Alana Marques, 25 anos, advogada, cristã adventista
“Sou dessas pessoas fadadas a ter uma vida super-religiosa. Minha família é adventista, uma vertente do cristianismo protestante. Meus avós, meus pais e meus irmãos são da Igreja. Tenho até tios que são pastores. Então vocês podem imaginar que a educação religiosa sempre foi muito forte lá em casa. Quando fui para o Ensino Médio, meus pais me mandaram para um colégio interno adventista, uma tradição familiar. Me sentia em uma grande república. Imagina a festa? Várias meninas de 15 ou 16 anos realizando o sonho de morar com as amigas. Como eu vivia cercada de adventistas, fazia tudo por inércia, e foi só na faculdade que as diferenças passaram a ser uma questão para mim. Uma questão contornável, mas que por vezes pesava. Os adventistas não podem trabalhar, estudar, badalar do pôr do sol de sexta até o pôr do sol de sábado. Então, minhas amigas me chamavam para sair, beber, dançar, e eu tinha de lembrar a mim mesma dos meus ensinamentos. De resto, sou uma menina normal de 25 anos: trabalho, assisto à TV, ouço música, sou vaidosa. Mas sábado é especial, um dia para a gente se guardar.
Nunca senti preconceito, mas muita gente não entendia o fato de eu acreditar na teoria do criacionismo (e negar a evolução) e seguir a fundo essas normas. Minhas amigas diziam para eu pedir para o pastor autorização para sair. Só que nunca foi uma questão de permissão, e sim de crença. No trabalho, meus colegas sempre acharam que eu tinha privilégios por ser liberada sexta à tarde. Não estou nem aí: se cumpri meus deveres, azar de quem achar ruim.
Muita gente vê isso como uma restrição, mas sábado sempre foi meu dia preferido. Além de não ter de me sentir culpada por não estar estudando ou trabalhando, é o dia que passo com minha família. Vamos à igreja, almoçamos todos juntos... Como isso pode ser ruim?”
Fonte: Revista Glamour
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