segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Futebol, violência nos estádios e conselhos de Ellen White


Lamentável o incidente ocorrido neste domingo na Arena Joinville. Nada justifica a violência protagonizada por torcedores do Atlético-PR e do Vasco da Gama. Quatro pessoas foram levadas ao Hospital Municipal São José e passaram por exames na unidade neste domingo (8). Aos 17 minutos de jogo, o árbitro interrompeu a partida por conta de uma briga, que começou com torcedores do Vasco que invadiram a área destinada aos atleticanos. A principal causa da confusão foi a falta de policiamento dentro do estádio, a mando do Ministério Público, por se tratar de um evento particular.

Creio que precisamos fazer uso do bom senso, e avaliar qualquer prática com base nos princípios de Filipenses 4:8. Particularmente não creio que torcer por um time ou assistir um jogo pela TV (desde que não seja no Sábado) seja pecado. Isso faz parte da cultura brasileira e não temos como fugir. Mas, se isso se torna prejudicial, ao ponto de nos tirar a paz, nos fazer brigar e deixarmos as coisas de Deus de lado, é melhor até evitar assistir ou ouvir (sei por experiência própria). Cada um precisa encontrar o equilíbrio nessa questão e avaliar - com sinceridade diante de Deus e consigo - se tem estrutura emocional e espiritual para torcer por uma equipe de futebol. Recomendo que as pessoas orem ao Senhor a respeito. 

Quanto a ir a estádios de futebol, a Igreja, de forma indireta, não recomenda. Isso pode ser visto nos princípios expostos no Manual da Igreja, pág. 221: "Na vida cristã há completa separação das práticas do mundo, tais como jogos de baralho, assistência a teatros [aqui pode se enquadrar a ida aos estádios] e cinemas, a bailes, etc., que tendem a amortecer e destruir a vida espiritual (2Co 6:15-18; 1Jo 2:15-17; Tg 4:4; 2Tm 2:19-22; Ef 5:8- 11; Cl 3:5-10...". 

Outras bases para isso podem ser encontradas no Salmo 1:1-6, nos perigos de violência que rodeiam o local, e nas práticas que ali são realizadas.

O futebol é um esporte que envolve as pessoas de maneira apaixonada, quase como um vício, levando às torcidas organizadas, frequência aos estádios, discussões sobre o melhor time, exageros na comemoração pelas vitórias ou excessos na revolta pelas derrotas. É uma paixão que facilmente leva ao descontrole. Não combina com o comportamento cristão.

Muito da condenação do futebol vem em função do forte clima de competição que ele gera. Pior ainda, quando, além da competição normal do esporte, são organizados campeonatos em que a guerra pela vitória vai aos extremos.

Conselhos de Ellen White
Já quando o assunto são as orientações de Ellen White, é preciso ter muito cuidado. Quando ela escreveu, o esporte conhecido era o "Football", o que conhecemos como futebol americano, jogado mais com as mãos do que com os pés, e que é extremamente violento. O futebol como conhecemos aqui é chamado em inglês de soccer, e não é o esporte a que ela se refere. Ambos têm algumas semelhanças, e alguns dos seus conselhos também servem para o nosso futebol. Não podemos aplicar, porém, literalmente tudo o que ela fala de um esporte para o outro, mas podemos aprender lições.

“Não tenho conseguido encontrar nenhum caso em que Ele tenha ensinado os Seus discípulos a empenharem-se na diversão do futebol ou em jogos de competição, a fim de fazerem exercício físico, ou em representações teatrais; e, no entanto, Cristo era nosso modelo em todas as coisas. Cristo, o Redentor do mundo, deu a cada um a sua obra, e ordena: "Negociai [ocupai-vos, na versão inglesa] até que Eu venha." Luc. 19:13.” Fundamentos da Educação Cristã, pág. 229

“Alguns dos mais populares divertimentos, tais como o futebol e o boxe, se têm tornado escolas de brutalidade. Estão desenvolvendo as mesmas características que desenvolviam os jogos da antiga Roma. O amor ao domínio, o orgulho da mera força bruta, o descaso da vida, estão exercendo sobre a juventude um poder desmoralizador que nos aterra.” Conselhos sobre Saúde, pág. 189

“As diversões e dispêndio de meios para satisfação própria que, passo a passo, levam a glorificação do próprio eu, e a educação nesses jogos com fim de desfrutar prazer, produz por essas coisas um amor e paixão que não são favoráveis ao aperfeiçoamento do caráter cristão.” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 322)

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