A Igreja, como ambiente social, pode ter um importante papel na socialização da pessoa idosa, pois proporciona atividades que integram o idoso numa comunidade amiga e de objetivos comuns, fazendo com que ele sinta-se mais adaptado e útil. O idoso, regular e profundamente integrado a uma comunidade religiosa que o ajude em seus novos dilemas, e dê-lhe atividades úteis e prazerosas, poderá passar pela velhice com a certeza de que não é um “objeto usado”, que não tem mais valor, mas como uma pessoa viva, que pode continuar colaborando para o crescimento da sociedade no qual está inserido.
Esta fase é bastante propícia a uma reflexão do sentido espiritual da vida, fazendo o idoso buscar em Deus o auxílio necessário para elevar sua auto-estima e manter-se como integrante de um mundo onde todos querem sentir-se “vivos”.
Uma outra grande importância da religião na velhice, é proporcionar ao idoso uma esperança de vida eterna. A morte é inevitável ao homem pecador. Porém, a Igreja traz uma certeza de que a vida não acaba com a morte.
Em Deus, o homem mortal pode ganhar a imortalidade, quando o fim do pecado for concretizado e Deus instaurar Seu Reino eterno de paz e justiça, onde não haverá mais “morte, nem luto, nem prato, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21:4).
Ellen White escreveu sobre os aspectos característicos da velhice. Em especial, serão apresentadas algumas declarações do livro Mente, Caráter e Personalidade:
"Se animados [os velhos] a partilhar dos interesses e ocupações domésticos, isto os ajudará a sentir que não deixaram de ser úteis. Fazei-os sentir que seu auxílio é apreciado, que há ainda alguma coisa para fazerem em servir a outros, e isto lhes dará ânimo ao coração, ao mesmo tempo que comunicará interesse a sua vida." [1]“Que os membros de cada família ministrem aos próprios parentes [idosos]. Quando isto não é possível, essa obra pertence à igreja, e deve ser aceita igualmente como dever e como privilégio”. [2]"Como é comovente ver a mocidade e a velhice dependendo uma da outra, o jovem olhando ao idoso quanto aos conselhos e à sabedoria, e o ancião ao adolescente em busca de auxílio e simpatia! Assim é como devia ser. Deus quer que os jovens possuam tais atributos de caráter que encontrem prazer na amizade dos idosos, para se unirem nos queridos laços da afeição aos que se estão aproximando da sepultura". [3]"Os que têm de atender a pessoais idosas devem lembrar-se de que estas, especialmente, precisam de quartos quentes, confortáveis. O vigor declina à medida que avança a idade, deixando menos vitalidade para resistir às influências insalubres." [4]"Foi-me mostrado Davi rogando ao Senhor que o não abandonasse quando fosse velho, e o que foi que lhe inspirou essa fervorosa oração [Sl 71:9, 17-18]. Ele viu que a maioria das pessoas idosas que o rodeavam não eram felizes, e que os traços lamentáveis de caráter aumentavam especialmente com a idade. Se as pessoas eram naturalmente avaras e cobiçosas, isto se acentuava desagradavelmente em sua velhice. Se eram ciumentas, irritáveis e impacientes, tornavam-se mais ainda quando idosas". [5]
[1] Ellen G. White, Mente, caráter e personalidade (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), 2:745.
[2] Ibid., 2:746. A autora fala que recebeu revelação de Deus especialmente quanto a não se colocarem os idosos em asilos, isolados de todo convívio com os amigos e parentes.
[3] Ibid.
[4] White, 2:747.
[5] Ibid., 2:748.
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