segunda-feira, 31 de maio de 2021

IMPOSTO DE RENDA

Termina nesta segunda-feira (31) o prazo para entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2021. A declaração pode ser enviada até as 23h59m. Após o prazo, é cobrada uma multa por atraso na entrega da declaração. O valor mínimo da multa é R$ 165,75, mas pode chegar a 20% do valor do imposto devido. Especialistas alertam que, caso você não tenha todos os documentos, faça a declaração no prazo e, se for necessário, faça uma retificadora depois. Assim você evita o pagamento da multa. (IstoÉ)

A Bíblia como regra de fé, de conduta e de salvação, também nos dá o exemplo de como devemos nos comportar diante do imposto de renda exigido pelo governo.

Em Mateus 22:17-21, os fariseus fizeram uma pergunta a Jesus: "Dize-nos, pois: que te parece? É lícito pagar tributo a César ou não? Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." 

Ellen G. White comenta: "A resposta de Cristo... foi... uma réplica sincera. Segurando a moeda romana sobre que se achavam inscritos o nome e a imagem de César, declarou que, uma vez que estavam vivendo sob a proteção do poder romano, deviam prestar àquele poder o apoio que lhes exigia, enquanto isso não estivesse em oposição a um mais elevado dever. Mas, conquanto pacificamente sujeitos às leis da Terra, deviam em todos os tempos manter primeiramente lealdade para com Deus" (O Desejado de Todas as Nações, p. 602).

Concordando plenamente, o apóstolo Paulo ensinou: "Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Romanos 13:6–7).

Parece haver uma quantidade infinita de impostos aos quais cidadãos e participantes da economia local e global estão sujeitos. Os impostos são impopulares e, às vezes, as agências governamentais encarregadas de coletá-los são julgadas com repugnância, sejam elas corruptas ou não. Isso não é novidade. Coletores de impostos não tinham uma boa reputação nos tempos bíblicos (Mateus 11:19; 21:31-32; Lucas 3:12-13).

Por mais que odiemos os impostos, por mais que acreditemos que o sistema tributário seja corrupto e injusto, por mais que acreditemos que nosso dinheiro poderia ser investido em coisas muito melhores – sim, a Bíblia nos ordena a pagar nossos impostos. Romanos 13:1–7 deixa claro que devemos nos submeter ao governo. O único caso em que podemos desobedecer ao governo é quando nos diz para fazer algo que a Bíblia proíbe. A Bíblia não proíbe o pagamento de impostos. De fato, a Bíblia nos encoraja a pagar impostos. Portanto, devemos nos submeter a Deus e à Sua Palavra - e pagar nossos impostos.

Ellen G. White diz: "Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer a Deus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana. Um 'Assim diz o Senhor', não deve ser posto à margem por um 'Assim diz a igreja', ou um 'Assim diz o Estado'. A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademas de autoridades terrestres" (Atos dos Apóstolos, p. 69).

Em outra ocasião, Jesus deu-nos um exemplo de boa cidadania ao pagar impostos. A Bíblia diz em Mateus 17:27: “Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti.”

Ellen G. White comenta: "Conquanto Jesus tornasse claro não Se achar sob obrigação de pagar o tributo, não entrou em discussão com os judeus a respeito do assunto; pois teriam interpretado mal Suas palavras, virando-as contra Ele. Para não escandalizá-los por não dar o tributo, fez aquilo que não Lhe poderia com justiça ser exigido" (O Desejado de Todas as Nações, p. 305).

De um modo geral, os impostos destinam-se a permitir o funcionamento benéfico da sociedade. Dependendo das prioridades, a receita fiscal nem sempre é usada da melhor forma. A objeção mais frequente ao pagamento de impostos é que o dinheiro está sendo mal utilizado pelo governo ou até usado para fins malignos. Isso, no entanto, não é nossa preocupação. Quando Jesus disse: "Dai a César...", o governo romano não era de modo algum um governo justo. Quando Paulo nos instruiu a pagar impostos, Nero, um dos imperadores romanos mais perversos da história, era o chefe do governo. Devemos pagar nossos impostos mesmo quando o governo não honra a Deus. 

Os cristãos sabem que tudo que temos pertence a Deus. Somos administradores encarregados de investir nosso dinheiro e outros recursos em coisas com valor eterno. Somos chamados a sustentar nossas famílias (1 Timóteo 5:8) e a dar generosamente (2 Coríntios 9:6–8). Também é sábio economizar (Provérbios 6:6-8) e perfeitamente aceitável gastar dinheiro conosco e agradecer a Deus por Suas boas dádivas (Tiago 1:17; Colossenses 3:17). Pagar impostos é um dever de todo cidadão e os cristãos são chamados a ser bons cidadãos. No entanto, os cristãos são, em última análise, cidadãos do céu (Filipenses 3:20). Reduzir nossa carga tributária nesta vida deveria ter como meta investir no reino de Deus para a eternidade.

Fique também com esta linda reflexão de Marcos De Benedicto extraída do livro Meditações Diárias - Um Olhar para o Céu:

No início de 2013, o ator francês Gerard Depardieu foi registrado como residente da cidade russa de Saransk, onde abriria um restaurante. O motivo da nova cidadania não era seu amor pela Rússia, mas a fuga dos altos impostos na sua pátria. No ano anterior, ele já havia se mudado para a Bélgica a fim de evitar um imposto de 75% para os milionários na época.

Imposto é um mal necessário, mais mal do que necessário, que só sobrevive por força da lei. Onde há dinheiro, há imposto. E, às vezes, o imposto existe mesmo onde não há dinheiro. Exorbitante, geralmente injusto, mal empregado, o imposto é tão certo quanto a morte. Por sua natureza e seus efeitos, podemos concluir que o imposto também é parte do salário do pecado!

Na qualidade de bom cidadão, o cristão obedece às leis e paga impostos. O próprio Jesus disse que devemos dar ao imperador o que é do imperador e a Deus o que é de Deus. Mas, certamente, nem o cristão consegue pagar impostos de boa vontade quando sabe que um carro ou computador em seu país custa o dobro do preço em outros países que oferecem infraestrutura melhor.

Do imposto, não dá para fugir. Porém, podemos pagar "imposto" para alguém que concede uma restituição muito maior e melhor. Quando damos a Deus o que é de Deus, podemos ter certeza de que o investimento tem um retorno garantido.

Certa vez, um assessor fiscal foi até um cristão pobre para determinar a quan­tidade de impostos que ele teria que pagar. "Que propriedade você possui?", per­guntou o assessor. "Sou um homem muito rico", replicou o cristão. "Enumere seus bens, por favor", instruiu o assessor. O cristão disse:

Primeiro, tenho a vida eterna (Jo 3:16).
Segundo, tenho uma mansão no Céu (Jo 14:2).
Terceiro, tenho paz que excede todo o entendimento (Fp 4:7).
Quarto, tenho alegria inexprimível (1Pe 1:8).
Quinto, tenho amor divino que nunca falha (1Co 13:8).
Sexto, tenho uma esposa fiel e virtuosa (Pv 31:10).
Sétimo, tenho filhos obedientes e felizes (Êx 20:12).
Oitavo, tenho amigos verdadeiros e leais (Pv 18:24).
Nono, tenho canções à noite (Sl 42:8).
Décimo, tenho a coroa da vida (Tg 1:12).

O assessor fechou o notebook e disse: "Você é verdadeiramente um homem muito rico, mas sua propriedade não está sujeita a impostos."

Dê a Deus o que é de Deus, e você, com uma nova cidadania, terá bens fora do alcance do Fisco. O Leão da tribo de Judá não pega ninguém na malha fina.

domingo, 30 de maio de 2021

TEMPOS DE PERIGO

Vivemos dias difíceis. Nem é preciso acompanhar os noticiários para perceber isso. Basta olhar ao redor. Em casa, na rua, no comércio e nas rodas de amigos, o clima é de apreensão e, nas igrejas, os pedidos desesperados de oração se avolumam. Assombrosas cenas estão se desdobrando diante de nós, e os frutos de decisões tomadas em tempos difíceis podem ser eternos. Ellen G. White nos aconselha sobre o que devemos fazer nestes tempos de perigo que estamos vivendo, tempos que hão de provar a alma dos homens.

1. Não desanimar
Agora é nosso tempo de perigo. Nossa única segurança está em galgar as pisadas de Cristo, e levar o Seu jugo. Tempos de tribulação estão diante de nós. Em muitos casos, nossos amigos nos rejeitarão. Sem causa, homens se tornarão nossos inimigos. Os motivos do povo de Deus serão mal interpretados, não somente pelo mundo, mas por seus próprios irmãos. Os servos do Senhor serão colocados em, situações difíceis. Será criada uma tempestade num copo de água para justificar a atitude egoísta e a injustiça dos homens. Mas que não desanimem. A mão de Deus está na direção de Sua providência, guiando Sua obra para a glória do Seu nome.

2. Ser um testemunho vivo
Em razão do crescente poder das tentações de Satanás, os tempos em que vivemos se acham plenos de perigo para os filhos de Deus, e cumpre-nos aprender continuamente do grande Mestre, de modo a dar todo passo com segurança e em justiça. Assombrosas cenas estão se desdobrando diante de nós; e em tal tempo, é preciso que a vida do professo povo de Deus seja um testemunho vivo, de modo que o mundo veja que, neste século, quando o mal espalha-se por toda parte, ainda existe um povo que põe de lado a própria vontade para realizar a vontade de Deus - povo em cujo coração e vida se acha escrita a Sua lei.

3. Ter propósitos firmes
Alguns há na igreja, que precisam firmar-se às colunas de nossa fé, aprofundar-se e encontrar um fundamento sólido, em vez de vacilar na superficialidade, agindo por impulsos. Há na igreja dispépticos espirituais. Deus pede homens e mulheres estáveis, de propósitos firmes, nos quais se possa confiar em tempos de perigo e provação, tão firmemente arraigados e fundados na verdade como as colinas eternas, a quem se não possa mover para a direita nem para a esquerda, mas que marchem sempre avante, e sempre se encontrem no devido lugar. Alguns há que, em tempos de perigo religioso, quase se podem procurar sempre nas fileiras do inimigo; se alguma influência exercem, é a favor do erro. Não se sentem sob a obrigação moral de dar toda a força à verdade que professam. Esses serão recompensados segundo suas obras.

4. Estudar a Bíblia e ter comunhão diária com Jesus
Estão justamente ante nós, tempos que hão de provar a alma dos homens, e os que são fracos na fé, não resistirão à prova daqueles dias de perigo. As grandes verdades da revelação devem ser estudadas cuidadosamente, pois todos teremos necessidade de um conhecimento inteligente da Palavra de Deus. Mediante o estudo da Bíblia e a diária comunhão com Jesus alcançaremos pontos de vista claros, bem definidos, da responsabilidade individual e a força necessária para subsistir no dia da prova e da tentação. Aquele cuja vida está unida a Cristo por elos ocultos, será guardado pelo poder de Deus, mediante a fé para salvação.

5. Andar humildemente
Nas últimas cenas da história da Terra, quando a intensidade se apodera de todos os elementos terrestres, o Senhor requer de nós vigilância sem descanso. Contudo, não somos deixados a lutar sozinhos. Entre os crescentes perigos por todos os lados, aqueles que andam humildemente diante de Deus, não se apoiando em sua própria sabedoria, terão os anjos como seus ajudadores e protetores. Em tempos de especial perigo conhecerão o alcance do poder protetor de Deus.

6. Permanecer fiel e leal
Muitos que pretendem crer na verdade mudarão de opinião em tempos de perigo, pondo-se ao lado dos transgressores da lei de Deus a fim de escapar à perseguição. Haverá grande humilhação de coração diante de Deus da parte de todos os que permanecem fiéis e leais até o fim. Satanás influirá, porém, de tal maneira sobre os elementos não consagrados da mente humana que muitos não aceitarão a luz do modo designado por Deus.

7. Descartar opinião dos homens
O que diz a Palavra de Deus? Volva-se da opinião dos homens para a lei e o testemunho. Descarte toda consideração mundana. Faça sua decisão para a eternidade. Pese as evidências nesta importante época. Certamente não necessitamos esperar escapar da perseguição e das provas ao seguirmos nosso Salvador, pois esse é o salário daqueles que O seguem. Ele claramente declara que sofreremos perseguição. Nossos interesses terrenos devem estar subordinados aos eternos.

8. Ter força, coragem e influência
Deus não pode usar homens que, em tempos de perigo, quando a força, a coragem e a influência de todos são necessárias, temem tomar uma firme posição pelo direito. Ele chama a homens para que se empenhem fielmente na batalha contra o erro, guerreando contra principados e potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as forças espirituais da maldade nos lugares celestiais. A tais é que Ele dirigirá as palavras: “Bem está, bom e fiel servo [...] entra no gozo do teu Senhor” (Mateus 25:23).

9. Ser de confiança e altruísta
Para prosperar, toda igreja precisa ter homens em quem possa confiar em tempos de perigo, homens que sejam tão firmes como o aço, homens altruístas que tenham os interesses da causa de Deus mais perto do coração do que qualquer outra coisa que envolva suas opiniões próprias e interesses seculares.

10. Consagrar-se constantemente a Deus
Satanás procura continuamente obstruir o caminho, de modo que a verdade seja emperrada por estratagemas humanos, e aqueles que possuem luz e conhecimento encontram-se em grande perigo a menos que se consagrem constantemente a Deus, humilhando-se e percebendo o perigo destes tempos.

Referências
1. Olhando para o Alto, p. 189
2. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 322
3. Testemunhos Seletos 1, p. 462
4. Testemunhos Seletos 2, p. 101
5. A Verdade sobre os Anjos, p. 272
6. Este Dia com Deus, p. 329
7. Testemunhos para a Igreja 2, p. 495
8. Profetas e Reis, p. 69
9. Testemunhas para a Igreja 2, p. 636
10. Cristo Triunfante, p. 407

sexta-feira, 28 de maio de 2021

M-Á-S-C-A-R-A

Depois de um ano e meio de novo coronavírus no ar, o assunto já deveria ser pra lá de velho. E, no entanto, aqui estou eu batendo nas mesmas teclas: m-á-s-c-a-r-a. Máscara.

Quem precisa sair de casa sabe que as ruas são um campo minado de narizes descobertos. E, caso você lance um olhar de protesto, se duvidar o sujeito sem um pedaço de pano nem vergonha na cara irá reagir. Cuidado, alguns explodem. Mas outros apenas disparam provas de sincera ignorância do que a ciência tem a lhes dizer para tapar-lhes a boca — e as narinas junto, claro.

Contra cada disparate que a gente ouve por aí, existe um bom argumento. Saiba o que você pode falar para tentar desarmar a arapuca dos sem-máscara em diversas situações.

"Parabéns pela vacina! Mas você pode continuar pegando e passando covid-19.”

Esclareça aquela pessoa que, ao notar o seu desconforto, tenta tranquilizá-lo avisando que tudo bem, porque ela já foi vacinada. Tudo bem para quem, cara pálida sem máscara? Ora, para nenhum dos dois!

 "O que as vacinas atuais prometem é reduzir as formas graves da infecção pelo novo coronavírus e não fazer quem as tomou deixar de pegar a doença", explica o infectologista Wladimir Queiroz, que é professor da Faculdade de Ciências Médicas de Santos, no litoral paulista, e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Vamos reconhecer que essa não é uma promessa pequena, a de manter a população vacinada longe dos hospitais, com quadros brandos ou assintomáticos depois de contrair o Sars-CoV 2.

Só que esse vírus seguirá o trecho inicial de seu roteiro pelo nosso corpo. Ou seja, ele irá se instalar e se multiplicar nas mucosas do nariz e da garganta para que suas réplicas voem em gotículas lançadas no ar até aterrissarem em uma nova vítima. Portanto, quem foi vacinado pode continuar transmitindo a doença, sim.

"E, mesmo que tivéssemos um imunizante capaz de evitar completamente a infecção, inclusive os casos assintomáticos, a gente deve se lembrar que nenhuma vacina contra qualquer tipo de doença é eficaz em 100% das pessoas", completa o professor Queiroz. "Uma minoria sempre poderá adoecer, mesmo depois da injeção."

Nem vou falar de variantes... Só guarde então: sair sem máscara é um risco também para a própria pessoa vacinada que, talvez por desconhecimento, se sentiu livre dessa obrigação.

"Estamos ao ar livre, mas não estamos sozinhos."

Em locais abertos e ventilados, o risco de transmissão é menor, mas não é bacana brincar de roleta-russa com o coronavírus, se passam pessoas a menos de 2 metros de distância de você. Fale isso para quem não vê problema em abandonar o acessório ao ar livre.

"Tem problema, sim", rebate o médico João Viola, presidente do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia. "Comparo com o cinto de segurança. Devemos usá-lo sempre, não importa se estamos em um engarrafamento rodando a 20 quilômetros por hora ou acelerando a mais de 120 em uma estrada.”

Em outras palavras, até em uma situação aparentemente mais segura, às vezes, desastres acontecem. "Na pandemia, devemos usar máscara ao sair de casa e ponto, sem dar espaço para interpretações se, nessa ou naquela condição, o risco seria menor."

"Será que não poderia dar suas baforadas admirando o trânsito?”

É uma sugestão aos fumantes pelo caminho. Não quero aqui discutir os malefícios do cigarro, mas se alguém não resiste e vai fumar na rua, então o ideal seria que ao menos tomasse o cuidado de soltar a fumaça de costas para o fluxo de pessoas, de preferência parado no meio-fio, olhando os carros que passam.

"Aí, aumenta um pouco a chance de uma rajada de ar dispersar o vírus antes de ele contaminar os outros", observa a infectologista Andyane Tetila, médica do Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), no Mato Grosso do Sul, e também consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.

"Se comer, não dirija palavras."

Hora do almoço e, apesar da pandemia, as calçadas ficam cheias de gente mordiscando ou bebendo algo enquanto caminham. Lógico, não dá para engolir nada usando máscara. "Mas, então, é a mesma coisa que penso para os fumantes: o certo é procurar locais mais reservados, com pouquíssima passagem de gente", opina o doutor João Viola.

Para piorar, as pessoas tendem a sair comendo e batendo papo com quem está ao lado. Aprenda: se um indivíduo está infectado pelo Sars-CoV2, ele sempre lança o vírus quando expira o ar. Mas lança uma quantidade maior enquanto fala e mais vírus ainda se fala alto — por exemplo, conversando animadamente em uma rua movimentada, concorrendo com o barulho ao seu redor. Ou seja, se é para tirar a máscara a fim de matar a fome na rua — o que já não é o correto —, coma quieto.

"Preserve a sua imagem fitness.”

Este é o recado aos legítimos defensores de um estilo de vida saudável. Se alguém calça o seu tênis sem pegar a máscara — sim, hoje já existem modelos especiais para esportistas —, essa pessoa na realidade só faz pose.

"Diversos estudos mostram que indivíduos infectados expelem mais vírus durante exercícios físicos", diz o professor Wladimir Queiroz. "Daí que, se não é possível manter um distanciamento de 1,5 a 2 metros — no caso de quem sai para pedalar em grupo ou que escolhe correr em pistas, por exemplo —, o perigo de fato existe. Hoje sabemos que, para se infectar, basta uma única respirada naquele instante em que o outro soltou gotículas lotadas do vírus, passando por você.”

Não fale nada, saia cantarolando Chico Buarque 

"Chego a mudar de calçada, quando aparece uma flor.., "— claro, aqui na versão "quando aparece um desmascarado", seja fumando, comendo ou, pior do que tudo, formando grupinhos em portas de restaurantes ou descansando em intervalos de trabalho.

Passar bem no meio de uma pequena aglomeração de pessoas sem máscara é como atravessar um corredor polonês envolto em uma nuvem de coronavírus. "Basta uma única respirada...", insiste o professor Queiroz. E o doutor João Viola completa: "Melhor alguém olhando feio ao perceber sua atitude ao desviar do que você pegar covid-19.”

"Já é tão fofa essa criança, imagine se ela usasse máscara então!" 

Entendo: eu mesma só teria coragem de dizer isso em pensamento. "Até porque, dependendo da idade, não tem como: a criança acaba tirando a máscara", reconhece o professor Queiroz. Mas, no mundo ideal, seria o certo usá-la a partir dos 2 anos.

"Crianças sempre foram ótimos reservatórios de vírus em geral", lembra a infectologista Andyane Tetila. "Mesmo que não manifestem a covid-19, elas são capazes de transmitir para o amiguinho que, por sua vez, irá infectar cuidadores e familiares ao voltar para casa. Sem contar que, até por conta da alta circulação do Sars-CoV 2, hoje já vemos casos graves na pediatria, inclusive com óbito."

Para o doutor João Viola, os adultos deveriam orientar a meninada a vestir o acessório e a escola também poderia ajudar: "Ela não deve se restringir à educação formal, mas ensinar a criança a ter respeito pelo bem-estar de toda a sociedade", acredita.

"Chamem o síndico!”

É o que você deve pedir se encontrar alguém que deixou para vestir a máscara bem naquele instante em que a porta do elevador se abriu. "Não é paranoia", garante o professor Wladimir Queiroz. "O ar precisaria trocar de cinco a doze vezes para um ambiente se tornar propício na pandemia. Não há tempo para um elevador ventilar desse jeito entre essa pessoa sem máscara sair e você entrar", diz ele.

O melhor é só subir ou descer com aqueles que moram com você. E, ainda em nome da boa vizinhança, não vale ficar sem máscara no hall entre apartamentos, cujo ar também não costuma ser renovado com tanta facilidade.

"Eu estou cuidando da minha vida."

É o que você pode devolver ao ouvir um desaforo clássico do povo sem máscara — o tal do "vá cuidar da sua vida". Segundo o professor Queiroz, as máscaras protegem muito pouco quem as usa, mas protegem um bocado quem está ao seu redor. A exceção seria o modelo N95 — o qual, além de caro, é tão difícil de usar direito que os próprios médicos em hospitais só vestem quando vão lidar diretamente com pacientes com covid-19.

Portanto, digo eu, quando alguém sai sem máscara por aí, está escrito em sua testa que ele pouco se dana com a vida dos outros. Não há nem sequer a empatia, que o sistema nervoso dos seres vivos manifesta quando pressente que indivíduos da sua espécie estão sendo ameaçados por outra.

É como se os sem-máscara se excluíssem dessa humanidade tão terrena, vindos de um planeta sem pandemia e plano. Mais de 450 mil brasileiros morreram porque provavelmente cruzaram com alguém assim.

Lúcia Helena (via Viva Bem)

quinta-feira, 27 de maio de 2021

ADVENTISTAS FANÁTICOS

Já dizia um ex-professor meu no seminário que o fanatismo é uma parte da verdade que ficou louca. Esse aforismo consegue expressar com genialidade duas ideias-chaves sobre o fanatismo: 

1. Sua identificação com a verdade: se o fanatismo é uma parte da verdade, ele se opõe, a princípio, e na maior parte dos casos, à heresia, que consiste em uma – ou mais – doutrina espúria, a qual concorre com a verdade. O fanático nasce a partir de uma motivação antagônica: o herético odeia a verdade; o fanático ama tanto a verdade que idealiza, segmenta e, por fim, distorce. 

2. Sua peculiaridade perniciosa: o fanatismo se sobressai em relação ao conjunto doutrinal de que se origina pela tendência de manter certas ênfases, em detrimento do conjunto. Eis a peculiaridade do fanatismo. Também não podemos igualar fanatismo a uma mera excentricidade religiosa, já que ele toma certa carga de virulência, infectando tudo e todos ao redor, implícita ou explicitamente. Eis sua perniciosidade. 

Embora o fanatismo não esteja restrito ao Cristianismo, é relevante o número de cristãos fanáticos. Geralmente, o fanático inverte o zelo autêntico do testemunho cristão – enquanto um genuíno servo de Deus estaria disposto a morrer pela verdade, o fanático, em contrapartida, dispõe-se a matar por aquilo que considera como a vontade divina. Dessa forma, o fanático abandona o posto de súdito do Reino do Céu, condição na qual se acata a legislação do Evangelho, e se torna, ele próprio, o legislador agindo coercivamente sobre outros, a fim de acatarem seu dogmatismo. 

Entre os adventistas do sétimo dia, o fanatismo achou um campo vasto. E por uma razão bem simples: sendo o Adventismo uma fé abrangente, reunindo sob os auspício de “Verdade Presente” um conjunto bem concatenado de postulados bíblicos, não se torna difícil o surgimento daqueles que se apaixonem loucamente por umas poucas dessas verdades. Levando em conta que se o aforismo inicial reza ser o fanatismo uma parte enlouquecida da verdade, pode-se definir um fanático como aquele que se apaixona loucamente por uma parte da verdade.

Passo a expor algumas ideias a respeito do fanatismo no Adventismo (em muitos aspectos, bem similar ao dos fanáticos de outros arraiais). Não proponho que todos os fanáticos entre nós sejam iguais – uns se revelam mais apaixonados, outros menos, mas sempre existe a equivalência entre a paixão deles com a loucura que desenvolvem a curto, médio ou longo prazo. Dito isso: 

1. Adventistas fanáticos assumem o posto de pilares da ortodoxia: em meio às marés de relativismo, a ilha-igreja quer se sentir segura. Os fanáticos surgem como indivíduos capazes de sustentar a verdade, às vezes sob os próprios ombros, tal qual Atlas na mitologia. Entretanto, sua atitude de resistência, na maioria das situações, exclui as vozes que divergem da deles em assuntos secundários, como se as opiniões contrárias representassem um desvio da fé correta. Fique claro que admito discordâncias em questões de somenos importância. Uma coisa é afirmar que existe verdade absoluta; outra, bem diferente, é pretender acesso a toda verdade absoluta, em todos os detalhes – conhecimento que apenas Deus, em última instância, é capaz de alcançar. A verdade é absoluta, não os que creem nela, havendo espaço para a atitude inquiridora, a pesquisa e o crescimento de compreensão acerca do que é verdadeiro. Logo, mesmo a ortodoxia saudável não exclui a liberdade de diálogo sobre pontos da verdade que ainda não foram completamente compreendidos, e isso dentro de um espírito largo e humilde. Quando assumo que somente eu esteja certo, e em todos os aspectos, está assassinada a possibilidade para qualquer diálogo e até, por que não dizer, de aprendizado concreto (essência do verdadeiro diálogo humano). Temos que advogar uma ortodoxia sólida, apta intelectualmente para defender e expor os principais artigos da fé adventista. Ninguém se ache autorizado a ter a palavra final sobre a interpretação dos 144 mil ou de Daniel 11, para sacar dois exemplos. Por vezes, o “ortodoxismo” – algo distinto da ortodoxia viável – não passa de uma forma mais sutil do “achismo”, acrescida de intolerância desproporcional e autoritária. 

2. Adventistas fanáticos preterem a pesquisa teológica às interpretações pessoais: o fanático é, por natureza, um profundo teimoso! Não espero que ninguém conclua com isso que todo teimoso seja um fanático, sequer potencialmente; mas pensemos: o fanatismo dos escribas e fariseus os levava a fechar os ouvidos para a presença da verdade, ou seja, do próprio Jesus. No colóquio de Marburg (1529), Lutero debateu com Zuínglio acerca da presença de Jesus no pão da ceia. A despeito dos argumentos diversos usados pelo reformador suíço com o fito de convencer o alemão, a teimosia de Lutero impediu-o de aceitar que o pão apenas simboliza a carne de Jesus. “Este é o meu corpo”, repetia Lutero à exaustão, a tal ponto que Zuínglio asseverou que a discussão não estava mais em um plano racional. O fanático não quer provas, não importa quão qualificadas se apresentem. Em parte, a ênfase na interpretação pessoal da Bíblia legada pelo protestantismo abriu as portas para abusos, o que, em parte, foi equilibrado pela elaboração de credos – os protestantes davam liberdade individual de interpretar livremente a Bíblia, mas dentro de certos limites, procurando respeitar, inclusive, a própria Bíblia. Atualmente, a livre interpretação dentro do Adventismo constitui um problema. Um dos fatores que contribui para uma falta de limites quanta às interpretações é a confusão em nosso meio entre conhecimento bíblico e conhecimento teológico. Não importa o quanto uma pessoa conheça a Bíblia, sem treinamento teológico ela não pode discutir teologia. Que ninguém pense, pelo que disse, que acredito na salvação pela teologia. Em verdade, Deus não tornou necessário o conhecimento teológico essencial à salvação. Aliás, muitos renomados teólogos profissionais não são verdadeiros crentes – independe da boa qualidade de sua teologia. Ao mesmo tempo, para alguém ser teólogo precisa de muitas competências para além da mera habilidade de fazer ligação temática entre textos bíblicos (o que se aprende dando estudos bíblicos). Para ilustrar: recentemente vi um panfleto criticando um artigo do Pr. Marcos De Benedicto sobre a Trindade. O autor zombava o fato de Benedicto citar teólogos afamados, à semelhança de Karl Barth, o qual admitia sequer ter ouvido falar! Em virtude disso, alcunhou o articulista de “Marcos De Eruditos”. Ora, veja! Como discutir Teologia sem conhecer o suíço Karl Barth, um dos maiores nomes da teologia do século XX? Seria como tratar de Pedagogia sem mencionar Piaget ou discorrer sobre Psicologia, sem Freud. Embora um psicólogo discorde de pontos da teoria freudiana, ou um pedagogo recuse-se a seguir a linha que propôs Piaget, não podem ignorá-los por completo. Os adventistas – bem como cristãos tradicionais – têm muito a questionar nos trabalhos de Barth e dos seus seguidores, neo-ortodoxos, mas não se pode fazer teologia no vácuo. Como área do conhecimento, a teologia possui grandes nomes e importantes contribuições. Um teólogo adventista age a partir da Verdade Presente, da qual extrai sua teologia e avalia as demais. Um leigo adventista necessita estudar a Bíblia e conhecer a Verdade Presente. Também não pode minimizar ou desprezar o auxílio disponível através dos escritos com certo conteúdo teológico (encontrados na lição da Escola Sabatina e alguns livros) produzidos pela denominação adventista.

3. Adventistas fanáticos são mais propensos à infecção de heresias: Observamos anteriormente a distinção entre hereges e fanáticos. Sucede, no entanto, desse converter-se naquele, para o pasmo geral. Frequentei uma igreja adventista na Penha (SP) na qual um dos anciãos, uma diaconisa e a diretora de Ministério Pessoal se desligaram da igreja para formar um grupo antitrinitrariano. Por que cada vez mais líderes abonam as fileiras adventistas para aderirem a grupos heréticos? Uma das possíveis razões é que esses ex-membros já haviam aderido a posicionamentos fanáticos. O fanatismo se inaugura nas percepções sobre o disfarce de um zelo pelo correto; desenvolve-se com um apego a verdades específicas; passa a advogar uma atitude legalista, que transparece em ações discriminatórias contra os que não concordam ou não compreendem as verdades enfatizadas pelo fanático; e, finalmente, o desequilíbrio do próprio fanático põe tudo a perder, uma vez que desperta nele o desejo de reformar aquilo que se considera como apostatado. Nesse ponto, o farisaísmo pode conduzir à assimilação de heresias, e até as verdades antes admiradas são rejeitadas diante da nova concepção de crenças. 

4. Adventistas fanáticos são fortes candidatos à apostasia: outro caminho para o fanático que não o da heresia passa a ser o abandono da fé. Por que fanáticos apostatam? Por não fruírem da plenitude do evangelho da Graça, presos que se acham em concepções legalistas e infrutíferas. Lutar contra velhos hábitos de caráter pela fé nunca foi desafio leve. Lutar contra hábitos errados apenas da perspectiva do esforço pessoal não se trata de algo inviável – é impossível, com todas as letras! Em seu empenho pela doutrina pura, o fanático acaba sozinho no final das contas, e percebe-se até mesmo sem Deus. E, quando se abandona a comunhão com o Senhor, uma religião árida dificilmente manterá alguém no convívio com outros cristãos. As críticas que o fanático desferiu contra os cristãos “menos zelosos e pios” do que ele, acabam se tornando as setas que ferem seu próprio coração de Saul, suspenso entre o Céu e Terra, parado justamente no meio do caminho entre os dois. 

Contra o fanatismo, a solução começo por buscar a “multidão de conselhos”, na qual há sabedoria. Ninguém se isole, como se fosse o único Elias injustiçado que Jezabel persegue pelos quatro cantos da Terra. Uma vida comunitária sadia é um bom passo contra uma postura desequilibrada. Uma devoção sólida pode igualmente favorecer o crescimento simétrico da espiritualidade, desde que a Bíblia seja estudada ponto a ponto, sem a atenção demorar-se apenas naquilo que é de preferência pessoal (cada um tenha a sua, o que é legítimo, a partir do momento em que nossas passagens ou doutrinas favoritas nos impeçam de ver o todo da mensagem). O estudo da história da igreja também favorece uma análise de como certas tendências se mostraram danosas e precisam ser evitadas. Enfim, todos podemos amar a verdade lucidamente e de forma integral.

Douglas Reis (via Questão de Confiança)

Nota do blog: Os textos a seguir foram extraídos dos livros de Ellen G. White, Obreiros Evangélicos e Mente, Caráter e Personalidade 1:

À medida que o fim se aproxima, o inimigo há de trabalhar com todas as suas forças para introduzir entre nós o fanatismo. Ele se regozijaria em ver adventistas do sétimo dia indo a tais extremos que fossem considerados pelo mundo como um bando de fanáticos. Vivemos num tempo em que todo aspecto de fanatismo se insinuará entre os crentes e descrentes. Satanás forçará entrada, falando mentiras, hipocritamente. Apresentará tudo que possa inventar, para enganar homens e mulheres. Temos visto, em nossa experiência, que, se Satanás não consegue prender as pessoas no gelo da indiferença, ele procurará impeli-las para o fogo do fanatismo.

Quando o Espírito do Senhor Se faz notar entre o Seu povo, o inimigo aproveita a oportunidade para também atuar sobre várias mentes, levando-as a misturar seus próprios peculiares traços de caráter com a obra de Deus. Assim, sempre há o perigo de que eles permitam que suas próprias idéias se misturem com a obra e assim se tomem resoluções imprudentes. Muitos se empenham numa obra por eles mesmos ideada, e que não é inspirada por Deus. Por eles são pervertidos princípios, erguidas normas falsas, formam-se critérios que não trazem a assinatura do Céu.

Há muitos, muitos, que confiam em sua própria justiça. Estabelecem uma norma para si mesmos, e não se submetem à vontade de Cristo, nem permitem que Ele os envolva nas vestes de Sua justiça. Formam um caráter de acordo com a sua vontade. Satanás se agrada de sua religião. Representam falsamente o caráter perfeito - a justiça - de Cristo. Enganados eles mesmos, por sua vez enganam outros. Não são aceitos por Deus. São capazes de levar outras pessoas por falsos caminhos. Receberão afinal sua recompensa, juntamente com o grande enganador Satanás.

Há os que são combativos por natureza. Pouco se lhes dá concordarem ou não com os seus irmãos. Têm prazer em entrar em polêmicas, gostam de lutar em defesa de suas singulares idéias; devem, porém, pôr de lado isso, pois não contribui para promover as graças cristãs. Nenhum de nós está em segurança, a menos que diariamente aprendamos de Cristo Sua mansidão e humildade.

Deus convoca Seus servos a que estudem Seu desejo e vontade. Então, quando se apresentam homens com teorias forjadas curiosamente, não discutam com eles, mas afirmem o que sabem. "Está escrito" deve ser vossa arma.

Os que são atentos estudantes da Palavra, seguindo a Cristo com humildade de alma, não irão a extremos. O Salvador nunca foi a extremos, nunca perdeu o domínio de Si mesmo, nunca violou as leis do bom gosto. Sabia quando convinha falar, e quando guardar silêncio. Estava sempre na posse de Si mesmo. Nunca errou no ajuizar os homens ou a verdade. Nunca foi enganado pelas aparências. Nunca levantou uma pergunta que não fosse perfeitamente apropriada, nunca deu uma resposta que não fosse bem apropriada ao caso. Fez calar os cavilosos sacerdotes, penetrando para além da superfície, e atingindo o coração, fazendo a luz no espírito e despertando a consciência.

Os que seguem o exemplo de Cristo não serão extremistas. Cultivarão a calma e a posse de si mesmos. A paz que se manifestava na vida de Cristo se patenteará na deles.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

SUPERLUA

O fenômeno conhecido como superlua foi observado ao redor do mundo na noite da terça-feira (25). Desta vez, além de a Lua parecer maior por causa de seu posicionamento, ela também passa por um eclipse lunar total, que pode ser visto em partes do Brasil até às 9h52 desta quarta-feira (26), exceto em parte do Nordeste. 

“Lua do perigeu” é o nome astronômico para este conhecido fenômeno chamado de superlua. O perigeu é o ponto mais próximo à Terra que a Lua alcança no ano, e o apogeu é ponto mais distante. A distância entre o apogeu e o perigeu é de cerca de 50 mil km. Como a órbita da Lua é elíptica, há ocasiões em que ela fica mais próximo de nosso planeta. Quando a Lua chega bem perto do perigeu, e ela está na fase cheia, somos brindados com o espetáculo da Superlua, que, do nosso ponto de vista, parece cerca de 15% maior e 30% mais brilhante do que uma Lua cheia normal.

"Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no Céu" (Mateus 5:16).

Como Jesus disse que somos a luz do mundo, precisamos pensar em qual tem sido nossa posição em relação às pessoas que vivem ao nosso redor. Será que estamos no “apogeu”, distantes, não levando a ninguém o brilho da salvação? Ou estamos próximos ao “perigeu”, ao lado daqueles que precisam do evangelho, que estão famintos e sedentos pela luz da salvação e de ajuda humanitária?

É muito bom ir à igreja adorar a Deus, mas a vida cristã não se resume a isso. Temos o dever de seguir a ordem de Jesus e ir aonde as pessoas estão, levar a elas salvação e suprir suas necessidades reais. O Senhor espera isso de nós. “Cristo confia a seus seguidores uma obra individual – uma obra que não pode ser feita por procuração. O serviço aos pobres e enfermos e o anunciar o evangelho aos perdidos não devem ser deixados a comissões ou à caridade organizada. Responsabilidade individual, […] esforço e sacrifício pessoal são exigências evangélicas” (A Ciência do Bom Viver, p. 147).

Não podemos nos acomodar no “apogeu” de nossa indiferença. Se quisermos brilhar por Jesus, precisamos ter coragem e ir aonde Deus mandar e permitir que o espírito de amor e misericórdia tome conta de nossa vida. Próximos ao “perigeu”, as pessoas verão as nossas “boas obras” e vão glorificar a Deus.

Devemos nos lembrar de que existe muita gente que, além de não conhecer Jesus, também tem muitas carências materiais. Por isso, precisamos nos envolver com as atividades missionárias e de misericórdia e, em nosso dia a dia, sermos agentes de salvação. Que tal deixar de ser uma invisível Lua Nova e se tornar uma Superlua para Jesus?

terça-feira, 25 de maio de 2021

DIA DO ORGULHO NERD

Jim Parsons, que faz sucesso como o nerd Sheldon Cooper na série "The Big Bang Theory" e Leonard Nimoy, que imortalizou o personagem Spock em "Jornada das Estrelas"

O Dia do Orgulho Geek, também conhecido por Dia do Orgulho Nerd, é comemorado anualmente em 25 de maio em todo o mundo. A data foi criada em homenagem à estreia do primeiro filme da franquia Star Wars (Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança), lançado em 25 de maio de 1977 e considerado um grande marco para a cultura nerd.

No dia 25 de maio ainda é celebrado o Dia da Toalha, uma comemoração que também serve de homenagem para a cultura geek e nerd. O Dia da Toalha é uma homenagem dos fãs da série "O Guia do Mochileiro das Galáxias" e ao seu autor, o escritor Douglas Adams.

Nerd é um termo que descreve, de forma estereotipada, uma pessoa que exerce intensas atividades intelectuais, que são consideradas inadequadas para a sua idade, em detrimento de outras atividades mais populares.

Pode descrever uma pessoa que tenha dificuldades de integração social e seja atrapalhada, mas que nutre grande fascínio por conhecimento ou tecnologia.

O nerd é um raro caso que é o que é, em um mundo em que todos querem ser o que não são. Só os nerds admitem que, mesmo adultos, ainda leem quadrinhos, jogam videogame e colecionam bonequinhos de brinquedo. Só eles vestem sem vergonha algumas roupas de seus super-heróis favoritos e não têm medo de dizer que as piadas mais engraçadas do seriado The Big Bang Theory são sobre computação ou física quântica.

Eles são o exemplo vivo de que a coerência (e a persistência) pode vencer a massa. Em uma sociedade na qual as pessoas insistem em ser o que não são, quem é coerente com a mensagem que prega faz sucesso. E o pior é que os nerds conquistaram a admiração e o respeito da sociedade defendendo valores e representando ícones como o Super-Homem, Luke Skywalker ou Mario Bros., mesmo que, para isso, tenham enfrentado o bullying antes do bullying ter sido inventado!

Já nós, cristãos, temos ao nosso lado a bandeira da saúde, da educação, da caridade e da família. Ainda assim, mesmo com causas tão nobres e heroicas, muitos continuam acovardados, sem fibra para viver na plenitude a mensagem que representam. Têm medo de pagar o preço. E logo nós, que seguimos Jesus Cristo, o maior ícone de todos os tempos! E logo nós, que acreditamos no amor, o mais sublime dos valores!

O exemplo dos nerds pode nos “salvar” da incongruência entre o que cremos e o que praticamos, entre o que dizemos e o que somos. Como não precisamos aderir a tudo aquilo que os nerds defendem, deveríamos ao menos seguir seu exemplo de perseverança, autenticidade e coerência.

Vida longa, próspera... ou melhor, vida eterna pra todos nós!

DIGA-ME COM QUEM ANDAS...

“Diga-me com quem andas e direi quem és.” Se quisermos aplicar esta máxima a Jesus, ficaremos desapontados. O Mestre Galileu costumava andar muito mal acompanhado.

Em uma de Suas andanças, Ele encontrou um publicano chamado Levi, também conhecido como Mateus. Sem a menor cerimônia, Jesus o convida para ser Seu seguidor.

Os publicanos eram considerados uma ‘raça maldita’, traidores da pátria, gente vendida ao império, que se prestava a extorquir seus patrícios para atender aos interesses de Roma. Jesus não o encontrou num ambiente amistoso, mas no lugar onde acontecia a cobrança dos impostos. Mesmo que Mateus não fosse desonesto como Zaqueu, não pegava bem para Jesus ficar de papo com gente de sua laia.

Além de atender de pronto ao convite de Jesus, Mateus revolveu comemorar em grande estilo, promovendo um grande banquete em sua casa. Que tipo de gente aceitaria participar de uma festa na casa de um publicano? Ninguém esperaria encontrar ali um sacerdote, um rabino ou qualquer outra pessoa de reputação ilibada. Os publicanos eram judeus que viviam como romanos. Não muito raro seus banquetes se tornavam orgias parecidas com os bacanais romanos. Definitivamente, aquele não era um ambiente para alguém como Jesus.

No mínimo, era de se esperar que Jesus desse um puxão de orelha em Mateus por querer celebrar sua chamada de maneira tão pagã. Seria como alguém acabar de se converter e ir para um bar celebrar com os amigos e ainda chamar o pastor.

Não duvido que alguns dos Seus discípulos apostassem que Jesus chegaria lá virando as mesas de perna para o ar (mas isso Ele deixaria para fazer num outro ambiente, considerado sagrado para os judeus).

O que esperar de um rabino judeu que transforma água em vinho só para impedir que a festa termine antes da hora?

Chegando à casa do publicano, uma multidão O aguardava. Gargalhadas estridentes eram ouvidas por toda a casa. Música alta. Danças extravagantes. Mulheres despudoradas. Definitivamente, o ambiente não era nada familiar.

Os discípulos se sentem constrangidos. Estão mais preocupados com a reputação do Mestre do que com a receptividade com que foram acolhidos. Eles não dão conta de conciliar o que veem com o salmo primeiro.

Sem parecer preocupado, Jesus toma lugar à mesa. Para o desconforto dos discípulos, Ele parece bem à vontade. Em momento algum lança olhares condenatórios sobre aquelas pessoas.

- O que é que estamos fazendo aqui? Indaga um deles. - Preciso tomar um ar lá fora! Esse ambiente impregnado de pecado está me sufocando.

Lá fora, alguns escribas e fariseus, a nata religiosa da sociedade, se aproxima de alguns discípulos e questionam:

- O que deu em vocês? Como têm coragem de acompanhar seu Mestre num banquete com gente desse tipo?

Jesus resolve dar um pulinho lá fora para checar a razão de terem se ausentado da festa. Ao flagrar os religiosos pressionando Seus discípulos, Jesus já chega respondendo:

- Quem precisa de médico não são os sãos, mas os enfermos. Não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.

Não há qualquer registro que naquela noite Jesus tenha interrompido a festa para pregar um sermão evangelístico. O importante era infiltrar-se ali, conquistar a confiança daquela gente, e, numa ocasião oportuna falar-lhe do reino de Deus. Por enquanto, Sua presença ali já era a mensagem.

"A festa foi oferecida em honra de Jesus, e Este não hesitou em aceitar a gentileza. Bem sabia que isso daria motivo de escândalo ao partido dos fariseus, comprometendo-O também aos olhos do povo. Nenhuma questão de política, entretanto, podia influenciar-Lhe os movimentos. Para Ele, as distinções exteriores não tinham valor. O que Lhe falava ao coração era a sede pela água da vida. Jesus Se sentou como hóspede honrado à mesa dos publicanos, mostrando, por Sua simpatia e amabilidade social, reconhecer a dignidade humana; e os homens anelavam tornar-se dignos de Sua confiança. As palavras de Seus lábios caíam no sedento coração deles com um bendito e vivificante poder. Despertavam-se novos impulsos, e a esses excluídos da sociedade abriu-se a possibilidade de uma nova vida" (O Desejado de Todas as Nações, p. 186).

O papo poderia ter terminado ali mesmo. Mas os religiosos não se deram por satisfeitos. Eles teriam que dar uma saia justa no Filho de Deus. O xeque-mate viria depois.

- Já que o Senhor está aqui, responda: Por que os discípulos do Seu primo João jejuam tantas vezes, enquanto os Seus só fazem comer e beber?

A estratégia era tentar extrair de Jesus uma crítica ao Seu predecessor e assim, expor Sua suposta contradição.

Imagino Jesus fazendo sinal com a mão para que guardassem Seu lugar à mesa, virando-se para os religiosos e respondendo:

- Como eles poderiam jejuar enquanto estou com eles? Que razão teriam para se lamentar? Por enquanto, só há motivo para festejar. Mas quando eu for tirado por alguns dias, eles terão motivo para jejuar. Querem mesmo saber? Ninguém tira um retalho de roupa nova para costurar numa roupa velha, pois, além de não combinar, o remendo acabará se rompendo. O tecido novo não tem a consistência do velho. E mais: Ninguém coloca vinho novo em odres velhos. O frescor do vinho novo romperá a estrutura dos odres velhos, e o vinho acabará sendo desperdiçado. Não adianta tentar explicar nada disso a vocês. Não vou perder meu tempo com quem não quer o novo, mas se contenta com o vinho velho e ainda tem coragem de dizer que ele é melhor. Com licença.

Deu meia volta e retomou Seu lugar à mesa.

"Por meio dessa ilustração familiar, Jesus apresentou a condição dos guias judaicos. Sacerdotes, escribas e principais se haviam fixado numa rotina de cerimônias e tradições. Contraíra-se-lhes o coração como os odres de couro a que Ele os comparara. Ao passo que se satisfaziam com uma religião legal, era-lhes impossível tornar-se depositários das vivas verdades do Céu" (Idem, p. 190).

Dias depois, Jesus se vê novamente assediado por religiosos. Cansado de suas insinuações, Jesus resolve dar-lhes uma resposta que expusesse sua hipocrisia:

- Sabem com quem esta geração se parece? Com meninos reclamando uns com os outros na praça: - Por que tocamos músicas animadas e ninguém dançou? E quando tocamos músicas tristes, ninguém chorou? Esta é uma geração que não sabe dançar conforme a música. Chora quando deveria se alegrar e se alegra quando deveria lamentar. Quando veio João Batista, que tinha um estilo de vida austero, não comia pão nem bebia vinho, vocês diziam que ele era um excêntrico endemoninhado. Quando chega a minha vez, só porque como e bebo na companhia de gente de reputação duvidosa, vocês me chamam de comilão e beberrão. Não vou ficar me explicando... vou deixar que os meus frutos falem por mim.

"Os próprios que faziam essas acusações, eram culpados. Como Deus é mal representado, e revestido por Satanás de seus próprios atributos, assim os mensageiros do Senhor eram desfigurados por esses homens maldosos. Faziam parecer que Jesus estava anulando as antigas tradições; e comparavam a austera piedade do Batista com a maneira de Jesus em banquetear-Se com publicanos e pecadores" (Idem, p. 187).

No calor da discussão, um fariseu resolve convidar Jesus a visitar sua casa. Talvez sua intenção fosse mostrar a Jesus a diferença entre aquele ambiente permissivo e o ambiente da casa de um homem temente a Deus.

O contraste era nítido. Formalidade. Etiqueta. Reverência. Nada de música alta, gargalhadas, danças. O olhar do fariseu parecia dizer: - Tá vendo aí, Jesus? Este é o tipo de ambiente que o senhor deveria frequentar.

De repente, uma mulher invade o recinto. A presença dela incomoda a todos, principalmente o anfitrião.

Quebrando todos os protocolos, a mulher vem por trás de Jesus, prostra-se aos prantos, e vendo que suas lágrimas regavam os pés de Jesus, desfaz as tranças dos seus cabelos, usando-os para enxugá-los. Como se não bastasse, ela se lança a beijá-los despudoradamente, enquanto os perfumava com unguento de um vaso de alabastro.

Simão, o dono da casa, sentiu-se ultrajado.

- Se ele fosse realmente profeta, saberia quem é esta pecadora! E agora... minha casa vai ficar mal falada na vizinhança. Eu já sabia do tipo de público que este rabino atrai. Por que fui convidar justamente ele para vir à minha casa?

Percebendo o mal estar que causara, Jesus se dirige a Simão e diz:

- Está vendo esta mulher? Pois é... entrei em tua casa e você sequer me ofereceu água para lavar os meus pés. Enquanto ela não para de regá-los com suas próprias lágrimas e enxugar com os seus cabelos. Enquanto você foi incapaz de dar-me um beijo de boas vindas, ela não para de me beijar os pés. Você tampouco ungiu minha cabeça como se faz a um convidado, mas ela derramou o mais caro unguento em meus pés. Sabe por quê? Porque ela sabe o quanto foi perdoada. Por isso me ama tanto. Já você, Simão, se sente tão santo, tão separado dos pecadores, que não tem noção de sua própria miséria.

"Simão se julgava mais justo que a mulher, e Jesus desejava fazer-lhe ver quão grande era na verdade a sua culpa. Queria mostrar-lhe que seu pecado era maior que o dela, tão maior, como um débito de quinhentos dinheiros é superior a uma dívida de cinqüenta. A frieza de Simão e sua negligência para com o Salvador mostravam quão pouco apreciava a bênção que recebera. Julgava honrar a Jesus, convidando-O à sua casa. Mas viu-se então como na realidade era. Enquanto pensara ler seu Hóspede, Este o estivera lendo a ele. Viu quão justo era o juízo de Cristo a seu respeito. Sua justiça fora um vestido de farisaísmo. Desprezara a compaixão de Jesus. Não O reconhecera como representante de Deus. Ao passo que Maria era uma pecadora perdoada, ele era um não perdoado pecador. A rigorosa regra de justiça que quisera impor contra ela, condenava-o a ele próprio" (Idem, p. 397).

Se houve uma vez em que Jesus tenha se sentado à roda dos escarnecedores, não foi na casa de Mateus, o publicano, mas na casa de Simão, o fariseu.

Aos olhos de Deus, ‘ímpio’ não é quem peca, mas quem não reconhece sua impiedade. O Filho de Deus sente-se muito mais ‘em casa’ entre pecadores que admitem sua condição do que entre santos que se veem no direito de julgar os demais.

Prefiro a companhia de quem ama por sentir-se acolhido e perdoado à companhia de quem julga por ser achar escolhido e privilegiado.

"Jesus conhece as circunstâncias de toda alma. Podeis dizer: Sou pecador, muito pecador. Talvez o sejais; mas quanto pior fordes, tanto mais necessitais de Jesus. Ele não repele nenhuma criatura que chora, contrita. Não diz a ninguém tudo quanto poderia revelar, mas manda a toda alma tremente que tenha ânimo. Perdoará abundantemente todos quantos a Ele forem em busca de perdão e restauração" (Idem, p. 398).

* Os episódios acima narrados se encontram registrados em Lucas 5:27-39 e 7:31-50.

Adaptação de Hermes C. Fernandes com acréscimo de textos de Ellen G. White em vermelho feitos pelo blog. Ilustração de David LaChapelle (Last Supper, 2003).

segunda-feira, 24 de maio de 2021

EXTREMA POBREZA

Há dois meses, a desempregada Niedja da Silva, 29, deixou o barraco onde vivia na favela da Vila Emater, em Maceió, para morar com o marido e as duas filhas na praça do Conjunto José Tenório, no bairro da Serraria, em Maceió. Embaixo de uma lona, pede ajuda a quem passa. “A gente hoje vive à base da doação. As pessoas nos ajudam com qualquer coisa, senão vivíamos na fome completa.”

A família dela é uma das 14,5 milhões registradas no CadÚnico (Cadastro Único do governo federal) vivendo em extrema pobreza. O número alcançado em abril é o maior de famílias na miséria desde o início dos registros disponíveis do Ministério da Cidadania —a partir de agosto de 2012— e representa mais de 40 milhões de pessoas. Antes da pandemia, em fevereiro de 2020, no país havia 1 milhão a menos: 13,4 milhões.

Família em extrema pobreza é aquela com renda per capita de até R$ 89 mensais, de acordo com o governo federal. Em regra, são pessoas que vivem nas ruas ou em barracos de favelas. Há ainda 2,8 milhões de famílias vivendo em pobreza (com renda entre R$ 90 e 178 per capita mensais).

Segundo o professor e pesquisador na área de economia popular Cícero Péricles de Carvalho, da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), o aumento no número de famílias na extrema pobreza pode ser explicado pela recessão e pelo baixo crescimento da economia, aliados aos limites das políticas sociais do governo. O cenário para os próximos meses, diz, ainda é incerto por conta da pandemia. Mas Carvalho espera uma redução nos números da covid-19 deve aliviar a situação da pobreza. (UOL)

Responsabilidade social da igreja
A ligação entre o evangelho e a responsabilidade social é claramente representada no ministério de Cristo, e tanto no Velho como no Novo Testamentos. Quando os estragos da pobreza, injustiça e opressão estão bem presentes, a Palavra de Deus insiste que uma fé que fala somente das necessidades espirituais do povo, mas deixa de demonstrar sua compaixão mediante auxílio prático é vista como um culto falso (ver Isaías 58). Com efeito, como Gandhi certa vez disse: “Precisamos viver em nossas vidas as mudanças que queremos ver no mundo.”

Um discípulo de Cristo verdadeiramente crente não pode tratar com indiferença as desigualdades materiais e a manifestação de poder e privilégio que atingem a tantos e leva ao empobrecimento espiritual de outros. O evangelho convida o discípulo de Cristo e a igreja à solidariedade com todos os que sofrem, a fim de juntos podermos receber, incorporar e partilhar as boas-novas de Jesus, a fim de melhorar a vida de todos. Como Cheryl Sanders o expressa:

“O reino preparado desde a fundação do mundo é um reino onde todos são satisfeitos, alimentados e livres. Alguém se qualifica para entrar nesse reino exercendo boa mordomia da própria vida, e distribuindo vida a partir da abundância que recebeu como legado de Deus. E o evangelho declara que a vida eterna é a recompensa daqueles que cuidam da vida. Aqueles que alimentam os famintos, dão de beber aos sedentos, abrigam o estrangeiro, vestem os nus e visitam os doentes e encarcerados tornam-se identificados com a criação do reino de Deus neste mundo, e atuam em parceria com Deus no domínio dos negócios humanos. Desobedecer esse mandado bíblico é negar lealdade ao reino e ao Rei” (Ministry at the Margins, p. 28).

Jesus raramente mencionou o tipo de sociedade política à qual Seus discípulos deviam aspirar. Ele não pretendeu ser um reformador sociopolítico. Ele não enunciou nenhuma plataforma política. As tentações no deserto tinham uma dimensão claramente política e Ele as resistiu. Embora Ele tivesse mais de uma oportunidade para apoderar-Se do governo da sociedade por uma espécie de golpe de estado (ex.: o alimentar a multidão e a entrada triunfal em Jerusalém), Ele não escolheu esta opção.

Ao mesmo tempo, os ensinos de Jesus não podiam deixar de ter uma influência sociopolítica ao serem observados pela comunidade cristã. Ele ofereceu boas novas aos pobres, liberdade para os oprimidos e vida abundante (João 10:10). Portanto, os adventistas, seguindo o exemplo de cristãos através dos séculos, precisam reconhecer sua responsabilidade social. Os pioneiros adventistas pregavam não só o evangelho de salvação individual, mas também se preocupavam com alcoólatras, escravos, mulheres oprimidas e as necessidades educacionais de crianças e jovens.

Assim, o cristianismo não é uma religião de individualismo isolado ou de introversão; é uma religião de comunidade. Os dons e as virtudes cristãs têm implicações sociais. Devoção a Cristo significa devoção a todos os filhos de Deus, e devoção gera responsabilidade pelo bem-estar de outros.

A igreja e o seguidor de Cristo precisam responder à pergunta: “Sou eu guardador do meu irmão?” O sofrimento de nossos semelhantes nos causa dor. Podemos tentar escondê-lo, negá-lo, encobri-lo ou descartá-lo, mas ainda assim o sofrimento e a dor dos outros não nos podem deixar completamente impassíveis. Nossa fé cristã reforça isso. Como posso chamar-me de seguidor de Cristo quando não me preocupo com meus semelhantes? Como posso representar o reino de Deus e não me preocupar profunda e praticamente com as pessoas que são incluídas em Seu reino?

“Mas não necessitamos de ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas ao pé do leito dos doentes, nas choças de pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos nos Seus passos" (O Desejado de Todas as Nações, p. 616).

Na Palavra de Deus, a responsabilidade do seguidor de Cristo pelos pobres e necessitados não é menos importante do que a pregação do evangelho, nem é opcional. É parte integrante de toda a história do evangelho, porque realmente vemos na face do pobre a face de Cristo: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mateus 25:40).

Vejamos Ellen G. White nos descrevendo a injusta desigualdade social aqui reinante, e o que podemos fazer para atender e atenuar as necessidades dos mais carentes.

“O verdadeiro cristão é amigo dos pobres. Ele trata com o seu irmão perplexo e desafortunado como se trata com uma planta delicada, tenra e sensível.

Por toda parte, em nosso redor, vemos miséria e sofrimento: famílias com falta do necessário, crianças a pedirem pão. A casa do pobre ressente-se, muitas vezes, da falta de móveis indispensáveis, e de colchões e roupa de cama. Muitos vivem em simples choças, destituídas de todo conforto. O clamor dos pobres chega até aos Céus. Deus vê e ouve. [...]

Que miséria existe no próprio centro de nossos chamados países cristãos! Pensai nas condições dos pobres de nossas grandes cidades. Há, nessas cidades, multidões de criaturas humanas que não recebem tanto cuidado e consideração quanto se dispensa aos animais. Há milhares de crianças miseráveis, rotas e meio famintas tendo estampados no rosto o vício e a depravação. Arrebanham-se famílias em promiscuidade em míseros casebres, muitos deles escuros celeiros cheios de umidade e de imundícia. As crianças nascem nesses terríveis lugares. A infância e a juventude nada veem de atrativo, nada de beleza natural das coisas criadas por Deus para deleite dos sentidos. As crianças são deixadas a crescer e formar o caráter segundo os baixos preceitos, a miséria, os maus exemplos que vêem em torno de si. O nome de Deus, só ouvem proferir de maneira profana. Palavras impuras, o cheiro das bebidas e do fumo, a degradação moral de toda espécie, eis o que se lhes depara aos olhos e perverte os sentidos. E dessas infelizes habitações partem lamentáveis clamores por pão e roupa, clamores saídos de lábios que nada sabem acerca da oração.

Há uma obra a ser feita por nossas igrejas, da qual muitos mal fazem uma ideia, obra até aqui nem tocada, por assim dizer. 'Tive fome', diz Cristo, 'e destes-Me de comer; tive sede, e destes-Me de beber; era estrangeiro e hospedastes-Me; estava nu, e vestistes-Me; adoeci, e visitastes-Me; estive na prisão, e fostes ver-Me' (Mateus 25:35 e 36). Pensam alguns que, se dão dinheiro para esta obra, isto é tudo quanto deles se requer; mas isto é um erro. A dádiva do dinheiro não pode tomar o lugar do serviço pessoal. É direito dar de nossos meios, e muitos mais o deveriam fazer; é-lhes, porém, exigido o serviço pessoal segundo suas oportunidades e suas forças.

A obra de recolher o necessitado, o oprimido, o aflito, o que sofreu perdas, é justamente a obra que toda igreja que crê na verdade para este tempo devia de há muito estar realizando. Cumpre-nos mostrar a terna simpatia do samaritano em acudir às necessidades físicas, alimentar o faminto, trazer para casa os pobres desterrados, buscando de Deus todo dia a graça e a força que nos habilitem a chegar às profundezas da miséria humana, e ajudar aqueles que absolutamente não se podem ajudar a si mesmos. Isto fazendo, temos favorável ensejo de apresentar a Cristo, o Crucificado" (Beneficência Social, pp. 188-190).

Ao vermos seres humanos em aflição, seja devido ao infortúnio, seja por causa do pecado ou outra coisa qualquer, nunca diga: “Não tenho nada com isso”. É necessário que haja sacrifício prático pelo bem-estar de outros, seja onde quer que estejamos, ou qual for nossa profissão; pois para isso também fomos criados, para sermos as mãos bondosas do Criador aqui neste planeta.

Jesus resumiu a lei moral dos dez mandamentos em apenas dois: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22:37-39). Como cristãos, deveríamos estar atentos às necessidades de nossos semelhantes, buscando sempre uma ocasião oportuna para prestar ajuda.

domingo, 23 de maio de 2021

NO LIMITE

Com infalível precisão, o Ser infinito ainda mantém, por assim dizer, uma conta com todas as nações. Enquanto Sua misericórdia se oferece com convites ao arrependimento, esta conta permanecerá aberta; quando, porém, os algarismos atingem um certo total que Deus fixou, começa o ministério de Sua ira.

Quando chegar plenamente o tempo em que a iniquidade terá atingido o prescrito limite da misericórdia de Deus, cessará Sua clemência. Quando os números acumulados nos livros de registro do Céu indicarem que o total da transgressão está completo, virá a ira.

Ao mesmo tempo em que a misericórdia de Deus suporta longamente o transgressor, há um limite além do qual os homens não podem ir no pecado. Quando é atingido aquele limite, os oferecimentos de misericórdia são retirados, e inicia-se o ministério do juízo.

Tempo virá em que em suas fraudes e insolências os homens atingirão o ponto que o Senhor não permitirá que transponham, e aprenderão que há um limite para a longanimidade de Jeová.

Há um limite além do qual os juízos de Jeová não podem mais ser detidos.1

Hoje a voz da misericórdia está chamando, e Jesus está atraindo os homens com as cordas de Seu amor; chegará, porém, o dia em que Jesus porá as vestes de vingança. ... A iniquidade do mundo está aumentando diariamente, e quando for atingido certo limite, o registro será encerrado, e acertadas as contas. Não haverá mais sacrifício pelo pecado. O Senhor vem. Por muito tempo tem a misericórdia estendido a mão de amor, de paciência e tolerância a um mundo culpado. Foi feito o convite: “Que se apodere da Minha força e faça paz comigo” (Isaías 27:5) ..., mas os homens abusaram de Sua misericórdia e rejeitaram Sua graça.2

Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está, gradual, mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus. As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância.3

Desabrigados da graça divina, não têm proteção contra o maligno. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixões humanas, ficarão às soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antiguidade.4

O Senhor convida os que nEle creem a serem Seus cooperadores. Enquanto durar a vida, não devem achar que sua obra terminou. Deixaremos que os sinais do fim se cumpram sem advertir as pessoas do que sobrevirá à Terra? Consentiremos que elas pereçam nas trevas sem ter-lhes realçado a necessidade de se prepararem para o encontro com o Senhor? A menos que nós mesmos cumpramos o nosso dever para com os que nos rodeiam, o dia de Deus virá sobre nós como um ladrão. O mundo está cheio de confusão, e em breve apoderar-se-á dos seres humanos um grande terror. O fim está muito próximo. Nós, que conhecemos a verdade, nos devemos estar preparando para o que está prestes a irromper sobre o mundo como esmagadora surpresa.5

O fim está próximo. Que nossas igrejas se levantem! Seja o poder convertedor de Deus experimentado no coração dos membros individuais, e então veremos a profunda atuação do Espírito de Deus.6

Viva a vida de fé dia a dia. Não se torne ansioso e preocupado com o tempo da tribulação, sofrendo de antemão. Não fique pensando: "Estou com medo e não permanecerei no dia do grande teste". Você deve viver o presente, um dia de cada vez, pois o amanhã não lhe pertence. Hoje você vence o eu, hoje você deve ter uma vida de oração. Hoje você deve combater o bom combate da fé, hoje você deve crer que Deus o abençoa e, ao obter a vitória sobre as trevas e a descrença, você preencherá os requisitos do Mestre e se tornará uma bênção para aqueles ao seu redor.7

Referências dos textos de Ellen G. White:

1. Eventos Finais, pp. 39-40
2. Maranata, o Senhor Vem, p. 50
3. Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 11
4. O Grande Conflito, p. 614
5. E Recebereis Poder [Meditações Matinais, 1999], p. 159
6. Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 154
7. Signs of the Times, 20 de outubro, 1887, p. 10

sexta-feira, 21 de maio de 2021

GENTE FALSA

Os animais utilizam a camuflagem para se proteger dos seus predadores ou os predadores usam estratégias falsas para atacar as suas presas, como instinto de sobrevivência. Porém, a falsidade humana é utilizada de forma racional ou passional com objetivo de esconder atos enganosos, emoções fingidas e ações simuladas, a fim de manipular a verdade.

Hoje temos o avanço da falsidade humana, que pulsa no que é contrário à realidade. Se manifesta onde existe mentira, hipocrisia, fraude e adulteração. Conviver com a falsidade não é tarefa fácil, exige cautela – para identificar como funciona as suas engrenagens –, sobretudo, na família, no trabalho, na mídia e nas redes sociais, na política e na religião.

O ambiente de trabalho é o espaço que aprendemos a lidar com gente falsa e não gostamos das atitudes fingidas de certos colegas. Esse tipo de falsidade constrange a vida profissional e destrói reputações no local de trabalho. É preciso ter calma, pois quem não consegue conviver com os conflitos gerados pela falsidade acaba colocando em risco o seu emprego.

Na família, por ser uma situação delicada, no primeiro momento é não desacreditar o parente falso, porque ele poderá reverter os fatos e pôr a culpa em nós. O tempo se encarrega de colocar as coisas no seu devido lugar nas relações familiares, mas isso não significa que nunca possamos impor um limite nesse familiar.

Na mídia e nas redes sociais a falsidade reside na distribuição de fofocas, boatos e difamações, que ainda prejudica a cobertura da imprensa, tornando difícil cobrir as notícias sérias. Assim todo o cuidado é pouco, quando se trata de fake news, por isso é importante não compartilhar coisas que tenham um conteúdo sensacionalista ou manipulador.

A falsidade na política tem o caráter sórdido da demagogia, por suas acusações, trapaças e canalhices, todas relacionadas a esquemas de corrupção ou desvios de recursos públicos. É a mesma lógica das falsas religiões, que são especialistas em enganar as pessoas para ganhar dinheiro, em troca da cura das doenças e da prosperidade dos fiéis. Mas Jesus, há dois mil anos, nos alertava para ter precaução com esses “lobos vestidos com pele de cordeiro.” Ellen G. White diz: "Engano, falsidade e infidelidade podem ser dissimulados e ocultos dos olhos humanos, mas não dos olhos de Deus. Os anjos de Deus que observam o desenvolvimento do caráter e pesam o valor moral, registram no livro do Céu essas pequeninas transações reveladoras do caráter" (Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 508).

Para o psicanalista Donald Winnicott a falsidade ocorre quando a pessoa se afasta da sua essência. É um indivíduo que não consegue se demonstrar vulnerável, criando um “eu falso”, que acredita nas suas próprias mentiras. As pessoas com esse traço patológico criam pontos de vistas falsos da vida, que tentam iludir os demais com as suas necessidades, tornando qualquer relacionamento muito difícil.

Sendo assim, a cautela e a calma são ferramentas eficazes para lidar com a falsidade, como afirmou Bertholt Brecht: “Se se pretende dizer eficazmente a verdade sobre um mau estado de coisas, é preciso dizê-la de maneira que permita reconhecer as suas causas evitáveis. Uma vez reconhecidas as causas evitáveis, o mau estado de coisas pode ser combatido”.

Vejamos o que comenta Ellen G. White: "A intenção de enganar é o que constitui a falsidade. Por um relance de olhos, por um movimento da mão, uma expressão do rosto, pode-se dizer falsidade tão eficazmente como por palavras. Todo o exagero intencional, toda a sugestão ou insinuação calculada a transmitir uma impressão errônea ou desproporcionada, mesmo a declaração de fatos feita de tal maneira que iluda, é falsidade. Este preceito proíbe todo esforço no sentido de prejudicar a reputação de nosso próximo, pela difamação ou suspeitas ruins, pela calúnia ou intrigas. Mesmo a supressão intencional da verdade, pela qual pode resultar o agravo a outrem, é uma violação do nono mandamento" (Patriarcas e Profetas, p. 309).

Concluindo, resolvemos elaborar uma lista com 14 versículos que falam sobre falsidade, para que, além de ânimo, você possa entender que a Palavra de Deus já nos alertava sobre essas situações.

1. "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo" (Êxodo 20:16).

2. "Certamente guarde a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano" (Salmos 34:13). 

3. "A integridade dos retos os guia; mas, aos falsos, a sua mesma falsidade os destrói" (Provérbios 11:3).

4. "A testemunha sincera não engana, mas a falsa transborda em mentiras" (Provérbios 14:5).

5. "Feliz aquele que o Senhor Deus não acusa de fazer coisas más e que não age com falsidade!" (Salmos 32:2).

6. "Sempre que alguém vem visitar-me, fala com falsidade, enche o coração de calúnias e depois as espalha por onde vai... Tu, porém, Senhor, me ajudarás, porque faço o que é direito e me deixarás ficar para sempre na Tua presença" (Salmos 41:6, 12).

7. "Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário" (Provérbios 30:8).

8. "O Senhor abomina a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos" (Provérbios 6:19).

9. "Eu não ando na companhia de gente falsa e não vivo com hipócritas" (Salmos 26:4).

10. "Quem odeia disfarça as suas intenções com os lábios, mas no coração abriga a falsidade" (Provérbios 26:24).

11. "A testemunha que fala a verdade salva vidas, mas a testemunha falsa é enganosa" (Provérbios 14:25).

12. "Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana" (Gálatas 6:3).

13. "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência" (1 Timóteo 4:1,2).

14. "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mateus 7:15).