sexta-feira, 14 de abril de 2023

"CAPÍTULO OCULTO" DA BÍBLIA

Um grupo de pesquisadores descobriu um "capítulo oculto" na Bíblia cristã escrito há aproximadamente 1.500 anos. O estudo foi publicado no jornal Estudos do Novo Testamento (New Testament Studies, em inglês).

O trecho recém-descoberto estava escondido sob duas camadas de pergaminho reescrito. O texto havia sido raspado, uma prática comum na época, já que o pergaminho era escasso, então os manuscritos eram frequentemente apagados e reutilizados. Somente por meio de fotografias utilizando luz ultravioleta, que os pesquisadores conseguiram acessá-lo.

De acordo com os pesquisadores, a passagem é uma interpretação do capítulo 12 de Mateus, da Bíblia. Originalmente, o capítulo era parte das traduções siríacas antigas das escrituras feitas há 1.500 anos.

Segundo publicado no The Sun, a versão grega original de Mateus, capítulo 12, versículo 1, diz: "Naquela época, Jesus passou pelas searas no sábado e seus discípulos ficaram com fome e começaram a colher as espigas e comer." Enquanto a tradução siríaca diz: "[...] começou a colher as espigas, esfregá-las nas mãos e comê-las."

Esta fascinante descoberta reforça a ideia de que a história está repleta de surpresas e que a interação entre a tecnologia moderna e a pesquisa pode levar a avanços significativos na compreensão do passado. À medida que a análise deste "capítulo oculto" da Bíblia continua, os estudiosos certamente obterão novos insights sobre o desenvolvimento e a transmissão do Novo Testamento, contribuindo para o estudo mais amplo da história religiosa. (Com informações de O GloboUOL)

Significado do texto bíblico
No livro O Desejado de Todas as Nações, p. 194, Ellen G. White diz: "Um sábado, ao voltarem Jesus e os discípulos do local do culto, passaram por uma seara madura. Jesus continuara Seu trabalho até tarde e, ao passarem pelos campos, os discípulos começaram a apanhar espigas e a comer os grãos depois de esfregá-los nas mãos. Em qualquer outro dia, esse ato não teria despertado nenhum comentário, pois uma pessoa que passasse por uma seara, ou pomar, ou vinha, tinha liberdade de colher o que lhe apetecesse comer. Mas, fazer isso no sábado, era considerado um ato de profanação."

Deuteronômio 23:25 declara: “Quando entrares na seara do teu próximo, com as mãos arrancarás as espigas; porém na seara não meterás a foice.” O problema, portanto, não era a ação em si, mas o dia em que foi praticada. Os regulamentos rabínicos proibiam expressamente muitos tipos de trabalhos no sábado, como colher, debulhar e peneirar. Na opinião dos fariseus, pelo fato de arrancar as espigas de cereais, esfregá-las com as mãos, e separar o grão da casca, os discípulos se tornaram culpados de cometer os três atos proibidos.

Jesus cita aos acusadores exemplos do Antigo Testamento, atos praticados no sábado pelos que estavam ao serviço de Deus. Com o primeiro exemplo (1Sm 21:1-6), Cristo argumentou que, embora em circunstâncias normais, Davi e seus homens não devessem comer o pão destinado aos sacerdotes (Lv 24:9), nessa situação, visto que a vida deles estava em perigo, suas ações deviam ser consideradas uma transgressão tolerável de uma regra cerimonial.

O segundo exemplo mencionado por Jesus (Mt 12:5) diz respeito aos sacrifícios e ofertas ordenados para o dia de sábado no serviço do templo, que eram o dobro do que se oferecia em qualquer outro dia (Nm 28:9, 10). Os próprios judeus reconheciam que o serviço do templo tinha prioridade sobre o sábado.

Depois de citar esses exemplos, Jesus fez duas declarações que reivindicam Sua autoridade para redefinir a opressiva observância do sábado imposta pelos fariseus: (1) “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2:27). Nesse texto, Jesus reafirmou a origem evidênica do sábado e redefiniu as prioridades incorretas dos fariseus em relação ao homem e o sábado: o sábado foi criado para beneficiar os seres humanos e continua sendo um dom divino a serviço da humanidade, ao contrário da ideia de que a humanidade estava a serviço do sábado. E (2), ao dizer: “O Filho do Homem é Senhor também do sábado” (Mc 2:28), Cristo ratificou Sua posição como Criador e Legislador do sábado. Portanto, somente Ele tinha autoridade para liberar o sábado dessas leis feitas pelo homem.

Ellen G. White conclui: "Cristo queria ensinar, aos discípulos e aos inimigos, que o serviço de Deus está acima de tudo. O objetivo da obra de Deus, neste mundo, é a redenção do homem; portanto, tudo quanto é necessário que se faça no sábado no cumprimento dessa obra, está em harmonia com a lei do sábado. Jesus coroou então Seu argumento, declarando-Se “Senhor do sábado” — Alguém que estava acima de qualquer dúvida, acima de toda lei. Esse eterno Juiz absolve de culpa os discípulos, apelando para os próprios estatutos de cuja violação são acusados" (O Desejado de Todas as Nações, p. 195).

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