quinta-feira, 1 de setembro de 2022

BATISMO E REBATISMO

BATISMO
Na sua visão, o que é batismo? É um sacramento ou um símbolo? Ele tem significado psicológico ou teológico? Vejamos sete fatos que você precisa saber.

1. O batismo é um ritual de “iniciação” belo e sério. Por meio dele, você entra para um relacionamento pactual com Deus e para a comunidade de fé. Ao ser batizado, Deus diz para você o que falou para Jesus dentro do rio: “Você é Meu filho amado” (ver Mt 3:17). Além de um reconhecimento do pecado, o batismo é uma confissão de fé. Os primeiros cristãos levavam a sério o preparo para essa cerimônia sagrada. O padrão de conduta esperado do candidato era rigoroso.

2. O batismo representa uma transferência de domínio. Ao ser batizado, você assinala que pertence ao reino do Céu. Nos primeiros séculos, os cristãos associavam o batismo à renúncia ao reino do mal. Ser batizado é dizer sim a Deus, e não ao inimigo. Há uma antiga controvérsia a respeito da fórmula batismal original. Deveríamos batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ou somente no nome de Jesus? A fórmula completa em Mateus 28:19 tem solidez textual. Portanto, o batismo envolve um elo com toda a Divindade.

3. O batismo é identificação com Cristo. Jesus foi batizado em nosso favor, enquanto nós somos batizados Nele e para Ele. Mais que um modelo, o batismo de Cristo dá origem e significado a todos os outros batismos. Por isso, há um só batismo (Ef 4:5). O batismo proclama que Jesus é o ­Salvador e o Senhor. O foco está na realidade representada pelo rito, e não no ato repetível de purificação cerimonial. É cristo que salva, não o ritual. O batismo sinaliza o que Deus fez, não o que você ou a igreja faz.

4. O batismo é o fim de uma vida e o início de outra. Simboliza morte e ressurreição. Trata-se de um rompimento com o passado que permite zerar os erros e reiniciar o “sistema”. No batismo, você aceita a morte vicária de Cristo, morre para o velho estilo de vida e renasce para uma nova vida (Rm 6:1-9). Ganha nova identidade e assume novo comportamento.

5. O batismo na água prefigura o batismo com “fogo”. João Batista explicou que um Batizador mais poderoso que ele batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3:11). Jesus enfatizou que é essencial nascer da água e do Espírito (Jo 3:5-8), um nascimento “de novo” e/ou “do alto”, já que a palavra usada (anothen) tem os dois significados. Portanto, a água é o início, não o fim.

6. O batismo provê uma nova vestimenta. Na cerimônia, você coloca um roupão para ser mergulhado na água e depois veste uma nova roupa. De igual modo, ao ser batizado, você simbolicamente recebe o traje da justiça de Cristo, pois todos os que foram batizados se revestiram de Cristo (Gl 3:27).

7. O batismo é o início de uma vida de serviço para Deus. Assim como o Jordão marcou a inauguração do ministério messiânico de Jesus, o batismo deve sinalizar o começo de uma vida dedicada à missão divina.

REBATISMO
A Bíblia diz que há um só batismo, isto é, apenas uma forma de batismo (por imersão), mas podemos compreender pelas Escrituras que há respaldo bíblico para o rebatismo quando alguém compreende mais profundamente as Escrituras Sagradas.

Conforme explica o bibliotecário e mantenedor do canal Bíblia Anotada, Vanderlei Ricken, “rebatismo é para casos em que a pessoa decide abandonar os caminhos de Deus e, depois de um ano ou mais, ela ‘cai na real’ e assim como o filho pródigo volta para a casa do Pai, recebendo uma ‘nova roupa’ e um ‘anel’ para atestar a filiação recuperada. Essa demonstração pública de compromisso e mudança de vida é feita por meio do rebatismo”.

O rebatismo é mencionado especificamente apenas em Atos 19:1-7, onde o apóstolo o sanciona para um grupo de crentes cujo batismo de arrependimento tinha sido feito previamente por João. Em adição ao arrependimento, o batismo cristão está associado a uma compreensão e a um comprometimento pessoal em relação ao evangelho e aos ensinamentos de Jesus e ao recebimento do Espírito Santo. Com esse discernimento ampliado e compromisso, o rebatismo é aceitável.

A ideia de rebatismo em Atos 19 é compartilhada por grandes teólogos não adventistas, como Marshall e Matthew Henry. Logo, os adventistas não são os inventores do rebatismo, muito menos rebatizam pessoas por qualquer motivo. O batismo é um dos ritos mais sagrados do cristianismo e é assim que tem que ser tratado.

Indivíduos Vindos de Outras Comunidades Cristãs
Com bases bíblicas, pessoas de outras comunidades cristãs que tenham abraçado as crenças adventistas do sétimo dia e que tenham sido previamente batizadas por imersão podem solicitar o rebatismo. Os exemplos abaixo, no entanto, sugerem que o rebatismo pode não ser obrigatório.

É evidente que o episódio de Atos 19 foi um caso especial, pois é relatado que Apolo tinha recebido o batismo de João (At 18:25), e não há registro de que tenha sido rebatizado. Aparentemente, mesmo alguns dos apóstolos receberam o batismo de João (Jo 1:35-40), mas não há informação de que tenham sido rebatizados.

Se um novo crente aceitou novas verdades importantes, Ellen G. White apoia o rebatismo à medida que o Espírito induz o novo crente a pedi-lo. Isso se enquadra no padrão de Atos 19. Uma pessoa que experimentou previamente o batismo por imersão avaliará sua nova experiência religiosa e decidirá se deseja o rebatismo. Não se deve insistir nesse ponto.

“Isto é um assunto em que cada indivíduo precisa conscienciosamente tomar sua atitude no temor de Deus. Deve ser cuidadosamente apresentado no espírito de benignidade e amor. Portanto, o dever de insistir não pertence a ninguém senão a Deus; dai-lhe oportunidade de atuar por meio de seu Espírito Santo na mente, de modo que o indivíduo seja perfeitamente convencido e satisfeito no que respeita a esse passo avançado” (Evangelismo, p. 373).

Apostasia e Rebatismo
A apostasia é “viver deliberadamente em pecado, depois de ter recebido o pleno conhecimento da verdade”, “calcar aos pés o Filho de Deus”, “profanar o sangue da aliança com o qual foi santificado”, e “ultrajar o Espírito da graça” (Hb 10:29).

Embora tivesse havido apostasia na igreja apostólica (Hb 6:4-6), as Escrituras não comentam a questão do rebatismo. Ellen G. White apoia o rebatismo de pessoas que se afastaram da igreja e que então se reconvertem e desejam se unir novamente ao povo de Deus.

“O Senhor requer decidida reforma. E quando uma pessoa está verdadeiramente reconvertida, seja ela rebatizada. Renove ela seu concerto com Deus, e Deus renovará seu concerto com ela” (Evangelismo, p. 375).

Rebatismo Impróprio
Com base nos ensinamentos bíblicos e na orientação de Ellen G. White, o rebatismo deverá ocorrer apenas em circunstâncias especiais e será relativamente raro. Administrar o batismo repetidamente ou com motivação emocional deprecia seu significado e representa incompreensão da solenidade e significado que as Escrituras atribuem a ele. Um membro cuja experiência espiritual se tornou fria necessita de um espírito de arrependimento que o conduzirá ao reavivamento e reforma. Essa experiência será acompanhada pela participação na cerimônia da comunhão para indicar uma purificação renovada e comunhão no corpo de Cristo, fazendo com que o rebatismo seja desnecessário.

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