quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ESGOTAMENTO MENTAL

Assim como o corpo, o cérebro também se cansa. Quando não respeitamos sua recuperação — ou seja, relaxamos, regularizamos o sono, tiramos um tempo para nós —, o desfecho é sofrer um esgotamento, ou uma exaustão mental.

São vários os fatores que predispõem essa sensação e que podem estar combinados:

- Excesso de trabalho e uso de telas

- Pressão para cumprir prazos

- Conflitos interpessoais

- Isolamento social

- Privação de descanso, lazer e contato com a natureza

- Falta de atividade física regular

- Falta de autoconhecimento

- Falta de rotina bem estabelecida

- Consumo de álcool, cigarro, drogas estimulantes

- Noites mal dormidas

Como consequência, esses apontamentos ruins repercutem em uma série de sintomas, alertas de que há algo errado conosco, não só no físico, como com nosso equilíbrio psicoemocional.

A seguir, veja 10 deles, que se não controlados podem evoluir para exaustão e quadros bem mais complicados, como estresse, ansiedade, vícios, depressão e até burnout:

1. Irritabilidade: Sobrecarregado, o cérebro tem diferentes regiões afetadas, responsáveis por emoções, comportamentos sociais, planejamento de ações e movimentos, concentração, e isso pode gerar como resposta involuntária a irritabilidade. Esse sintoma consiste na falta de tolerância a incômodos, e pode levar a raiva, agressividade, discussões e brigas com maior frequência.

"Para os que estão mentalmente fatigados e nervosos devido a trabalho contínuo e restrita limitação de ambiente, uma visita ao campo, onde podem viver uma vida simples, livre de cuidado, pondo-se em íntimo contato com as coisas da natureza, será muito salutar" (A Ciência do Bom Viver, p. 93).

2. Falta de concentração: Existem pessoas que quando treinadas ou fazem algo com muita frequência conseguem dividir a atenção entre várias tarefas simultâneas. Mas, sabe-se que o ser humano por natureza foca, direciona os sentidos e a memória e se sai realmente bem em apenas uma única atividade por vez. Do contrário, é desatenção na certa, o que também prejudica produção, prazos e escolhas.

“O êxito em qualquer coisa que empreendamos exige um objetivo definido. Aquele que desejar alcançar o verdadeiro êxito na vida deve conservar firmemente em vista o alvo digno de seus esforços. Onde há uma meta suficientemente importante em vista, todas as faculdades mentais se colocam em atividade” (Educação, p. 262).

3. Desânimo persistente: Sem energia e com afazeres que só se acumulam, principalmente de nível intelectual avançado ou muito demorados, a tendência é se sentir cada vez mais lentificado e entediado, o que pode dificultar a conclusão de atividades diárias e o início de novos projetos. Se não for combatido, o desânimo ainda pode levar à desesperança, falta de prazer na vida e predispor uma depressão.

"Os servos de Cristo não devem tratar sua saúde com indiferença. Ninguém trabalhe a ponto de exaustão, incapacitando-se assim para futuros esforços. Não tenteis amontoar num dia o trabalho de dois. Afinal, verificar-se-á que os que trabalham cuidadosa e sabiamente, terão realizado tanto como os que expõem de tal modo sua resistência física e mental, que não possuem mais reservas de onde tirar no momento necessário" (Obreiros Evangélicos, p. 244).

4. Lapsos de memória: Com a ativação de múltiplas zonas cerebrais por excesso de informações, a perda de memória se manifesta. A pessoa apresenta dificuldade em se lembrar de palavras, nomes, tarefas e fatos recentes, ou então nem chega a fabricar lembranças por estar desatenta. Sabe-se que a longo prazo, o excesso de hormônio cortisol ainda reduz as funções cognitivas e o volume do cérebro.

"Muitos têm sofrido por causa de excesso de trabalho mental sem o refrigério do exercício físico. O resultado é a debilitação de suas faculdades, e a tendência de eximir-se às responsabilidades" (Testemunhos para a Igreja 4, p. 269).

5. Oscilação de humor: Não desacelerar e viver somente em função de responsabilidades profissionais, financeiras e familiares torna o sujeito propenso à instabilidade emocional. Ele pode se irritar e agir com intolerância e impaciência em determinados momentos e pouco depois ficar extremamente sensível, ou desanimado, angustiado, triste e até ter crises de choro sem motivos aparentes.

"O trabalho excessivo às vezes ocasiona a perda do domínio próprio. Deus deseja que percebamos que não glorificamos o Seu nome quando assumimos tantas responsabilidades a ponto de ficarmos sobrecarregados e, extenuados emocional e mentalmente, nos encolerizamos, impacientamos e repreendemos" (Refletindo a Cristo, p. 284).

6. Baixa produtividade: Quem não está bem consigo não dá o seu melhor, por mais que deseje. Se o rendimento no trabalho é afetado, podem ficar ameaçados ganhos financeiros, carreira, projetos para o futuro e relacionamentos. Demitida, a pessoa pode se sentir ainda mais desmotivada, sem valor e enfrentar dificuldades para se reinventar, procurar emprego e se realocar profissionalmente.

"Você deve trabalhar com cautela e observar períodos de descanso. Assim procedendo, reterá seu vigor físico e mental, e tornará seu trabalho muito mais produtivo (Como Lidar com as Emoções, p. 48).

7. Estado de descuido: Quando a exaustão mental leva a frustração, negativismo, não pertencimento e baixa autoestima, pode acarretar em falta de cuidados pessoais e de disposição para sair da cama. Não cuidar de si externamente também acaba indicando desleixo com as próprias emoções.

"É dever de cada um respeitar a si próprio, mas devemos lembrar que somos propriedade de Deus, que somos comprados por um preço — corpo, alma e espírito. Devemos guardar a máquina viva e conservá-la na melhor condição, para que glorifiquemos a Deus" (Filhas de Deus, p. 113).

8. Dores musculoesqueléticas: Alterações psicoemocionais podem afetar o físico com tensões, contraturas, dores nas costas e musculares, deformidades posturais e fraqueza. Frequentes, são sinais para que se tenha mais atenção ao organismo, qualidade de vida, bem-estar social e psicológico. 
 
"Muito íntima é a relação que existe entre a mente e o corpo. Quando um é afetado, o outro se ressente. O estado da mente atua muito mais na saúde do que muitos julgam. Muitas das doenças sofridas pelos homens são resultado de depressão mental. Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais, e a convidar a decadência e a morte" (A Ciência do Bom Viver, p. 241).

9. Adoecimento frequente: Alguns indivíduos esgotados mentalmente podem apresentar doenças ou sintomas sem causa aparente, psicossomáticos, ou seja, provocados por excesso de emoções e pensamentos conflitantes, pela forma como se relacionam com o seu meio. São exemplos: insônia, alergias, gastrite, diarreia, taquicardia, pressão alta, inflamação respiratória, perda de peso e enxaqueca.

“Enfermidades mentais prevalecem por toda parte. Nove décimos das doenças das quais os homens sofrem têm aí sua base" (Testemunhos para a Igreja 5, p. 443).

10. Falta de desejo sexual: Em um momento de vida com muitos estudos, trabalho, filhos pequenos, mudança física ou até cuidados a um parente doente, pode ocorrer uma diminuição drástica de libido e vontade de se doar afetivamente para o outro. Essa perda conjunta de interesse acaba comprometendo relacionamentos e se muito fragilizada a pessoa pode até aceitar abusos e maus-tratos alheios.

"O amor não pode existir sem revelar-se em atos exteriores, assim como o fogo não poder ser mantido aceso sem combustível" (Testemunhos para a Igreja 1, p. 695).

[Com informações de Viva Bem e textos de Ellen G. White]

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