O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda 2023 termina nesta quarta-feira (31). Caso você ainda tenha dúvidas se os dados estão corretos ou mesmo que não tenha todos os documentos, a recomendação dos especialistas é a de cumprir o prazo estipulado pela Receita Federal. Ou seja, é melhor entregar incompleta e fazer as correções necessárias posteriormente. Quem não entregar a declaração a tempo está sujeito ao pagamento de uma penalização mínima de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido - e, dependendo do caso, pode até ficar com o nome sujo e ter o CPF apontado como irregular pelo Fisco.
A Bíblia como regra de fé, de conduta e de salvação, também nos dá o exemplo de como devemos nos comportar diante do imposto de renda exigido pelo governo.
Em Mateus 22:17-21, os fariseus fizeram uma pergunta a Jesus: "Dize-nos, pois: que te parece? É lícito pagar tributo a César ou não? Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus."
Ellen G. White comenta: "A resposta de Cristo... foi... uma réplica sincera. Segurando a moeda romana sobre que se achavam inscritos o nome e a imagem de César, declarou que, uma vez que estavam vivendo sob a proteção do poder romano, deviam prestar àquele poder o apoio que lhes exigia, enquanto isso não estivesse em oposição a um mais elevado dever. Mas, conquanto pacificamente sujeitos às leis da Terra, deviam em todos os tempos manter primeiramente lealdade para com Deus" (O Desejado de Todas as Nações, p. 602).
Concordando plenamente, o apóstolo Paulo ensinou: "Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Romanos 13:6–7).
Parece haver uma quantidade infinita de impostos aos quais cidadãos e participantes da economia local e global estão sujeitos. Os impostos são impopulares e, às vezes, as agências governamentais encarregadas de coletá-los são julgadas com repugnância, sejam elas corruptas ou não. Isso não é novidade. Coletores de impostos não tinham uma boa reputação nos tempos bíblicos (Mateus 11:19; 21:31-32; Lucas 3:12-13).
De um modo geral, os impostos destinam-se a permitir o funcionamento benéfico da sociedade. Dependendo das prioridades, a receita fiscal nem sempre é usada da melhor forma. A objeção mais frequente ao pagamento de impostos é que o dinheiro está sendo mal utilizado pelo governo ou até usado para fins malignos. Isso, no entanto, não é nossa preocupação. Quando Jesus disse: "Dai a César...", o governo romano não era de modo algum um governo justo. Quando Paulo nos instruiu a pagar impostos, Nero, um dos imperadores romanos mais perversos da história, era o chefe do governo. Devemos pagar nossos impostos mesmo quando o governo não honra a Deus.
Por mais que odiemos os impostos, por mais que acreditemos que o sistema tributário seja corrupto e injusto, por mais que acreditemos que nosso dinheiro poderia ser investido em coisas muito melhores – sim, a Bíblia nos ordena a pagar nossos impostos. Romanos 13:1–7 deixa claro que devemos nos submeter ao governo. O único caso em que podemos desobedecer ao governo é quando nos diz para fazer algo que a Bíblia proíbe.
Ellen G. White diz: "Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer a Deus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana. Um 'Assim diz o Senhor', não deve ser posto à margem por um 'Assim diz a igreja', ou um 'Assim diz o Estado'. A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademas de autoridades terrestres" (Atos dos Apóstolos, p. 69).
A Bíblia não proíbe o pagamento de impostos. De fato, a Bíblia nos encoraja a pagar impostos. Portanto, devemos nos submeter a Deus e à Sua Palavra - e pagar nossos impostos.
Em outra ocasião, Jesus deu-nos um exemplo de boa cidadania ao pagar impostos. A Bíblia diz em Mateus 17:27: “Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti.”
Ellen G. White comenta: "Conquanto Jesus tornasse claro não Se achar sob obrigação de pagar o tributo, não entrou em discussão com os judeus a respeito do assunto; pois teriam interpretado mal Suas palavras, virando-as contra Ele. Para não escandalizá-los por não dar o tributo, fez aquilo que não Lhe poderia com justiça ser exigido" (O Desejado de Todas as Nações, p. 305).
Os cristãos sabem que tudo que temos pertence a Deus. Somos administradores encarregados de investir nosso dinheiro e outros recursos em coisas com valor eterno. Somos chamados a sustentar nossas famílias (1 Timóteo 5:8) e a dar generosamente (2 Coríntios 9:6–8). Também é sábio economizar (Provérbios 6:6-8) e perfeitamente aceitável gastar dinheiro conosco e agradecer a Deus por Suas boas dádivas (Tiago 1:17; Colossenses 3:17). Pagar impostos é um dever de todo cidadão e os cristãos são chamados a ser bons cidadãos. No entanto, os cristãos são, em última análise, cidadãos do céu (Filipenses 3:20). Reduzir nossa carga tributária nesta vida deveria ter como meta investir no reino de Deus para a eternidade.
Fique também com esta linda reflexão de Marcos De Benedicto extraída do livro Meditações Diárias - Um Olhar para o Céu:
No início de 2013, o ator francês Gerard Depardieu foi registrado como residente da cidade russa de Saransk, onde abriria um restaurante. O motivo da nova cidadania não era seu amor pela Rússia, mas a fuga dos altos impostos na sua pátria. No ano anterior, ele já havia se mudado para a Bélgica a fim de evitar um imposto de 75% para os milionários na época.
Imposto é um mal necessário, mais mal do que necessário, que só sobrevive por força da lei. Onde há dinheiro, há imposto. E, às vezes, o imposto existe mesmo onde não há dinheiro. Exorbitante, geralmente injusto, mal empregado, o imposto é tão certo quanto a morte. Por sua natureza e seus efeitos, podemos concluir que o imposto também é parte do salário do pecado!
Na qualidade de bom cidadão, o cristão obedece às leis e paga impostos. O próprio Jesus disse que devemos dar ao imperador o que é do imperador e a Deus o que é de Deus. Mas, certamente, nem o cristão consegue pagar impostos de boa vontade quando sabe que um carro ou computador em seu país custa o dobro do preço em outros países que oferecem infraestrutura melhor.
Do imposto, não dá para fugir. Porém, podemos pagar "imposto" para alguém que concede uma restituição muito maior e melhor. Quando damos a Deus o que é de Deus, podemos ter certeza de que o investimento tem um retorno garantido.
Certa vez, um assessor fiscal foi até um cristão pobre para determinar a quantidade de impostos que ele teria que pagar. "Que propriedade você possui?", perguntou o assessor. "Sou um homem muito rico", replicou o cristão. "Enumere seus bens, por favor", instruiu o assessor. O cristão disse:
Primeiro, tenho a vida eterna (Jo 3:16).
Segundo, tenho uma mansão no Céu (Jo 14:2).
Terceiro, tenho paz que excede todo o entendimento (Fp 4:7).
Quarto, tenho alegria inexprimível (1Pe 1:8).
Quinto, tenho amor divino que nunca falha (1Co 13:8).
Sexto, tenho uma esposa fiel e virtuosa (Pv 31:10).
Sétimo, tenho filhos obedientes e felizes (Êx 20:12).
Oitavo, tenho amigos verdadeiros e leais (Pv 18:24).
Nono, tenho canções à noite (Sl 42:8).
Décimo, tenho a coroa da vida (Tg 1:12).
O assessor fechou o notebook e disse: "Você é verdadeiramente um homem muito rico, mas sua propriedade não está sujeita a impostos."
Dê a Deus o que é de Deus, e você, com uma nova cidadania, terá bens fora do alcance do Fisco. O Leão da tribo de Judá não pega ninguém na malha fina.
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