A morte de Charlie Kirk, influenciador trumpista de 31 anos, vítima de um tiro enquanto discursava em uma universidade em Utah, é um episódio lamentável e que precisa ser repudiado por todos que prezam pela democracia. Nenhuma divergência política justifica violência. Ainda assim, não podemos ignorar o papel que o próprio Kirk desempenhou na escalada de hostilidade que tem envenenado o debate público.
Como fundador da Turning Point USA, Charlie Kirk tornou-se um dos principais porta-vozes do trumpismo, mobilizando milhares de jovens em torno de uma agenda marcada pelo negacionismo da pandemia, pela promoção de teorias infundadas de fraude eleitoral e por constantes ataques a minorias. Seu discurso frequentemente resvalava no racismo, na intolerância religiosa e na retórica anti-LGBTQ. Não hesitou em desferir críticas a figuras históricas como Martin Luther King Jr. e em disseminar desinformação que aprofundou a polarização social e alimentou sentimentos de ódio.
Entre suas ideias mais polêmicas, está a defesa de execuções públicas — transmitidas ao vivo — e a proposta de que crianças fossem expostas a elas como forma de desencorajar futuros crimes, uma posição que provocou indignação de defensores dos direitos humanos e de especialistas em saúde mental.
Dentro do próprio movimento conservador, não faltaram críticas ao seu estilo agressivo. Um articulista de direita chegou a dizer que, se sua liderança tóxica persistisse, o grupo por ele fundado precisaria ser “purgado” do conservadorismo para que o movimento não fosse consumido pelo radicalismo.
A tragédia de sua morte não apaga o fato de que seu discurso contribuiu para o ambiente de tensão que hoje ameaça a convivência democrática nos EUA. Lamentamos o crime que o vitimou, mas também lamentamos o legado de polarização e hostilidade que ajudou a construir. Que este episódio seja um chamado à reflexão: precisamos desarmar as palavras antes que as armas entrem em cena.
Hermes C. Fernandes (via instagram)
Segue abaixo alguns lembretes bíblicos e um conselho de Ellen G. White sobre como domar a língua:
– Escolha as palavras com muito cuidado
“Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem" (Efésios 4:29).
– Palavras brandas têm mais poder que palavras ríspidas
“… a língua branda quebra até os ossos” (Provérbios 25:15).
– Pense antes de falar
“O justo pensa bem antes de responder, mas a boca dos ímpios jorra o mal” (Provérbios 15:28).
– Não fale muito
“Quando são muitas as palavras, o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato” (Provérbios 10:19).
– As palavras podem causar tropeços
“Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o corpo” (Tiago 3:2).
– As palavras podem causar grande destruição
“… a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha” (Tiago 3:5).
– Se quiser ter uma vida agradável, tome cuidado com suas palavras
“Quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e os seus lábios da falsidade” (I Pedro 3:10).
– As palavras podem ter sido sugeridas pelo inimigo
“Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno” (Tiago 3:6).
– Palavras ríspidas são mais prejudiciais a você mesmo
“Por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados” (Mateus 12:37).
"O poder da palavra é um talento que deve ser cultivado diligentemente. De todos os dons que recebemos de Deus, nenhum é capaz de se tornar maior bênção que este. Com a voz convencemos e persuadimos; com ela elevamos orações e louvores a Deus, e também falamos a outros do amor do Redentor. Não se deve proferir uma única palavra imprudentemente. Nenhuma maledicência, palavreado frívolo algum, nenhuma murmuração impertinente nem sugestão impura sairá dos lábios do seguidor de Cristo. Palavras torpes não significam somente palavras vis. Denotam qualquer expressão contrária aos santos princípios e à religião pura e imaculada. Incluem idéias impuras e insinuações malévolas. Se não forem repelidas imediatamente, conduzem a grande pecado. Nossas palavras devem ser expressões de louvor e ações de graças. Se o coração e a mente estiverem repletos do amor de Deus, isto será revelado na conversação" (E Recebereis Poder, p. 197).

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