:23); “Ninguém se glorie” (Efésios 2:9); “Ninguém busque o seu próprio interesse” (1 Coríntios 10:24); “Não vivam mais para si mesmos” (2 Coríntios 5:15); “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:27) e muitos outros que fazemos questão de não decorar porque denunciam a mais importante e difícil transformação a ser feita: a morte do eu.
Ellen G. White afirma: "O pecado com que mais se condescende, e que nos separa de Deus e produz tantas contagiosas perturbações espirituais, é o egoísmo" (Conselhos para a Igreja, p. 81). O egoísmo segue como a marca dos atuais tempos da humanidade. Continua Ellen G. White: "Os perigos dos últimos dias estão a alcançar-nos. Os que vivem para agradar-se e satisfazer-se a si mesmos estão desonrando ao Senhor. Ele não pode operar por intermédio deles, pois O representariam mal perante os que são ignorantes da verdade". E completa: "O egoísmo é a essência da depravação, e, devido a se terem os seres humanos submetido ao seu poder, o que se vê no mundo é o oposto à fidelidade a Deus. Nações, famílias, e indivíduos estão cheios do desejo de fazer do eu um centro" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 273).
Vejam também que interessante o que diz Ellen G. White: "Embora o pecado tenha estragado a perfeita obra de Deus, Sua caligrafia ainda permanece. Com exceção do coração egoísta do ser humano, não há nada que viva apenas para si mesmo. Cada árvore, cada arbusto e cada folha exala oxigênio, sem o qual nem as pessoas nem os animais poderiam viver. O oceano recebe cursos de água de todas as partes, somente para devolvê-los. O vapor que dele sobe cai em forma de chuva para regar a terra, de modo que as plantas possam crescer e florescer" (O Libertador, pp. 11-12).
O egoísmo, como tal, é um conceito oposto ao altruísmo. A pessoa altruísta sacrifica o seu próprio bem-estar a favor dos outros; isto é, zela pelo bem-estar alheio antes do seu próprio bem-estar. Escreve Ellen G. White: "Quem nos dera amor, sagrado, santo e altruísta amor! Reconheçamos, como representantes do Senhor, que terrível coisa é representar falsamente o Salvador, revelando egoísmo" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 277).
Um sujeito egoísta é aquele que se coloca no centro do seu universo. Diferente da cultura popular que defende que o egoísta acredita que "o mundo, inclusive as pessoas ao seu redor, foram criadas para ele e somente para ele", o egoísta, na verdade, é uma pessoa que prioriza a si mesmo em relação aos outros. Um sujeito egoísta é aquele que acredita que, na sua perspectiva de ser, é mais importante do que os demais seres. Aconselha Ellen G. White: "Não deverias falar tanto em ti mesmo, pois isso não dará forças a ninguém. Não deves fazer de ti o centro, imaginando que devas constantemente cuidar de ti, e levando outros a cuidarem de ti. Afasta teu pensamento de ti mesmo para um conduto mais sadio. Fala em Jesus, e deixa que se vá o próprio eu" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 272).
Wesley Huber afirma: "Não existe nada tão morto quanto um egoísta — uma pessoa empinada, que acredita ter-se feito sozinha, que se avalia por si mesma e ainda fica satisfeita com o resultado." Como alerta Charles Elliot: "Não pense demais sobre si mesmo. Procure cultivar o hábito de pensar nos outros e isso lhe trará recompensas. O egoísmo sempre traz a sua própria vingança." E para finalizar, John Mason diz: "O melhor amigo de um egoísta é ele próprio. O melhor para as pessoas que estão profundamente apaixonadas por si mesmas é que se divorciem."
O egoísmo é o fundamento do pecado. Por isso, cuidado com aquilo que vem disfarçado de realização pessoal, satisfação e prazer, mas apenas alimenta o sentimento egoísta que nasceu no coração de Lúcifer no Céu. Quando ele se rebelou no Céu, o sentimento que extravasou em seu coração foi o egocentrismo. Em Isaías 14:13 e 14, estão registradas cinco menções do pensamento dele em relação a si mesmo. Elas revelam sua autoidolatria. Desde que ele conseguiu infectar o ser humano com esse mal, somos todos inclinados a pensar e agir da mesma forma.
Se o orgulho e o egoísmo fossem colocados de lado, cinco minutos bastariam para remover a maioria das dificuldades. Para controlar o eu, recomendo duas atitudes: (1) mudança de direção, tirando o eu do centro da vida e colocando “em primeiro lugar, o reino de Deus” (Mt 6:33); e (2) busca permanente por santificação, “sem a qual ninguém verá ao Senhor” (Hb 12:14). Quanto mais você buscar a Deus, mais vazio será o eu. Seu coração estará naquilo que realmente tem valor para a eternidade e não cairá nas armadilhas do inimigo.
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