segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O QUE É PECADO?

Para nosso propósito neste artigo, pecado pode ser definido como a decomposição ética, moral, mental e espiritual do ser humano originalmente criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26). Decomposição tem que ver com um processo de putrefação e desintegração da perfeita criação de Deus. Essa definição, que pressupõe dissolução da nossa integridade, nos ajuda a perceber que pecado é algo que já está ativo em nós, indo além da acepção de um mero pensamento ou ato. Para que isso fique mais claro, consideremos três pontos:

1. Pecado é rebelião, escravidão e alienação. Ele é, de fato, um poder escravizador (Rm 6:17) que, como humanidade, voluntariamente abraçamos num ato incompreensível de rebelião contra Deus (Gn 3:1-7). Inicialmente, o pecado foi um ato de rebelião contra o Criador, mas, imediatamente, tornou-se uma atitude interior permanente, perturbadora e destrutiva, expressando-se em todo tipo de pensamentos, palavras e ações malignas. O pecado deve ser definido como um estado de conflito interior contra Deus, os outros e si mesmo (Rm 7:23; 8:7; Tg 4:4). E por ser um estado de rebelião, também é um estado de alienação Daquele que é a própria fonte da vida (Gn 3:8). Por causa disso, os pecadores estão caminhando inexoravelmente para a autodestruição e a extinção. A rebelião cria separação, distanciamento e independência (Ef 2:12).
“A corrente poluída representa aquele que está separado de Deus. O pecado não somente separa de Deus, mas destrói no ser humano tanto o desejo como a capacidade de conhecê-Lo” (Patriarcas e Profetas, p. 118).
2. Pecado é comportamento maligno. Na maioria das vezes, e de maneira acertada, vemos o pecado como um problema comportamental. Na verdade, a Bíblia afirma que pecado é a transgressão da lei (1Jo 3:4), o que significa dizer que o comportamento maligno revela a condição do coração humano corrompido (Mc 7:20-23). Portanto, há algo profundamente errado nos seres humanos, uma podridão no âmago de nossa existência, algo mais profundo que um comportamento errático ou pervertido. É importante entender a gravidade da doença para confiarmos na eficácia do remédio.
"O pecado é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Nossa única definição de pecado é a que é dada na Palavra de Deus; é: 'quebrantamento da lei'; é o efeito de um princípio em conflito com a grande lei do amor, que é o fundamento do governo divino" (Para Conhecê-Lo, p. 10).
3. A solução para o pecado. A solução definitiva não é mudança de comportamento, mesmo que isso ocorra por meio do poder do Espírito. A solução é a morte, o sacrifício vicário de Cristo, que entregou Seu espírito, sentindo-Se separado do Pai (Mt 27:46). A natureza humana corrompida não é para ser remendada, mas para ser destruída. Ela foi executada na cruz de Cristo. Portanto, o que Deus exige e oferece é nada mais nada menos que um novo nascimento (Jo 3:5), uma nova criação (2Co 5:17), trazida à existência pelo poder de Sua ressurreição (1Co 15:44, 45), da qual seremos completamente revestidos por ocasião da volta de Jesus à Terra (1Co 15:52, 53).
"Cristo é a grande solução para o pecado. Nosso compassivo Redentor nos proveu da ajuda necessária. Ele está esperando para imputar Sua justiça ao penitente sincero, e despertar em seu coração um amor divino que unicamente o nosso gracioso Redentor pode inspirar" (Cuidado de Deus, p. 349).
Ángel Manuel Rodríguez (via Revista Adventista

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