Termo popularizado durante a pandemia, o negacionismo se refere à recusa a aceitar fatos que são evidentes ou foram cientificamente comprovados. Atualmente, vivemos uma crise da verdade. O negacionismo ganha novamente espaço dentro da sociedade e coloca em xeque preceitos básicos e já sedimentados pela ciência no mundo. Esse movimento se apresenta travestido de “polêmicas”, por isso, é importante tomar cuidado com ele.
A problemática da veracidade é irrigada por ingredientes presentes nas estratégias dos “mercadores da dúvida”. Dessa forma, tais agentes procuram uma falsa simetria na argumentação científica e criam teorias conspiratórias para explicar o inexplicável.
Dessa forma, o negacionismo costuma se fortalecer quando a sociedade se depara com situações de instabilidade, como uma crise ou algo nunca antes presenciado. Quando em oposição a evidências científicas, o movimento encontra sustentação em teorias e discursos conspiratórios, sem aprofundamento e isolados, que acabam favorecendo disputas ideológicas, interesses políticos e religiosos.
Nesse sentido, alguns autores colocam o negacionismo como uma “pseudociência que contradiz um mundo imenso de teorias, verdades comprovadas e pesquisas sérias”. Além disso, as pessoas que seguem essa ideologia tentam propor experimentos para comprovar seus ideais na prática. Entretanto, encontram limitação teórica e de equipamentos, o que os leva a criar falácias com uma conclusão inválida.
Psicologia do negacionismo
A ideia de negação foi definida por Freud como um mecanismo psicológico, que tem a finalidade de reduzir qualquer manifestação capaz de colocar em perigo a integridade do ego dos sujeitos. Então, essas pessoas não conseguem enfrentar os fatos que julguem ameaçadores.
Dessa forma, trata-se de um mecanismo de defesa, que leva as pessoas, inconscientemente, a evitar a realidade em que vivem. Em termos psicanalíticos, a negação é um fenômeno típico de indivíduos que não querem lidar com as situações que geram incertezas.
A origem da negação é a angústia, que se recusa em reconhecer o problema que está acontecendo. Os indivíduos afetados agem como se nada tivesse acontecido, se comportando de maneira confusa e visto pelos outros como um comportamento insensato.
Nesse sentido, essa negação resulta num alto custo socioemocional a si mesmas e aos outros. Então, esse custo se traduz na prepotência e na intolerância, que, muitas vezes, leva ao obscurantismo das crenças e superstições.
Os negacionistas se consideram os “buscadores da verdade” e todos eles rejeitam/negam o conhecimento, porque isso é inconveniente para suas crenças e fantasias. No fundo, esse movimento revela posições autoritárias e preconceituosas. O mecanismo de negação, enquanto defesa inconsciente do indivíduo, é passível de tratamento terapêutico.
Um dos casos mais pitorescos de negacionismo é o dos terraplanistas, que questionam a astronomia, a geografia e até fotos e vídeos feitos no espaço e afirmam que a Terra é plana, semelhante aos velhos discos de vinil, e não redonda. Uma pesquisa feita pelo Datafolha em 2019 apontou que 7% dos brasileiros acima de 16 anos diziam acreditar na Terra plana — o equivalente a 11 milhões de pessoas.
Há, contudo, casos sérios. Os negacionistas do Holocausto garantem que o genocídio do povo judeu no tempo da 2ª Guerra Mundial não passa de invenção — apesar de os próprios nazistas terem documentado à exaustão as execuções em massa perpetradas em seus campos de concentração. Em reação a esse tipo de mentalidade, diversos países da Europa transformaram em crime a negação do Holocausto.
Os negacionistas do clima, por sua vez, advogam que o aquecimento global não existe e que, se ele chega a existir, é algo perfeitamente natural, e não provocado pela ação humana — mesmo já estando cristalizado na literatura científica o entendimento de que os gases liberados pelo desmatamento e pela queima de combustíveis fósseis causam o efeito estufa, com consequências catastróficas como o derretimento de geleiras, a elevação do nível dos mares, o descontrole do regime de chuvas e o surgimento de ondas de frio e calor extremos.
Mesmo quando ainda não havia vacinas contra a covid-19 no horizonte, o negacionismo já prejudicava o controle da atual pandemia. No Brasil e em outras partes do mundo, pessoas têm colocado em dúvida a gravidade da doença e se recusado a seguir as medidas de proteção pregadas pelas autoridades médicas, científicas e governamentais, como usar a máscara e não fazer aglomerações.
Nosso país que sempre foi reconhecido pelo seu eficiente sistema de vacinação em massa, aprimorado com o advento do Sistema Único de Saúde (SUS), agora vive um panorama desolador. O atual governo assume abertamente seu forte viés negacionista, mais perigoso do que o próprio Covid-19, afronta a ciência e chega a fazer campanha aberta contra vacinas promissoras, em clara politização da pandemia.
Teorias da conspiração mais estapafúrdias têm sido usadas para desmoralizar a vacina. Uma das mais famosas diz que o coronavírus foi criado em laboratório pela China e a vacina daquele país contaria com microchips que seriam inoculados a fim de que todos os habitantes do mundo fossem rastreados e controlados através de antenas 5G.
Teorias da conspiração mais estapafúrdias têm sido usadas para desmoralizar a vacina. Uma das mais famosas diz que o coronavírus foi criado em laboratório pela China e a vacina daquele país contaria com microchips que seriam inoculados a fim de que todos os habitantes do mundo fossem rastreados e controlados através de antenas 5G.
Uma coisa é desconfiar
da indústria farmacêutica - que já provou que merece isso. Outra é ser
contra um esforço que envolve milhões de pessoas, realizado com respeito
ao método científico, com batalhões de testes, publicização de dados,
debate entre os pares, discussão global de resultados, em um dos maiores
empreedimentos da história humana para encontrar um produto que ajude
no combate à pandemia.... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/12/12/alem-de-mortos-e-desemprego-bolsonaro-deixa-legado-de-descrenca-em-vacinas.htm?cmpid=copiaecola
Teorias da conspiração
mais estapafúrdias têm sido usadas para desmoralizar a vacina. ... -
Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/12/12/alem-de-mortos-e-desemprego-bolsonaro-deixa-legado-de-descrenca-em-vacinas.htm?cmpid=copiaecola
Teorias da conspiração
mais estapafúrdias têm sido usadas para desmoralizar a vacina. Uma das
mais famosas diz que o coronavírus foi criado em laboratório pela China e
a vacina daquele país contaria com microchips que seriam inoculados a
fim de que todos os habitantes do mundo fossem rastreados e controlados
através de antenas de 5G. E que isso seria um plano da intelectualidade
global junto com bilionários pedófilos, os cavaleiros templários e os
Illuminati. Só faltou botar um Godzila e um Wolverine no meio.... - Veja
mais em
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/12/12/alem-de-mortos-e-desemprego-bolsonaro-deixa-legado-de-descrenca-em-vacinas.htm?cmpid=copiaecola
Além de uma montanha
com mais de 180 mil mortos e um exército de 14,1 milhões de
desempregados, o negacionismo, a lentidão e a irresponsabilidade de Jair
Bolsonaro durante pandemia vão deixar outro legado: a redução da
confiança de uma parcela da população na ciência, na medicina e na
efetividade das vacinas. Dessa forma, ele convida outras doenças a
entrarem e ficarem à vontade, como fez com a covid-19.... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/12/12/alem-de-mortos-e-desemprego-bolsonaro-deixa-legado-de-descrenca-em-vacinas.htm?fbclid=IwAR0bgsbTiY71KMTOby8k8syOb-ghmz8xnQo6cu6tlmckb0aCyogkrqKLhm0&cmpid=copiaecola
Além de uma montanha
com mais de 180 mil mortos e um exército de 14,1 milhões de
desempregados, o negacionismo, a lentidão e a irresponsabilidade de Jair
Bolsonaro durante pandemia vão deixar outro legado: a redução da
confiança de uma parcela da população na ciência, na medicina e na
efetividade das vacinas. Dessa forma, ele convida outras doenças a
entrarem e ficarem à vontade, como fez com a covid-19.... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/12/12/alem-de-mortos-e-desemprego-bolsonaro-deixa-legado-de-descrenca-em-vacinas.htm?fbclid=IwAR0bgsbTiY71KMTOby8k8syOb-ghmz8xnQo6cu6tlmckb0aCyogkrqKLhm0&cmpid=copiaecola
Além de uma montanha
com mais de 180 mil mortos e um exército de 14,1 milhões de
desempregados, o negacionismo, a lentidão e a irresponsabilidade de Jair
Bolsonaro durante pandemia vão deixar outro legado: a redução da
confiança de uma parcela da população na ciência, na medicina e na
efetividade das vacinas. Dessa forma, ele convida outras doenças a
entrarem e ficarem à vontade, como fez com a covid-19.... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/12/12/alem-de-mortos-e-desemprego-bolsonaro-deixa-legado-de-descrenca-em-vacinas.htm?fbclid=IwAR0bgsbTiY71KMTOby8k8syOb-ghmz8xnQo6cu6tlmckb0aCyogkrqKLhm0&cmpid=copiaecola
"A crença em teorias conspiratórias provoca nessas pessoas um sentimento de gratificação", diz o filósofo Pablo Ortellado, que é professor na Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação Digital. "Elas se sentem como uma espécie de vanguarda, pois estariam enxergando mais longe, vendo o que os outros não conseguiriam ver. Isso lhes traz satisfação. Mas é claro que esse elemento psicológico não é suficiente para explicar o negacionismo. Mais estudos precisam ser feitos."
O negacionismo e as teorias da conspiração não são um fenômeno novo, mas ganharam um alcance inédito em razão da internet, em especial as redes sociais e os aplicativos de mensagens instantâneas. As fake news, que são mentiras ou meias verdades travestidas de notícias sérias, conseguem dar a volta ao mundo em questão de segundos.
O cristianismo é especialmente afetado por mentiras e teorias da conspiração promovidas em mídias sociais e outros ambientes. As fake news não são engraçadas, nem uma forma de entretenimento, mas, sim, absolutamente destrutivas. Afinal, se tudo é questionado e a verdade não consegue mais ser identificada, como as bases do cristianismo podem ser exaltadas? A mentira não só desintegra nossa cultura e coexistência, como também destrói o cristianismo e a vida de cada pessoa.
"A apostasia original começou com incredulidade e negação da verdade; mas se queremos triunfar, precisamos fixar firmemente os olhos da fé em Jesus, o Capitão de nossa salvação. Devemos seguir o exemplo de Cristo. Em tudo o que realizou na Terra, Jesus tinha em vista apenas a glória de Deus" (Ellen G. White - Cristo Triunfante, p. 383).
Nenhum comentário:
Postar um comentário