segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ex-aluna acusa colégio adventista de homofobia no Fantástico

A estudante Arianne Pacheco Rodrigues (foto), 19 anos, entrou com uma ação na Justiça contra o Instituto Adventista Brasil Central (IABC), um colégio interno em Planalmira, distrito de Abadiânia, no interior de Goiás. 

Expulsa da escola, a jovem alega ter sido vítima de homofobia.

Veja a reportagem e o vídeo no site do Fantástico.

O fato aconteceu em novembro de 2010. A diretoria da escola havia descoberto um romance entre duas garotas e, após reunião com a comissão disciplinar, os pastores e professores que analisaram cartas de amor trocadas entre as meninas decidiram que elas deveriam ser expulsas imediatamente.

Traumatizada, a jovem entrou com um processo contra a escola logo em seguida, pedindo R$ 50 mil de indenização por danos morais. A primeira audiência só aconteceu há duas semanas. “O objetivo do processo é evitar que outras pessoas sejam vítimas de um comportamento tão monstruoso, tão bárbaro, próprio da idade média, da inquisição”, afirma Marilda Pacheco, mãe de Arianne.

Tortura psicológica

Ariane hoje mora com a mãe em Orlando, nos Estados Unidos. A reportagem do Fantástico foi à cidade, onde conversou com as duas. Marilda diz que a filha foi vítima de homofobia e torturada psicologicamente. “Essa Arianne que você vê hoje aqui é totalmente diferente. Minha filha chegou aqui, que mal conversava, parecia um bichinho acuado, se achando o pior dos seres”, conta Marilda.

Quase sempre de cabeça baixa, a menina desabafa: “Não tive chance de falar. Eu pedi só para eles uma chance, só que eles falaram que não dava, porque eles não aceitavam aquilo no colégio, namorar outra menina”.

Arianne conta que ficou sabendo da decisão da diretoria pouco antes de entrar na sala de aula: “Eu fui segunda-feira para aula, e o pastor pegou no meu braço e disse que eu iria embora naquele momento. Eu pedi para me despedir dos meus amigos e ele falou que não. Já era para arrumar as malas. E eu fui arrumar as malas”.

De lá, Arianne foi levada para casa de um tio, Mauro Miranda. Ele conta que a estudante estava tão nervosa que passou mal, a ponto de ir ao pronto-socorro: “Quem viu aquela menina como ela chegou, chorando, um trapo humano. Teve que internar. A gente mora no quinto andar. Ela ia para a sacada e eu ficava vigiando”.

“Discriminação é uma coisa ruim e pode acabar muito com uma pessoa só por uma pessoa falar algumas coisas. Não precisa nem fazer, só falar”, ressalta a jovem.

Arianne perdeu contato com a maioria dos ex-colegas de escola e nunca mais viu a ex-namorada. Ela revela que está com dificuldades em se adaptar à vida nos Estados Unidos, mas, para o Brasil, não deve voltar tão cedo: “Eu não gosto de morar aqui, mas é bom um lugar diferente eu não preciso ficar lembrando as coisas do passado”.

Regra da escola

Procurada pelo Fantástico, a escola negou as acusações de homofobia e alega que a jovem foi expulsa porque manteve relações sexuais com a namorada. “A verdade é que ela infringiu uma regra clara da escola e, por isso, recebeu a sanção do afastamento, a questão da intimidade sexual. O afastamento do aluno independente se é um relacionamento homossexual ou heterossexual. Ele recebe a mesma consequência”, afirma o diretor da instituição, Wesley Zukowski.

O colégio considera como faltas graves o uso de droga, armas e o ato sexual. A punição é o desligamento imediato do aluno. “A informação chegou por meio das amigas. Ouviram os comentários sobre o que elas tinham feito”, declara o diretor.

Mas Arianne nega que tenha feito sexo com a namorada. Ela mostra na ata da reunião da escola a prova do que, para ela, foi o verdadeiro motivo de sua expulsão. Lá consta a frase "postura homossexual reincidente".

Fonte: G1

Nota: Veja aqui a postura da IASD diante deste caso exposto no Fantástico.

Veja aqui a Nota Oficial de Esclarecimento do Instituto Adventista Brasil Central (IABC).

2 comentários:

  1. Se a instituição é cristã e Deus condena o homossexualismo (não a pessoa, mas o pecado), acredito que a escola deve ser mais específica nos "contratos" que os responsáveis dos alunos assinam, pois condenar o homossexualismo não é ser homofóbico, é ser cristão.
    Eu estudei 5 anos num internato adventista e homossexualismo vai diretamente contra todos os princípios da intituição de ensino e religiosa.
    A lei tem que parar de proteger as pessoas que fazem o que bem entendem, pois se você se seu comportamento vai contra as normas de qualquer intituição, seja religiosa, educacional, de música, esportiva, ou qualquer que seja, você vai ser convidado a se retirar.
    Agora os homossexuais tem que aceitar que assim como tem pessoas que não suportam o cigarro, por exemplo, também existem pessoas que não suportam o homossexualismo, e com razão, pois é um direito de cada um e não existe lei ou juiz que vá mudar isso.
    Nota 10 para a instituição de ensino. Desejo que a aluna perca o processo para mostrar que ainda existem instituições que defendem os valorem morais da sociedade.

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  2. É isso aí, Schneider...
    leia mais: http://pastorclaudiosampaio.blogspot.com.br/2012/06/aluna-expulsa-da-escola-adventista-em.html

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