"Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição."
1 Tessalonicenses 5:3
Completa-se hoje 102 anos do naufrágio do Titanic, o colosso dos mares. Por muito tempo, creu-se que aquela noite era a mais improvável para o desastre. O mar "estava como um gramado" calmo, as estrelas mais brilhantes do que nunca. Investigações recentes, contudo, têm argumentado que aquelas aparências eram enganadoras. Vários fatores se combinaram para a tragédia. O frio e a clareza do céu refletido no espelho das águas criaram uma miragem que tornou quase impossível que se percebesse o perigo.
Aliada a esses fatores, encontramos a arrogância da autoconfiança. Essa é a única explicação do motivo pelo qual o Titanic, que recebeu diversas advertências pelo telégrafo quanto à presença de icebergs, não alterou sua rota. Informado do perigo, o capitão Smith optou por manter a mesma direção e velocidade, confiante de que o navio estava acima de qualquer ameaça. Quando o grito "iceberg logo à frente" soou, uma manobra foi feita para desviar o Titanic, mas já era muito tarde. Aproximadamente às 23h45, aconteceu a colisão. O gelo abriu um rombo no casco do navio, e a água passou a jorrar para dentro dos compartimentos.
Foi apenas quando a água gelada começou a invadir as cabines e os salões de jogos que a irreversibilidade da situação ficou evidente. Engenheiros calculam que, uma hora após o choque, mais de 25 mil toneladas de água tenham inundado o Titanic. Por volta de 1h30 da madrugada, a proa estava totalmente submersa. A popa inclinou-se num ângulo de 45 graus, e o peso da estrutura fez a embarcação rachar-se entre a terceira e a quarta chaminés. Os passageiros nos barcos lançados ao mar testemunharam horrorizados o navio descer para o mergulho sem retorno, engolido pelas águas escuras e gélidas do Atlântico Norte. Às 2h20, o gelado Atlântico silenciou as vozes e gritos de 1.500 pessoas que tiveram, então, seu destino selado. O Titanic, a pérola da White Star Line, o gigante de 269 metros de comprimento e 46 mil toneladas, obra-prima de 7,5 milhões de dólares, um tributo à engenharia náutica, tido como insubmersível pelos especialistas, não concluiu sua primeira viagem.
Tal tragédia lembra-nos do perigo de se confiar nas aparências.
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