"Porém nós oramos ao nosso Deus e, como
proteção, pusemos guarda contra eles, de dia e de noite" (Neemias 4:9).
A fé
em Deus não elimina a ação humana. Deus é nosso refúgio e fortaleza, mas
compete a cada pessoa fazer a parte que lhe cabe. Orar a Deus, pedindo-Lhe que
nos proteja durante a noite, e então deixar propositadamente portas e janelas
abertas, numa pretensa demonstração de fé é convidar o mal e arrostar perigos
desnecessariamente. Pedir-Lhe que nos proteja numa viagem de carro, e então
sair em alta velocidade, desrespeitando a sinalização, é atrair o desastre.
Um
belo exemplo de ação combinada com oração nos vem de Neemias. Empenhado na
reconstrução dos muros de Jerusalém, ele e seus colaboradores despertaram a ira
dos inimigos do povo de Deus, que estavam decididos a impedir essa obra:
“Quando
Sambalá, Tobias e os árabes, os amonitas e os asdoditas ouviram dizer que a
obra continuava e que os buracos no muro estavam sendo tapados, ficaram
furiosos. Tramaram levar um exército contra Jerusalém para provocar revolta e
confusão” (Ne 4:7, 8, BV).
Diante
dessa ameaça, Neemias tomou a atitude correta: orou, trabalhou e vigiou. Orar
apenas e cruzar os braços, esperando que Deus faça Sua parte e também a nossa,
é um convite ao fracasso. Por outro lado, confiar apenas na força e sabedoria
humanas, dispensando o auxílio divino, é a maneira oposta de arriscar-se a ser
derrotado.
A
atitude certa é unir o esforço humano ao poder divino. “Cumpre-nos ser
vigilantes. Ao passo que, como Neemias, recorremos à oração, levando todas as
nossas perplexidades e fardos ao Senhor, não devemos sentir que nada mais temos
a fazer. Precisamos vigiar da mesma maneira que orar” (Testemunhos Para a Igreja, v. 3,
p. 572).
Jesus
tinha total confiança em
Deus. Mas quando Satanás O levou ao pináculo do templo, e Lhe
disse para atirar-Se dali abaixo, alegando que Deus O protegeria, Cristo
recusou-Se a fazer essa exibição, respondendo: “Também está escrito: Não
tentarás o Senhor, teu Deus” (Mt 4:7).
O que
Jesus queria ensinar é que não devemos pôr Deus à prova, colocando-nos
deliberadamente em situação de risco, descuidada e desnecessariamente, e então
esperar que Ele nos livre. Isso seria antes uma demonstração de dúvida e não de
fé.
Podemos
correr riscos por amor a Deus e à Sua Palavra, e não para testar os limites da
proteção divina.
Rubem M. Scheffel (via Com a Eternidade no Coração)
"O esforço humano nada realiza sem o divino poder; e sem o empenho humano o esforço divino é em relação a muitos de nenhum proveito. Para tornar a graça de Deus nossa própria, precisamos desempenhar a nossa parte. Sua graça é dada para operar em nós o querer e o efetuar, mas nunca como substituto de nosso esforço" (Ellen G. White - Profetas e Reis, p. 247).
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