quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A igreja e a crise dos refugiados: hora de transformar comoção em ação


É assunto quente e corre o risco de ser assunto de momento, esperando a próxima grande crise chegar e ocupar o noticiário [...] o drama dos refugiados sírios, que tentam fugir de uma crise política insustentável, uma guerra civil violenta e um Estado Islâmico alicerçado na barbárie. A mídia soube explorar o interesse que aquela foto na praia turca despertou, e o noticiário dedicou espaço para essas famílias de países pobres que saem de sua terra, arriscando a vida, em busca de paz e de oportunidade. A triste imagem de Aylan Kurdi, o franzino garoto símbolo dessa tragédia, despertou interesse exponencial para um problema que não surgiu agora e que precisa de algo mais que a comoção internacional. Carece de compaixão universal, aquela capaz de provocar uma cadeia de ações para acolher essas pessoas e minimizar seu sofrimento. [...]

O drama atual é o mais novo espectro rondando a comunidade europeia. Só a Alemanha deve receber entre 500 mil a 800 mil refugiados nos próximos anos. Mais que uma crise geopolítica, assistimos a uma crise humanitária sem precedentes. É tempo de transformar a comoção em ação. É o que a ADRA está tentando fazer, desde o Líbano. Em Beirute, a agência humanitária adventista acompanha milhares de refugiados sírios. Crianças refugiadas estão sem estudar; o governo no Líbano não permite que refugiados estudem na rede pública, pois sobrecarregaria um sistema que já está no limite. A ADRA mantém uma escola com capacidade para umas 70 crianças. Há uma fila de espera de centenas. Na Síria, não há presença da igreja adventista, fechada há algum tempo. Há adventistas iraquianos e sírios espalhados pelo país. Não há estatísticas precisas da presença adventista. Em meio a tanta instabilidade, a ADRA fornece projetos de saúde, educação e segurança alimentar. E tenta levar água, saneamento e abrigos para a população.

Eu apurei essas informações com Gunther Wallauer, especialista em ações humanitárias, que está trabalhando na região. Seu relato é de cortar o coração. Em uma rápida troca de e-mails, ele descreveu três passos que podem ser adotados por todos que queiram ajudar a minimizar a duríssima realidade dos refugiados e especialmente das crianças sírias:

1) Oração, muita oração por todos que já estão trabalhando por aqui. Pelos projetos existentes, pelas pessoas sendo alcançadas, pelas novas iniciativas.

2) Motivar jovens adventistas, profissionais, comprometidos com Deus a virem estudar, trabalhar na MENA (organização adventista responsável pela evangelização nos países do Oriente Médio). Para quem deseja servir, o requisito mínimo envolve noções de inglês ou francês, comunicação básica, no mínimo.

3) Enviar recursos financeiros. As pessoas podem enviar via MoneyGram ou outro serviço de transferência de dinheiro. Ou, se houver um volume grande de recursos, é possível enviar por meio da sede sul-americana da Igreja Adventista, que pode receber e transferir para as ações da MENA.

Os problemas éticos e econômicos do Brasil são bem sérios, devem piorar, e certamente podem afetar a igreja em nosso país. Mas nada disso se compara a dureza experimentada na Síria e em outros países do Oriente Médio. Compaixão é empatia. O convite é para você se colocar no lugar do refugiado, e perceber que qualquer atenção internacional para esta angústia é capaz de fazer uma enorme diferença. Faça planos para ajudar. Converse e envolva sua igreja nesta mobilização. Faça campanhas nas redes sociais. Esse envolvimento sinaliza um posicionamento em favor da esperança.

Heron Santana (Leia aqui o artigo completo)

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