sexta-feira, 30 de junho de 2017

Professora adventista resgata 15 moradores em situação de rua

Além de reintegrá-los às suas famílias, Mariza também compartilhou a esperança que encontrou na Bíblia
Em outubro do ano passado, a professora Mariza Eiras saiu de Formosa, em Goiás, para passear em Brasília, no Distrito Federal. Ao chegar na rodoviária, foi almoçar. Porém, enquanto comia, avistou um mendigo e sentiu que deveria ajudá-lo. “A cada garfada que eu dava, uma voz falava: ‘Esse homem não comeu. Pergunta se ele quer comer’”, conta.

Mariza o levou para almoçar, o convidou para ir à igreja no sábado e se ofereceu para pagar um local para que ele pudesse morar até que encontrasse um emprego. A vida deste homem nunca mais foi a mesma. Nem a de Mariza. A partir daí, ela percebeu que resgatar moradores de rua era seu ministério. Em menos de um ano, ajudou 15 deles, os levando de volta para suas famílias. Quatro foram batizados na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Todos os domingos, a professora sai de casa com esse propósito. “Para a gente chegar onde eles estão, você precisa se rebaixar mesmo, porque é um povo que todo mundo tem medo, que ninguém quer se aproximar. Eu passei a ver essas pessoas com muito mais amor. Eu passei a ver essas pessoas com o olhar que Jesus olhava”, se alegra. Mariza afirma que é impossível desenvolver esse ministério sem participar da história de cada um e trazê-los para sua vida como amigos. “Se você não amar, você não consegue nada. Se você não se envolver é em vão você entregar o seu pão. Jesus se envolvia”, pontua.

No entanto, Mariza ainda acha que faz pouco. “Eu vejo pessoas com muitas coisas, muitas casas, muitos carros. E o meu ‘tudo’ fica na rua, tudo o que eu tenho, tudo o que ganho, porque eu vejo retorno. Por mais que eu não tenha nada, eu dou tudo o que tenho para Deus”, diz.

A história de Mariza representa alguns dos temas abordados no Concílio Integrado que envolve as sedes administrativas da Igreja no Planalto Central e Centro-Oeste. O evento foi realizado no Centro Adventista de Treinamento e Recreação (Catre) entre os dias 23 e 25 de junho. A importância da amizade no processo de discipular outras pessoas e dos ministérios contínuos foram tratados de forma intensa durante os três dias. Cerca de 250 membros de seis templos do Distrito Federal e entorno participaram da programação.

A ideia é que essas igrejas recebam acompanhamento durante 18 meses para que possam colocar em prática a visão bíblica de “Ser Igreja é Ser Amigo”. “O discipulado é sempre uma vivência de relacionamentos pessoais. Não acontece em massa ou na multidão. Como o alvo é viver mais intensamente uma experiência de discipulado, o caminho que faz sentido é o modelo de Jesus. E Ele, embora alimentasse a multidão, se dedicou intencionalmente em um pequeno grupo de pessoas com quem viveu relacionamentos transformadores, seus discípulos”, explica o pastor Charlles Britis, presidente da Igreja no Planalto Central.

E foi esse método que Watson Costa adotou. Ele já participou de diversos encontros como esse. Porém, diz que os dois últimos foram especiais por apresentar uma visão diferenciada do que é ser igreja. Ele já estava há algum tempo pensando que a única forma de se aproximar mais de Deus seria cuidando de outra pessoa. “No ano passado teve esse Concílio no IABC (Instituto Adventista Brasil Central) e eu fui. Aquilo ali aqueceu meu coração de uma maneira que eu fiquei muito mais confiante e motivado com o que eu já vinha pensando. Comecei a clamar a Deus e Ele falou aos meus ouvidos para que eu pudesse discipular alguém”, conta.

Costa partiu para a ação e começou a cuidar e discipular uma outra pessoa, que continuou o processo com outros, o que se tornou um ciclo dentro de um pequeno grupo. “Eu creio que o dia em que a igreja experimentar essa nova forma de conhecer Jesus, de andar com Jesus e de praticar Jesus na vida de outras pessoas, a igreja muda completamente. Os jovens não vão mais se ausentar, os idosos não ficarão indiferentes. Todos vão trabalhar com um único objetivo: buscar e salvar o perdido”, afirma. 

[Com informações de Notícias Adventistas]
"A obra de recolher o necessitado, o oprimido, o aflito, o que sofreu perdas, é justamente a obra que toda igreja que crê na verdade para este tempo devia de há muito estar realizando. Cumpre-nos mostrar a terna simpatia do samaritano em acudir às necessidades físicas, alimentar o faminto, trazer para casa os pobres desterrados, buscando de Deus todo dia a graça e a força que nos habilitem a chegar às profundezas da miséria humana, e ajudar aqueles que absolutamente não se podem ajudar a si mesmos. Isto fazendo, temos favorável ensejo de apresentar a Cristo, o Crucificado." (EGW, Beneficência Social, p. 74)

quinta-feira, 29 de junho de 2017

O Sábado no Tempo do Fim

"E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus." (Ap 14:9,10)

Os adventistas creem que a fidelidade ao quarto mandamento representará parte do grande teste no tempo do fim. Lembre-se: a adoração é um conceito central nos capítulos 13 e 14 do Apocalipse. O verbo adorar aparece oito vezes nessa seção. Iremos adorar a Deus ou adorar a besta. Por que o sábado desempenha um papel de importância no tempo do fim? Por três razões básicas.

Primeira razão 
Se corretamente entendido, o sábado é a resposta ideal ao evangelho. O evangelho nos ensina que Cristo fez por nós o que não podíamos fazer (Rm 3:21-23). Nada podemos acrescentar ao que Ele fez. O sábado está fundamentado no princípio do repouso, depois da obra completa de Cristo. O sábado é o convite para o descanso no que Cristo fez, não naquilo que nós tentamos fazer. O primeiro “trabalho” dos cristãos é repousar naquilo que Cristo realizou por nós.

Segunda razão
O sábado estabelece um teste ideal de obediência. Todos os outros mandamentos envolvem uma razão lógica para serem obedecidos. O quarto mandamento, contudo, está fundamentado unicamente na Palavra de Deus. O mandamento do sábado é como a “árvore da ciência do bem e do mal”. A única razão para não se comer do fruto proibido era aceitar a autoridade divina. No tempo do fim, vozes humanas, mesmo entre religiosos, estarão insistindo que você se esqueça daquilo que Deus lhe ordenou lembrar. O elemento central, então, será uma questão de autoridade. Com que autoridade você fica? A quem, afinal, você adora?

Terceira razão
O sábado será o elemento central do último teste porque ele é parte de nossa determinação de seguir a Jesus de modo pleno. Jesus guardou o sábado. Ele nos legou o exemplo. Se quisermos segui-Lo, devemos imitá-Lo também nesse aspecto. A insistência do repouso no sábado parecerá algo estranho ou absurdo, mesmo para pessoas consideradas cristãs. Elas terão extrema dificuldade em ver lógica no quarto mandamento. E o diabo saberá explorar essa aparente “falta de lógica”. O engano será tão severo que todas as evidências dos sentidos indicarão que outras vozes parecerão corretas. Apenas aqueles que aprenderam a confiar em Deus verão coerência no aparentemente arbitrário teste de lealdade.

Amin A. Rodor (Meditações Diárias: Encontros com Deus, p. 234)
"A questão do sábado será o ponto controverso no grande final conflito em que o mundo inteiro há de ser envolvido. Os homens exaltaram os princípios do diabo acima dos que regem nos Céus. Aceitaram o sábado espúrio instituído por Satanás como o sinal de sua autoridade. Entretanto, Deus imprimiu o Seu selo ao Seu estatuto real. Cada instituição sabática traz o nome de Seu Autor, a marca indestrutível que revela Sua autoridade. Nossa missão é levar o povo a compreender isto. Devemos mostrar-lhe no que importa trazer o sinal do reino de Deus ou do reino da rebelião, porque cada qual se reconhece súdito do reino cujo distintivo aceita. Deus nos chamou para desfraldar o estandarte do Seu sábado, que está sendo calcado a pés. Que importância tem, pois, que o nosso exemplo de guardar o sábado seja correto!" (Ellen G. White - Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 10)

Davi e Bate-Seba: Quando Deus extrai o bem do mal que fizemos

Ele deveria estar no front de batalha, como costumeiramente fazia. Mas desta feita, Davi preferiu tirar uns dias de folga. Nada mais justo para quem levava uma vida tão agitada desde o fatídico dia em que derrotou o gigante filisteu. Enquanto seus homens lutavam pela expansão e manutenção de seu reino, Davi curtia um final de tarde no terraço de seu palácio. Com a cabeça arejada, algo fisgou sua atenção. Há poucos metros dali, uma mulher de corpo escultural banhava-se alheia ao fato de estar sendo observada. O rei voyeur chama um de seus serviçais e pergunta-lhe quem era a bela mulher. Mesmo sendo informado tratar-se de esposa de Urias, um de seus mais leais soldados, Davi não hesita mandar trazê-la às pressas para o seu deleite.

A julgar que texto bíblico, não houve qualquer resistência por parte de Bate-Seba em atender ao chamado do rei. Talvez imaginasse que o rei lhe daria notícias do front. Quiçá algo houvesse ocorrido ao seu marido e o rei preferiu contar pessoalmente. Sou capaz de apostar que seu coração estava a mil. Não era normal que o rei mandasse chamar alguém assim, sem mais, nem menos.

Jamais saberemos quais armas ele usou para seduzi-la: se usou de sua autoridade ou apelou para expedientes mais sutis. O fato é que ela acabou cedendo. Possivelmente, devido à ausência do marido por tempo prolongado, ela estivesse carente. Davi, por sua vez, desprovera-se de qualquer escrúpulo para conseguir o que queria: uma noite de luxúria com aquela linda mulher. O que ele jamais poderia supor era o quanto aquilo lhe custaria.

Não muito tempo depois, chegava-lhe a notícia: Bate-Seba estava grávida.

Seu mundo virou de ponta-cabeça. Seu pecado seria exposto. Sua credibilidade ruiria. Tudo pelo qual havia lutado até ali corria o risco de desabar. Nos dias atuais, a primeira ideia que lhe ocorreria talvez fosse um aborto. Em vez disso, Davi mandou buscar Urias e insistiu com ele para que desfrutasse de uma merecida noite de amor com sua esposa. Surpreendentemente, Urias recusa a oferta, alegando não ser justo que assim fizesse, enquanto seus companheiros arriscavam a vida no front. Pela primeira vez, Davi se deparava com alguém com envergadura moral superior a dele. Como alguém poderia recusar tal oferta? Como alguém poderia manter-se leal aos seus amigos a ponto de recusar uma noite de amor com a própria esposa? Se houvesse aceitado, o problema estaria resolvido. Para todos os efeitos, aquela indesejável gravidez teria sido fruto do reencontro entre Urias e Bate-Seba. Porém, o plano deu errado. Mas Davi não se dispunha a desistir. No dia seguinte, tratou de embebedar a Urias no afã de persuadi-lo a deitar-se com sua esposa. Nem assim ele cedeu. Seu caráter era mais forte que o efeito do álcool. Não restou alternativa a Davi, senão apelar ao que havia de pior em sua natureza ambígua.

Munido de uma mensagem lacrada endereçada a Joabe, o general de confiança de Davi, Urias retornou ao front. Fiado em seu caráter irredutível, Davi sabia que Urias jamais ousaria romper os lacres daquele pergaminho e acessar sua mensagem. Urias nem sequer desconfiava que nele constava sua própria sentença de morte. A ordem do rei era clara. Joabe deveria escalar a Urias para posicionar-se na frente da batalha, e quando os inimigos avançassem, todos os homens deveriam retroceder e deixa-lo sozinho, vulnerável ao ataque. Como o “homem segundo o coração de Deus” poderia revelar-se tão covarde? Desconfio que a razão não era apenas a gravidez de Bate-Seba, mas o fato de ele ter se deparado com alguém mais honrado do que ele. Definitivamente, não havia lugar para Davi e Urias no mesmo reino. Sua existência por si só desafiava seus mais profundos escrúpulos. Portanto, numa única tacada, Davi se livrava de dois problemas.

Desta vez, o pleno funcionou. Urias foi morto pelas mãos dos amonitas. Agora, Bate-Seba era uma mulher viúva, portanto, desimpedida. Passado o tempo de luto, Davi mandou buscá-la e a tomou como esposa.

Tudo voltara a ser como antes. Ou melhor, tudo ficara ainda melhor para Davi. Afinal, aquela linda mulher tornara-se sua esposa. Até que... Num belo dia, o rei recebe a inusitada visita de um profeta.

Natã era daqueles que não tinham papas na língua, mas sabia usar bem as palavras. Sua missão era confrontar o rei e expor, não apenas o seu pecado, mas também sua natureza contraditória. Para tal, o profeta recorre a uma parábola na qual um homem muito rico, dono de vastos rebanhos, recebe em sua casa um viajante. Em vez de mandar matar um de seus bois para alimentar o viajante, manda matar a única cordeira de um vizinho muito pobre. Ao ouvir o relato, tomado de ira, Davi se levanta do trono e vocifera: Este homem merece a morte! Como alguém tendo tanto pode fazer tal coisa a alguém que nada tinha senão uma mísera cordeira?

Fitando-lhe os olhos, Natã diz: Este homem é você! Deus te deu tantas coisas, e se não estivesse satisfeito, Ele lhe daria muito mais. Mas em vez de contentar-se, você preferiu tomar a única mulher de um homem que lhe era leal. Não pense que Ele fará vista grossa a isso! O juízo de Deus virá sobre você.

Diante do veredito divino, Davi confessa: Eu pequei!

Arrependido, o rei ouve dos lábios do profeta que Deus já o havia perdoado, mas que isso não o isentaria das consequências de seu pecado. Deus não estava disposto a colocar panos quentes sobre o seu erro, evitando assim que Seu precioso nome fosse escarnecido entre as nações. Como medida disciplinar, o fruto daquele pecado não vingaria.

Enquanto a criança sobrevivia, Davi orava com todas as suas forças, rogando que a sentença divina fosse revogada. Seus conselheiros já demonstravam preocupação com seu estado emocional. Ele não comia, nem bebia, nem se banhava. Só fazia chorar. O que faria se a criança viesse a óbito?

Tão logo a criança morreu, Davi levantou-se, tomou um banho, alimentou-se e retomou sua rotina. Todos ficaram estupefatos com sua inusitada reação. Ele, finalmente, virara a página. Já não adiantava se lamentar. “Eu irei a ela, mas ela jamais virá a mim”, respondeu ao ser indagado por seus anciãos.

Todos lemos esta história a partir de Davi. Mas quanta dor Bate-Seba enfrentou! Quão difícil a ela foi sofrer o assédio do rei, engravidar-se dele, perder seu marido de maneira cruel e covarde, ter que conviver com o homem responsável por isso, e ainda perder tragicamente seu primeiro filho. 

Que bom saber que a história não termina assim. Deus é capaz de extrair coisas boas até de nossos equívocos mais insanos. Uma segunda gravidez estava a caminho. Mas agora, ela não era um romance do rei, mas sua esposa, aquela que se assentava ao seu lado no trono.

Em Sua infinita misericórdia, Deus a presenteara com um filho que sucederia Davi em seu trono. O texto bíblico diz que Deus amou a Salomão. De todos os filhos de Davi, ele não foi apenas o escolhido por Deus para sucedê-lo, mas também foi aquele por cuja linhagem viria Jesus, o Salvador dos homens.

Quem diria... Bate-Seba na árvore genealógica de Jesus!

Isso não significa que Deus houvesse endossado o erro de Davi. As consequências foram drásticas. Deus não o poupou de nenhuma delas. Entretanto, nada disso foi capaz de alterar o Seu propósito na vida e na descendência do rei salmista.

Lições aprendidas deste episódio:
1 – Estar no lugar certo, fazendo a coisa certa, na companhia das pessoas certas, nos poupará de dar passos incertos em nossa vida.
2 – Um erro não justifica outro erro. A melhor maneira de lidar com nossos erros é admitindo-os diante de Deus.
3 – A misericórdia que usamos para com os outros será a mesma que se aplicará a nós. Semelhantemente, a rigidez com que tratamos os outros se voltará contra nós.
4 – O perdão de nossos pecados não nos isenta de suas consequências.
5 – Devemos lutar para reverter uma situação que esteja em processo, mas também devemos aprender a virar a página e seguir em frente quando ela se revela irreversível.
6 – Nenhum de nossos equívocos é capaz de colocar em risco os propósitos divinos em nossa vida.
7 – Deus é poderoso e amoroso o suficiente para extrair coisas boas de nossos equívocos.
8 – O que começou errado não está fadado a terminar errado.

"Este período da história de Davi está repleto de significação para o pecador arrependido. É uma das ilustrações mais flagrantes que nos são dadas das lutas e tentações da humanidade, do arrependimento genuíno para com Deus e da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Durante todos os séculos, tem-se mostrado uma fonte de animação às almas que, tendo caído em pecado, achavam-se a lutar sob o fardo de sua culpa. Milhares de filhos de Deus, quando traídos pelo pecado e prontos a entregar-se ao desespero, têm-se lembrado como o arrependimento e confissão sincera de Davi foram aceitos por Deus, não obstante sofrer ele pela sua transgressão; e estes também se revestiram de coragem para arrepender-se, e procurar novamente andar no caminho dos mandamentos de Deus. Quem quer que, sob a reprovação de Deus, humilhe a alma com confissão e arrependimento, como fez Davi, pode estar certo de que há esperança para ele. Quem quer que com fé aceite as promessas de Deus, encontrará perdão. O Senhor nunca lançará fora uma alma verdadeiramente arrependida. Ele fez esta promessa: 'Apodere-se da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo' (Isaías 27:5). 'Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar' (Isaías 55:7)." (Ellen G. White - Patriarcas e Profetas, pp. 536-537)

quarta-feira, 28 de junho de 2017

O islamismo e seu papel no contexto do fim dos tempos

Nos últimos anos o islamismo foi alçado ao centro das atenções no mundo. Essa popularização ganhou força com os atentados que derrubaram as famosas Torres Gêmeas. As imagens das torres em chamas, exploradas à exaustão, funcionaram com uma propaganda, e o crescimento posterior do islã sugere a eficácia dela. Segundo relatório do Pew Research Center, em 2050 os muçulmanos deverão chegar a 29,7% da população mundial, bem perto dos 31,4% de cristãos. A proporção atual é de 22,5% para 33%. Uma das grandes surpresas é que a Europa deverá ter 10% de muçulmanos em 2050. A população cristã na Europa e nos Estados Unidos encolheu de 93% em 1910 para 63% em 2010, embora tenha crescido na África e América do Sul.

Além do crescimento, impulsionado também por taxas de natalidade, o islamismo tem chamado a atenção por causa da “primavera árabe” e das grandes migrações provocadas pela expansão do Estado Islâmico. De fato, o 11 de Setembro inaugurou uma nova modalidade de guerra. O mundo vive uma condição sócio-política sem precedentes. Jon Paulien diz que é a primeira vez na história que as nações ocidentais enfrentam um inimigo de natureza religiosa (Armageddom at the Door [Hagerstown, MD: Review and Herald, 2008], 184).

Diante da grandeza e universalidade desses fatos, muitos estudiosos têm ido às profecias bíblicas em busca de descrições que revelem a emergência do islamismo e seu papel no contexto do fim dos tempos. No entanto, a profecia bíblica revela o futuro da perspectiva do grande conflito e trata dos poderes que se relacionam diretamente com o povo da aliança, como aliados ou perseguidores. Nesse caso, a tensão terrorista entre Oriente Médio e Ocidente, entre muçulmanos e judeus ou cristãos, como forças históricas, não é necessariamente um tema nas profecias. Apesar disso, as visões do tempo do fim incluem todos os “reis” da Terra, uns fracos e outros fortes (Dn 2:43, 44), ou os “reis do mundo inteiro” (Ap 16:14), e todos que “habitam sobre a terra” (Ap 13:14), entre os quais certamente estão os atuais países de maioria muçulmana.

O “tempo do fim”, apontado pela profecia de Daniel, começa no final do século 18. Além dos capítulos 2, 7 e 8, Daniel 11:40 a 45 provê um importante vislumbre desse período, com a imagem do conflito final entre o rei do Sul e o do Norte, no qual diversos povos são envolvidos. Até o v. 39 o profeta descreve os ataques do rei do Norte (papado) aos fiéis de Deus na Idade Média, ao estabelecer a “abominação desoladora” (v. 31). No entanto, o rei do Sul interrompe a opressão, com a Revolução Francesa (v. 40; cf. Ap 11:7-12).

Mais à frente, o Sul é finalmente derrotado pelo Norte, ou seja, o papado suplanta os poderes ateístas e materialistas (v. 40-43). Por fim, o rei do Norte investe contra os santos (v. 44), a mesma batalha do Armagedom (Ap 12:17; 13:15; 16:16). Nessa última investida do Norte, o profeta diz que “muitos países cairão, mas Edom, Moabe e os líderes [as primícias] de Amom ficarão livres” (v. 41, NVI). A visão toda é relacionada ao povo da aliança, pois o anjo diz: “Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias” (Dn 10:14).

Será possível que o islamismo faça parte desse cenário?

O relato de Daniel 11:40 a 45 reflete certos elementos do êxodo e da peregrinação dos israelitas para a terra de Canaã. Na jornada, eles não tiveram qualquer apoio, senão hostilidade por parte de Edom, Moabe e Amom, por cujas terras poderiam ter atravessado.

No contexto bíblico, os edomitas, moabitas e amonitas são tradicionais inimigos de Israel. Entretanto, eles são parentes ligados por laços sanguíneos a Abraão. Os moabitas e amonitas descendem de Ló, o sobrinho do patriarca. “E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai. A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje. A mais nova também deu à luz um filho e lhe chamou Ben-Ami: é o pai dos filhos de Amom, até ao dia de hoje” (Gn 19:36-38). Por sua vez, os edomitas são os descendentes de Esaú, que é conhecido também como Edom (Gn 36:1). Por meio de Esaú, os descendentes de Ismael foram reconectados ao pai Abraão. Moisés conta que “Esaú foi à casa de Ismael” e “tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael” (Gn 28:9).

Assim, os três povos têm suas origens ligadas a Abraão, por meio de Ló, Ismael e Esaú. Mas a inimizade perpetuou entre eles e Israel.

Por ocasião do êxodo, Edom ameaçou Israel: “Não passarás por mim, para que não saia eu de espada ao teu encontro” (Nm 20:18). Mais tarde, após a conquista de Canaã, os filhos de Israel tiveram problemas permanentes com esses vizinhos. “Os amonitas e os moabitas, junto com os edomitas, invadiram o nosso país” (2Cr 20:10).

O Salmo 83 é bastante representativo dessa inimizade histórica entre Israel e os reinos de Edom, Moabe, Amom e Ismael. O salmista clama pela intervenção divina em um momento quando não só a segurança, mas a sobrevivência de Israel parecia ameaçada diante de uma aliança de seus inimigos, entre os quais se destacavam os povos aparentados. Diz o salmo: “Ó Deus” os teus inimigos “tramam astutamente contra o teu povo”, dizendo: “Vinde, risquemo-los de entre as nações; e não haja mais memória do nome de Israel.” Os inimigos de Israel firmaram “aliança”, incluindo entre eles “as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe”, “Amom”; eles estão unidos à “Assíria”, constituindo “braço forte aos filhos de Ló” (Sl 83:1-8). É curioso que os ismaelitas sejam incluídos aqui, como parte da aliança inimiga. Isso sugere que a relação deles com Edom não se restringiu ao casamento da filha de Ismael com Esaú.

Até o tempo do cativeiro babilônico, os três povos ainda afligiam os judeus (2Cr 20:10-11; Jr 9:26). Deus anunciou juízos contra eles (Jr 25:21; Ez 25:11; Sf 2:9). Entretanto, também fez promessas de salvação, com a típica expressão “mudarei a sorte de Moabe…” e “de Amom” (Jr 48:47; 49:6; Dn 11:41; cf. Am 9:12-14). O Senhor prometeu que Israel, por fim, iria integrar o remanescente de Edom (Am 9:12); e que Edom, Moabe e os filhos de Amom seriam parte do reino messiânico (Is 11:14).

Mas, quem seriam esses povos na profecia do “fim dos tempos”?

No período do Império Romano, Moabe já não existia mais, e Edom e Amom já não tinham qualquer influência ou poder político (ver The Achor Bible Dictionary, vol. 1:195). Portanto, de quem Daniel estaria falando?

O teólogo adventista Ángel Manuel Rodríguez propõe que essas nações são mencionadas por Daniel como “símbolos” de outras realidades e não como “entidades geográficas” (“Daniel 11 and the Islam Interpretation”, Biblical Research Institute Release 13, maio de 2015, p. 11). Para ele, Moabe seria “representativo daquelas nações que virão ao monte de Deus a fim de aprender seus caminhos” de salvação (Is 16:1-5).

Diante disso, Rodríguez diz: “Uma vez que Daniel também constrói sua profecia sobre a escatologia do Antigo Testamento, fica sugerido que as três nações, associadas ao êxodo de Israel do Egito, parecem representar pessoas das nações que invocarão o nome do Senhor e encontrarão refúgio e libertação no monte Sião” (p. 11). Assim, ele relaciona Edom, Moabe e Amom ao chamado “povo meu” que ainda está em Babilônia e que será chamado a sair (Ap 18:4) e se juntar ao remanescente fiel (Ap 12:17) a fim de formar o remanescente escatológico que verá o Senhor voltar. “Essas pessoas são encontradas em todas as comunidades cristãs e no mundo religioso” (p. 20).

Essa é realmente uma boa possibilidade. No entanto, pode parecer um pouco restritiva se enfatizar só “comunidades cristãs” em um tempo quando o evangelho deverá soar com poder no mundo todo, incluindo a Ásia, o Oriente Médio e Norte da África.

De fato, certas figuras históricas são empregadas nas profecias como símbolos, mas em geral representando entidades mais específicas. Jezabel (Ap 2:20; 17:4) já não existe mais, nem há uma montanha como o nome de Armagedom (Ap 16:16).

Entretanto, o significado profético desses símbolos depende necessariamente do que essas figuras são na história bíblica. Além disso, o conjunto “Edom, Moabe e os filhos de Amom” é tão marcado nas Escrituras (cf. 2Cr 20:22; Is 11:14; Jr 9:26; 25:21; 27:3; 40:11; Sf 2:8) que dificilmente Daniel usaria a expressão sem nenhuma conexão com os três históricos povos vizinhos e inimigos de Israel. Como estadista ele trata de povos e nações bem definidos (Dn 7:17; 8:20, 21).

No contexto bíblico, é curioso que, ao prometer restauração a Edom, Deus inclua outras nações como sendo chamadas pelo seu nome: “Naquele dia”, ou seja, o dia do Senhor, “levantarei o tabernáculo caído de Davi”, no reino messiânico, ocasião em que Israel vai possuir ou incluir o remanescente “de Edom” e de “todas as nações que são chamadas pelo meu nome, diz o Senhor” (Am 9:11, 12). Seriam essas nações chamadas pelo nome de Deus também descendentes de Abraão, por meio de Ló, Ismael e Esaú, a exemplo de Israel?

A tradição islâmica considera a Caaba, o mais importante templo árabe, na Arábia Saudita, como obra de Abraão e Ismael. Alguns muçulmanos fazem menção ao texto de Gênesis 12:7 e 8, como indicativo desse empreendimento: “Apareceu o Senhor a Abrão e lhe disse: Darei à tua semente esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera. Passando dali para o monte ao oriente de Betel, … ali edificou um altar ao Senhor.” Este texto é visto em paralelo à passagem de Alcorão, cap. 2, v. 127: “E quando Abraão e Ismael elevam as fundações da casa, dizendo, Nosso Senhor! aceita de nós (este trabalho).”

Assim, para a tradição islâmica, o altar ou casa que Abraão e o filho Ismael edificaram seria no exato local da atual Caaba, em Meca (cf. Ira G. Zepp, A Muslim Primer: Beginner’s Guide to Islam [The University of Arkansas Press, 2000], 5). Desta forma, os muçulmanos mantêm a tradição de que a religião fundada por Maomé, no 7º século, em Meca, tem suas raízes no monoteísmo estabelecido pelo pai da fé, de quem também se julgam descendentes espirituais. Os árabes pré-islâmicos circuncidavam seus filhos aos 13 anos, na idade em que que “Ismael, o pai da nação”, foi circuncidado. Os “sarracenos”, nome comum dos árabes antes do islamismo, ligavam suas origens a Ismael (F.E. Peters, Muhammad and the Origins of Islam [State University of New York Press, 1994], 120). “Os muçulmanos reivindicam que a grande nação prometida a Ismael é o povo árabe, que teria produzido o profeta Maomé” (Zepp, 5).

Os atuais estados do Líbano, Iraque, Síria e Jordânia, vizinhos dos árabes, foram estabelecidos após a Primeira Guerra Mundial, em parte do antigo território do Império Otomano. A religião fundada por Maomé, no 7º século, espalhou-se por esses territórios, que hoje têm maioria absoluta de muçulmanos. Curiosamente, parte do território dessas nações muçulmanas eram os antigos reinos de Edom, Moabe e Amom, os povos que Daniel diz que vão escapar do rei do Norte, no tempo do fim (ver mapa) e que são mencionados como aliados dos “ismaelitas” no Salmo 83 (v. 6).
Teria Deus entre essas nações um “povo seu” que poderá se juntar ao remanescente fiel no tempo do fim? Haverá entre eles quem possa “escapar” das mãos do “rei do Norte”, o papado?

Ao incluir Edom, Moabe, Amom e Ismael entre os inimigos de Israel, o Salmo 83 assume os contornos de uma profecia. O salmista retrata as guerras de Israel como um evento do grande conflito entre Deus e Satanás, no qual o povo da aliança é ameaçado por uma aliança entre as diversas nações do mundo. Essa mesma visão é refletida no Apocalipse quando João vislumbra o Armagedom. Ele fala de uma aliança entre os três espíritos de demônios, que representam as religiões da Terra, com os “reis do mundo inteiro” com o fim de destruir o Israel de Deus (Ap 16:13-16).

Nesse conflito final todas as nações da Terra estarão unidas em batalha contra o Israel de Deus. Os inimigos desejarão banir da Terra os guardadores do sábado, o selo de Deus. Segundo o Apocalipse (12:17; 13:14, 15; 16:16), a Babilônia terá o apoio dos reis da Terra em sua investida contra os santos. Entretanto, segundo Daniel 11:44 e 45, nesse conflito, o povo de Deus vence o rei do Norte. Além disso, um remanescente ou as primícias de Edom, Moabe e Amom serão integradas ao remanescente fiel.

Por que descendentes desses inimigos históricos de Israel deveriam ser preservados do poder do rei do Norte, ou da Babilônia, na crise final?

Curiosamente, Deus menciona um tipo de “pacto” com esses povos. Além da aliança com Israel como nação eleita, que recebeu por herança a terra de Canaã, Deus também tinha uma consideração especial por esses povos descendentes de seu amigo Abraão (Is 41:8; Tg 2:23). Ele disse claramente aos israelitas sobre os descendentes de Esaú: “Não vos darei a sua terra, nem ainda a pisada da planta de um pé; porquanto a Esaú [Edom] tenho dado a montanha de Seir por herança.” Além disso, Deus também falou dos filhos de Ló: “Então, o Senhor me disse: Não molestes Moabe e não contendas com eles em peleja, porque não te darei possessão da sua terra; pois dei Ar em possessão aos filhos de Ló” (Dt 2:5, 9).

Apesar da inimizade histórica entre esses povos e os israelitas, Deus parece, segundo esses textos, considerar a descendência dos mesmos por amor a Abraão. E, assim como Ele salva um remanescente dos judeus (Rm 11:5), um remanescente, ou as primícias, dos descendentes de Ismael, Ló e Esaú também pode estar em foco na profecia de Daniel.

Antes da investida final do rei do Norte, o remanescente fiel que guarda “os mandamentos de Deus” (Ap 12:17), sob o poder do Espírito Santo, fará soar o alto clamor. A Babilônia será desmascarada e o último apelo da graça alcançará os filhos de Deus que ainda se acham em seu domínio estendido sobre todo o globo, incluindo Oriente Médio e Ásia, os quais sairão dela para se juntar ao remanescente fiel de Deus e preparar-se para ver Jesus em glória e majestade. Entre esse imenso grupo a sair de Babilônia (o conjunto ecumênico das religiões mundiais) pode se esperar uma multidão de sinceros muçulmanos, filhos de Ismael, Ló e Esaú.

Afinal, Deus tem uma consideração pelos demais filhos espirituais de seu amigo Abraão, os quais são monoteístas, creem no juízo final, têm normas de temperança e acreditam na criação segundo o Gênesis. Sem dúvida, além das “comunidades cristãs”, há entre eles aqueles que respeitam a vida criada por Deus, não praticam o terrorismo e aguardam a manifestação do Messias. Dentre esses, um grupo numeroso poderá atender ao chamado “sai dela, povo meu” para se juntar ao povo da aliança eterna.

Vanderlei Dorneles (via Revista Adventista)

Nota: Há apenas um parágrafo nos escritos de Ellen G. White, uma referência histórica no apêndice de O Grande Conflito, em que ela menciona o que hoje chamamos de Islamismo:
"O Salvador disse: 'Quem crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece' (Jo 3:36). E outra vez ele disse: 'E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste' (Jo 17:3). O Islamismo tem seus conversos em muitos países, e seus defensores negam a divindade de Cristo. Será esta crença propagada, sem que os defensores da verdade consigam demonstrar intenso zelo pela derrota do erro, ensinando aos homens sobre a preexistência do único Salvador do mundo? Oh, como precisamos de homens que esquadrinhem e creiam na Palavra de Deus, que apresentem Jesus ao mundo em Sua natureza divina e humana, declarando com poder na demonstração do Espírito que 'debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devemos ser salvos' (At 4:12). Oh, como precisamos de crentes que apresentem Cristo na vida e no caráter, que O representem diante do mundo como o resplendor da glória do Pai, proclamando que Deus é amor!" (The Home Missionary, setembro de 1892)

O que significa estar cheio do Espírito Santo?

Vou limitar meus comentários ao uso da frase “cheio do Espírito Santo”, que é usada somente no Evangelho de Lucas e no livro de Atos. O verbo grego é pimplēmi (“encher”, “tornar cheio”), mas também encontramos o adjetivo plērēs (“cheio”) associado com o Espírito. O verbo é usado no sentido literal (Lucas 1:23; 5:7), mas nos concentraremos no uso metafórico do verbo.

1. Cheio de emoções
Os seres humanos são criaturas emocionais e suas emoções podem tomar conta deles. Após ouvir Jesus, as pessoas em Nazaré “ficaram furiosas” (“Todos […] se encheram de ira” [thumos], Lucas 4:28), e tentaram matá-Lo. Jesus havia curado um homem durante o sábado e os líderes judeus “ficaram furiosos” (“eles se encheram de furor” [anoia], Lucas 6:11), e começaram planejar o que iriam fazer com Ele. Eles também viram o trabalho dos discípulos e ficaram “cheios de ciúmes” (“inveja” [zēlos] acompanhado por hostilidade, Atos 5:17 e 13:45) e O prenderam. Em Éfeso eclodiu uma revolta e “a cidade toda estava em tumulto” (“tomada de confusão”, Atos 19:29).

Em outros momentos, as pessoas ficavam cheias de boas emoções. Jesus curou um paralítico e “todos ficaram atônitos” (“possuídos de temor” ou medo reverente [phobos]; Lucas 5:26). Pedro curou um mendigo aleijado e as pessoas “se encheram de admiração” [thamboia] e ficaram impressionadas (“assombradas” [ekstasis], Atos 3:10).

Esses exemplos sugerem que, quando as pessoas estão cheias de emoção, essa as controla e as leva a determinadas ações. O estímulo vem do exterior e modifica seu estado interior e o comportamento externo. Com exceção do tumulto em Éfeso, as diferentes emoções foram provocadas pela proclamação da mensagem de Jesus e Seus discípulos. O evangelho de Cristo tem o poder de preencher a vida interior com o que é bom, mas, ao ser rejeitado, o ser humano revela somente hostilidade e emoções de autodestruição. Reações de grande admiração e perplexidade mantêm a porta aberta para a pessoa ser preenchida (ou cheia) pelo Espírito.

2. Cheios do Espírito
Foi dito a Zacarias que seu filho, João Batista, seria “cheio do Espírito Santo, já do ventre materno” (Lucas 1:15), expressando ideias de eleição, direção e serviço. Isabel viu Maria, e, “cheia do Espírito Santo” (Lucas 1:41), reconheceu que era o Messias que estava em seu ventre. Zacarias e Paulo profetizaram quando eles ficaram cheios do Espírito (Lucas 1:67; Atos 13:9). No Pentecostes, os discípulos foram capacitados a falar em diferentes línguas (Atos 2:4); e, daquele momento em diante, cheios do Espírito, eles falavam de Jesus com ousadia (Atos 4:8; 4:31; 9:17-22). A igreja era um local espiritual no qual o Espírito estava ativo, enchendo o lugar com Sua presença.

3. Significado de estar cheio do Espírito
Resumindo: Primeiro, os seres humanos são seres emocionais, de modo que Satanás está predisposto a lhes encher o coração com más emoções (Atos 5:3; 13:9). Essas emoções governam os seres humanos e os induzem a praticar maldade e obras opostas às do Senhor. Por meio de suas ações, seu caráter e disposição são revelados. Segundo, o Senhor quer encher nosso ser interior com a presença e o poder do Espírito que é concedido àqueles que conhecem a Cristo como seu Salvador. Terceiro, a presença do Espírito Santo em nós nos transforma, nos torna pessoas melhores e fortalece nossa fé (Atos 11:24). Com Ele, obtemos sabedoria divina e discernimento espiritual que nos permite reconhecer a atividade de Deus (Atos 6:3; 7:57). Quarto, a presença do Espírito em nossa vida é visível por meio de vidas transformadas e de serviço para Deus e pelos outros. Quinto, o Espírito Santo capacita os seguidores de Cristo a testemunhar e a fazer algo para o Senhor. Nem todos são profetas, porque a unção do Espírito é de acordo com Sua vontade para cada um. Sexto, estar cheio do Espírito não implica necessariamente milagres. Esse elemento está presente, mas é subserviente à missão da igreja. Paulo foi um homem cheio do Espírito, no entanto o seu testemunho não foi acompanhado por manifestação sobrenatural. O Espírito Santo o preparou e capacitou para pregar com poder o evangelho (Atos 9:17-22). Curas e sinais acrescentaram alguma eficácia ao que foi a manifestação mais importante de ser cheio do Espírito – ser guiado pelo Espírito e cumprir a missão da igreja (Atos 4:29-31).

Angel Manuel Rodríguez (via Revista Adventist World)

Mulher Maravilha, Superman e os paralelos com Jesus Cristo

Que a história do Superman é um verdadeiro plágio da de Jesus Cristo chega a ser óbvio (confira). O garoto é enviado à Terra por seus verdadeiros pais (“deuses” kryptonianos), acaba adotado por pais humanos e inicia seu “ministério” público aos 33 anos, sendo considerado o salvador da humanidade. Depois, em uma luta contra um inimigo chamado Apocalipse, ele morre para ressuscitar no terceiro dia (pelo menos em uma história em quadrinhos foi assim). 

Pelo visto, imitar as grandes histórias da Bíblia é o segredo do sucesso garantido – pois elas pertencem ao ideário geral ­– e é garantia de acaloradas discussões a respeito do que essas paródias realmente fazem: (1) se confundem a cabeça das pessoas e impõem deuses substitutos ou (2) se as fazem pensar no relato original do qual derivaram. Como o conhecimento bíblico de modo geral está cada vez mais “rarefeito”, inclino-me a pensar que a alternativa 1 seja a predominante.

Outra personagem dos quadrinhos que tem a história claramente inspirada em Jesus é a Mulher Maravilha. Na verdade, a história dela se parece muito com a do Superman. A amazona Diana é filha do deus grego Zeus e de uma amazona terráquea. A missão da guerreira consiste em deixar o paraíso, derrotar o mal (encarnado no deus Ares) e salvar a humanidade (o mundo dos homens). Diana e Kal-el (o Superman) servem de ponte entre dois mundos e procuram ajudar os terráqueos a encontrar a paz. Assim como em “Man of Steel”, o Superman se lança ao espaço em direção à Terra com os braços abertos, em seu filme, Diana desce lentamente do céu com os braços igualmente abertos, formando uma cruz. (A propósito, Thor também parodia Jesus. Confira.)

Em uma sociedade cada vez mais secularizada, os deuses e o desejo de salvação continuam por aqui. Isso porque fomos criados para crer e sabemos intuitivamente que estamos perdidos. O problema é que os substitutos não salvam, apenas entretêm.

Michelson Borges (via Criacionismo)

terça-feira, 27 de junho de 2017

Sete razões que farão do Céu o lugar ideal

"Vi novo Céu e Nova terra." (Apocalipse 21:1)

Pelo menos por sete razões o Céu será um lugar perfeito:

1. Teremos um novo corpo (1Co 15:50-54; 2Co 5:4)
Nosso corpo atual se cansa, sente dores e se torna enfermo. Com o tempo, envelhece e torna-se lento. Nossos olhos se escurecem, e a audição diminui. Surgem as rugas, e a gravidade nos vence. A maioria das pessoas não está feliz com o corpo. Milhões são gastos em cirurgias e tratamentos para corrigir ou cobrir as imperfeições. No Céu, não precisaremos mais desses recursos.

2. Viveremos na melhor casa que se pode imaginar (Jo 14:1-4)
Aqui não há nenhuma casa perfeita. Nossa família mudou-se muitas vezes. Nunca estivemos plenamente realizados com as casas. Sempre havia algum problema, como quartos apertados, falta de espaço, linhas telefônicas ou abastecimento de água precários, neve para ser removida ou escadas que me faziam sentir como se estivesse me preparando para escalar o Everest. No Céu, viveremos na casa perfeita. Se em seis dias Deus fez este mundo extraordinário, o que Ele não estará preparando em milênios?

3. Teremos alimento incomparável (Ap 19:9; Mt 8:11)
Qual o melhor restaurante em que você já comeu? Ou talvez você nunca se deu a esse luxo. Em uma enorme mesa, participaremos do melhor cardápio possível, sendo que o chef é o próprio Jesus.

4. Encontraremos pessoas interessantes (Hb 11:39, 40)
Por anos, ouvimos falar delas. Chegará, então, o momento de encontrá-las. Com quem você mais gostaria de conversar? Adão? Eva? Moisés? Rute? Daniel? Pedro? Paulo? Nicodemos? Zaqueu? Eles serão seus amigos na eternidade.

5. Reencontraremos nossos queridos (1Ts 4:13-17)
Penso em meu pai, minha mãe, irmãos e amigos. Desejo vê-los outra vez e ouvir sua voz. Quero ver fisionomias que nunca esqueci e segurar-lhes as mãos.

6. O Céu será a terra do “não mais” (Ap 7:16, 17; 21:4)
Não mais fome, sede, desencantos, lágrimas, morte, separações. Não mais insegurança nem portas fechadas. Nada de injustiça, violência, coisas impuras nem pessoas más. Pense nas coisas que aqui desgostam você. Elas não estarão lá. Não haverá mais pecados e quedas (Ap 21:27).

7. A mais radiante e doce razão (1Jo 3:2; Ap 22:4)
Veremos Deus Pai, Filho e Espírito Santo face a face.

Amin A. Rodor (Meditações Diárias: Encontros com Deus, p. 368)

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Conheça os 15 acontecimentos que marcarão o Fim dos Tempos

Algo que fascina e intriga qualquer estudante da Bíblia são as profecias, principalmente aquelas que ainda estão por se cumprir. Como adventistas, temos uma visão muito ampla dos acontecimentos finais da história. Tão ampla que, às vezes, nos perdemos em meio ao grande volume de informações. Para não se confundir, você encontra a seguir uma visão panorâmica dos eventos que antecederão a segunda vinda de Cristo. A sequência não é rígida, mas procura seguir a ordem mais lógica e natural dos acontecimentos mencionados na Bíblia e nos escritos de Ellen White. Momentos difíceis nos aguardam no futuro, mas a felicidade de estar com Jesus compensará tudo.

1. REAVIVAMENTO E REFORMA
Significa a completa mudança de mentalidade, hábitos e práticas entre o povo de Deus. Requisito para a chuva serôdia, só ocorrerá por meio de verdadeira conversão (Jl 2:12; 13, 23, 28, 29). 

2. CHUVA SERÔDIA
Concessão especial do poder do Espírito Santo, é semelhante à experiência do Pentecostes (Jl 2:23, 28-31; At 2) e indispensável para a conclusão da missão. Requer profunda consagração (Jl 2:12, 13, 15-17).

3. ALTO CLAMOR
Como resultado da chuva serôdia, a igreja desperta e se envolve intensamente na pregação global do evangelho eterno (Ap 14:6-12; 18:1), dando oportunidade para cada ser humano decidir sobre a própria salvação (Mt 24:14; Mc 16:15).

4. SACUDIDURA
A mornidão espiritual, as falsas doutrinas, a crise final e a perseguição gerada pelo decreto dominical vão "peneirar" o povo de Deus. O "trigo" permanece na igreja enquanto o "joio" sai dela e se une aos perseguidores (Am 9:9; Mt 13:24-30).

5. SELAMENTO
Conduzido pelo Espírito Santo, esse processo se inicia na conversão e termina com a morte do crente ou o fim do juízo pré-advento (Ef 1:13; 4:30). O selo invisível, que prepara a pessoa para o tempo da angústia (Ap 7:2 3), confirma que ela pertence a Deus e é fiel à Sua lei (Is 8:16; Ez 20:20).

6. DECRETO DOMINICAL E PERSEGUIÇÃO
A união do poder religioso (papado) com o político (Estados Unidos) resultará na imposição por lei da guarda do domingo (Ap 13). Os guardadores da lei de Deus serão perseguidos e terão que fugir das grandes cidades.

7. ENGANOS SATÂNICOS
O inimigo concentrará seus maiores esforços nos últimos dias, usando principalmente o espiritismo e o protestantismo desvirtuado. Porém, o clímax do engano ocorrerá no tempo de angústia, quando ele imitará os milagres e o retorno de Cristo (2Co 11:14; Mt 24:23-27).

8. TEMPO DE ANGÚSTIA PRÉVIO
Breve período, possivelmente entre o decreto dominical e o fechamento da porta da graça, quando tribulações deixarão o mundo perplexo (Lc 21:25, 26; Ellen G. White - Primeiros Escritos, p. 85, 86).

9. FIM DO TEMPO DA GRAÇA
Quando Cristo concluir o juízo pré-advento no Céu, os salvos terão sido selados na Terra e o destino eterno de cada ser humano estará definido (Ap 22:11). O Espírito Santo deixará de atuar no coração dos ímpios e começará o tempo de angústia e o derramamento das pragas.

10. TEMPO DE ANGÚSTIA E AS SETE PRAGAS
Depois de terminada a intercessão no Céu (Ap 15:5-8), haverá um período de aflição sem precedentes (Dn 12:1), em que os anjos não mais conterão a fúria dos homens, da natureza e do mal (Ap 7:1-3). As sete pragas castigarão apenas os ímpios. Com exceção, talvez, da sexta e sétima pragas, esses flagelos não terão alcance global (Ap 16).

11. DECRETO DE MORTE
Os ímpios culparão o povo de Deus pelas pragas. Os fiéis serão perseguidos com o apoio de um decreto de morte promulgado pela coalizão entre as duas bestas de Apocalipse 13.

12. ANGÚSTIA DE JACÓ
Com a perseguição batendo à porta, o povo de Deus passará por um breve período de intensa angústia, assim como Jacó (Gn 32:22-32; Jr 30:7). Eles clamarão pela certeza do perdão dos pecados e por livramento da perseguição. Deus estará com eles.

13. ARMAGEDOM
É a última batalha entre o bem e o mal, que incluirá aspectos políticos, militares e religiosos. Terá alcance global e ocorrerá entre a sexta e a sétima pragas (Ap 16:12-16). Cristo e seu povo triunfarão (Ap 19:11-21).

14. LIVRAMENTO
A sétima praga inclui relâmpagos, trovões, um terremoto gigantesco, chuva de granizo e outros fenômenos cataclísmicos (Ap 16:17-21). Colocará fim à perseguição e culminará com o juízo de Deus contra a Babilônia mística e a ressurreição especial dos que precisam testemunhar a volta de Cristo (Dn 12:2; Ap 1:7).

15. SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Ela será visível, audível e gloriosa. Jesus virá numa nuvem branca acompanhado de todos os seus anjos (Mt 24:30; Ap 1:7) para ressuscitar os justos mortos, transformar os justos vivos (1Co 15:51, 52), fulminar os ímpios (2Ts 2:8) e levar os salvos para o Céu (1Ts 4:16, 17). Lá eles passarão mil anos (Ap 20:4), e retornarão com Cristo à Terra para testemunhar a destruição de pecado e pecadores (Ap 20:5; 7-15) e a restauração do planeta, no qual irão morar eternamente (Ap 21:1-4).

Fontes: O Grande Conflito e Eventos Finais, de Ellen G. White; e Preparação para a Crise Final (CPB, 2011), de Fernando Chaij - Edição do texto: Eduardo Rueda (via Revista Adventista)

Por que Deus ordenou que Oseias se casasse com uma prostituta?

O casamento de Oseias é um problema para aqueles que encontram dificuldade em aceitar que Deus pode ter mandado que Oseias se casasse com uma prostituta. Se esse era o caso, ou não, precisa ser analisado, mas a verdade é que sua vida como profeta era bastante incomum. Oseias precisa ser visto dentro de seu tempo e contexto, a fim de obter melhor compreensão do seu ministério.

1. A inscrição do livro fornece o tempo de seu ministério
Durante o reinado de Jeroboão II de Israel (785-745 a.C.). Oseias exerceu o ministério até pouco antes da destruição de Samaria, capital do reino do norte, em 722 a.C. Para que a unidade política do reino do norte fosse mantida, foram construídos dois santuários – um em Betel, outro em Dan. No centro do lugar de adoração, havia duas imagens de ouro na forma de bezerros, talvez em substituição aos querubins da arca da aliança localizada no templo de Jerusalém, no reino do sul de Judá. Tal fato contribuiu para a deterioração espiritual do povo de Israel. No tempo de Oseias, Israel passava por um período de dificuldade religiosa e política. As intrigas políticas eram intensas. Durante os últimos 24 anos do reino, seis reis diferentes tomaram o trono à força. A adoração ao Senhor foi corrompida e o povo O adorava usando como modelo o culto a Baal. Baal se tornou o deus de Israel, o deus da fertilidade, adorado nos lugares altos e nas florestas, num esforço de manipulá-lo e assegurar a fertilidade da terra, dos animais e da família. Prevalecia a degradação social, política e religiosa por toda a terra (Oseias 4:2 e 13).

2. O Casamento e a Experiência de Oseias
O Senhor disse ao profeta: “Vá, tome uma mulher adúltera” (Oseias 1:2). A leitura mais natural dessa história indica que estamos tratando de um fato real, não simbólico, ocorrido na vida de um profeta. A frase “mulher/esposa adúltera” pode se referir tanto ao que ela se tornaria mais tarde ou uma descrição de sua descendência. A tradução literal da frase é: “esposa da promiscuidade”, isto é, uma mulher com valores morais incoerentes (zonah, substantivo hebraico, poderia referir-se ao adultério, fornicação ou prostituição). Oseias casou-se com Gomer e teve três filhos com ela, dois dos quais podem não ter sido dele (Oseias 2:4-5). Os nomes dos filhos ilustravam o plano de Deus para Seu povo (Oseias 1:4-9). A certo ponto da vida de casados, Gomer cometeu adultério e abandonou sua família. A angústia do profeta é vividamente descrita no capítulo dois. Ele a ameaçou com o divórcio, passou por sentimentos de rejeição projetados em seus filhos e, finalmente, conformou-se com a rejeição. Então, o Senhor ordena-lhe que mostrasse seu amor pela esposa, trazendo-a de volta para casa (Oseias 3:1). E ele obedeceu.

3. A Experiência do Senhor
A profunda dor do coração de Deus, causada pelo adultério espiritual de Seu povo, assim como pela depravação moral do novo sincretismo religioso que praticavam, foi encarnada na experiência do profeta. Deus estava ferido e queria que Seu povo soubesse. Após ordenar que Oseias trouxesse sua esposa adúltera para casa, Ele disse: “Vá, trate novamente com amor sua mulher, apesar de ela ser amada por outro e ser adúltera. Ame-a como o Senhor ama os israelitas, apesar de eles se voltarem para outros deuses” (Oseias 3:1). O triângulo amoroso presente na vida do profeta é também a realidade da experiência de Deus com Israel.

Deus Se descreve como um esposo amoroso e rejeitado, em dor emocional profunda. Uma vez que Ele deseja sua esposa de volta, o Senhor bloqueia seu caminho para os ídolos (Oseias 2:6), e a leva de volta para o deserto (Oseias 2:14). Ali, Deus Se enamora dela outra vez (Oseias 2:14): “Eu curarei a infidelidade deles e os amarei de todo Meu coração” (Oseias 14:4). A luta interior divina é belamente descrita em Oseias 11:8-9. Deus estava pronto para Se divorciar de Seu povo, mas então exclama: “Como posso desistir de você?” A conversão esperada de Israel agora ocorre em Javé. O julgamento contra Sua esposa é apagado do coração divino. Há um futuro para Seu povo. Assim, o amor de Deus é ilustrado na experiência de vida do profeta.

Angel Manuel Rodríguez (via Revista Adventist World)

Haveria algum espaço para a dúvida na vida cristã?

Nem sempre é simples perceber quando devemos acreditar e quando devemos duvidar. Principalmente quando o assunto é a fé. Mas haveria algum espaço para a dúvida na vida cristã? Uma boa definição explica a dúvida como um estado entre fé e incredulidade. A dúvida não seria uma coisa ou outra, apenas um meio-termo.

A essa altura, alguém perguntaria: “Espere um minuto: Jesus não repreendeu Tomé por ter duvidado?” É válido refletirmos sobre o que realmente aconteceu. Tomé é lembrado por ter duvidado da ressurreição de Cristo. Como não havia testemunhado a primeira aparição de Jesus, ao rever o grupo e saber da notícia, ele afirmou firmemente: 
“Se eu não vir as marcas dos pregos nas Suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei.” (João 20:25, NVI)
Jesus Se reencontrou com os discípulos uma semana depois da declaração de Tomé. Cristo desafiou Tomé: 
“Coloque o seu dedo aqui; veja as Minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no Meu lado. Pare de duvidar e creia.” (João 20:27, NVI) 
Por que Jesus reagiu de forma tão severa ao lidar com a dúvida de Tomé? Será que toda dúvida é sempre errada? 

Uma coisa é ter dúvidas que sejam fruto de nossa incapacidade de entender determinado fato ou explicação. Outra coisa, bem diferente, é continuar duvidando quando as respostas estão bem à nossa frente! E o que aconteceu com o vacilante Tomé? Apesar de sua fraqueza, o paciente amigo Jesus tratou Tomé de tal maneira que ele se sentiu acolhido e disposto a seguir o Mestre.

No livro Mente, Caráter e Personalidade, Ellen White nos deixa mais alguns preciosos conselhos:
"A Palavra de Deus, como o caráter de seu divino Autor, apresenta mistérios que não podem ser nunca perfeitamente compreendidos por criaturas finitas. A entrada do pecado no mundo, a encarnação de Cristo, a regeneração, a ressurreição, e muitos outros assuntos apresentados na Bíblia, são mistérios demasiado profundos para serem explicados, ou mesmo cabalmente compreendidos pelo espírito humano. Não temos, porém, motivos de duvidar da Palavra de Deus pelo fato de não podermos compreender todos os mistérios de Sua providência.
Estamos, no mundo natural, continuamente cercados de mistérios que não podemos penetrar. Mesmo as mais simples formas de vida apresentam problemas que o mais sábio dos filósofos é impotente para explicar. Encontram-se por toda parte maravilhas que escapam à nossa percepção. Deveríamos, então surpreender-nos ao verificar que no mundo espiritual existe também mistérios que não podemos sondar? Toda a dificuldade jaz na debilidade e estreiteza do espírito humano. Deu-nos Deus nas Escrituras suficientes provas de seu caráter divino, e não devemos duvidar de Sua Palavra pelo fato de não podermos penetrar todos os mistérios de Sua providência.
Os que querem duvidar têm suficiente oportunidade para isso. Deus não Se propõe fazer desaparecer toda ocasião para a incredulidade. Apresenta evidências que precisam ser cuidadosamente analisadas, com espírito humilde e suscetível ao ensino; e todos devem julgar pela força dessas mesmas evidências. Deus dá aos espíritos sinceros suficientes evidências para crer; o que, porém, voltar os olhos da força dessas provas, somente porque deparou algumas coisas que sua inteligência finita não apreende, será abandonado à atmosfera glacial da incredulidade e da dúvida, vindo a experimentar o naufrágio da fé.
Machucas o coração de Cristo pela dúvida, quando Ele nos deu tais provas de Seu amor, dando a própria vida para salvar-nos a fim de que não perecêssemos, mas tivéssemos vida eterna. Ele nos disse exatamente o que fazer: 'Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei' (Mateus 11:28)."
Você tem dúvidas? Ótimo! Deus tem mais do que boas respostas: Ele oferece Seu companheirismo. Há muitas coisas que você não entenderá completamente. Para outras, você terá farta evidência ao longo da jornada. Com base naquilo que podemos assimilar por meio de nossa mente limitada, devemos decidir confiar no Salvador e declarar como Tomé: 
“Senhor meu e Deus meu!” (João 20:28, NVI)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

A mulher rixosa

A Bíblia fala sobre um tipo específico de mulher, que merece nossa atenção: a mulher rixosa. Como essa não é uma palavra muito comum, temos de entender exatamente o que significa. Segundo o dicionário, “rixosa” é uma pessoa “que promove contenda”. Ou seja, uma mulher briguenta, que causa discórdia ou desavença, que com enorme frequência está de mau humor. Ela é irritadiça, explode por qualquer coisa, descarrega suas tensões e frustrações em cima dos outros, ira-se num piscar de olhos, tem sempre uma boa desculpa para despejar sua cabeça quente e falta de mansidão sobre os demais – eles que aguentem. Ela tem prazer em comprar briga. E, por tudo isso, é intragável. Bem… por que tratar especificamente desse tipo de mulher? Pois, acredite, é um dos tipos sobre os quais a Bíblia mais fala – certamente, não à toa.

Vejamos algumas verdades que as Escrituras expõem sobre a mulher que promove contendas: 
“Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.”
Essa mesma afirmação é tão séria que ocorre em duas passagens: Provérbios 21:9 e 25:24. O que esse versículo está dizendo é que a mulher rixosa é alguém tão insuportável que ninguém consegue conviver debaixo do mesmo teto com ela. Quando chega da rua, em vez de trazer alegria para o lar traz uma nuvem negra sobre a cabeça e contamina todos ao redor com seu mau humor crônico. É aquela que, quando você dá “bom dia” parece que ela responde “o que há de bom nele?!”. A mulher rixosa afasta os outros de si. Ela destrói seu casamento, leva os filhos à ira e sabota a harmonia do lar. Dificilmente ela cede e nunca admite que está errada. A culpa de tudo é sempre do outro – que, por isso, precisa ouvir umas boas verdades. Desculpar-se? Jamais, pois acredita que pedir perdão é diminuir-se em vez de engrandecer-se. Em suma, a mulher rixosa faz você querer estar em qualquer lugar do mundo, menos perto dela. A Bíblia avança na descrição desse tipo de mulher: 
“Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.” (Pv 21:19)
Essa afirmação parece semelhante à anterior, elevada ao quadrado. Uma terra deserta não tem água, é um lugar onde você morre de sede. A comida é escassa, restrita a animais rastejantes e peçonhentos. De dia, o calor é abrasador, queima a alma, tira o ânimo, mata por desidratação. As noites são gélidas e congelam quem anda por ali. Uma terra deserta tem tempestades de areia que tornam a vida de quem está na região um inferno, pois açoitam sua pele, enchem seus orifícios de sedimentos, impedem a visão, tornam a caminhada impossível. O deserto é o último lugar do mundo em que você quer morar, porque a qualidade de vida ali é a pior que há. No entanto, a Bíblia diz que é melhor morar nesse local insuportável do que com uma mulher iracunda e rixosa. É… a coisa é grave. Mas não para por aí. A sabedoria bíblica afirma: 
“O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes.” (Pv 27:15)
Os antigos chineses tinham um método conhecido de tortura, simples e eficaz. Quando capturavam um inimigo, o amarravam de modo que ficasse imóvel. Em seguida, punham uma fonte qualquer de água sobre a cabeça daquele pobre coitado, para que um gotejar contínuo caísse sobre o mesmo ponto de sua cabeça. Uma gota. Duas gotas. Três. Quatro. Vinte. Cem. Mil. Dez mil. E por aí vai. Não parece grande coisa, mas os relatos históricos revelam que essa simples forma de tortura, após dias seguidos de pingos intermináveis, era capaz de levar os torturados simplesmente à loucura. Isso mesmo. Guerreiros fortes e bem treinados, com resistência a grandes dores e sofrimentos, eram quebrados e enlouqueciam devido a um gotejar contínuo. E é a isso que o texto bíblico compara a mulher que vive em contendas. Em outras palavras: a mulher rixosa é capaz de te levar à loucura. Ela tira qualquer um do sério e a convivência com ela torna-se uma tortura insuportável.

A mulher rixosa age, portanto, de modo errado, indigno e vergonhoso. Muitas vezes vemos homens casados definharem depois de conviver por anos com esposas do tipo. Eles perdem o viço, o vigor, a alegria e, muitas vezes, a saúde. É fácil entender a razão: 
“A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como podridão nos seus ossos.” (Pv 12:4) 
Pela medicina, apodrecimento ósseo ocorre em algumas poucas circunstâncias. Uma é uma condição chamada osteonecrose, uma consequência da má circulação sanguínea dentro do osso, que causa a morte de células e tem como resultado o apodrecimento do osso e, consequentemente, fraturas e dor no local. A única solução para a osteonecrose é remover o osso e substituí-lo por uma prótese. A outra situação que faz o osso apodrecer? A morte. Deu para entender a que a Bíblia compara esse tipo de mulher?

A mulher rixosa vive de modo oposto ao que o evangelho propõe. Ela precisa urgentemente de uma mudança de vida. Não acredito que uma mulher rixosa tenha intimidade com Deus. Simplesmente porque a natureza de um cristão autêntico exclui totalmente o prazer por promover a contenda. Paulo admoesta que devemos fazer tudo “sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14), logo, viver estimulando a rixa contraria a vontade divina. 
“O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões." (Pv 10:12)
Vemos, então, que a rixa é fruto do ódio e, por sua vez, o ódio é contrário à natureza de Cristo, como deixam claro algumas passagens das Escrituras: 
“Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.” (1Jo 2:9)
“Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1Jo 3:15) 
Por outro lado, o amor é a essência de Deus: 
“Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.” (1Jo 4:16)
Uma mulher rixosa, ou seja, que promove contendas, faz exatamente o contrário do que a Bíblia estipula como o comportamento ideal de uma mulher de Deus. Paulo condena as contendas em passagens como 2 Timóteo 2:23, Romanos 13:13 e Tito 3:9. Em 1 Coríntios 3:3, o apóstolo de Cristo associa diretamente as rixas à carnalidade: 
“Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?”
Isso é totalmente corroborado por Tiago, quando o irmão de Jesus diz: 
“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne?” (Tg 4:1)
Mais claro, impossível: ser rixoso é ser carnal – logo, é viver distante de Deus.

Meu objetivo ao chamar sua atenção para a deformação espiritual que é ser uma mulher rixosa, é despertá-la para uma reflexão. Pense sobre a sua vida. Será que as pessoas vivem se afastando de você? Será que seu marido tem preferido ficar em qualquer outro lugar que não seja ao seu lado? Será que os irmãos fogem de sua companhia? Será que seus filhos evitam ficar muito tempo com você? Se a resposta a alguma dessas perguntas foi “sim”, não necessariamente significa que você é rixosa, pode haver outras explicações. Mas… pode ser que sim. Talvez as suas atitudes e o seu temperamento precisem ser reavaliados, o que é algo excelente: 
“Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas.” (Pv 20:3)
A boa notícia é que isso tem jeito. Se você perceber que tem vivido a insensatez do mau humor constante, saiba que rabugice tem cura. Um espírito belicoso tem cura. Uma alma amarga tem cura. E a cura tem nome: Jesus de Nazaré.

Jesus é o Príncipe da Paz. Ele é o manso Cordeiro. Ele é o Senhor dos exércitos que foi humilhado sem revidar. 
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mt 11:29)
Aproxime-se de Cristo. Procure crescer em intimidade com Ele. Busque-O na oração e no estudo de Sua Palavra. Viva uma vida com Deus. Negue-se a si mesmo e siga-O. Aprenda a pedir perdão, isso não diminui ninguém – muito pelo contrário. Reconheça seus erros, pois só almas grandiosas são capazes disso. Fale palavras de edificação e afirmação e não de diminuição e destruição. Aprenda a dar o braço a torcer. Ceda. Prefira os outros em honra. Sorria. Ame.

Se Cristo fizer morada no seu coração, os seus pensamentos se tornarão os pensamentos de Jesus, a sua mente será renovada e você se tornará uma mulher exemplar, como a de Provérbios 31:10-31: amada por todos, elogiada e que deixa um rastro de alegria e vida por onde passa.

Ah, sim: se você é um homem rixoso, não pense que está em melhor situação. Tudo o que leu neste post se aplica a você também.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari (via Apenas)

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Anjos: O que a Bíblia e o Espírito de Profecia dizem sobre eles

Ajudantes de Deus
Os anjos são chamados de diversas formas na Bíblia. Além da palavra anjo em si, esses seres são chamados de “querubins” e “serafins” (Gênesis 3:24, Ezequiel 10:1, Isaías 6:2, NVI), e a palavra arcanjo é muitas vezes aplicada ao próprio Cristo (1 Tessalonicenses 4:16; apesar de Cristo ser um Ser Divino e, portanto, não um anjo criado). A Bíblia ainda dá nomes pessoais a pelo menos dois anjos: Gabriel e Apoliom (Daniel 9:21, Lucas 1:26; Apocalipse 9:11).

A palavra anjo vem da palavra grega aggelos, que significa “mensageiro”. Muito sobre os anjos é misterioso, mas não o seu trabalho. Eles são ajudantes de Deus.
"Anjos de Deus vigiam sobre nós. Na Terra há milhares e dezenas de milhares de mensageiros celestes, enviados pelo Pai para impedir Satanás de obter qualquer vantagem sobre os que se recusam a andar no caminho do mal. E esses anjos, que guardam os filhos de Deus na Terra, estão em comunicação com o Pai, no Céu." (Nos Lugares Celestiais, p. 99)
Como nós, os anjos foram criados por Deus. “Porque nele foram criadas todas as coisas que estão no céu, e que estão na terra, visíveis e invisíveis”, explica Paulo (Colossenses 1:16, KJV). 
"O Pai operou por Seu Filho na criação de todos os seres celestiais. Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador." (O Desejado de Todas as Nações, p. 161)
Embora não saibamos quantos anjos Deus criou, a Bíblia nos dá uma dica. Apocalipse 5:11 descreve “…milhões de milhões e milhares de milhares” ao redor do trono de Deus. O número desses anjos provavelmente permanece inalterado desde que foram criados, pois esses seres celestiais não reproduzem nem morrem (veja Mateus 22:30).
"Milhares de milhares e milhões de milhões eram os mensageiros celestiais vistos pelo profeta Daniel. O apóstolo Paulo declarou serem 'muitos milhares' (Hebreus 12:22)." (A Verdade sobre os Anjos, p. 12)
Os anjos têm poderes e habilidades muito além das nossas. 
"Como mensageiros de Deus, saem 'à semelhança dos relâmpagos' (Ezequiel 1:14), tão deslumbrante é sua glória e tão rápido o seu voo." (A Verdade sobre os Anjos, p. 10)
Livre de corpos físicos, a Bíblia os chama de “espíritos ministradores” (Hebreus 1:14), eles podem influenciar nossas vidas, mesmo quando nós não os vemos. 
"Precisamos conhecer melhor do que conhecemos a missão dos anjos. Convém lembrar que cada verdadeiro filho de Deus tem a cooperação dos seres celestiais. Exércitos invisíveis, de luz e poder, auxiliam os mansos e humildes que creem nas promessas de Deus e as reclamam. Querubins, serafins e anjos magníficos em poder, estão à destra de Deus, sendo 'todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação' (Hebreus 1:14)" (Serviço Cristão, p. 197)
Em muitos relatos bíblicos, eles aparecem e desaparecem à vontade. Certa vez, quando Eliseu e seu servo foram cercados por forças hostis, Deus os deixou ver uma grande infantaria de anjos invisíveis lutando a seu lado contra o inimigo (2 Reis 6:15-17). 
"No segundo livro dos Reis lemos o modo como santos anjos vieram em missão protetora ao servo escolhido de Deus. Entre o servo de Deus e a multidão dos inimigos armados estava um grupo circundante de anjos celestiais. Eles tinham vindo com grande poder, não para destruir, não para pedir homenagem, mas para acampar em torno e ministrar aos desajudados e fracos servos do Senhor." (Profetas e Reis, p. 256)
Na sua forma visível, os anjos aparecem ocasionalmente com asas (Isaías 6:2) ou brilhando com uma luz gloriosa (Mateus 28:3). Mas eles podem aparecer em qualquer forma que Deus desejar que eles apareçam, mesmo que seja falando pela boca de uma jumenta (Números 22:28)! Eles frequentemente aparecem como seres humanos, como quando os anjos ficaram na casa do idoso Abraão prometendo-lhe um filho (Gênesis 18). É por isso que a Bíblia nos adverte que se fizermos uma bondade a um desconhecido, podemos ter hospedado “anjos sem o saber” (Hebreus 13:2).
"Deus conferiu grande honra a Abraão. Anjos do Céu andavam e falavam com ele como faz um amigo a outro." (Patriarcas e Profetas, 138)
Os anjos nunca são descritos na Bíblia como crianças bochechudas aladas, como alguns artistas o descrevem. Estes mini-querubins refletem uma concepção errônea de que os bebês que morrem se transformam em anjos, uma ideia que não é encontrada na Bíblia.

Anjos Maus
Em comum com nós, os anjos têm livre-arbítrio, uma qualidade que tem desempenhado um papel importante na nossa história espiritual humana. Foi na época da criação da humanidade que um anjo, nutrindo um orgulho perverso por sua exaltada posição, declarou: “serei semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:14). Ele convenceu um terço dos anjos para acompanhá-lo em uma rebelião contra Deus e tudo o que Deus representa (ver Apocalipse 12:3,4). Este vilão tornou-se, a quem chamamos de Satanás, conseguiu fazer Adão e Eva desobedecerem a Deus e assim trouxe a maldição do pecado no mundo todo.
"Houve então batalha no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe dos Céus, junto com Seus anjos leais, empenhou-se em conflito com o arqui-rebelde e os que a este se uniram. O Filho de Deus e os anjos sinceros e leais prevaleceram, ao passo que Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu." (The Spirit of Prophecy 1:23)
Assim, torna-se evidente que nem todos os anjos são bons. Satanás e seus anjos rebeldes são responsáveis por toda a dor e infelicidade no mundo, guerras, catástrofes, doenças e até a própria morte. Nós, seres humanos somos capturados nesta batalha cósmica, pelos anjos de Satanás que são mestres da tentação: eles conseguem influenciar a todos nós, em algum momento ou outro, a desobedecer a Deus. “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne”, adverte Paulo, mas “contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6:12).
"Os espíritos maus, criados a princípio sem pecado, eram iguais, em sua natureza, poder e glória, aos seres santos que ora são os mensageiros de Deus. Mas, caídos pelo pecado, acham-se coligados para a desonra de Deus e destruição dos homens. Unidos com Satanás em sua rebelião, e com ele expulsos do Céu, têm, através de todas as eras que se sucederam, cooperado com ele em sua luta contra a autoridade divina. Somos informados, nas Escrituras, acerca de sua confederação e governo, suas várias ordens, inteligência e astúcia, e de seus maus intuitos contra a paz e felicidade dos homens." (A Verdade sobre os Anjos, p. 14)
Os Anjos de Deus
Felizmente, os anjos de Deus são mais do que um jogo de Satanás e seus anjos. A Bíblia retrata os anjos bons ajudando os seres humanos de várias maneiras.

Proteção e livramento: Anjos retiraram Pedro da prisão e, quando Daniel foi confinado em uma cova de leões famintos, um anjo impediu que as feras o atacassem (ver Daniel 6:22). Deus promete que “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Salmo 34:7).
"Um anjo da guarda é designado a todo seguidor de Cristo. Estes vigias celestiais protegem aos justos do poder maligno." (A Verdade sobre os Anjos, p. 15)
Orientação: Na época do nascimento de Jesus, José, Maria, e os pastores receberam a orientação de anjos (Mateus 1:20, Lucas 1:26, 27; 2:8, 9). Depois que Jesus voltou ao céu, anjos aconselharam os apóstolos sobre o trabalho da recém-fundada Igreja Cristã (Atos 8:26).
"Quando inconscientemente estivermos em perigo de exercer influência má, os anjos estarão ao nosso lado, orientando-nos para um melhor procedimento, escolhendo-nos as palavras, e influenciando-nos as ações." (Parábolas de Jesus, pp. 341 e 342)
Conforto e ajuda: Quando Jesus foi tentado por Satanás, “anjos vieram e o serviram” (Mateus 4:11). E anjos trouxeram alimentos a Elias quando ele se escondeu do ímpio rei Acabe (1 Reis 19:6).
"Anjos de luz e poder sempre estão perto, a fim de proteger, confortar, curar, instruir e inspirar. A mais elevada educação, a mais genuína cultura e o mais exaltado serviço possíveis aos seres humanos neste mundo, pertencem-lhes. (The Review and Herald, 11 de Julho de 1912)
Comunicação: Anjos entregam as mensagens de Deus. Moisés recebeu os Dez Mandamentos “por meio de anjos” (Atos 7:53; ver Gálatas 3:19). Eles também trazem respostas às orações, como aconteceu muitas vezes com Daniel (Daniel 9:20-22).
"À medida que a oração de Daniel avança, o anjo Gabriel voa rapidamente desde as cortes celestiais, para assegurar ao profeta que suas orações haviam sido ouvidas e atendidas. Este poderoso anjo fora comissionado para dar sabedoria e compreensão a Daniel — para abrir diante dele os mistérios de eras futuras. Assim, enquanto buscava sinceramente conhecer e compreender a verdade, Daniel foi posto em comunhão com o mensageiro delegado pelo Céu." (The Review and Herald, 8 de Fevereiro de 1881)
Anjos e Deus
Embora mais potentes do que os seres humanos, os anjos não são deuses. A Escritura diz que há um só Deus (Deuteronômio 6:4), que é todo-poderoso, onisciente e presente em todos os lugares ao mesmo tempo, qualidades que os anjos não têm. Os anjos recebem suas atribuições de Deus, que sempre está no comando (Salmo 91:11). Eles falam apenas o que Deus lhes dá para dizer e fazem apenas o que Deus pede que eles façam.
"Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São subordinados recipientes da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres animados, todos são providos da Fonte da vida." (O Desejado de Todas as Nações, p. 785)
Existe uma maneira em que nós seres humanos temos uma vantagem sobre os anjos. Como os anjos nunca caíram em pecado, a alegria de aceitar a Cristo e receber o Seu perdão é uma experiência que eles nunca conhecerão. Deus chama a esses poderosos seres celestiais, que tem acesso ilimitado à justiça celestial, para “servir aqueles que hão de herdar a salvação” (Hebreus 1:14).
"Deus exorta Suas criaturas a que afastem a atenção da confusão e perplexidade que as rodeiam, e admirem a Sua obra. Os corpos celestes são dignos de contemplação. Deus os fez para benefício do homem, e à medida que estudarmos Suas obras, anjos de Deus estarão ao nosso lado para iluminar nossa mente e guardá-la do engano satânico." (The S.D.A. Bible Commentary 4:1145)
Anjos e Adoração
Quando não estão em missão divina, os anjos passam suas vidas em adoração. O livro do Apocalipse descreve a essência do serviço da igreja celestial, onde João o revelador ouviu a voz de milhões de anjos cantando, “Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder e riqueza e sabedoria, força e honra e glória e louvor!" Este coro era acompanhado por “todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há” (Apocalipse 5:11-13).
"Ouve-se a voz de Deus proclamando que a justiça está satisfeita. Está vencido Satanás. Os filhos de Cristo, que lutam e se afadigam na Terra, são 'agradáveis... no Amado' (Efésios 1:6). Perante os anjos celestiais e os representantes dos mundos não caídos, são declarados justificados. Onde Ele está, ali estará a Sua igreja. 'A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram' (Salmos 85:10). Os braços do Pai circundam o Filho, e é dada a ordem: 'E todos os anjos de Deus O adorem' (Hebreus 1:6). Com inexprimível alegria, governadores, principados e potestades reconhecem a supremacia do Príncipe da Vida. A hoste dos anjos prostra-se perante Ele, ao passo que enche todas as cortes celestiais a alegre aclamação: 'Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças' (Apocalipse 5:12)." (O Desejado de Todas as Nações, p. 834)
O Apocalipse também nos assegura que o domínio de Satanás sobre esta terra é limitado. João viu três anjos voando pelo céu anunciando o julgamento final de Deus e a queda e punição de Satanás (Apocalipse 14:6-12). Esta profecia se tornará realidade na batalha final da Terra, quando Satanás reunirá suas forças para um ataque contra a Cidade Santa. Eles “cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada” (Apocalipse 20:9), escreveu João. Mas a destruição de Satanás é certa, pois “…um fogo desceu do céu e os destruiu. E o Diabo, que os havia enganado, foi jogado no lago de fogo e enxofre” (Apocalipse 20:9, 10). 
"Mas agora chegado é o tempo em que a rebelião deve ser finalmente derrotada, e descobertos a história e caráter de Satanás. Em seu último e grande esforço para destronar a Cristo, destruir Seu povo e tomar posse da cidade de Deus, o arquienganador foi completamente desmascarado. Os que a ele se uniram, vêem o fracasso completo de sua causa. Os seguidores de Cristo e os anjos leais contemplam a extensão total de suas maquinações contra o governo de Deus. É ele objeto de aversão universal. Por uma vida de rebelião, Satanás e todos quantos a ele se unem colocam-se em tanta desarmonia com Deus, que Sua própria presença lhes é um fogo consumidor. A glória dAquele que é amor os destruirá." (O Grande Conflito, p. 670)
Quando isso estiver feito, eu e você teremos a eternidade para nos tornar amigos dos anjos de Deus!
"Todo remido compreenderá o serviço dos anjos em sua própria vida. Que maravilha será entreter conversa com o anjo que o guardou desde seus primeiros momentos, que lhe vigiou os passos e cobriu a cabeça no dia de perigo, que com ele esteve no vale da sombra da morte, que assinalou o seu lugar de repouso, que foi o primeiro a saudá-lo na manhã da ressurreição, e dele aprender a história da interposição divina na vida individual, e da cooperação celeste em toda a obra em prol da humanidade." (Educação, p. 305)
Adaptação do artigo escrito por Loren Seibold, publicado na revista Signs of The Times