segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Cometa mais brilhante que a lua está a caminho da Terra


Neste exato momento, a um bilhão de quilômetros, mais ou menos entre as órbitas de Saturno e de Júpiter, um cometa segue a toda velocidade em direção ao Sol. Quando passar próximo à Terra, no final do ano que vem, seu brilho será o mais intenso já registrado no céu em toda a história, superando o da Lua Cheia. 

A oportunidade é única: quando seguir seu caminho, o ISON, como foi batizado, não voltará tão cedo. Se o meteoro que caiu na Rússia na semana passada já chamou a atenção de muitas pessoas para o verdadeiro universo de objetos que nos cercam no espaço, um cometa com previsões de fazer um espetáculo no céu no fim deste ano deverá reforçar este interesse. Acredita-se que é sua primeira passagem pelo Sistema Solar interior. Por enquanto, o "cometa do século" ainda é um objeto muito tênue que só pode ser visto com a ajuda de telescópios sofisticados, mas se as previsões mais otimistas se confirmarem ele poderá ser visível a olho nu e talvez até durante o dia na época de sua maior aproximação do Sol e da Terra, respectivamente no fim de novembro e no fim de dezembro. 

Diferentemente dos asteroides, aglomerados de rochas e metais em geral oriundos do cinturão localizado entre Marte e Júpiter, os cometas são grandes bolas de gelo recobertas por uma crosta de sujeira espacial originárias da Nuvem de Oort, uma gigantesca esfera de objetos gelados que cerca nosso Sistema Solar e cujo limite alcança mais de um ano-luz de distância da Terra. Às vezes, porém, um destes objetos tem sua órbita estável perturbada pela ação gravitacional da movimentação de uma estrela próxima ou da combinação dos efeitos gravitacionais do conjunto das estrelas da Via Láctea, sendo então lançado em uma longa viagem em direção ao Sol. E, a medida que ele se aproxima de nossa estrela, o calor começa a quebrar sua crosta e a fazer evaporar o gelo, gerando as características coma (cabeça) e cauda dos cometas, que brilham ao reflexo da luz solar. 

Cometa do tipo chamado sungrazer (“pastor do Sol”, em uma tradução livre), o ISON vai passar a menos de 2 milhões de quilômetros do Sol em novembro e, caso sobreviva ao encontro, emergirá do outro lado da estrela e chegará a menos de 60 milhões de quilômetros da Terra em dezembro no seu caminho de volta aos confins do Sistema Solar. Segundo Mendonça, essas deverão ser as melhores épocas para observar o objeto, sempre em horários perto do anoitecer e do amanhecer devido à sua proximidade da linha de visão do Sol. 

O cometa foi descoberto no último dia 21 de setembro, quando uma dupla de astrônomos amadores do International Scientific Optical Network (ISON), observatório da Rússia, avistou algo novo na constelação de Câncer. Mas por que o ISON é razão para tamanho entusiasmo entre os amantes da astronomia? A resposta é simples, segundo o astrofísico Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar): o ISON pode brilhar, e brilhar muito. “Os astrônomos utilizam uma escala de magnitudes para indicar o brilho dos objetos celestes. Nessa escala, quanto menor o número, maior o brilho. E se o ISON sobreviver, algumas projeções indicam que a magnitude será de -13. Na escala, números negativos indicam corpos muito brilhantes”, afirma. Não é pouca coisa, visto que a Lua Cheia tem magnitude -12,7 e Vênus, o planeta mais brilhante do sistema Solar, -4,8. Ou seja, pode ser que esse cometa passe pela Terra e produza um efeito comparável – se não superior – ao do Ikeya-Seki, que teve magnitude -10

Fontes: ORM e Veja

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