quinta-feira, 25 de julho de 2024

SAINDO DOS BANCOS DA IGREJA

Ellen G. White resumiu de maneira fantástica o método de Cristo, o qual afirmava ser o único que “trará verdadeiro sucesso”. De acordo com ela, o Salvador:

• Misturava-Se com as pessoas, desejando-lhes seu bem.
• Demonstrava simpatia.
• Ministrava suas necessidades.
• Ganhava confiança.
• Convidava-as a segui-Lo (A Ciência do Bom Viver, p. 143).

Ela visualizou centros de evangelismo, os quais chamou de centros de influência, sendo estabelecidos em cada cidade ao redor do mundo (Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 115). Esses centros devem motivar os membros a deixar os bancos da igreja e se envolver em suas comunidades. Devem estar totalmente fundamentados no modelo do ministério de Jesus.

Segundo Ellen G. White, os centros de influência incluem restaurantes vegetarianos, tratamentos naturais, cursos sobre hábitos saudáveis, pequenos grupos, literatura e evangelismo público a fim de conectar-se à comunidade.

A “colmeia” de São Francisco
Ela elogiou o trabalho da igreja principiante, em São Francisco, Califórnia, a qual chamou de “colmeia”. Os membros visitavam “os doentes e necessitados”; procuravam lares para os órfãos e empregos para os desempregados; visitavam de casa em casa, ministravam classes sobre vida saudável e distribuíam literatura. Eles começaram uma escola para crianças no coração da Laguna Street, e sustentavam uma missão médica e um ministério “que cuidava de idosos em seus lares”.

Bem ao lado do prefeitura, mantinham salas de tratamento natural – início do que hoje é o Hospital de Santa Helena. No mesmo local, havia uma loja de produtos naturais. No centro do cidade, tinham um restaurante vegetariano que servia refeições seis dias na semana. Na baía de São Francisco, eles ensinavam a Bíblia para os marinheiros, à beira-mar. E, como se já não tivessem o suficiente para fazer, também promoviam seminários nas prefeituras (Beneficência Social, p. 112). Misturavam-se, demonstravam simpatia, ganhavam a confiança; então, convidavam as pessoas para que seguissem a Jesus.

Nossa missão “urbana” não pode focalizar somente a tentativa de atrair pessoas, como um ímã espiritual, das ruas para nossas igrejas. Evidentemente, nossos templos devem ser atraentes e amigáveis, oferecer boa música e pregações cativantes; ter programas e atividades interessantes. Porém, o principal objetivo da igreja deve ser inspirar, treinar e motivar os membros a “sair dos bancos” para interagir com a comunidade. Todavia, nossa ênfase frequentemente tem se voltado para “dentro”.

Igreja - um centro de treinamento e influência
Para que as igrejas se tornem mais relevantes, deveriam ser adotados alguns princípios de trabalho: (1) Abrir o templo mais vezes na semana; (2) Desenvolver projetos sociais, além dos religiosos, para que a igreja se torne um centro de influência na comunidade; (3) As igrejas precisariam se adaptar ao contexto da cidade para influenciar a comunidade a viver os valores do reino de Deus; e (4) As estratégias seriam determinadas localmente para responder às necessidades dos não evangelizados.

Segue algumas dicas de Ellen G. White: 

• "Precisa ser quebrada a monotonia de nosso serviço para Deus. Todo membro de igreja deve empenhar-se em algum ramo de atividade para o Mestre. […] Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos. Seus membros devem ser instruídos em dar estudos bíblicos, em dirigir e ensinar classes da Escola Sabatina, na melhor maneira de auxiliar os pobres e cuidar dos doentes, e de trabalhar pelos não convertidos. Deve haver cursos de saúde, de arte culinária e classes em vários ramos de serviço no auxílio cristão. Não somente deve haver ensino, mas trabalho real, sob a direção de instrutores experientes. Que os mestres vão à frente no trabalho entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão em seu exemplo. Um exemplo vale mais que muitos preceitos" (A Ciência do Bom Viver, p. 149).

• "O melhor auxílio que os pastores podem oferecer aos membros de nossas igrejas não é pregar sermões, e sim planejar o trabalho para eles. Que a cada um seja designado algo a fazer pelos outros. Sejam todos ajudados a ver que, como recebedores da graça de Cristo, encontram-se sob a obrigação de trabalhar para Ele. Que todos sejam ensinado como trabalhar. Especialmente os recém-conversos devem ser preparados como colaboradores de Deus. Se postos a trabalhar, os murmuradores logo esquecerão suas murmurações; os fracos se tornarão fortes; os ignorantes, inteligentes; assim, todos se prepararão para apresentar a verdade tal qual é em Jesus. Encontrarão um infalível Ajudador nAquele que prometeu salvar os que forem a Ele" (Testemunhos para a Igreja, v. 9, pp. 81-82).

• "É pelas relações sociais que a religião cristã entra em contato com o mundo" (A Ciência do Bom Viver, p. 496).

• "A prevalecente monotonia da rotina religiosa em nossas igrejas precisa ser modificada. A influência da atividade necessita ser introduzida, para que os membros da igreja possam trabalhar em novos ramos e planejar novos métodos. O poder do Espírito Santo moverá corações à medida que for quebrada essa monotonia morta, sem vida, e muitos que nunca antes haviam pensado em ser além de espectadores ociosos começarão a trabalhar com vigor. […] Devem ser feitos esforços para fazer algo enquanto é dia, e a graça de Deus se manifestará, a fim de que pessoas possam ser alcançadas para Cristo" (Testemunhos para Ministros, p. 204).

O evangelismo não está morto, mas precisa atualizar seus métodos e abordagens, a partir dos métodos convencionais. Não se pode ignorar o evangelismo público. É uma distorção do ensino bíblico dos dons espirituais tentar convencer a todo o crente a se envolver em um só método de testemunhar, em detrimento de outros. Pluralidade de dons exige pluralidade de métodos.

Quando o general William Booth, aos 75 anos de idade, foi convidado ao Palácio de Buckinghan, por Eduardo VII, ele resumiu a obra de sua vida, ao assinar o livro de visitas do rei: “Sua Majestade, a ambição de alguns homens é a arte, a ambição de outros é a fama, e alguns homens ambicionam o ouro. Mas a minha ambição é as almas dos homens.”

Ellen G. White ecoa esse mesmo sentimento na seguinte declaração: “A obra acima de todas as obras – o negócio acima de todos que deve atrair e dedicar as energias da alma – é a obra de salvar almas pelas quais Cristo morreu. Faça desta a principal, a mais importante obra da sua vida. Faça disso a especial obra de sua vida” (Mensagem aos Jovens, p. 227).

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