23:59, segunda-feira. Esta imagem adentrará a História. O último soldado estadunidense embarcando no último avião decolando de Cabul. Fim do prazo. Sem heroísmo, nem vitória. A derrota é de todos nós. Como um espectro fantasmagórico de uma miragem utópica, o general Chris Donahue materializou uma triste realidade: ninguém pode exportar a liberdade. Até porque todos acabamos presos às nossas próprias vaidades e chamuscados por nossos próprios interesses.
Não quero discutir o Ocidente ou Oriente, nem a talibanização ou americanização - o assunto aqui é o mundo todo. Inexiste paz com nossos egos em guerra. E a doença terminal deste planeta definhando é um grito profético do que realmente importa.
“Quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida” (1Ts 5:3). O Afeganistão nunca foi realmente pacificado. E nossa sociedade planetária muito menos. Do lado de cá do Céu não haverá genuíno equilíbrio, nem tranquilidade, que não aponte pro lado de lá.
Minha imaginação me leva a outros “últimos”: o silêncio do último soldado deixando o Gólgota; o último israelita antes do Mar Vermelho fechar; a última olhada de Adão para o Éden; o último filho entrando na Arca; o último sorriso de Cristo aos discípulos. Cada “último” tem sua história. Contanto que acene para o “próximo” por vir.
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13). Esse é o único conforto que nos sustenta. “À proporção que se avizinha o fim, há um contínuo crescimento da obra que tem por objetivo transmitir ao mundo a última advertência” (Ellen G. White, Eventos Finais, p. 44). Esta é a última missão que Deus nos confiou. Não como um exército fujão, mas como uma família acolhedora e um batalhão de resgate.
Que esta imagem nos provoque e incomode contra qualquer covardia missionária ou abandono intencional. Que o Senhor não reivindique o sangue de Seus filhos por nossa omissão. Sejamos os últimos como os primeiros: anunciando, proclamando, abençoando e salvando.
Até, finalmente, sermos a última geração.
Odailson Fonseca (via instagram) (Título original: Último)
Nenhum comentário:
Postar um comentário