Eu e você temos pelo menos uma coisa em comum: Deus nos deu exatamente o mesmo espaço de tempo cada dia. Cada um de nós recebe 24 horas por dia para viver. Isso é igual para todos.
Segundo a Bíblia, nosso tempo médio de vida é de 70 anos. Em alguns casos, pode chegar a 80, ou até mais, dependendo do vigor físico. Moisés, o provável autor do Salmo 90, viveu 120 anos (Dt 34:7), e seu irmão Arão, 123 (Nm 33:39). Mesmo que seja muito, é pouco se comparado com a idade que os patriarcas atingiam: Adão, 930 anos; Sete, 912; Jarede, 962. E o campeão de todos, Matusalém, viveu 969 anos. Quase um milênio! Hoje a nossa vida está reduzida a menos de um décimo disso.
O que o salmista está realmente querendo nos ensinar é que, mesmo que você viva 80 anos ou mais, a vida é curta, se comparada com a eternidade. No fim do verso 10, do Salmo 90, o autor diz: “Porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.”
Davi diz a mesma coisa com outras palavras: “O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa” (Sl 144:4). E o apóstolo Pedro, citando Isaías, diz: “Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor” (1Pe 1:24; ver Is 40:6, 7).
Essas são maneiras diferentes de dizer que a vida humana é transitória e que estamos aqui por pouco tempo. Diante dessa realidade, o grande desafio que temos é o de usar sabiamente o curto espaço de tempo que Deus nos concede. É isso que diz o Salmo 90:12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.”
E que sabedoria será essa, na qual devemos aplicar nosso coração? Sem dúvida alguma, é aquela que nos leva a utilizar nossa vida como preparativo para a vida eterna. Essa vida deve ser a escola que nos educa para a eternidade. Essa é a mensagem central do Salmo 90. Ao compreendermos que a vida é um sopro que logo se extingue, devemos aplicar cada minuto naquilo que realmente tem valor: o preparo para a eternidade.
O sábio Salomão também desvendou o grande enigma de como devemos viver. De maneira especial, no capítulo 12 do livro de Eclesiastes, fala-se sobre a brevidade da vida e o quanto é necessário priorizarmos Deus em tudo o que fazemos enquanto somos jovens e temos tempo, e aguardamos ansiosos a vinda de Cristo.
Salomão, em sua sabedoria, ensina-nos que devemos viver a vida intensamente (Ec 12:1). Como? Fazermos tudo o que dá vontade? Sim. Desde que a nossa vontade esteja em sintonia com a vontade de Deus. Desfrutar dos prazeres criados por Deus no tempo certo e de maneira correta. Aproveitar o dia. Entregar nossos melhores dias e o nosso vigor a Ele, o quanto antes pudermos. Viver à disposição de Deus.
Salomão também aconselha-nos a viver a vida esperançosamente. Na continuação do capítulo 12, o autor retrata a velhice. E com isso podemos alegrar-nos, pois quem envelhece servindo a Deus e esperando nEle, é estimulado e fortalecido (Is 40:31).
E por último, viver a vida sabiamente, temendo a Deus e obedecendo aos Seus mandamentos. Dessa forma, “pensar na vida” torna-se mais leve, não é? E com certeza acende em nós uma felicidade, na medida em que entendemos que a morte não é o nosso fim se vivermos para recebermos a vida eterna em Cristo Jesus. Ellen G. White declara: "Temos uma alma a ser salva ou perdida, e devemos perguntar com a maior sinceridade: 'Que farei para obter a vida eterna?' No melhor dos casos, a vida é curta, e é necessário que vivamos esta curta vida em harmonia com a lei de Deus, a qual é a lei do Universo" (E Recebereis Poder, p. 362).
Como vimos, a administração sensata do nosso tempo é um assunto muito espiritual. O Senhor nos deu graciosamente o tempo e somos responsáveis pelo sábio uso dele. Concluímos com este maravilhoso pensamento de Ellen G. White:
"Nosso tempo pertence a Deus. Cada momento é Seu, e estamos sob a mais solene obrigação de aproveitá-lo para Sua glória. De nenhum talento que nos concedeu requererá Ele mais estrita conta do que de nosso tempo. Cristo considerava precioso todo momento, e assim devemos considerá-lo. A vida é muito curta para ser esbanjada. Temos somente poucos dias de graça para nos prepararmos para a eternidade. Não temos tempo para dissipar, tempo para devotar aos prazeres egoístas, tempo para contemporizar com o pecado. Agora é que nos devemos formar o caráter para a futura vida imortal. Somos advertidos a remir o tempo. O tempo esbanjado nunca poderá ser recuperado, porém. Não podemos fazer voltar atrás nem sequer um momento. A única maneira de podermos remir nosso tempo consiste em utilizar o melhor possível o que nos resta, tornando-nos coobreiros de Deus em Seu grande plano de redenção. A vida é muito solene para ser absorvida em negócios terrenos e temporais, em um remoinho de cuidados e ansiedades pelas coisas terrenas que são apenas um átomo em comparação com as de interesse eterno" (Parábolas de Jesus, pp. 342-345).
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