terça-feira, 19 de janeiro de 2021

VACINAS, ENFIM

Finalmente, chegou o grande dia. Duas das vacinas desenvolvidas para o combate ao novo coronavírus foram aprovadas pela ANVISA. Minutos depois da aprovação, São Paulo saía na frente, vacinando a primeira pessoa no país. Independentemente do marketing político, aquele gesto trouxe esperança a milhões de brasileiros. No dia seguinte, vacinas foram distribuídas pelo ministério da saúde para todos os estados. E cedendo à pressão dos governadores, o ministro anunciou que a vacinação começaria no mesmo dia e não dois dias depois como havia sido programado.


Era de se esperar que toda a população brasileira celebrasse a chegada das vacinas. Porém, a onda do negacionismo deixou um rastro que impediu que muitos vislumbrassem o valor de tal proeza.

Da parte do governo federal não há qualquer esforço para conscientizar a população a se vacinar. Pelo contrário, além de enfatizar o fato de não ser obrigatório, o presidente ainda faz questão de inculcar dúvidas acerca de supostos efeitos colaterais, incentivando as pessoas a preferirem recorrer a um tratamento precoce com remédios sem qualquer comprovação de eficácia. Não há interesse em vacinar a população, visto que isso representaria um enorme gasto aos cofres públicos.

Fake News se espalham pelas redes sociais, principalmente em grupos de Whatsapp. E para completar, pastores que aderiram à onda negacionista e antivacina, usam seus púlpitos e redes sociais para dissuadir os fiéis a tomarem a vacina, alegando, entre outras coisas, que não houve tempo suficiente para as que vacinas comprovassem sua eficácia. Soma-se a isso as teorias da conspiração que dizem que as vacinas vão alterar o DNA humano e associam à marca da besta do Apocalipse.

Como enfrentar esta onda negacionista? Como persuadir as pessoas a serem vacinadas?

Lembre-se que não se trata apenas de proteger o indivíduo de um eventual contágio pela COVID-19, mas também de proteger toda a sociedade. Se a vacinação não atingir a um percentual significativo da população, sua eficácia não alcançará o resultado esperado, permitindo que a pandemia siga sua marcha destruidora. E aí, os negacionistas tripudiarão, alegando que tinham razão desde o início.

Fico imaginando como foi que Moisés conseguiu convencer a todos os hebreus a espargirem o sangue de um cordeiro nos umbrais de suas portas para que ficassem imunes ao anjo da morte que passaria pelo Egito ceifando a vida de todos os primogênitos (Êxodo 12:1-13). Aquela foi a primeira imunização em massa da história. É claro que não se tratava de uma vacina. Mas o paralelo entre o que ocorreu naquela ocasião e o que está ocorrendo em nossos dias é inevitável. O anjo da morte que está visitando os lares de toda a população mundial é a COVID-19. E o equivalente ao sangue do cordeiro espargido nos umbrais das portas é a vacina, seja ela qual for. Moisés disse que quem não tivesse um cordeiro, poderia lançar mão de um cabrito. Da mesma forma, se não nos for possível recorrer a uma vacina como a da Pfizer que tem mais de 90% de eficácia, recorramos a uma da Oxford/FioCruz que tem 70% ou a uma CORONAVAC do Butantan/Sinovac que tem pouco mais de 50%, O importante é sermos imunizados o quanto antes. Não se pode brincar com a vida.

Naquela fatídica noite, o anjo da morte passou, Somente os primogênitos dos hebreus foram poupados. Não por serem hebreus, mas por causa do sangue espargido nos umbrais das portas.

O anjo da morte não faz distinção entre hebreus e egípcios. A única coisa que ele respeita é o sangue do cordeiro. De maneira análoga, o vírus não respeita distinções étnicas, culturais, religiosas, sociais ou de qualquer outra natureza. De acordo com a ciência, só há uma maneira de combatê-lo: A VACINA.

Já pensou se algum negacionista da época resolvesse inventar um tratamento precoce? Que trabalheira Moisés teria para desfazer o estrago feito pela disseminação dessa mentira.

Os próprios cientistas, diretores da ANVISA, deixaram claro que não há alternativa terapêutica comprovada pela ciência.

Portanto, só nos resta uma esperança quanto ao fim desta pandemia que já ceifou a vida de mais de dois milhões de pessoas (210 mil somente no Brasil). Esta esperança é a vacina.

Sabemos que os cordeiros sacrificados pelos hebreus eram uma representação do Cordeiro de Deus, o Cristo, Aquele em quem encontramos “todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Colossenses 2:3).

Não tenho qualquer dúvida quanto à inspiração divina por trás da descoberta dessas vacinas. Não me causa qualquer espanto o fato de terem sido descoberta em tempo recorde. Conforme previsto nas Escrituras, a ciência está se multiplicando. O espaço entre uma descoberta e outra diminui cada vez mais. Seria devastador se tivéssemos que esperar oito ou dez anos até que a vacina contra o novo coronavírus fosse desenvolvida. Provavelmente teríamos um resultado semelhante ao da gripe espanhola que ceifou a vida de cinquenta milhões de pessoas no século passado.

Por isso, só me resta dizer: louvado seja Deus pela vacina!

E quem negar-se a tomá-la, estará tentando a Deus ao colocar em risco a sua vida e a vida de seus amigos e familiares.

[via blog de Hermes C. Fernandes]
 
Nota do blog: Confira abaixo este artigo elaborado pela Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia:

VACINAS COVID-19: ABORDANDO PREOCUPAÇÕES, OFERECENDO CONSELHO
 
Conferência Geral, Silver Spring, Maryland, Estados Unidos
 
Departamento de Ministérios de Saúde da Associação Geral, Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral e Escola de Farmácia e Escola de Saúde Pública da Universidade Loma Linda

Os adventistas do sétimo dia olham para a vinda de Cristo como o grande ponto culminante da história e o fim de todas as doenças, sofrimento e morte. Ao mesmo tempo, foi-nos confiada a mensagem adventista de saúde materializada e expandida nos escritos de Ellen White, resumindo uma vida saudável através de comportamentos práticos de estilo de vida saudáveis e holísticos.

Defendemos todas essas práticas para manter um sistema imunitário saudável que, na pandemia, ainda é mais necessário. Ellen White não foi apenas um canal inspirado de informações sobre saúde, muito à frente do seu tempo, mas ela modelou a prevenção prática em face da doença letal da sua época, a varíola, e ela mesma tomou a imunização, assim como as pessoas próximas a ela. (1) Hoje, a varíola foi erradicada globalmente.

Esperamos que este artigo responda a perguntas, acalme medos e resolva alguns dos mitos e rumores prevalecentes, trazendo paz aos corações dos nossos membros ao tomarem decisões de saúde guiados pelos seus profissionais de saúde.

Existem rumores e teorias da conspiração que usam a vacina COVID-19 como uma interpretação para o cumprimento da profecia. Pedimos ao Instituto de Pesquisa Bíblica da Conferência Geral comentários a este respeito, e a resposta foi a seguinte:

“A turbulência global causada pela pandemia COVID-19 gerou especulações consideráveis relacionadas com os eventos do tempo do fim e interpretações errôneas da Bíblia. Um ponto de vista recente, propagado nas redes sociais e em alguns websites da Internet, defendeu a teoria de que as próximas vacinas produzidas para combater a COVID-19 pertencem a um processo de controlo que levará à aplicação da marca da besta.

Deve-se tomar em consideração, entretanto, que os adventistas mantêm a convicção de que a controvérsia do tempo do fim centrar-se-á na lei de Deus, e, particularmente, no quarto mandamento (Ap 14:12). Além disso, a mensagem do terceiro anjo alertará contra a recepção da marca (Apocalipse 14:9-11) e iluminará a humanidade quanto às questões envolvidas.

Por esta razão, deve ficar claro que os adventistas do sétimo dia entendem que a “marca da besta” não é uma marca literal, mas um sinal de lealdade que identifica o portador como leal ao poder representado pela besta.

Numa perspectiva diferente, outra visão especulativa argumenta que as vacinas tornam impuros aqueles que as tomam porque, supostamente, substâncias impuras são usadas para produzi-las. A este respeito, deve ser esclarecido que as instruções bíblicas permanentes que proíbem o consumo de comida e sangue impuros (Levítico 11:1-20; 17:11-12; Atos 15:20) não se aplicam às vacinas pela razão óbvia de que as vacinas são produzidas como medicamentos para salvar vidas, não para servir de alimento.

Especulações como estas trazem descrédito à Palavra de Deus e causam confusão entre os crentes sinceros, mas menos informados. Usar a inoculação de uma vacina para despertar um cenário escatológico de proporções espirituais e cósmicas, ou para se opor a ela com base numa interpretação falha das Escrituras, apenas distrai os crentes sinceros das reais questões proféticas e do compromisso da Igreja Adventista em proclamar o evangelho.

Espera-se que uma vacina eficaz ajudará a interromper a atual pandemia. Isso protegerá as vidas daqueles que ainda precisam de conhecer o evangelho, bem como daqueles que já aceitaram o evangelho e, portanto, estão encarregados da proclamação do amor infinito de Deus a um mundo sofredor (João 3:16).” (2)

Os Ministérios Adventistas de Saúde estão firmemente baseados na Bíblia, na instrução do Espírito de Profecia por meio de Ellen White, e estão em consonância com a ciência da saúde revisada por pares e baseada em evidências. Contamos com essas bases para formular abordagens e conselhos de saúde. Com milhões de infectados, muitos mortos e infecções globais a aumentar, várias vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde. Existem inúmeras perguntas que as pessoas estão a fazer relativamente à vacina COVID-19.

Como Igreja, embora apoiemos recomendações de saúde pública baseadas em evidências, também temos o cuidado de não fazer pronunciamentos que possam ser interpretados como substitutos das diretrizes nacionais e internacionais de saúde pública. Por esta razão, é importante que os nossos comentários sejam entendidos no contexto da nossa posição oficial, como Igreja, sobre a imunização:

“A Igreja Adventista do Sétimo Dia dá grande ênfase à saúde e ao bem-estar. A ênfase adventista na saúde é baseada na revelação bíblica, nos escritos inspirados de E. G. White (cofundadora da Igreja) e na literatura científica revisada por pares. Como tal, encorajamos a imunização/vacinação responsável, e não temos nenhuma razão religiosa ou baseada na fé para não encorajar os nossos aderentes a participarem responsavelmente em programas de imunização preventiva e protetora. Valorizamos a saúde e a segurança da população, o que inclui a manutenção da ‘imunidade de grupo’.

“Não somos a consciência de cada membro da Igreja e reconhecemos as escolhas individuais. Estas são exercidas pelo indivíduo. A escolha de não ser imunizado não é e não deve ser vista como o dogma nem a doutrina da Igreja Adventista do Sétimo Dia.”

Houve esforços para estabelecer uma abordagem confiável, baseada em evidências, para o tratamento da COVID-19. Além disso, e em tempo recorde, foram produzidas vacinas que agora estão a ser usadas para ajudar a controlar a pandemia. No entanto, as pessoas têm dúvidas e preocupações em relação às vacinas COVID-19.

A autorização de uso de emergência para a vacina Pfizer/BioNtech foi concedida a 2 de dezembro de 2020, no Reino Unido, e a 9 de dezembro no Canadá. Nos EUA, a vacina Pfizer foi revisada pela “Food and Drug Administration” (FDA) dos EUA e autorizada provisoriamente a 11 de dezembro. A vacina Moderna seguir-se-á.

Em conversa com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda (LLUSPH), Michael Hogue, reitor da Faculdade de Farmácia de Loma Linda, que faz parte do Grupo de Trabalho do Conselho Consultivo sobre Práticas de Imunização para as Vacinas COVID-19 dos Centros de Controle de Doenças (CDC) dos EUA, no Condado de San Bernardino, na Califórnia, compartilhou as seguintes ideias sobre as perguntas mais frequentes sobre as vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna. As suas ideias e explicações às perguntas mais comuns aparecem abaixo.

Perguntas e Respostas a respeito da vacina

Pergunta: A vacina de RNAm (ácido ribonucleico mensageiro) muda o seu ADN?

Resposta: Ambas as vacinas referenciadas são baseadas em RNAm, o que é uma inovação para as vacinas, mas a tecnologia tem sido usada em tratamentos médicos nos últimos 15 anos. A vacina entra no citoplasma de uma célula (o fluido dentro da célula), onde estimula a produção de anticorpos para combater a proteína semelhante a espícula do SARS-CoV-2. Uma vez que não entra no núcleo da célula hospedeira, não altera o DNA ou a estrutura/função genética.

Pergunta: Pode ser segura e eficaz, visto que foi desenvolvida tão rapidamente?

Resposta: Devido à tecnologia atual, o vírus SARS-CoV-2 foi sequenciado poucos dias após a sua identificação e o trabalho numa vacina foi imediatamente iniciado. O tamanho da amostra para um grande estudo foi de 40 000 pessoas (o tamanho médio de uma amostra de estudo de vacinas da FDA é geralmente de apenas 27 000 pessoas). Foi feito um estudo de dois anos em apenas dois meses. Os dados estão a ser cuidadosamente monitorizados.

A primeira dose mostrou uma proteção da resposta imune de 50 por cento. A segunda dose atingiu 95% de proteção! (Apenas a vacina da hepatite A é mais alta, com cerca de 100 por cento de proteção.) O estudo foi bem planeado e representou fielmente a demografia dos EUA, com exceção dos nativos americanos (mas o estudo em andamento está a trabalhar para corrigir isso). A eficácia e os efeitos secundários foram semelhantes em todos os grupos étnicos.

Pergunta: Os ingredientes e conservantes da vacina são perigosos?

Resposta: Não há conservantes nessas duas vacinas COVID-19, e é por isso que é necessário haver instalações de congelamento para o armazenamento e o transporte. A vacina é cuidadosamente purificada.

Pergunta: Quais são os efeitos colaterais?

Resposta: Até ao momento, 10 por cento dos indivíduos relataram febre no segundo dia e, em 24 horas, 50-60 por cento relataram sentir “dores”. Até agora, houve muito poucos efeitos secundários graves com a vacina Pfizer/BioNtech, incluindo três casos de reações alérgicas significativas (anormalmente baixo; provavelmente devido ao não uso de conservantes).

O Dr. Hogue comentou ainda que, se uma pessoa já testou positivo para a COVID-19 no passado, essa pessoa pode receber a vacina na mesma; simplesmente os níveis de anticorpos dessa pessoa irão aumentar com a administração da vacina. Ele também destacou que a toma da vacina nos EUA é voluntária, não obrigatória.

A eficácia das vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna é semelhante, mas não são intercambiáveis ​​(se uma pessoa começa com uma, a segunda dose tem que ser da mesma marca). Para a vacina Pfizer, há um intervalo de 21 dias entre as duas doses; relata-se que para a vacina Moderna, o intervalo será de 28 dias entre as doses. A vacina não está autorizada para uso durante a gravidez ou em menores de 16 anos.

Conclusão

A imunização, juntamente com o saneamento básico e a água potável, têm sido fundamentais para a maior longevidade observada em todo o mundo, onde essas intervenções foram aplicadas. As vacinas são usadas há muito tempo por membros da Igreja Adventista em todo o mundo. Juntamente com boas práticas de saúde, elas forneceram proteção contra muitas infecções e preveniram doenças e mortes.

À medida que testemunhamos a magnitude global da pandemia, as mortes, as deficiências e os efeitos a longo prazo da COVID-19 que estão a surgir em todas as faixas etárias, incentivamos os nossos membros a considerarem a imunização responsável e a promoção e a facilitação do desenvolvimento do que é comumente denominado como imunidade de grupo (imunidade comunitária preexistente de aproximadamente 80 por cento dos indivíduos como resultado de uma infecção anterior e/ou de uma vacinação).

Reiteramos: A DECISÃO DE SER OU NÃO SER IMUNIZADO É ESCOLHA DE CADA INDIVÍDUO, E DEVE SER TOMADA EM CONSULTA COM O SEU PRESTADOR DE SAÚDE. A PESQUISA PESSOAL SOBRE O ASSUNTO É IMPORTANTE. EM ÚLTIMA ANÁLISE CONFIAMOS QUE SEGUIR PRÁTICAS DE SAÚDE BÍBLICAS E DO ESPÍRITO DE PROFECIA, E SEGUIR A LIDERANÇA DE DEUS NAS NOSSAS VIDAS, TRAZER-NOS-Á PAZ E SEGURANÇA NA NOSSA TOMADA DE DECISÕES.

(1) Com respeito à vacinação contra a varíola, D. E. Robinson, um dos secretários da Sra. White, com data de 12 de junho de 1931, escreveu o seguinte acerca da atitude da Sra. White para com a vacinação:

“Pedis informação definida e concisa acerca do que a Irmã White escreveu sobre a vacinação e o soro.

“Esta pergunta pode ser respondida muito concisamente, pois quanto a todos os relatórios que temos, ela não se referiu a isso em nenhum dos seus escritos.

“Tereis interesse em saber, porém, que numa ocasião em que houve uma epidemia de varíola na vizinhança, ela mesma foi vacinada e insistiu com os seus auxiliares, que tinham ligação com ela, a vacinarem-se. Dando este passo a Irmã White reconheceu que fora demonstrado que a vacinação, ou imuniza contra a varíola ou atenua grandemente os seus efeitos, se a pessoa a contrai. Também reconheceu o perigo de exporem ao contágio, caso deixassem de tomar essa precaução. “[Assinado] D. E. Robinson” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 303).

(2) Instituto de Pesquisa Bíblica da Conferência Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, dezembro de 2020.

Fontes: https://adventist.news/en/news/covid-19-vaccines-addressing-concerns-offering-counsel

https://www.adventistreview.org/church-news/story15816-covid-19-vaccines-addressing-concerns,-offering-counsel

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