No dia 11 de agosto comemora-se o dia da televisão, data que homenageia Santa Clara, oficialmente reconhecida como padroeira da TV pelo Papa Pio XII, em Roma, que morreu justamente neste dia, no ano de 1253. Contudo, a primeira transmissão televisiva de que se tem notícia foi feita em 26 de fevereiro de 1926, pelo escocês John Logie Baird. Essa estreia teve um público reduzido, contando com apenas alguns cientistas da Academia de Ciências Britânicas, em Londres. A televisão foi trazida ao Brasil há 65 anos, em setembro de 1950, quando Assis Chateaubriand fundou a extinta TV Tupi.
E se você adora passar horas em frente à telinha, uma equipe de cientistas australianos tem péssimas notícias. De acordo com um novo estudo, cada hora passada em frente à TV pode aumentar em até 18% os riscos de doenças cardiovasculares, segundo informações de Hypescience.
A pesquisa foi realizada com base em análises de estilo de vida de 8.800 adultos, e descobriu também que cada hora diária assistindo à televisão aumenta em 11% o risco de morte por várias causas, além de 9% mais chances de morrer de câncer.
De acordo com David Dunstan, que participou do estudo, isso acontece porque o corpo humano foi projetado de modo que precisa se movimentar, e não ficar parado por longos períodos. Por isso, ficar sentado em frente à TV ou a uma tela de computador atrapalha a sua saúde. “O que acontece é que muitas das atividades diárias normais que eram feitas em pé e em movimento, hoje viraram atividades que são feitas com as pessoas sentadas”, explica o pesquisador. Por esse motivo, o gasto de energia das pessoas também decresce.
"Aqueles cujos hábitos são sedentários devem, quando o tempo permitir, fazer exercício ao ar livre todos os dias, de verão e de inverno, e estarão melhor preparados para resistir à enfermidade.” (Ellen G. White – A Ciência do Bom Viver, p. 240)
A pesquisa foi realizada com 3.846 homens e 4.954 mulheres com mais de 25 anos, que foram separados em grupos de pessoas que assistem a menos de duas horas diariamente, aqueles que veem entre duas e quatro horas de TV e os que passam mais de quatro horas em frente ao televisor. Todo o grupo foi acompanhado por mais de seis anos, e os participantes com histórico prévio de doenças cardiovasculares foram desconsiderados.
Durante o tempo do estudo, 284 pessoas morreram – 125 de câncer e 87 devido a doenças cardíacas. De acordo com Dunstan, a associação entre o tempo passado em frente ao televisor e a quantidade de mortes por doenças cardiovasculares é significativa, mesmo ao se considerar fatores de risco comuns para esses problemas e outras características do estilo de vida dos participantes.
Termino com pensamento do cineasta italiano Federico Fellini, eternizado pela poesia de seus filmes:
“A televisão mutilou nossa capacidade de solidão, violou nossa dimensão mais íntima, mais privada, mais secreta. Acorrentados por um ritual invasor, fixamos um quadro luminoso que vomita milhares de coisas que se anulam mutuamente, numa vertiginosa espiral. A paz só vem quando se desliga. Às onze horas, à meia-noite, pesa sobre nossos ombros um grande e obrigatório cansaço. Vamos para o nosso leito carregados de uma vaga má consciência e, no escuro, os olhos fechados, tentamos restabelecer o vínculo, com o fio rompido, do silêncio interior que nos pertencia...” (Le Monde, 15/01/1982)
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