sexta-feira, 5 de maio de 2017

Pelo que são conhecidos os adventistas? O que nos identifica?

Em 12 de outubro de 2006, Charles Carl Roberts invadiu uma escola amish localizada em Nickel Mines, um povoado da Pensilvânia, Estados Unidos. Em suas mãos levava uma arma, com a qual atirou em dez meninas, antes de se matar. Lamentavelmente, cinco delas faleceram. Todas as vítimas eram da comunidade amish. 

A pergunta é: como teríamos reagido, como adventistas, caso essa tragédia tivesse ocorrido em um de nossos colégios? Com ira? Com ódio contra quem cometeu um ato tão abominável? Como reagiu a comunidade amish? 

Os amish se aproximaram da família do assassino para consolá-la, e ainda ofereceram apoio emocional e financeiro. Vários familiares das garotas assassinadas compareceram ao funeral de Charles Carl Roberts. 

De fato, essa reação não foi algo incomum para a comunidade amish. Eles têm uma larga tradição de pacifismo e espírito de perdão. Esse princípio está tão enraizado neles que quando o assassino estava apontando sua arma em direção ao grupo de estudantes, uma das meninas, de 13 anos, ofereceu-se para morrer com a esperança de salvar suas colegas. 

Os amish, como os menonitas, têm sua origem com Felix Manz e Conrad Grebel, dois anabatistas da Suíça. O movimento herdou o nome de Jacob Amman (1656-1730), um menonita suíço. Tive a oportunidade de visitar uma colônia menonita próxima de Guatraché, La Pampa, Argentina. Seus princípios de amabilidade, hospitalidade, pacifismo e ajuda mútua são realmente notáveis. 

A disposição de perdoar e promover a paz identificam o movimento amish. A adolescente que ofereceu sua vida para salvar as demais colegas foi nomeada “A pessoa mais inspiradora de 2006” pelo beliefnet.com, um site que reúne vários grupos religiosos cristãos. 

Então vem a pergunta: Pelo que são conhecidos os adventistas? Estamos influenciando o mundo com a mensagem mais importante que temos a dar? O que nos identifica? 

O Apocalipse fala do remanescente, um grupo de pessoas que “guarda os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17; 14:12). É verdade, guardamos o sábado e somos conhecidos por isso. Contudo, os mandamentos divinos não somente orientam nossa relação com o Senhor, mas também com nossos semelhantes. Cristo resumiu a lei da seguinte maneira: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc 12:30, 31). Nós nos orgulhamos de observar o primeiro e grande mandamento, porém, estamos sendo reconhecidos por guardar também o segundo grande mandamento, o de amar nosso próximo como a nós mesmos? 

No contexto do crescimento de igreja, o testemunho pessoal é determinante para que as pessoas se aproximem de nossas congregações. Que sejamos conhecidos como “povo mais inspirador”, por amar a Deus – observando Seus mandamentos – e o próximo.

Marcos Blanco (via Revista Ministério)

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