Estamos em dezembro, último mês do calendário, e é possível observar que as nossas emoções ficam mais exacerbadas, além do mais em um ano marcado por muitas perdas.
Nesta época, juntamos o pouco que resta das nossas energias para cumprir os relatórios finais do trabalho, organizar as festas familiares, comprar presentes, decorar a casa, programar a viagem, tudo isso regado a cansaço, irritabilidade, insônia, esgotamento profissional e estresse impactando negativamente a nossa saúde física mental. Este conjunto de sintomas, característico deste período do ano, é conhecido como “dezembrite” ou síndrome do fim de ano, fenômeno relacionado ao aumento dos casos de ansiedade e depressão.
Quer fazer um teste? Pergunte às pessoas quais emoções afloram nesta época. Claro que há quem genuinamente curta este período festivo tão colorido, mas não são todos. Em contraste, muitos relatam um mal estar que não sabem especificar de onde vem. Afinal, o natal, festa tão importante para os cristãos, pois celebra o nascimento de Cristo, também simboliza união, encontro com os familiares. No entanto, é justamente este o ponto de partida para a reflexão.
Para alguns, as festas familiares são indigestas, pois é o momento que vão reencontrar aquele parente e com ele o resgate de situações mal resolvidas. Outros se queixam da ausência das pessoas que já faleceram ou daqueles que não poderão estar presentes por outros compromissos. Em outros, despertam lembranças da infância, um universo encantado que ficou pra trás, além da deprimente constatação que o tempo passou mesclado com a sensação de que poucas coisas boas aconteceram de lá pra cá, aumentando o sentimento de solidão.
Soma-se a isso, dezembro nos convida a fazer um balanço do ano que, invariavelmente, nos leva a questionar a nossa vida. Isto é positivo, se a ideia é valorizar as conquistas e traçar novos planos. Porém, há aqueles que têm uma visão apenas negativa desse balanço e, assim, as perdas não elaboradas ressurgem com força total.
Não por acaso, há aqueles que expressam uma alegria exagerada como forma, inconsciente, de fugir de um período considerado triste. O que impera parece ser o sentimento de perda, dificultando mais ainda encontrar prazer.
Se você, querido amigo ou amiga, neste final de ano, se encontra deprimido, ansioso ou com sintomas físicos como dificuldades para dormir, irritabilidade e aperto no peito, é preciso procurar ajuda profissional para reverter o quadro de depressão. O auxílio de um psicólogo pode ser muito valioso para que seja possível superar de vez essa sensação tão angustiante que custa a passar.
O relacionamento com Deus e o envolvimento com Sua obra também são excelentes remédios para o deprimido. Ellen G. White diz: “As festividades de Natal e Ano Novo podem e devem ser celebradas em favor dos necessitados. Deus é glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para sustentar" (O Lar Adventista, p. 482). No serviço do Senhor, focamos em beneficiar os outros e, tirando o olhar de nós mesmos, podemos ter uma perspectiva mais positiva da vida, além do senso de utilidade que uma vida de serviço nos trás.
No relacionamento com Deus também encontramos a esperança que afasta a desesperança da depressão, e a alegria que afasta a tristeza, assim como a segurança que afasta o medo. Leia estes maravilhosos conselhos de Ellen G. White:
"Estamos seguros do favor de Deus quando somos sensíveis aos raios do Sol da justiça; mas se nuvens pairarem sobre nós, não nos devemos sentir abandonados. Nossa fé tem de atravessar as sombras, os olhos devem ser simples e todo o corpo estará pleno de luz" (Como Lidar com as Emoções, p. 41).
"Não ceda à depressão, mas deixe que a confortadora influência do Espírito Santo seja bem-vinda em seu coração, para lhe dar conforto e paz. Se quiser obter preciosas vitórias, encare a luz que procede do Sol da justiça. Fale em esperança e fé, e ações de graças a Deus. Seja animada, esperançosa em Cristo. Aprenda a louvá-Lo. Esse é o grande remédio para as doenças da mente e do corpo" (Carta 322, 1906).
"Por ser o amor de Deus tão grande e inalterável, os doentes devem ser estimulados a confiar nEle e ficar animosos. Estar ansioso quanto a si mesmo tende a causar fraqueza e doença. Se eles se erguerem acima da depressão e da tristeza, será melhor sua perspectiva de restabelecimento; pois 'os olhos do Senhor estão sobre os que esperam na Sua misericórdia' (Salmos 33:18)" (A Ciência do Bom Viver, p. 229).
Não deixe que as festas de fim de ano sejam desagradáveis e traumáticas. Ao invés disso, procure prevenir a depressão ao reconhecer os gatilhos que disparam a tristeza nessa época do ano e contorne a situação de forma planejada e sistemática. A sua saúde mental e espiritual agradecem. O Deus Criador é um Deus de amor, e Ele deseja ver todos bem e felizes, inclusive você. Ore agora e peça ajuda a Ele para que você consiga superar suas dificuldades e passe um feliz final de ano!
Com informações de G1
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