sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Problema social que acompanha a humanidade há milênios, a intolerância religiosa ainda hoje limita a liberdade de milhares de pessoas em todo o mundo. Em algumas regiões, elas não têm o direito de viver livremente suas crenças, o que por vezes as obriga a deixar tudo para trás e fugir da perseguição, que, se postergada, pode resultar em morte.

Tal situação é precedida por expressões discriminatórias, acompanhadas de ofensas e outros atos de humilhação e violência. Os adventistas do sétimo dia, presentes em mais de 200 países, defendem a liberdade religiosa como um direito humano universal e trabalham para garanti-lo a todas as pessoas. Essa é a mensagem que a denominação reforça neste 21 de janeiro, quando se celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

Essa data serve para alertar as pessoas sobre o problema da intolerância gerado pela desrespeito às diversas crenças existentes no mundo. Diante disso, essa comemoração é considerada um marco pela luta ao respeito da diversidade religiosa, pois além de alertar para a discriminação no âmbito religioso, propõe a igualdade para professar as diferentes religiões. Vale lembrar que o preconceito e a intolerância religiosa são considerados crimes no Brasil, passíveis de punição previstas no Código Penal.

A data foi oficializada em 2007 através da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro, e a sua escolha feita em homenagem à Mãe Gilda, do terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, localizado em Salvador. Esse foi o dia em que ela, vítima do crime de intolerância religiosa, faleceu com um infarto no ano 2000. Isso aconteceu na sequência de agressões físicas e verbais, bem como de ataques à sua casa e ao seu terreiro quando Mãe Gilda foi acusada de charlatanismo por adeptos de outra religião.

Mãe Gilda tornou-se um símbolo do combate a esse tipo de intolerância, especialmente pelo fato de simbolizar religiões de matriz africana. Este grupo representa o maior número de vítimas de intolerância religiosa na atualidade. Por esse motivo, como forma de combater a intolerância religiosa, surge um dia dedicado ao tema, cujos crimes aumentaram de forma substancial nos últimos anos. 

A data de hoje deve ser de reflexão e conscientização, e destinada para renovar o compromisso de promover, proteger e defender a liberdade religiosa para todos. Precisamos defender nossa visão, postura e teologia com clareza e firmeza, mas em um ambiente de respeito para com religiões que pensam diferentemente de nós.

Temos a seguir sete princípios que nos ajudam a aprofundar essa visão:

1. Princípio da prevenção. Precisamos atuar de maneira mais preventiva nessa área, nos antecipando aos problemas e não aparecendo apenas para resolvê-los quando uma crise já está estabelecida.

2. Princípio da abrangência. Precisamos estar sempre abertos a defender liberdade religiosa inclusiva, ou seja, para todos e não apenas para nós.

3. Princípio da consequência. Precisamos atuar com clareza e habilidade em áreas que não parecem estar diretamente ligadas à liberdade religiosa, mas que podem trazer consequências sobre ela, levando à intolerância religiosa.

4. Princípio do respeito. Precisamos saber discordar; mas, ao mesmo tempo, respeitar. Podemos ter diferenças teológicas com outras denominações, mas sempre mantendo um tratamento respeitável para defendermos a liberdade religiosa.

5. Princípio da relevância. Como igreja, precisamos fortalecer projetos de serviço junto à comunidade, demonstrando nossa relevância para o bem comum. Receberemos, como resultado, respeito, visão positiva e uma reação favorável à liberdade.

6. Princípio da coerência. Antes de defender a liberdade religiosa, precisamos lutar por coerência religiosa, mantendo uma vida denominacional coerente com os princípios bíblicos.

7. Princípio da prudência. Precisamos ter cuidado especial para não misturar defesa de liberdade religiosa com militância político-partidária-eleitoral. Nossa função é espiritual e missionária.

A liberdade religiosa é um valor fundamental para a Igreja Adventista. Vamos defendê-la para que, enquanto for possível, usemos o direito de proclamar nossa esperança.

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