Entre tantas evidências dos últimos dias da Terra estão também fenômenos sociais e humanos. Jesus pede que estejamos atento aos tempos, assim como alguém se atenta para o dia da colheita de uma figueira (Mateus 24). É costume dos cristãos que aguardam a volta de Jesus tentar se atentar a sinais mais literais e físicos, como o escurecimento do sol, queda das estrelas, etc. No entanto, existem outros fatores tão evidentes quanto, mas que por sua natureza subjetiva são menos observados. Mas talvez sejam os mais evidentes.
Paulo nos adverte sobre alguns personagens que aparecerão nos últimos tempos. É uma lista terrível. Semelhantes têm aparecido em outros momentos, mas somos guiados por sua advertência a apreender que eles aparecerão em maior número nos últimos dias do que em qualquer época anterior: “Lembre disto: nos últimos dias haverá tempos difíceis. Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão respeito pela religião. Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem. Serão traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a Deus; parecerão ser seguidores da nossa religião, mas com as suas ações negarão o verdadeiro poder dela. Fique longe dessa gente!” (2 Timóteo 3:1-5).
EGOÍSTAS
A antítese do genuíno espírito cristão de abnegação (1Co 13:5) e mansidão (Mt 5:5). Vivemos num mundo maligno. As intenções que movem as pessoas são de fato egoístas. Na cosmovisão bíblica, o mundo está imerso numa constante decadência moral, resultado do pecado que impera na vida das pessoas. Nesse sentido, a natureza humana é egoísta e má, pondo em evidência só o que é favorável a si própria. Na Bíblia encontramos frases como “Negue-se a si mesmo” (Lucas 9:23); “Ninguém se glorie” (Efésios 2:9); “Ninguém busque o seu próprio interesse” (1 Coríntios 10:24); “Não vivam mais para si mesmos” (2 Coríntios 5:15); “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:27) e muitos outros que fazemos questão de não decorar porque denunciam a mais importante e difícil transformação a ser feita: a morte do eu. O egoísmo segue como a marca dos atuais tempos da humanidade. Diz Ellen G. White: "Os perigos dos últimos dias estão a alcançar-nos. Os que vivem para agradar-se e satisfazer-se a si mesmos estão desonrando ao Senhor. Ele não pode operar por intermédio deles, pois O representariam mal perante os que são ignorantes da verdade". E completa: "O egoísmo é a essência da depravação, e, devido a se terem os seres humanos submetido ao seu poder, o que se vê no mundo é o oposto à fidelidade a Deus. Nações, famílias, e indivíduos estão cheios do desejo de fazer do eu um centro" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 273).
AVARENTOS
Do grego philarguroi, “amantes do dinheiro” (ver com. de Lc 16:4; cf. com. de 1Tm 6:10). O apego aos bens materiais é a raiz dos grande problemas do mundo. Ele está na base de grande parte das filosofias políticas e econômicas, sendo, assim, responsável pela maioria dos conflitos nacionais e de classes. Em Lucas 12:15-21, Jesus apresentou os aspectos negativos da vida de um homem “avarento” e sordidamente apegado ao dinheiro, obcecado por adquirir e acumular, alguém que não é generoso. Ellen G. White adverte: "Não deves ser avarento, mas honesto contigo mesmo e com teus irmãos. A avareza é um abuso das beneficências de Deus. Seja qual for a vossa vocação ou posição, se acariciardes o egoísmo e a cobiça, sobre vós recairá o desagrado do Senhor" (Conselhos sobre Mordomia, p. 145).
ORGULHOSOS
Orgulho é sinônimo de arrogância, altivez, soberba, prepotência. São os que consideram os outros com desprezo ou desrespeito. O orgulho é uma doença espiritual maligna e silenciosa. O orgulho sufoca, destrói, mata, derruba. É um pecado mencionado com bastante frequência nas Escrituras e todas as suas menções indicam que Deus o odeia. Ellen G. White adverte: "Deus aborrece o orgulho, e… todos os orgulhosos, e todos os que procedem impiamente, serão como palha, e o dia que está para vir os consumirá. [...] A soberba é um terrível aleijão no caráter. 'A soberba precede a ruína'. Isto é verdade na família, na igreja e na nação. Sempre que a ambição e o orgulho são tolerados, a vida é maculada; pois o orgulho, não sentindo necessidade, cerra o coração para as bênçãos infinitas do Céu" (Mensagens aos Jovens, p. 128 / Profetas e Reis, p. 60).
VAIDOSOS
Em sentido bíblico original, a “vaidade” não se referia primariamente à obsessão pela aparência, mas à falta final de significado dos esforços humanos. Depois de Salomão mencionar seus grandes feitos e sua busca hedonista pelo prazer, concluiu: “E eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Ec 2:11). Sabemos também que todos os troféus e conquistas humanos, todos os deuses pessoais e sociais não passam de vaidade. O texto bíblico nos diz: “Nossos pais herdaram só mentiras e vaidade, em que não havia proveito. Porventura fará um homem deuses para si, que contudo não são deuses?” (Jr 16:19, 20, ACF). Ellen G. White alerta: "A vaidade e a presunção estão matando a vida espiritual. O eu é exaltado; fala-se sobre o eu. Oh! se morresse esse eu! 'Cada dia morro' (1Co 15:31), disse o apóstolo Paulo. Quando esta orgulhosa, jactanciosa presunção, e esta complacente justiça própria permeiam a alma, não há lugar para Jesus. É-Lhe dado um lugar inferior, ao passo que o eu incha em importância, e enche todo o templo da alma. Eis a razão por que o Senhor pode fazer tão pouco por nós" (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 210).
XINGADORES
Ou blasfemadores, ou caluniadores, ou abusadores, são os que falam mal na tentativa de prejudicar a reputação de outros, seja de Deus ou de outras pessoas. Um dos sinais bíblicos que apontam para o tempo do fim é a proliferação de escarnecedores, aqueles que debocham da fé e do próprio Deus como escreveu Pedro em sua segunda carta, capítulo 3 verso 3: "Nos últimos dias, virão escarnecedores com seus escárnios, andando segundo suas próprias paixões". Infelizmente, este tipo de atitude desrespeitosa só tem aumentado. Quem blasfema mostra desprezo por Deus. Blasfêmia é rejeitar Deus de forma consciente. Não há salvação para o blasfemo que rejeita Deus completamente e se recusa a reconhecer Sua ação. Ellen G. White alerta: "Quando houver sido feita a última decisão, quando todos houverem tomado partido, ou em favor Cristo e dos mandamentos, ou em favor do grande apóstata, Deus levantar-Se-á em Seu poder, e para sempre será tapada a boca aos que blasfemaram contra Ele. Todo poder oponente receberá a sua punição" (Carta 28, 1900).
DESOBEDIENTE AOS PAIS
Em toda a Escritura, a desobediência aos pais é tratada como um dos piores males (Rm 1:30; 2Tm 3:2). Ellen G. White adverte: "Nestes últimos dias, os filhos se fazem notar tanto por sua desobediência e desrespeito, que Deus os tem observado especialmente, e isto constitui um sinal da proximidade do fim. É um indício de que Satanás tem completo domínio sobre a mente dos jovens. Por parte de muitos, já não há respeito para com a idade" (Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 76). A palavra “obediência” não soa agradável aos ouvidos modernos, mas os que se ressentem dela como uma “imposição” devem assumir sua parcela de culpa pelo alarmante aumento da delinquência juvenil nos últimos tempos.
INGRATOS
A ingratidão é manifestada apesar dos benefícios recebidos de Deus. Os que são “amantes de si mesmo” raramente são gratos. A invenções modernas têm contribuído para a autossuficiência humana que, com frequência, faz com que as pessoas não sintam necessidade das bênçãos de Deus. Ellen G. White afirma: “Como Deus considera nossa ingratidão e falta de apreciação por Suas bênçãos? Quando vemos alguém desprezar ou usar mal nossas dádivas, nosso coração e nossas mãos se fecham contra essa pessoa. Mas os que recebem as dádivas misericordiosas de Deus, dia após dia e ano após ano empregam mal Suas bênçãos e negligenciam as pessoas por quem Cristo deu Sua vida. Os meios que Ele emprestou para sustentar Sua causa e construir Seu reino são investidos em casas e terras, desperdiçados com o orgulho e satisfação própria, e o Doador é esquecido” (Advent Review and Sabbath Herald, 7 dezembro de 1886).
VIOLENTOS
Estamos vivendo em um mundo sem sentido do qual o Espírito Santo vai Se retirando paulatinamente. Vejamos o que diz Ellen G. White: "Foi-me mostrado que o Espírito do Senhor está-Se retirando da Terra. O poder mantenedor de Deus logo será recusado a todos os que continuam desrespeitando os Seus mandamentos. Os relatos de transações fraudulentas, homicídios e crimes de toda a espécie chegam até nós diariamente. [...] Roubos ousados são ocorrência frequente. Homens possuídos de demônios tiram a vida a homens, mulheres e crianças. Os homens têm-se enchido de vícios, e campeia por toda parte toda espécie de mal. Os terríveis relatos que ouvimos de atos de violência declaram que o fim de todas as coisas está próximo. Agora, agora mesmo, precisamos estar nos preparando para a segunda vinda do Senhor” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 280 / Carta 308, 1907).
MAIS AMIGOS DOS PRAZERES DO QUE DE DEUS
Aqueles que amam a si mesmos, naturalmente vão em busca dos prazeres, em vez de cumprir as exigências do sagrado modo de viver estipulado por Deus. Tais pessoas são controladas pelo amor ao prazer e não pelo amor a Deus. Essa descrição pode se aplicar tanto os que são membros da igreja como aos que não o são.
PARECERÃO SER SEGUIDORES DA NOSSA RELIGIÃO
Em outras versões, "forma de piedade", ou seja, características exteriores de religião, como a frequência à igreja, ofertas e até mesmo um serviço personalizado para ela. Essa característica se aplica especificamente aos que se identificam superficialmente com o cristianismo. Ao longo dos anos, o comportamento dos membros nominais da igreja, isto é, os que professam lealdade ao modo de vida de Deus, mas não revelam evidência tangível de um desenvolvimento à semelhança de Cristo, tem sido o maior obstáculo para o progresso do evangelho do que outro fator (comparar com 2Co 2:14-16; 1Tm 4:16; 2Pe 3:12).
CONCLUSÃO
A presença do mal não é uma característica única dos “últimos dias”. No entanto, a progressiva degradação moral da humanidade atesta a total incapacidade humana de se salvar. Com a crescente atividade do príncipe do mal (cf. Ap 7:1; 12:12), é de se esperar que o curso milenar do mal chegue a um clímax de intensidade nos “últimos dias”. Em contradição às afirmações amenas de uma miríade de religiosos equivocados que ensinam que o ser humano está ficando cada vez melhor e que, finalmente, o mudo inteiro será convertido, as Escrituras declaram que declaram que os homens malignos “irá de mal a pior” (2Tm 3:13). É nesse cenário que as palavras do apóstolo a respeito dos “últimos dias” assumem seu significado pleno e completo.
O mundo sempre foi o mesmo, porém, cada dia mais vemos as características que Paulo mencionou na humanidade. Nosso egoísmo se agrava com o tempo e nossa presunção também. Amamos mais o entretenimento que a Deus, os prazeres pessoais que o Criador. E o pior: neste tempo, temos a forma de piedade, a aparência de piedade, mas negamos o poder de Deus. Sinais do fim. De uma sociedade doente moralmente e espiritualmente. Não seja um deles, querido leitor. Creia em Deus para estar seguro. Creia nos profetas dEle para prosperar.
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