sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

SINAIS

Sinais cósmicos e o grande terremoto antes da segunda vinda de Jesus ainda estão para se cumprir?

O texto bíblico declara que a segunda vinda de Cristo seria precedida por um grande terremoto, bem como por sinais cósmicos no Sol, na Lua e nas estrelas (ver Jl 2:31; Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25; Ap 6:12, 13). Os adventistas creem que estes sinais se cumpriram respectivamente com o terremoto de Lisboa, no dia 1º de novembro de 1755; o escurecimento do Sol e a Lua em cor de sangue, em 19 de maio de 1780; e a queda das estrelas, na noite de 13 de novembro de 1833. Mas pelos menos três argumentos básicos têm sido usados contra tais identificações.

Um dos argumentos é que esses acontecimentos não passariam de fenômenos naturais, reincidentes e explicáveis cientificamente, que não poderiam ser considerados cumprimentos proféticos. Devemos reconhecer, no entanto, que esses fenômenos são “sinais” (Lc 21:25) mais importantes pelo seu significado do que pela sua própria natureza. Além disso, em várias outras ocasiões, Deus usou meios naturais com propósitos espirituais. Por exemplo, o dilúvio envolveu água e uma arca (Gn 6-8); e entre as pragas do Egito haviam rãs, piolhos, moscas, pestes, úlceras, saraiva, gafanhotos e trevas (Êx 7-12). De modo semelhante, os sinais cósmicos, mesmo podendo ser explicados cientificamente, apontavam para importantes realidades espirituais.

Outro argumento usado contra as identificações acima mencionadas é que elas já estão demasiadamente distantes da segunda vinda de Cristo para ainda ser consideradas sinais desse evento. Mas Cristo deixou claro que esses sinais deveriam ocorrer “logo em seguida à tribulação daqueles dias” (Mt 24:29), ou seja, próximo ao término dos 1.260 anos de supremacia papal (Dn 7:25). Apocalipse 6:12-14 esclarece que a sequência terremoto/sol/lua/estrelas ocorreria no contexto da abertura do sexto selo, e não do sétimo selo, que é a segunda vinda de Cristo. William H. Shea, em seu artigo “A marcha dos sinais”, Ministério, maio-junho de 1999, pp. 12-13, identifica a seguinte sequência profética:

(1) o grande terremoto de 1755; (2) o dia escuro de 1780; (3) o juízo sobre a besta em 1798; (4) a queda das estrelas em 1833; e (5) o início do juízo investigativo pré advento em 1844.

Assim como o grande terremoto e o dia escuro precederam o juízo sobre a besta, a queda das estrelas antecedeu o início do juízo investigativo.

Um terceiro argumento contra tais identificações é que o terremoto de Lisboa em 1755 não foi o mais intenso abalo sísmico já registrado. Independentemente de sua intensidade, o terremoto de Lisboa foi o mais significativo, em temos proféticos. Como prenúncio do término dos 1.260 anos de supremacia papal, o terremoto ocorreu em um domingo, Dia de Todos os Santos, quando os devotos católicos estavam reunidos em suas igrejas, e nenhum dos supostos santos os conseguiu proteger. Otto Friedrich, em sua obra O fim do mundo (Rio de Janeiro: Record, 2000), pp. 227-271, afirma que alguns padres e freiras anteviram em sonhos e visões que Lisboa seria destruída.

A posição tradicional adventista é confirmada em Nisto Cremos: as 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 8ª ed. (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), pp. 417-419; e Tratado de Teología Adventista del Séptimo Día (Buenos Aires: Asociación Casa Editora Sudamericana, 2009), p. 1015-1017.

Ellen G. White, em O Grande Conflito, pp. 636-637, reconhece que, por ocasião da segunda vinda de Cristo, “o Sol aparecerá resplandecendo” à meia-noite e um “grande terremoto” abalará a Terra (Ap 16:18). Mas na mesma obra (pp. 304-308, 333-334), ela assegura que os sinais cósmicos mencionados especificamente pelo profeta Joel (Jl 2:31), por Cristo (Mt 24:29; Mc 13:24, 25; Lc 21:25) e pelo apóstolo João (Ap 6:12, 13) se cumpriram respectivamente em 1755, 1780 e 1833. Ellen White assim descreve esses sinais:

Terremoto - "Em cumprimento dessa profecia, em 1755 ocorreu o mais terrível terremoto que já se registrou. Conhecido como terremoto de Lisboa, estendeu-se pela Europa, África e América. Foi sentido na Groenlândia, nas Antilhas, na Ilha da Madeira, na Noruega e na Suécia, na Grã-Bretanha e na Irlanda, numa extensão de mais de dez milhões de quilômetros quadrados. Na África o choque foi quase tão violento quanto na Europa. Grande parte da Argélia foi destruída. Uma vasta onda varreu a costa da Espanha e da África, submergindo cidades."

O dia escuro - "Vinte e cinco anos mais tarde apareceu o sinal seguinte mencionado na profecia — o escurecimento do Sol e da Lua. O tempo de seu cumprimento fora definidamente indicado na conversa do Salvador com os discípulos, no Olivete. 'Naqueles dias, após a referida tribulação, o Sol escurecerá, a Lua não dará a sua claridade' (Marcos 13:24). Os 1.260 dias, ou anos, terminaram em 1798. Um quarto de século antes, a perseguição cessara quase completamente. Em seguida à perseguição, o Sol deveria escurecer-se. Em 19 de maio de 1780 cumpriu-se esta profecia. Esse dia figura na história como 'o Dia Escuro'. Desde o tempo de Moisés, nenhum período de trevas de igual densidade, extensão e duração, fora registrado. Se todos os corpos luminosos do Universo tivessem sido envoltos em sombras impenetráveis, ou arrancados da existência, as trevas não teriam sido mais completas. Depois da meia-noite as trevas se desvaneceram, e a Lua, ao tornar-se visível, tinha a aparência de sangue.

A queda das estrelas - "Em 1833, dois anos depois que Guilherme Miller começou a apresentar em público as provas da próxima vinda de Cristo, apareceu o último dos sinais que foram prometidos pelo Salvador como indícios de Seu segundo advento. Disse Jesus: 'As estrelas cairão do céu' (Mateus 24:29). E João, no Apocalipse, declarou, ao contemplar em visão as cenas que deveriam anunciar o dia de Deus: 'E as estrelas do céu caíram sobre a Terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte' (Apocalipse 6:13). Esta profecia teve cumprimento surpreendente e impressionante na grande chuva meteórica de 13 de novembro de 1833. Aquela foi a mais extensa e maravilhosa exibição de estrelas cadentes que já se tem registrado."

Portanto, a Igreja Adventista do Sétimo Dia aceita os eventos ocorridos nessas datas como sendo os sinais preditos em Mateus 24:29.

Lembremo-nos sempre de que, mais importante do que os sinais em si é a pessoa para a qual os sinais apontam: Jesus Cristo. Devemos amar a vinda dEle, mas sem descuidar da nossa comunhão com Ele agora e da missão de falar do amor e da salvação que Ele ainda oferece. Ele voltará em breve? Sim, eu creio nisso. Mas minha vida pode ser ainda mais breve do que esse grande evento, posto que tão frágil e incerta. Isso é um lembrete de que nosso preparo tem que ser diário; nossa ligação com Deus tem que ser constante, e não dependente de acontecimentos e circunstâncias.

[Com informações de Centro White]

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