quinta-feira, 8 de maio de 2025

HABEMUS CHRISTUM

Para os cristãos católicos romanos por todo o mundo, a eleição do Papa representa a continuidade da sucessão petrina na condução da 
Igreja Católica Apostólica Romana, dando ao eleito toda autoridade para governar a comunidade católica e ensinar aos fiéis infalivelmente. Daí a utilização dos muitos títulos papais, dos quais destaco "Sua Santidade, Vigário de Cristo, Supremo Pontífice", etc. Após o término do conclave, o cardeal protodiácono anunciou na Praça de São Pedro, no Vaticano, o tradicional “Habemus Papam” (do latim, que significa “temos um papa” em português). A frase é dita após fumaça branca sair de chaminé da Capela Sistina após conclusão do conclave.

Outrossim, os cristãos protestantes não possuem um Papa no sentido romano do termo. Quer dizer que não possuem um líder mundial em um bispado "tecnicamente" vitalício. Nem mesmo os pastores, presbíteros, bispos, diáconos, evangelistas, missionários, apóstolos, não podem ter essa prerrogativa. Por que? Se tomássemos a cena que acabamos de ler acima em um contexto protestante, deveria-se notar em cada cristão protestante um outro discurso: o "Habemus Christum", isto é, "Temos Cristo".

Hoje, com a eleição do novo líder da Igreja Romana, Robert Francis Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV, é interessante nos lembrarmos porque não aceitamos a autoridade de um homem sobre a Igreja de Cristo. Segue abaixo trecho do capítulo 17 da Segunda Confissão Helvética, confissão reformada de 1566:

"É a cabeça que tem a primazia sobre o corpo, e é dela que o corpo todo recebe vida; pelo seu espírito o corpo é em tudo governado; dela, ainda, o corpo recebe acréscimo e pode se desenvolver. Ainda, há uma só cabeça para o corpo, com a qual ele se ajusta, e, por isso, a igreja não pode ter nenhum outro cabeça além de Cristo. Assim, como a igreja é um corpo espiritual, é preciso que ela tenha também uma cabeça espiritual em harmonia consigo mesma. Ela não pode ser governada por nenhum outro espírito que não seja o Espírito de Cristo. Por essas razões, Paulo diz: 'Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia' (Cl 1:18). E em outro lugar: 'Cristo', diz ele, 'é o cabeça da igreja, sendo este mesmo salvador do corpo' (Ef 5:23). E, mais uma vez: 'para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas' (Ef 1:22,23). Ainda: 'Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado... efetua o seu próprio aumento' (Ef 4:15,16). 

E, por esses motivos, não aprovamos a doutrina dos prelados romanos, que fazem do papa o pastor universal, o cabeça supremo da igreja militante aqui na terra, o próprio vigário de Jesus Cristo, que tem, como eles dizem, toda a plenitude de poder e soberana autoridade na igreja. Isso porque nós cremos e ensinamos que Cristo, nosso Senhor, é e continua a ser o único pastor universal e sumo pontífice diante de Deus seu Pai, e que na igreja Ele mesmo realiza todas as funções de um pontífice ou pastor, até o fim dos tempos; e, consequentemente, não há necessidade de ninguém para ocupar o seu lugar. Porque só aqueles que estão ausentes é que necessitam de substituto. Cristo está presente na sua igreja e é sua cabeça vivificadora. Ele proibiu, estritamente, aos seus apóstolos e sucessores qualquer superioridade ou domínio na igreja. Portanto, aqueles que, contradizendo-se, opõem-se a essa verdade manifesta e introduzem outro governo na igreja de Cristo não devem, porventura, ser considerados como aqueles a respeito de quem profetizam os apóstolos de Cristo, em Pedro (2Pe 2:1) e Paulo (At 20:29; 2Co 11:13; 2Ts 2:8,9), assim como em muitas outras passagens?"

Segue a transcrição dos textos citados:

2 Pedro 2.1: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.”

Atos 20:29: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.”

2 Coríntios 11:13: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo.”

2 Tessalonicenses 2:8,9: “... então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira...”

Ellen G. White comenta: 

"O apóstolo Paulo, em sua segunda carta aos tessalonicenses, predisse a grande apostasia que teria como resultado o estabelecimento do poder papal. Declarou que o dia de Cristo não viria 'sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus' (2 Tessalonicenses 2:3, 4). E, ainda mais, o apóstolo adverte os irmãos de que 'já o mistério da injustiça opera' (2 Tessalonicenses 2:7). Mesmo naqueles primeiros tempos viu ele, insinuando-se na igreja, erros que preparariam o caminho para o desenvolvimento do papado.

Uma das principais doutrinas do romanismo é que o papa é a cabeça visível da igreja universal de Cristo, investido de autoridade suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo. Mais do que isto, tem-se dado ao papa os próprios títulos da Divindade. Tem sido intitulado: 'Senhor Deus, o Papa', e foi declarado infalível. Exige ele a homenagem de todos os homens. A mesma pretensão em que insistia Satanás no deserto da tentação, ele ainda a encarece mediante a igreja de Roma, e enorme número de pessoas estão prontas para render-lhe homenagem. 

Mas os que temem e reverenciam a Deus enfrentam esta audaciosa presunção do mesmo modo porque Cristo enfrentou as solicitações do insidioso adversário: 'Adorarás ao Senhor teu Deus, e a Ele somente servirás' (Lucas 4:8). Deus jamais deu em Sua Palavra a mínima sugestão de que tivesse designado a algum homem para ser a cabeça da igreja. A doutrina da supremacia papal opõe-se diretamente aos ensinos das Escrituras Sagradas. O papa não pode ter poder algum sobre a igreja de Cristo, senão por usurpação. 

Os romanistas têm persistido em acusar os protestantes de heresia e voluntária separação da verdadeira igreja. Semelhantes acusações, porém, aplicam-se antes a eles próprios. São eles os que depuseram a bandeira de Cristo, e se afastaram da 'fé que uma vez foi dada aos santos' (Judas 3)" (O Grande Conflito, pp. 49-51).

"Habemus Christum". Como Cabeça da igreja, Cristo está, com autoridade, chamando toda pessoa que professa crer nEle a seguir-Lhe o exemplo de abnegação e sacrifício. São chamadas a se reunirem sem demora sob a bandeira ensanguentada de Cristo Jesus. Sem nada reter, devem fazer inteira oferta para a realização dos incomensuráveis e eternos resultados — a salvação de pessoas.

Um comentário:

  1. BOA TARDE!
    SIM, HABEMUS CHRISTUM, EU TENHO CRISTO JESUS EM MINHA VIDA ATÉ O FIM. AMÉM E GLÓRIA A DEUS. ALELUIA!
    RAIMUNDO.
    BRASÍLIA/DF.

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