Dezenas de milhares de pessoas reunidas em várias manifestações iniciaram um protesto neste domingo em Paris contra o projeto de legalizar o casamento homossexual, promessa do presidente socialista François Hollande, eleito em maio de 2012. Os organizadores, apoiados pela Igreja Católica e pela oposição de direita, pretendem manter a pressão, já que o Parlamento vai examinar, a partir de 29 de janeiro. o projeto de lei sobre a abertura do casamento e da adoção aos casais homossexuais.
"Esta manifestação tem um valor de teste para François Hollande porque aqui vemos muito claramente que há na França milhões de franceses que, provavelmente, estão preocupados com esta reforma", declarou Jean-François Copé, secretário-geral do principal partido de direita, a UMP, em sua chegada ao ato.
O arcebispo de Paris, Monsenhor André Vingt-Trois, se juntou ao cortejo para manifestar seu "apoio" aos organizadores da manifestação contra o casamento homossexual. O deputado socialista de Paris, Jean-Christophe Cambadélis, criticou o prelado por travar "um combate duvidoso contra o amor", ao lutar contra o casamento de pessoas do mesmo sexo.
A polícia esperava entre 150 e 300 mil participantes, mas chegou ao número de 340 mil depois que os manifestantes se concentraram no parque em volta da Torre Eiffel. Os organizadores estimam que mais de 800 mil pessoas compareceram.
Os opositores ao casamento gay reuniram 100 mil contra o projeto no dia 17 de novembro. Uma manifestação em favor da reforma está prevista para 27 de janeiro. A maioria dos franceses, 56%, é favorável ao casamento gay. O apoio dos franceses à liberação da adoção para os homossexuais é menor, 50%, segundo uma pesquisa recente.
A ministra da Justiça, Christiane Taubira, reafirmou que o governo manterá seu projeto, descartando também um referendo exigido por parte da oposição e por 115 parlamentares. O gabinete de Hollande informou que o comparecimento na manifestação foi "substancial", mas não iria mudar a sua determinação de efetuar a reforma.
Fonte: Terra
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