terça-feira, 31 de outubro de 2017

Mas o que Lutero queria dizer?

A história de um monge alemão que prega teses na porta de uma igreja em 31 de outubro de 1517 é a história do início do grande debate teológico que nos trouxe a Reforma Protestante. A epístola de Paulo aos Romanos carrega uma culpa justa por isso.

A Carta de Paulo aos Romanos
Textos como Romanos 1:17 e 5:1, 2 foram fundamentais para o entendimento teológico de Martinho Lutero, de vital importância para seu argumento teológico. No prefácio de seu comentário aos Romanos, Lutero ressalta a necessidade de apreender certos termos fundamentais como justificação, fé, paz, graça, esperança e glória, antes de abordar um estudo da epístola.[1] Esses termos, todos encontrados nas passagens mencionadas acima, são apenas tantas palavras-chave para descrever o processo de salvação do começo ao fim.

De acordo com Romanos 5, Deus pode nos fazer pessoas diferentes: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5:1, 2). Os crentes podem estar em paz com Deus, embora para alguns, encontrar a paz pode demorar toda a vida.

A nova e maravilhosa luz de Lutero que ele foi conduzido a brilhar em todo o mundo era como os pecadores podem aceder à graça: não pela circuncisão; não por nossas obras meritórias; mas apenas pela fé em Jesus Cristo.

Compreendendo a Graça de Deus 
Por que o foco em Jesus Cristo? Porque Ele faz toda a diferença: somos “justificados gratuitamente… por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24).

Justificação é um termo judicial. Ser justificado é o oposto de ser condenado. A mensagem do evangelho é que, embora o pecado nos condene, aceitar o sacrifício de Cristo pela fé nos absolve. O juízo final permite apenas duas possibilidades: justificação ou condenação. Sem Cristo, todos estão condenados; mas todos os que estão em Cristo são justificados. Para eles, não há mais condenação; eles estão em paz com Deus (Romanos 5:1; 8:1). Esse é nosso entendimento da Bíblia, que se explica e cuja explicação é autossuficiente. Deus gostaria que entendêssemos a partir de Sua Palavra tudo relacionado com nossa salvação, inclusive termos fundamentais como:

Propiciação—um termo culto, o sacrifício que Deus ofereceu para satisfazer a justiça: Deus sacrifica Seu Filho como “propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Romanos 3:25).

Redenção—um termo comercial, o preço que Deus pagou por nosso resgate: somos “justificados gratuitamente por sua graça [de Deus], por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24,; veja também Colossenses 1:14).

Justificação—um termo judicial, a defesa legal de Deus que nos declara inocentes (como acima, Romanos 3:24).

Reconciliação—um termo familiar, o abraço de Deus nos restaura para um relacionamento com Ele mesmo: Deus “nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo” (2 Coríntios 5:18).

Compreender o uso de Deus desses termos bíblicos é motivo de abundante ação de graças: podemos agradecer a Deus por Seu sacrifício; pelo preço que Ele pagou por nosso resgate; por nos declarar inocentes quando sabemos que não somos, e por Seu abraço restaurador.

Na parábola de Jesus sobre o filho pródigo, ouvimos, na história do abraço desse pai ao seu filho uma vez perdido, a narração de Jesus sobre a história de nossa salvação.

As 95 teses de Lutero
Lutero não era o único interessado nos tópicos discutidos em suas teses. Mas ele era um intérprete magistral do sentimento penetrante entre outros estudiosos de seu tempo. Outros tentaram introduzir mudanças,[2] muitas vezes através de conselhos da igreja, mas também através de esforços individuais e coletivos.[3] As teses de Lutero impactaram a sociedade do final da Idade Média porque elas incorporavam os sentimentos de muitos alemães daquela época.

As motivações religiosas influenciaram poderosamente a jornada interna e a ação externa de Lutero; o monge agostiniano havia sofrido ansiedade agonizante com respeito a assegurar sua salvação. Porém, então, a declaração categórica de Paulo, “o justo viverá pela fé” (Romanos 1:17), tirou-o de sua profunda crise. Ele entendeu que um Deus misericordioso nos justifica através da fé. À luz deste princípio, toda a Escritura assumiu um novo significado. Todos—vendedores de indulgências, compradores de indulgências, pregadores (de fato, especialmente pregadores)—estavam interessados no “como” da salvação. Lutero estava “coçando onde coçava”. Seus escritos se espalharam.

Começando em 1514, Lutero pregava contra o abuso de indulgências, e como elas fizeram a graça barata em vez de levar a um verdadeiro arrependimento. Em 1517, seus paroquianos estavam retornando da compra das indulgências de Tetzel, acreditando que não precisavam se arrepender e mudar suas vidas para receber o perdão dos pecados. Lutero aprofundou seu estudo sobre o tema e buscou conselhos de especialistas. Ele pregou sobre o tema várias vezes em 1517, explicando que o verdadeiro arrependimento era melhor do que comprar indulgências. Ele mesmo ensinou que comprar indulgências pressupõe o verdadeiro arrependimento e a confissão, de outra forma, isso era inútil.

A fé se tornou uma mera mercadoria ligada a compras de justiça e estadias encurtadas no purgatório.

Entre abril e outubro de 1517, Lutero parou de pregar esses sermões, talvez porque ele estivesse se preparando para escrever suas teses.

Por que 31 de outubro?
Em 1º de novembro, na Igreja de Todos os Santos em Wittenberg, seriam distribuídas muitas relíquias coletadas por Frederico III, Eleitor da Saxônia. As pessoas que visitaram a igreja em 1º de novembro, “Dia de Todos os Santos”, receberam promessas de indulgências, algo que a igreja oferecia como “uma maneira de reduzir a quantidade de punição que alguém tem que suportar pelos pecados”,[4] ou mesmo um sistema de convertibilidade.[5] O dia 31 de outubro era a véspera do dia em que a igreja ficaria cheia de pessoas participando de celebrações, vendo e buscando relíquias sagradas e, em troca, dispensando os pecados.

Com muita hesitação e angústia, Lutero postou as teses. Alguns amigos o encorajaram. As teses eram uma proposição acadêmica expressa em latim, não em alemão. Lutero queria que elas fossem discutidas na Universidade de Wittenberg, onde ele ensinava. Inicialmente, ele não tinha mais nada em mente. O documento começou assim:

“Por amor à verdade e pelo desejo de elucidá-lo, o Reverendo Padre Martinho Lutero, Mestre em Artes e Teologia Sagrada, e palestrante ordinário na Wittenberg, pretende defender as seguintes declarações e contestar sobre elas nesse local. Portanto, ele pede que aqueles que não puderem estar presentes e contestar com ele oralmente o façam em sua ausência por carta”.

Sua introdução concluiu: “Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, amém”.

Em seguida, seguiram as 95 teses. Depois que o documento foi impresso em latim, fixado no quadro branco da universidade e enviado às autoridades, as pessoas começaram a fazer e compartilhar cópias das teses de Lutero.

Tópicos das teses
Em primeiro lugar, as teses abordam a base bíblica do perdão. Discutindo o valor das indulgências, eles examinam os motivos pelos quais os seres humanos são perdoados pelos seus pecados. O que a Bíblia diz sobre isso?

Em segundo lugar, elas se concentram nas indulgências e na autoridade para administrá-las; também, na possiblidade de fazer favores para aqueles que já morreram e sobre a eficácia desses meios. A concessão de Deus de liberdade completa e perdão ao cristão verdadeiramente arrependido faz com que seja uma blasfêmia considerar as indulgências como um presente de Deus.

Em terceiro lugar, Lutero aborda as relações dessas indulgências com a ética cristã, explorando a possibilidade de abuso de líderes religiosos.

De suas 95 teses, duas em particular, a 1ª e a 62ª, expressam o pensamento de Lutero. Ambas são declarações breves. Na primeira tese, ele escreve: “Quando nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo disse: ‘Arrependam-se’ (Mateus 4:17), Ele quis que a vida inteira dos crentes seja de arrependimento”. Lutero cita Mateus 4:17 da Vulgata [versão em latim]. Ele insiste que o verdadeiro arrependimento que Cristo exige para experimentar o perdão dos pecados é uma ação espiritual interior e não uma confissão sacramental externa. As indulgências levaram os cristãos a evitar o verdadeiro arrependimento e a dor pelo pecado, acreditando que as indulgências compradas poderiam substituir o verdadeiro arrependimento. As indulgências desencorajaram os cristãos de dar aos pobres e realizar outros atos de misericórdia, pois eles acreditavam que as indulgências eram de mais valor espiritual.

As lutas de Lutero contra a penitência lhe deram uma clara compreensão das ansiedades e preocupações de seus públicos. Em sua própria vida, ele lutou muito para distinguir entre contrição e arrependimento sincero, uma contrição nascida do medo do fogo do inferno. Após anos de tormento em que a fé se tornou uma mera mercadoria ligada a compras de justiça e estadas encurtadas no purgatório, ele encontrou o evangelho renovador, refrescante, libertador, incomparável. Sua 62ª tese declara: “O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus”.

Lutero cita Jesus, que começa Seu ministério dizendo: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 4:17). No cristianismo verdadeiro, a solução para o problema do pecado implica o arrependimento. Mas na Idade Média, outros elementos foram adicionados: esforços espirituais, substitutos materiais, sacrifícios monetários. E houve abusos do sistema que Lutero achava que estavam afetando o serviço sacerdotal. Algumas pessoas deixaram de confessar seus pecados, achando erroneamente que as indulgências haviam resolvido seus problemas.

Mas viver uma vida cristã exige que mudemos o curso errado que nos leva ao pecado, voltemo-nos para Deus e aceitemos Seu esforço para nos abraçar e restaurar. É impossível comprar entrada no reino espiritual de Cristo, ou experimentar “sem arrependimentos” em relação ao nosso status e conduta prévios na vida. Jesus diz que entrar em Seu reino começa com o arrependimento—lamentar nosso passado—em si um presente de Deus, juntamente com Seu perdão dos nossos pecados (Atos 5:31).

Outro ponto marcante da 62ª tese é que a igreja tem um tesouro. Lutero discute a teologia do mérito, o baú do tesouro dos méritos que poderia ser oferecido. Ele escreve: “Não se esqueça de que o maior tesouro da igreja é o santo evangelho da glória e da graça”. O tesouro da igreja é o evangelho, ou seja, as boas-novas de Jesus Cristo. Não há outro tesouro além de Cristo e das boas-novas de Sua graça—o favor imerecido que Ele estende para nós para nos tirar de nossos estado e condição desastrosos e nos oferecer a segurança de Seu perdão, paz e esperança da glória eterna. Em Sua parábola do tesouro, o homem que o encontra vende tudo para comprar o campo onde o tesouro está enterrado. O tesouro do evangelho vale mais do que qualquer outra coisa na Terra.

As teses de Lutero e nós
As teses de Lutero de 1517 são relevantes para nós, 500 anos depois? Podemos aprender com eles uma ou duas coisas sobre a salvação? Sim, podemos: as teses de Lutero explicam como os cristãos podem obter perdão, justificação e salvação pela fé em Jesus. Ainda mais, elas nos levam a uma melhor compreensão do Deus da Bíblia.

As reflexões de Lutero continuam a indicar a importância do estudo individual da Escritura. O estudo da Bíblia em seus próprios termos nos apresenta o único Deus de amor que oferece perdão e vida eterna através de Cristo. Conhecê-Lo através da Escritura elimina todas aquelas barreiras erguidas por falsos professores e doutrinas torcidas que estão entre Deus e nós, filhos de Seu amor abnegado e sacrificante. Ouvir Sua Palavra dizer como Ele Se sente sobre nós nos ajuda a respeitar e valorizar nós mesmos e uns aos outros como Deus nos valoriza.

A missão de Lutero continua muito além de seu tempo. Sua obra tornou a Bíblia mais acessível; a liberdade religiosa tornou-se importante; e muitas estruturas sociais discriminatórias foram abolidas. Mas muitos ainda não sabem que “sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).[6] Muitas pessoas ainda não foram inspiradas por este texto fundamental tão importante para Lutero e os Reformadores. Nós, que já ouvimos, compartilhamos seu dever de espalhar a luz do evangelho para que homens e mulheres em todos os lugares possam provar a paz de Deus que ultrapassa toda a compreensão humana. O privilégio desse trabalho é uma dívida que devemos ao mensageiro medieval que Deus usou para nos trazer a verdade de nossa própria reconciliação.

Silvia Scholtus de Roscher (via ASN)

Referências
1. “Vorrede auff die Epistel S. Paul: an die Romer,” in Martin Luther, Die gantze Heilige schriftDeudsch 1545 aufs new zurericht, Hans Volz and Heinz Blanke (Munich: Roger & Bernhard, 1972), vol. 2, pp. 2254-2268. Veja http://www.biblestudytools.com/commentaries/luther/romans/1.html.

2. Os acontecimentos que levaram à ruptura de Lutero—em última instância, uma revolução teológica e política—incluíram doutrinas conciliadoras, fatores políticos tais como os conflitos entre papas e imperadores, e outras causas derivadas do estado de coisas alemão—decadência moral dentro do clero (especialmente do episcopado), o monopólio da nobreza, a fraqueza do poder soberano em um império fragmentado em um número infinito de principados e cidades, e especialmente, ressentimento contra Roma.

3. Considere João Huss, Jerônimo, John Wycliffe, Girolamo Savonarola, os Valdenses, the Cátaros, Francisco de Assis e outros.

4. Edward Peters, A Modern Guide to Indulgences: Rediscovering This Often Misinterpreted Teaching (Um Guia Moderno para as Indulgências: Rediscobrir Esse Ensinamento Frequentemente Mal Interpretado – Mundelein, Ill.: Hillenbrand Books, 2008), p. 13. Veja também http://www.newadvent.org/cathen/07783a.htm.

5. Martinho Lutero, “Disputación acerca de la determinación del valor de las Ingulgencias: Las 95 tesis,” Spanish translation by Rodolfo Olivera Obermüller, Chile, 2011. In https://es.scribd.com/document/142485872/Las-95-Tesis-Indulgencia-y-Gracia-1517-Adap-2011. Acessado no dia 2 de agosto de 2017.

6. Mesmo a fé para crer em Seu amor é um dom gratuito dEle (Romanos 12:3; Efésios 2:8).

O que é o decreto dominical e quando ocorrerá?

O decreto dominical será um evento futuro, mas como tudo na história, Deus já nos preveniu para estarmos preparados quando ocorrer. A Bíblia nos adverte que: "Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Amós 3:7). 

Nesse artigo nós responderemos as seguintes perguntas: 

- O que é o decreto dominical 
- Quando ocorrerá 
- Que relação tem com a marca da besta 
- Como escapar desse decreto 

As respostas para todas essas perguntas nós buscaremos na palavra de Deus e no Espírito de Profecia, e você poderá constatar na história e nos próprios acontecimentos atuais a iminência desse acontecimento que marcará o mundo para sempre.

O QUE É O DECRETO DOMINICAL?
A Bíblia apresenta o sábado como dia sagrado desde a criação, porém existe uma grande controvérsia no mundo protestante atual sobre a validade desse mandamento, e a grande maioria dos evangélicos substituiu a guarda do sábado pelo domingo sob o argumento da ressurreição de Cristo, costume esse herdado da igreja católica, e essa afirma que a tradição é o fundamento da mudança.

Portanto essa mudança não têm apoio nas escrituras, como o próprio Cristo afirmou:
"Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir." (Mt 5:17)
O Apóstolo João é ainda mais enfático:
"Aquele que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade." (1 João 2:4)
A Bíblia também afirma que o diabo é pai da mentira (Jo 8:44), portanto é do diabo a ideia de que o mandamento de Deus acerca do sábado seja desconsiderado.
"Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou." (Ex:20:8-11)
O decálogo é a palavra usada para designar os dez mandamentos da lei de Deus. Oito mandamentos começam com a palavra 'não', e é irônico o fato de que o mandamento do Sábado em Êxodo 20:8 é o único dos dez mandamentos que começa com a palavra 'lembra-te', pois é justamente esse que as pessoas fazem questão de 'esquecer'.

O decreto dominical, portanto, anuncia um tempo em que as leis humanas instituirão o domingo como dia sagrado em lugar do sábado bíblico, será uma versão do antigo decreto promulgado por Constantino de Roma em 7 de março do ano 321, no chamado Édito de Constantino.

QUANDO OCORRERÁ?
Essa profecia não estipula uma data específica, mas fala acerca do cenário social e político que o antecederá. O mais impressionante é que tudo isso será feito sob uma perspectiva cristã. Os Estados Unidos da América, país protestante, figurará como o responsável por promulgar essa lei, não apenas infligindo a todos a guarda do domingo em honra da família, como obrigará a todos a transgredir o sábado, sob a penalidade de serem proibidos de comprar e de vender. Esse evento é descrito no Apocalipse:
"... para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome." (Ap 13:17)
É A MARCA DA BESTA?
A marca da besta diz respeito a uma condição de opressão econômica e religiosa no tempo futuro, e será algo fruto da união entre igreja e estado sob a égide da nova ordem mundial.
"A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome." (Ap 13:15,16)
O cenário é esse:
"Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América do Norte protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a aplicação de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável." (Ellen G. White - O Grande Conflito p. 445)
"Mediante os dois grandes erros - a imortalidade da alma e a santidade do domingo - Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através do abismo para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência." (Idem, p. 588)
Então, o domingo é a marca da Besta?

Ainda não, por que não existem leis impondo sua observância. Quando essas leis forem postas em vigor, ou seja, quando o decreto dominical for aprovado, aí sim, guardar o domingo implicará em receber a marca da besta. 
"Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade. Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma — 'o sinal da besta'. E somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber 'o sinal da besta'." (Idem, p. 449)
"Está prestes a sobrevir ao povo de Deus o tempo de angústia. Então é que sairá o decreto que proíbe aos que guardam o sábado do Senhor, comprar ou vender, ameaçando-os de punição, e mesmo de morte, se não observarem como dia de descanso o primeiro dia da semana." (Eventos Finais, p. 257)
E os que se recusarem serão tidos como inimigos do bem e da ordem, assim como Elias foi chamado de 'perturbador de Israel' (1Rs 18:17)

O QUE EU FAÇO?
Recomendo que leia o livro O Grande Conflito que trata minuciosamente desse tema, debruçando-se sob os acontecimentos passados, presentes e futuros de forma impressionante e reveladora.

O preparo necessário para hoje fica acerca da necessidade de mudar-se para o campo o quanto antes, tendo em vista que a aprovação do decreto dominical imergirá o mundo na maior crise já vista na terra, e a única segurança para o povo de Deus estará na fuga para as montanhas.
"Quando o decreto promulgado pelos vários governantes da cristandade contra os observadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que lhes desejam a destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e reunir-se-á em grupos, habitando nos lugares mais desertos e solitários. Muitos encontrarão refúgio na fortaleza das montanhas." (Eventos Finais, 260)
"Nas fortalezas das montanhas, nas cavernas e brenhas da Terra, o Senhor revelará Sua presença e Sua glória. Mais um poucochinho, e O que há de vir virá, e não tardará. Seus olhos, qual chama de fogo, penetram nos aferrolhados calabouços e buscam os ali escondidos, pois seus nomes estão escritos no livro da vida, do Cordeiro. Esses olhos do Salvador estão acima de nós, em nosso redor, observando toda dificuldade, discernindo todo perigo; e não há lugar onde Seus olhos não possam penetrar, nenhuma tristeza e sofrimento de Seu povo onde não chegue a simpatia de Cristo." (Idem, p. 277)
Mas infelizmente, a maioria dos adventistas aguarda o decreto dominical para, enfim, fazer sua consagração e abandonar o mundo. Haverá tempo para isso, após a saída do decreto?
"Que estais fazendo, irmãos, na grande obra de preparação? Os que se estão unindo com o mundo, estão-se amoldando ao modelo mundano, e preparando-se para o sinal da besta. Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade, estão recebendo o molde divino, e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá puro e sem mácula para toda a eternidade. Agora é o tempo de preparar-nos. O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso. Todos os que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus - candidatos para o Céu. Pesquisai as Escrituras por vós mesmos, para que possais compreender a terrível solenidade do tempo presente." (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 71)
O desfecho será glorioso...
"No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes — os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal. Se bem que a igreja e o Estado reúnam o seu poder a fim de obrigar “a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos”, a receberem 'o sinal da besta' (Apocalipse 13:16), o povo de Deus, no entanto, não o receberá. O profeta de Patmos contempla 'os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número de seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, ... e o cântico do Cordeiro' (Apocalipse 15:2, 3)." (O Grande Conflito, p. 450)
Rogério Sena (via Mais Relevante)

O professor Leandro Quadros fala também neste vídeo sobre perseguição e decreto dominical:

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Igreja Adventista discute identidade de gênero

Já está disponível, na íntegra, o programa sobre identidade de gênero apresentado ao vivo na página oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Facebook. A conversa contou com a participação de dois especialistas. O teólogo e doutor em Ciências da Religião, Adolfo Suárez, e o psiquiatra e psicoterapeuta César Vasconcellos, dialogaram sobre o que a Bíblia e a ciência na área médica falam a respeito do tema e tiraram dúvidas de dezenas de internautas que tiveram a oportunidade de perguntar ao vivo.

A doutora em psicologia, Cláudia Bruscagin, que não participou da conversa ao vivo, mas foi ouvida pela reportagem da Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) sobre a temática, comenta que as famílias precisam estar abertas a dialogar sobre o assunto em casa, mas não de forma jocosa, pejorativa e preconceituosa. “A adolescência em si já é uma fase de grandes questionamentos em todos os níveis. Se o adolescente não encontra espaço para seus questionamentos e dúvidas em casa, hoje em dia ele também não vai perguntar para os amigos, ele vai direto para a internet e vai vasculhar e encontrar de tudo, com todo tipo de explicações, mas principalmente vai ver youtube ou blogueiros explicando como bem entendem”, ressalta.

Claudia Bruscagin destaca, ainda, que “essas questões já aparecem no dia a dia das crianças pequenas, que vão chegar à adolescência com uma visão própria (influenciada pela família, escola, amigos e mídias) do que sejam as inúmeras maneiras de viver sua sexualidade e de que formas vão se comportar no mundo dentro daquilo que construíram como sua identidade de gênero”.

Pontos de vista sobre identidade de gênero
A doutora em psicologia salienta que o tema da identidade de gênero pode ser visto por diferentes ângulos como as ciências biológicas, sociais e humanas. E que as abordagens diferem por conta disso. “Cada uma dessas áreas tem uma maneira diferente de olhar para aquilo sobre o que se debruça para estudar. O complicado é que cada uma dessas teorias tem seu próprio olhar para explicar seu objeto de estudo e nem uma é completa sozinha. A diferença entre sexos é um princípio classificatório em todas as sociedades. Porém, a identidade de gênero apresenta a questão social dessa diferença”, afirma.

Sob o ponto de vista teológico, o doutor Adolfo Suárez, durante a transmissão, ressaltou que, conforme o texto bíblico de Gênesis, a cosmovisão aponta para uma criação divina de dois sexos bem claros: homem e mulher. Sobre a separação entre gênero e sexo, Suárez, usando a Bíblia como referência, salientou que não existe dualismo entre mente e corpo e “a Bíblia não dá margem para esse gênero físico ou psicológico. Na mentalidade bíblica, o ser humano é uma unidade indivisível”.

O psiquiatra César Vasconcellos, por sua vez, contribuiu na transmissão feita pela Igreja no Facebook com a visão médica e explicou que biologicamente não existe um terceiro sexo. “Corpo e cérebro funcionam unidos. Biologicamente falando, a gente vê que existe homem e mulher. Um menino ou uma menina podem desenvolver alguns pensamentos que a gente chama de disforia de gênero. A disforia é uma alteração do sentimento que a pessoa tem e que vem de repente. Ela vai ter pensamentos depressivos, emoções tristes, vai ter angústia, ansiedade, aflição e isso gerado pela dificuldade que ela tem ou angústia que ela tem porque eu estou em um corpo de homem, mas me sinto como mulher ou estou em um corpo de mulher e me sinto como um homem”, afirmou o médico.

Veja a conversa completa transmitida pela Igreja: (via ASN)

Linha do Tempo da Reforma Protestante > De Wycliffe à segunda vinda de Cristo

1382 John Wycliffe, conhecido como a “Estrela da Manhã” da Reforma Inglesa, supervisiona a tradução da Bíblia para a língua do povo. Um grupo de Bíblias, conhecido como “Bíblia de Wycliffe”, é traduzido para o Inglês Médio, preparando o cenário para a Reforma Protestante.

1415 O sacerdote e filósofo Jan Hus, fortemente influenciado por John Wycliffe, é queimado na fogueira onde hoje em dia é a República Tcheca por atacar os ensinos e as práticas da Igreja Católica Romana.

1517 O teólogo e sacerdote alemão Martinho Lutero publica uma lista de “disputas”, agora conhecidas como as 95 teses, na porta da Igreja de Todos os Santos em Wittenberg, Alemanha, criticando a prática de indulgências na Igreja Católica Romana. Essa lista efetivamente começa a Reforma Protestante em toda a Europa, enfatizando a salvação somente pela graça e um retorno à Bíblia como a única fonte de autoridade.

1521 Lutero é chamado diante da Dieta de Worms para retrair suas opiniões sobre a salvação apenas pela graça. Ele se recusa a se afastar de suas posições, declarando: “A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou por uma razão clara, eu estou vinculado pelas escrituras citadas… Não posso nem vou desmentir nada, já que não é seguro nem certo ir contra a consciência”. Como resultado, ele é declarado herege.

1526 O estudioso inglês William Tyndale produz o primeiro Novo Testamento em inglês retirado da língua grega. Uma década depois, ele é condenado como herege e é queimado na fogueira.

1533 Ao longo de cinco anos, começando em 1553, a Rainha Maria I da Inglaterra, conhecida como “Maria Sanguinária”, faz uma campanha para livrar a Inglaterra dos protestantes, executando aproximadamente 250 hereges, incluindo Nicholas Ridley e Hugh Latimer juntos. Latimer excelentemente diz na execução deles: “Tenha coragem, Mestre Ridley, e seja homem! Havemos de hoje acender uma tal luz na Inglaterra, pela graça de Deus, que espero que nunca há de se apagar”.

1620 Fugindo da perseguição na Europa, os peregrinos emigram para o Novo Mundo, criando uma colônia na atual Massachusetts.

1635 Roger Williams é banido de Massachusetts por promover plena liberdade religiosa. Ele foge para a atual Providence e funda Rhode Island, tornando-se o primeiro território a garantir a separação completa entre igreja e estado.

1738 O inglês John Wesley, enquanto participava de uma reunião em Aldersgate, ouve a leitura do Prefácio à Epístola aos Romanos de Martinho Lutero e se converte a Cristo, sentindo seu coração “estranhamente aquecido”. Com seu irmão e escritor de hinos Charles, ele lança o movimento Metodista, liderando um grande reavivamento na Inglaterra e nos Estados Unidos.

1816 O fazendeiro de Nova Iorque William Miller se converte do deísmo para Cristo, entrando em um profundo estudo pessoal da Bíblia, ancorado nos princípios da Reforma do primado da Bíblia, e a Bíblia se explica. Ele finalmente conclui que a segunda vinda de Cristo é iminente e proclama a mensagem no nordeste dos Estados Unidos.

1844 Os “Mileritas” experimentam grande desapontamento quando Cristo não retorna em 22 de outubro, depois de concluir que Ele faria isso com base em uma leitura de Daniel 8:14. Alguns crentes desanimados percebem que, em vez disso, Cristo começou seu trabalho de juízo investigativo nessa data.

1845 A partir de 1845, um grupo de “adventistas” que se formou com o movimento milerita, no compromisso contínuo com a fé na autoridade incomparável da Bíblia, começa a estudar a questão do sétimo dia, sábado, concluindo finalmente que ainda é uma instituição para os cristãos manterem e desfrutarem.

1863 A Igreja Adventista do Sétimo Dia é oficialmente organizada em Michigan como um meio de propagar a “verdade presente” para “todas as nações, tribos, línguas e pessoas” (Ap 14:6) em todo o mundo.

1888 A profetisa adventista Ellen White declara que o “alto clamor” de Apocalipse 18:1-4, que, como a continuação final da Reforma Protestante, difundiria a mensagem do amor de Deus ao mundo inteiro, havia começado na mensagem de justificação pela fé sendo proclamado por dois jovens pregadores, Ellet J. Waggoner e Alonzo T. Jones.

EM BREVE A Reforma alcança o cumprimento climático quando, consistente com Sua Palavra na Bíblia, Jesus vem à Terra em esplendor e traz Seu povo para Sua casa de glória, juntamente com o fim absoluto do mal, do pecado e da tristeza, da morte e da dor.

Shawn Brace (via ASN)

Você tem algum segredo?

Todos nós possuímos detalhes pessoais que não são revelados a todos, somente algumas pessoas mais íntimas os conhecem. Mas existem outros que somente nós e Deus sabemos. Guardar um segredo não é pecado. O que não podemos é nos aproveitar desta possibilidade para fazer coisas “escondidas” só porque ninguém está vendo. Cuidado com isso! É quando não tem ninguém por perto que somos quem realmente somos. Ser um bom cristão enquanto todos estão te olhando é fácil. No trabalho, quando o chefe não está; em casa, quando os seus pais saírem e te deixarem sozinho; ou na escola, quando o professor se distrair na hora da prova. É nessas horas que somos tentados a fazer coisas que desagradam a Deus.

“Ninguém está vendo, não há nenhum problema!” Tolo é quem pensa assim. Não há lugar onde Deus não esteja, nem pensamento que Ele não conheça. Se é Ele a quem mais devemos respeitar, como podemos não nos preocupar? E se tem um medo que todos tem em comum é esse: ser descoberto. Quanto mais permanecemos escondidos em nossos segredos, mais nos aproximamos do mal e de sermos desmascarados.
“Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar reconhecido.” (Mateus 10:26)
Precisamos abandonar a falsidade, falar sempre a verdade, arrancar de nossas vidas toda e qualquer hipocrisia. Não é apenas pelo respeito às pessoas ou pelos motivos que os levam a confiar em nós, que seja por amor a Cristo! Sábio é quem teme a Deus e vive no caminho da verdade, pois no dia do juízo todo segredo será revelado e toda hipocrisia será desmascarada.

Deus sabe e tem um registro de tudo. Ellen White afirmou:
"Deus conhece o fim desde o princípio. Conhece de perto o coração de todos os homens. Lê todo segredo da alma." (A Ciência do Bom Viver, p. 230) 

"Toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia estão escritos nos livros do céu com terrível exatidão." (O Grande Conflito, p. 481)

"Deus tem que ver com todos os nossos atos, pensamentos e sentimentos. Segue-nos, e nos alcança em cada secreto intento. Pela condescendência com o pecado os homens são levados a considerar levianamente a lei de Deus. Muitos escondem dos homens sua transgressão, e se vangloriam de que Deus não será estrito em assinalar a iniquidade. Mas Sua lei é a grande norma de direito, e cada ato da vida deve ser com ela comparado no dia em que Deus trouxer a juízo toda obra, toda coisa secreta, a ver se é boa ou má. Pureza de coração conduzirá a pureza de vida. Toda desculpa para o pecado é inútil. Quem pode pleitear pelo pecador quando Deus testifica contra ele?" (Comentário Bíblico Adventista, vol. 2, p. 1099)
Ellen White instou com a juventude em particular para que não se esquecessem de que suas vidas estavam sendo observadas bem de perto — mesmo meticulosamente — e que um dia os registros de nossa vida devem ser enfrentados.
"Nunca estamos sós. Temos um Companheiro, quer O escolhamos ou não. Lembrem-se, moços e moças, que onde quer que vocês estejam, o que quer que estejam fazendo, Deus lá está. Para toda palavra e ação sua, vocês tem uma testemunha, o Deus Santo, que odeia o pecado. Nada que é dito ou pensado pode escapar a Seus olhos infinitos. Na mais profunda escuridão e solidão Ele lá está." (Youth’s Instructor, 26/05/1898)
Mas são especialmente confortantes as declarações de Ellen White de que o bem é registrado tão fielmente quanto o mal. Ela declara:
"Toda tentação resistida, todo o mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, sofrimento e tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se registrado." (O Grande Conflito, p. 481)
Adaptação de texto de Tiago Castro (via Minha Vida Cristã)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O perigo de viver constantemente sob pressão

Desde o nascimento até a morte, a vida humana é marcada por tensões. No ventre materno, por exemplo, o bebê está tranquilo, protegido da luz e de ruídos excessivos, flutuando em um líquido morno e encapsulado num ambiente acolhedor, até que, de repente, hormônios induzem contrações uterinas vigorosas, empurrando-o em direção a um mundo desconhecido. O barulho assustador, as luzes intensas e o ar que penetra em seus pequenos pulmões, provocando-lhe dor, fazem com que o recém-nascido chegue a um clímax de estresse. A partir desse instante, sua mente e seu corpo serão submetidos às tensões diárias que, se não forem administradas de maneira adequada, poderão eventualmente matá-lo na vida adulta. 

As enfermidades mais comuns relacionadas ao estresse são as cardiovasculares e neuropsiquiátricas, os distúrbios respiratórios, metabólicos e digestivos, além do temido câncer. E o estresse pode desencadear infarto do miocárdio e morte súbita. Ele em si não é perigoso; tem que ver com a preparação da mente e do corpo para a fuga ou a luta. O problema é o constante estado de tensão da vida moderna.

Para ilustrar isso, imagine a seguinte situação. Você está caminhando altas horas da noite numa rua mal iluminada, quando de repente vê alguém com uma faca indo em sua direção. Em milésimos de segundos suas glândulas suprarrenais liberam grande quantidade de adrenalina na sua corrente sanguínea e, instantaneamente, vários fenômenos fisiológicos passam a ocorrer, preparando você para lutar ou correr. O sangue é sequestrado da periferia do corpo para os músculos, aumentam a frequência cardíaca e o número de plaquetas, antevendo possíveis ferimentos. Você perde a visão periférica e sua respiração acelera. Vamos supor que você decida fugir. Quando chega em casa, longe do perigo, seu cérebro começa a reciclar adrenalina e, aos poucos, a tensão diminui até você voltar ao estado normal. 

Nessa ilustração temos um ciclo que se completou: uma elevação brusca dos hormônios do estresse, seguida por uma resposta física que induzirá a diminuição desses hormônios e o retorno do organismo à normalidade. Porém, no cotidiano agitado, esse ciclo não fecha por causa da complexidade e continuidade dos problemas, seja no trabalho, nos relacionamentos ou nas finanças. Na maioria das vezes, como não há uma resposta física, os hormônios do estresse mantêm-se elevados, abrindo as portas para uma série de alterações na saúde. 

Para lidar com isso, sugiro algumas atitudes: 

1. Faça alongamentos e atividade física moderada, preferencialmente à noite, se seu trabalho é sedentário. O cérebro vai interpretar esses exercícios como uma reposta física a uma situação de perigo, trazendo os hormônios do estresse ao nível normal. 

2. Coma alimentos ricos em vitaminas do complexo B. Um artigo publicado na revista Nutrients, de fevereiro de 2016, aponta essas substâncias como fundamentais para fortalecer o sistema nervoso e regular as atividades cerebrais. 

3. Verifique o nível de vitamina D3 e tome suplementos, se necessário. Segundo a revista Current Opinion on Clinical Nutrition and Metabolic Care, de novembro de 2012, essa vitamina é importante em situações de estresse agudo. 

4. Limite suas refeições a três por dia, com intervalo mínimo de cinco horas. Ter o cérebro trabalhando o tempo todo no processo digestivo é desperdício de energia mental. 

5. Faça uma lista das tarefas mais importantes e dedique-se primeiro a elas. Se não conseguir cumprir todas, pelo menos terá dado conta das indispensáveis. 

6. Não viva no limite do tempo. Programe-se contando com imprevistos. 

7. Tire tempo para refletir e relaxar. Leia a Bíblia, medite no texto e ore. Esses pequenos “oásis de tranquilidade” nos ajudam a lembrar que Deus está no controle de tudo.

Silmar Cristo (via Revista Adventista julho/2017)

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Ellen G. White > Lutero e a Grande Reforma

Preeminente entre os que foram chamados para dirigir a igreja das trevas do papado à luz de uma fé mais pura, acha-se Martinho Lutero. Zeloso, ardente e dedicado, não conhecendo outro temor senão o de Deus, e não reconhecendo outro fundamento para a fé religiosa além das Escrituras Sagradas, Lutero foi o homem para o seu tempo; por meio dele, Deus efetuou uma grande obra para a reforma da igreja e esclarecimento do mundo.

Enquanto, um dia, examinava os livros da biblioteca da universidade, Lutero descobriu uma Bíblia latina. Tinha ouvido porções dos evangelhos e epístolas, que se liam ao povo no culto público, e supunha que isso fosse a Escritura toda. Agora, pela primeira vez, olhava para o todo da Palavra de Deus. Com um misto de reverência e admiração, folheava as páginas sagradas; com o pulso acelerado e o coração palpitante, lia por si mesmo as palavras de vida, detendo-se aqui e acolá para exclamar: "Oh! quem dera Deus me desse tal livro!" Anjos celestiais estavam a seu lado, e raios de luz procedentes do trono de Deus traziam-lhe à compreensão os tesouros da verdade. Sempre temera ofender a Deus, mas agora a profunda convicção de seu estado pecaminoso apoderou-se dele como nunca antes. Um desejo ardente de se achar livre do pecado e encontrar paz com Deus, levou-o afinal a entrar para um mosteiro e dedicar-se à vida monástica.

Todo momento que podia poupar de seus deveres diários empregava-o no estudo, furtando-se ao sono e cedendo mesmo a contragosto o tempo empregado em suas escassas refeições. Acima de tudo se deleitava no estudo da Palavra de Deus. Achara uma Bíblia acorrentada à parede do convento, e a ela muitas vezes recorria.

Lutero foi ordenado sacerdote, sendo chamado do claustro para o cargo de professor da Universidade de Wittemberg. Ali se aplicou ao estudo das Escrituras nas línguas originais. Começou a fazer conferências sobre a Bíblia; e o livro dos Salmos, os Evangelhos e as Epístolas abriram-se à compreensão de multidões que se deleitavam em ouvi-lo. Era já poderoso nas Escrituras, e sobre ele repousava a graça de Deus. Sua eloquência cativava os ouvintes; a clareza e poder com que apresentava a verdade levavam-nos à convicção, e seu profundo fervor tocava os corações.

Um Líder em Reforma
Na providência de Deus, ele decidiu visitar Roma. Uma indulgência fora prometida pelo papa a todos quantos subissem de joelhos a conhecida escada de Pilatos. Lutero estava, certo dia, realizando esse ato, quando, subitamente, uma voz semelhante a trovão pareceu dizer-lhe: "O justo viverá da fé" (Romanos 1:17). Ergueu-se sobre seus pés e, envergonhado e horrorizado, deixou rapidamente o cenário de sua loucura. Esse texto nunca perdeu a força sobre sua alma. Desde aquele tempo, viu mais claramente do que nunca antes a falácia de se confiar nas obras humanas para a salvação, e a necessidade de fé constante nos méritos de Cristo. Tinham-se-lhe aberto os olhos, e nunca mais se deveriam fechar aos enganos satânicos do papado. Quando ele deu as costas a Roma, também dela volveu o coração, e desde aquele tempo o afastamento se tornou cada vez maior, até romper todo contato com a igreja papal.

Depois de voltar de Roma, Lutero recebeu na Universidade de Wittenberg o grau de doutor em Teologia. Estava agora na liberdade de se dedicar, como nunca antes, às Escrituras que amava. Fizera solene voto de estudar cuidadosamente a Palavra de Deus e, todos os dias de sua vida, pregá-la com fidelidade, e não os dizeres e doutrinas dos papas. Não mais era o simples monge ou professor, mas o autorizado arauto da Bíblia. Fora chamado para pastor, a fim de alimentar o rebanho de Deus, que tinha fome e sede da verdade. Declarava firmemente que os cristãos não deveriam receber outras doutrinas senão as que se apóiam na autoridade das Sagradas Escrituras. Essas palavras feriam o próprio fundamento da supremacia papal. Continham o princípio vital da Reforma.

Entra Lutero, ousadamente, em sua obra como campeão da verdade. Sua voz era ouvida do púlpito, em advertência ardorosa e solene. Expôs ao povo o caráter ofensivo do pecado, ensinando-lhes ser impossível ao homem, por suas próprias obras, diminuir as culpas ou fugir ao castigo. Nada, a não ser o arrependimento para com Deus e a fé em Cristo, pode salvar o pecador. A graça de Cristo não pode ser comprada; é dom gratuito. Aconselhava o povo a não comprar indulgências, mas a olhar com fé para um Redentor crucificado. Relatou sua própria e penosa experiência ao procurar, sem êxito, pela humilhação e penitência conseguir salvação, e afirmou a seus ouvintes que foi olhando fora de si mesmo e crendo em Cristo que encontrara paz e alegria.

Os ensinos de Lutero atraíram a atenção dos espíritos pensantes de toda a Alemanha. De seus sermões e escritos procediam raios de luz que despertavam e iluminavam a milhares. Uma fé viva estava tomando o lugar do morto formalismo em que a igreja se mantivera durante tanto tempo. O povo estava diariamente perdendo a confiança nas superstições do catolicismo. As barreiras do preconceito iam cedendo. A Palavra de Deus, pela qual Lutero provava toda doutrina e qualquer reclamo, era semelhante a uma espada de dois gumes, abrindo caminho ao coração do povo. Por toda parte se despertava o desejo de progresso espiritual. Fazia séculos que não se via, tão generalizada, a fome e sede de justiça. Os olhos do povo, havia tanto voltados para ritos humanos e mediadores terrestres, volviam-se agora em arrependimento e fé para Cristo, e Este crucificado.

Os escritos e doutrinas do reformador estendiam-se a todas as nações da cristandade. A obra espalhou-se à Suíça e Holanda. Exemplares de seus escritos tiveram ingresso na França e Espanha. Na Inglaterra, seus ensinos eram recebidos como palavras de vida. À Bélgica e Itália também se estendeu a verdade. Milhares estavam a despertar do torpor mortal para a alegria e esperança de uma vida de fé.

Ellen G. White (via História da Redenção)

Leia também Progressos da Reforma e Deixando de Progredir da mesma autora

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Jesus, o Coach

Em certa ocasião, durante uma palestra, Bill Gates afirmara que todas as pessoas, famosas ou não, precisam de um Coach para lhes ajudar a ver a vida sobre outra perspectiva.

A palavra Coach significa “treinador”, e no mundo dos esportes designa aquele que treina, por exemplo, um time de futebol, para que alcance o melhor resultado na competição. No entanto, o Coach a que se refere Bill Gates tem um papel diferente do de um treinador que diz o que se deve fazer.

O Coach é o profissional habilitado para conduzir um processo investigativo interno, para que seu cliente alcance um objetivo específico ou mesmo queira se conhecer melhor; e aqui, cumpre dizer, não se confunde com um terapeuta. Nesse processo, por meio de ferramentas eficientes, crenças e potencialidades são descobertas, reavaliadas e paradigmas mudados.

Ao observar e perceber os pontos fracos e fortes de seu cliente, o Coach apenas fará perguntas que lhe despertem essa consciência que pode estar oculta, sem jamais forçá-lo a se conscientizar sobre a necessidade de cumprir as etapas para alcançar, enfim, o objetivo pretendido.

A proposta do processo de Coaching é a pessoa descobrir-se a si mesma, enxergando-se de forma plena e assim alcançar seu objetivo com eficiência. Por isso a série de direções que são estimuladas pelas ferramentas para que a transformação ocorra mediante esse despertar pessoal.

Surgem, então, ao longo desse processo, desafios que se voltam ao objetivo que se deseja alcançar, e esse ponto é crítico, pois a pessoa pode simplesmente se negar a absorvê-los, imputando-se uma espécie de sabotagem, desistindo, portanto, de seu objetivo.

Aponto certa semelhança desse procedimento com a maneira como o Cristo se comportava diante dos homens que se voltavam a Ele, em busca de cura ou de esclarecimentos a respeito da experiência real com Deus. Vide as situações em que Ele promove a cura. Qual é a pergunta inicial? “Você crê?” Ato contínuo, como Ele conclui? “A tua fé te salvou”. Há aí uma aceitação do discípulo pelas ferramentas do Mestre.

Assim como o profissional Coach observa e reconhece os pontos fortes e fracos de seu cliente, Deus faz o mesmo, afinal, quem poderia dizer não, encaixado aos padrões humanos enumerados pelas escrituras? Nesse diapasão, o Eterno sugere os caminhos perfeitos para cada situação, funcionando como ferramentas que levarão a criatura em direção ao Criador. Aceitar ou não é uma questão pessoal.

Quem busca a experiência divina real, o faz consciente de que deseja alcançar um objetivo que sozinho jamais conseguiria. Contudo, ao ingressar no Caminho, desafios são propostos, devendo, portanto, se submeter ao processo investigativo interno para que as crenças sejam reavaliadas e paradigmas mudados. Crescer e se transformar é uma decisão pessoal. Deus jamais nos forçará a nada.

E você, que se entregou ao Coach Jesus Cristo, tem aceitado o desafio de reavaliar as crenças a seu respeito em relação a Deus, ou acredita que diante desses desafios é melhor deixar tudo como está?

Sadi Folch (via Nova Semente)

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Vamos falar sobre... ciúmes

“Não consigo eliminar o ciúmes da minha vida sentimental. Amo muito o meu namorado, porém não consigo controlar por completo a situação. Preciso de ajuda.”

Essa é uma questão muito comum entre os que se amam e, com certeza, necessita de esclarecimento. Sentir ciúmes, por si só, não é sinal de pecado ou de problema. O apóstolo Paulo, em sua primeira epístola aos coríntios (1 Coríntios 13:4), fala que “o amor não arde em ciúmes”. O termo grego zeloo (ciúmes) empregado nesta passagem abrange o conceito de “ser zeloso” tanto no bom quanto no mau sentido. No bom sentido pode significar um “cuidado zeloso” que busca o bem, a proteção, o acolhimento a integridade e a felicidade da outra pessoa. O próprio Deus expressa Seu zelo e cuidado por aqueles que criou, dizendo: “Não terás outros deuses diante de Mim. […] Porque Eu sou Deus zeloso” (Êxodo 20:3, 5). Deus rejeita a adoração e o serviço de um coração dividido. O próprio Jesus disse: “Ninguém pode servir a dois senhores” (Mateus 6:24). Portanto, esse é o aspecto positivo: “quem ama, cuida!”

É preciso destacar que a natureza humana foi corrompida pelo pecado e que, inevitavelmente, podem surgir distorções cognitivas e afetivas. O ser humano é naturalmente egoísta, e o egoísmo é a base do pecado. A atitude de desconfiar de Deus, de colocar o eu e a vontade própria acima de Deus e de Sua vontade é, na verdade, a essência do pecado. O problema do ser humano é o pecado, e o ciúme, no aspecto negativo, reflete essa realidade.

Esse tipo de ciúme é um sentimento que gera sofrimento em relação a outra pessoa de quem se espera amor exclusivo. É o temor de que ela dedique sua afeição a outra pessoa. Quando esse sentimento é justificado por um motivo real o ciúme serve como um alerta emitido para que o problema seja confrontado em amor, visando o bem e a integridade.

Um exemplo que pode ser dado é o de um marido atarefado, desatento e até mesmo ingênuo, que não percebe insinuações de outra mulher. A esposa, por outro lado, percebe a situação e imediatamente pode tomar providências para alertar o esposo sobre o risco que ele está correndo de prejudicar a si e a toda família. Se o esposo acolhe a advertência, o problema está certamente resolvido. Contudo, se ele acha que a esposa está “vendo” o que não existe, pois ele mesmo não consegue enxergar isso, pode dizer que ela está delirando. Então o ciúme pode aumentar, pois existe um risco iminente diante dos fatos evidenciados. Esse ciúme é normal, pois visa proteger o casamento, o lar, a família, os filhos, a integridade do casal e a felicidade. Quando o ciúme excede à razão pode ser patológico e danoso.

Outro exemplo para descrever o ciúme patológico pode ser extraído do mesmo caso acima, com apenas uma diferença: o ciúme da esposa não possui fundamento, ou não se justifica. Ela se sente insegura porque não confia no esposo, não porque ele seja desconfiável, mas porque ela não consegue acreditar nele, mesmo diante de provas que ele lhe dá de seu amor, compromisso e fidelidade.

É possível notar, então, que há uma distinção entre ciúme normal e patológico:

O ciúmes (normal) é o zelo das pessoas em relação aos seus objetos de amor, sejam eles, pessoas ou coisas. Uma pessoa zelosa defende tudo o que possa invadir esta relação de amor de maneira proporcional a ameaça. O ciúme patológico é a reação desproporcional e angustiante frente à qualquer ameaça aos seus objetos de amor. Na relação com pessoas, o ciúme patológico está sempre ligado à entrada de um terceiro elemento na relação amorosa que vai roubar o objeto de amor do ciumento. Esse terceiro elemento aparece como um rival invencível e permanece constantemente na cabeça do ciumento, que se vê ameaçado o tempo todo. Há uma expectativa permanente de ameaça na relação de amor. Dizemos que o terceiro elemento está ‘na cabeça do ciumento’, pois é uma ameaça desproporcional à realidade.

Por não conseguir confiar na pessoa amada o ciumento pode se tornar possessivo, desconfiado e inseguro, gerando um grande desgaste na relação. Esta é uma situação confusa, pois pode levar o ciumento a produzir o seguinte tipo de pensamento: “se não for meu, não será de ninguém!” O ciúme pode se tornar um pesadelo de regras, condições e restrições, que desgraçam a vida, tanto dele como de sua vítima, podendo chegar ao ponto de, literalmente, destruir a própria vida (suicídio) ou a vida do outro (homicídio). Os pensamentos típicos nesses casos podem ser:

(1) Suicídio: “Vou me matar na frente dele só para ele ver o quanto me fez sofrer.”

(2) Homicídio: “Como não aguento vê-lo com outra, e não posso dominá-lo, então eu o mato.”

Na Bíblia, podemos ver a mesma dinâmica, em várias passagens, tais como:

(1) na experiência de Caim ao matar seu irmão Abel e se rebelar contra o próprio Deus (Gênesis 4);

(2) na história dos irmãos de José do Egito, quando venderam José, seu próprio irmão, aos mercadores (Gênesis 37);

(3) na experiência de Absalão, ao tentar tomar o trono do próprio pai, Davi (2 Samuel 15);

No aspecto religioso, quando uma pessoa deixa-se dominar pelo ciúme que “arde”, torna-se difícil para ela aceitar a graça salvadora de Deus em Jesus Cristo. Isto pode levar o indivíduo a rejeitar qualquer forma de religião onde a salvação esteja fora dele mesmo. É por isto que tantas pessoas confiam muito em seus próprios esforços, regras e preceitos, para alcançar a salvação. É preciso aprender a deixar Deus controlar. Isso envolve confiança e entrega. O resultado será a paz, o descanso e a certeza do cuidado e proteção divinos. 

Há muitas provas de que Deus é amor, de que Ele nos ama e de que Ele é digno de confiança. A maior evidência reside no fato de que Cristo morreu pelos nossos pecados. Que tal desenvolver uma amizade íntima com Jesus? Confie a Ele seus sentimentos, angústias, medos, ciúmes. Confronte seus pensamentos com a realidade. Pergunte-se: por que estou com ciúmes? Há algum motivo concreto para me sentir assim? Que evidências eu tenho de que a pessoa com quem me relaciono gosta de mim e me ama? Analise os fatos reais e não os distorcidos. O problema está em minha percepção ou a pessoa com quem me relaciono me dá motivos reais para ter ciúme?

Se você consegue identificar esse ciúme como patológico, confronte seus pensamentos distorcidos com os fatos reais e concretos. Faça esse exercício. Buscar ajuda profissional com um terapeuta cristão certamente ajudará a superar essa questão. Mas ressaltamos que é em Cristo, através de Sua palavra, mediante o contínuo trabalho do Espírito Santo, que podemos ter uma compreensão mais ampla sobre nós mesmos, sobre a nossa condição de pecado e o plano de Deus para nos restaurar. Por meio da fé que é desenvolvida nessa relação com Deus, recebemos as virtudes de Cristo e passamos a refletir o Seu caráter (2 Pedro 1:3-7).

Viva dentro dos limites

É fundamental parar um pouco e reconhecer que não podemos tudo
Assim é a vida. Não somos infinitos, por que nos iludir? O dia não tem mais que 24 horas. Não temos uma fonte inesgotável de energia. Os limites são reais, e, a despeito do que à primeira vista possamos imaginar, eles são nossos aliados para superar desafios. A sobrecarga é o inimigo.

Quem pode escapar da sobrecarga? Vivemos em uma era sem precedentes. Nossa época não é apenas diferente das anteriores qualitativamente, mas também quantitativamente. Em 1980, havia em média 12 mil itens nos supermercados. Hoje, são quase 30 mil – incluindo variedades do mesmo produto com rótulos diferentes. Os assinantes de alguns pacotes da TV paga podem escolher assistir a centenas de filmes cada mês. Conforme o leque das escolhas se amplia em nosso mundo pessoal, aumenta a possibilidade de ficarmos sobrecarregados, e, em vez de nos libertar, as escolhas nos aprisionam, entediam e debilitam.

Alguém pode justificar sua extravagância, afirmando: “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Isso significa que você pode voar? Você não pode voar nem ficar seis meses sem comer, tampouco ter saúde, ficando o tempo todo sobrecarregado. Deus não pretendia que essa frase bíblica servisse de pretexto para um comportamento desenfreado. O Criador estabeleceu limites e os colocou dentro de nós para nossa proteção. Quando os ultrapassamos, colocamos a própria vida e a dos outros em perigo.

Compreender o conceito de sobrecarga nos ajuda a lidar com os limites físicos, emocionais e mentais.

Veja como é fácil reconhecer a extrapolação dos limites físicos. Uma sala de estar é agradável quando possui assentos suficientes para acomodar nossos convidados, mas ela se tornaria inviável, se tentássemos ocupá-la com uma quantidade de poltronas ou cadeiras que ultrapassa seu espaço físico. O excesso de mobília torna o ambiente incômodo e impróprio para receber nossas visitas.

O sono pode servir como outro exemplo. Todos temos necessidade de dormir e precisamos respeitar nosso limite de sono. Caso contrário, a fadiga, a exaustão e a fraqueza tomam conta do corpo.

Igualmente, cada pessoa tem seu limite de tolerância para cargas emocionais ou mentais. A extrapolação resulta em ansiedade, hostilidade, depressão ou ressentimentos. E os sintomas se estendem para úlceras, gastrites e crises nervosas.

Não é vontade de Deus que fiquemos sobrecarregados continuamente. Ele sabe que, quando ultrapassamos os limites, corremos o risco de nos tornar pessoas inúteis e infelizes. Esqueçamos a ideia de que Deus quer que sejamos super-homens ou super-mulheres, usando como desculpa o pensamento de que “posso todas as coisas nAquele que me fortalece”.

Paulo Roberto Pinheiro (via Revista Vida e Saúde)
"Deus é misericordioso, cheio de compaixão, razoável em Seus requisitos. Ele não nos pede que sigamos uma maneira de proceder que dará em resultado a perda de nossa saúde física, ou o enfraquecimento das faculdades mentais. Ele não quer que trabalhemos sob pressão ou tensão até ficarmos exaustos, com prostração nervosa. [...] Achando-se esgotado no corpo e na mente, deve afastar-se e descansar um pouco, não para satisfação egoísta, mas para que esteja melhor preparado para os deveres futuros. Temos um inimigo vigilante, que se acha sempre em nossas pegadas, pronto a se aproveitar de qualquer fraqueza que possa auxiliá-lo em tornar suas tentações eficazes. Quando a mente está esgotada e o corpo enfraquecido, ele intensifica sobre a alma suas mais cruéis tentações. Economize suas forças e, quando fatigado pela lida, vá à parte, e comungue com Jesus." (Ellen G. White - Obreiros Evangélicos, pp. 243-246)

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

10 alertas sobre os perigos da ostentação

Um dos principais malefícios que uma sociedade de consumo igual a nossa pode trazer é o desejo incontrolável e insaciável de ostentar. A ostentação nada mais é do que o ato de expor o máximo possível uma situação ou alguma coisa adquirida, o que, dentro da lógica consumista, fútil e alienada da sociedade contemporânea, é visto como natural. Portanto, crente que ostenta posição, bens ou qualquer outro atributo está indo diretamente contra aquilo que o Mestre ensinou. Ellen G. White diz:
"Não obstante, Jesus fugia à ostentação. Durante todos os anos de Sua residência em Nazaré, não fez exibição de Seu miraculoso poder. Não buscou altas posições, nem pretendeu nenhum título. Sua vida quieta e simples, e mesmo o silêncio das Escrituras a respeito dos primeiros anos de Sua vida, ensinam importante lição." (O Desejado de Todas as Nações, p. 43)
A Palavra de Deus também nos deixa um aviso importante sobre esse assunto:
"Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo." (João 2:16)
É verdade que o mundo de hoje não incentiva nem um pouco a modéstia. Mas isso não surpreende quem estuda a Bíblia. Como assim? Ao falar dos “últimos dias”, a Bíblia predisse que os humanos, no geral, seriam “avarentos, vaidosos... e cheios de orgulho." (2 Timóteo 3:1-5, BLH). Nesse contexto social, pessoas que ostentam seus bens se sentem bem à vontade. Mas Deus nos incentiva a ‘ficar longe dessa gente’, para que não nos tornemos como elas.

Segue abaixo, dez alertas de Ellen G. White sobre os perigos da ostentação em vários contextos:

1. OSTENTAÇÃO TRANSITÓRIA 
"O egoísmo tem penetrado e se tem apoderado do que pertence a Deus. Isso é cobiça, que é idolatria. Os homens monopolizam o que Deus lhes emprestou, como se isso fosse propriedade sua, para delas fazerem o que lhes aprouver. Quando seu poder de angariar riquezas é satisfeito, pensam que suas posses os tornam valiosos à vista de Deus. Isso é uma cilada, um engano de Satanás. Que valem a pompa e a ostentação exteriores? Que ganham os homens e mulheres com o orgulho e a condescendência própria? 'Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? ou que dará o homem em recompensa da sua alma?' O tesouro terreno é transitório. Somente por Cristo poderemos obter riquezas eternas. A riqueza que Ele dá está acima de toda avaliação.” (Conselhos sobre Mordomia, p. 54)
2. OSTENTAÇÃO NA CASA DE DEUS
"Em vista do que o Céu está fazendo pelos perdidos, como podem os que são participantes das riquezas da graça de Cristo deixar de mostrar interesse e simpatia pelos seus semelhantes? Como podem deixar-se levar por orgulho de classe e desprezar os desafortunados e pobres? No entanto é bastante certo que o orgulho de posição que prevalece no mundo e a opressão aos pobres, existe também entre os professos seguidores de Cristo. Os homens se apropriam de dons que lhes haviam sido confiados para com eles abençoar a outros. Os ricos oprimem os pobres e usam os meios assim obtidos para satisfazerem o orgulho e o amor da ostentação até mesmo na casa de Deus." (The Review and Herald, 20 de Junho de 1893)
3. OSTENTAÇÃO NO VESTUÁRIO, JÓIAS E ORNAMENTOS
"No professo mundo cristão o que é gasto em extravagante ostentação, em jóias e ornamentos, daria para suprir as necessidades de todos os famintos e vestir todos os nus em nossas cidades; e ainda assim esses professos seguidores do manso e humilde Jesus não precisariam privar-se do necessário alimento nem do vestuário confortável. Que dirão esses membros da igreja quando confrontados no dia de Deus com os pobres dignos, os aflitos, as viúvas e os órfãos, que têm conhecido a pungente carência para as mínimas necessidades da vida, ao passo que foram despendidos por esses professos seguidores de Cristo para vestuário supérfluo e desnecessários ornamentos expressamente proibidos pela Palavra de Deus, recursos suficientes para suprir todas as suas necessidades? O fim de todas as coisas está perto e Deus convida os homens a lançarem fora os seus ídolos, a se separarem de cada desejo extravagante, a não condescenderem com nada que seja simplesmente para ostentação e exibicionismo." (The Review and Herald, 21 de Novembro de 1878) 
4. OSTENTAÇÃO BLOQUEIA A OBRA DE DEUS
"O caminho para a edificação e progresso da causa de Deus é bloqueado pelo egoísmo, pelo orgulho, pela cobiça, pela extravagância e amor à ostentação. Sobre toda a igreja recai a solene responsabilidade de fazer prosperar cada ramo da obra. Se seus membros seguirem a Cristo, negarão a inclinação do exibicionismo, o amor dos vestidos, das casas elegantes e custoso mobiliário. É preciso que haja muito maior humildade, muito maior distinção do mundo, entre os adventistas do sétimo dia, doutro modo Deus não nos aceitará, seja qual for nossa posição ou o caráter da obra em que estivermos empenhados." (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 131)
5. OSTENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO
"Ensinem-se os alunos a conservarem cuidadosamente o que lhes pertence, bem como o que é da escola. Importa fazê-los compreender o dever de limitarem toda despesa desnecessária, seja na escola, seja quando viajam indo para casa ou vindo. A abnegação é coisa essencial. Precisamos dar ouvidos às instruções dadas, porquanto nos vamos aproximando do fim do tempo. Seremos cada vez mais obrigados a planejar, idear e fazer economia. Como indivíduos e administradores das instituições do Senhor, teremos de cortar necessariamente tudo quanto vise mera ostentação, pondo as despesas dentro dos estreitos limites de nossas rendas." (Conselhos sobre Educação, p. 195)
6. OSTENTAÇÃO NAS FAMÍLIAS
"Pais, por amor de Cristo não empreguem o dinheiro do Senhor na condescendência com as fantasias de seus filhos. Não os ensinem a procurar a moda e a ostentação, a fim de alcançarem influência no mundo. Será que isso vai ajudá-los a salvarem as almas por quem Cristo morreu? Não; suscitará inveja, ciúme e más suspeitas. Seus filhos serão induzidos a competir com a ostentação e extravagância do mundo, e a gastar o dinheiro do Senhor no que não é essencial para a saúde ou a felicidade." (Conselhos para a Igreja, p. 288)
7. OSTENTAÇÃO NOS LARES
"Uma residência dispendiosa, mobília trabalhada, ostentação, luxo e conforto não proporcionam as condições essenciais a uma vida útil e feliz. Mesmo na mesa, os arranjos, a moda e a ostentação exercem sua perniciosa influência. O preparo saudável do alimento se torna questão secundária." (A Ciência do Bom Viver, p. 365)
8. OSTENTAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES
"Como indivíduos e administradores das instituições do Senhor, teremos de cortar necessariamente tudo quanto vise mera ostentação, pondo as despesas dentro dos estreitos limites de nossas rendas. Não são numerosas instituições, grandes edifícios ou larga ostentação o que Deus requer, mas a ação harmoniosa de um povo peculiar, um povo escolhido por Deus, e precioso." (Conselhos sobre Educação, p. 195)
9. OSTENTAÇÃO NO TESTEMUNHO
"São servos infiéis os que tentam dirigir outros, tendo a pretensão de guiar almas no caminho da santidade, enquanto sua própria vida revela o orgulho, o amor dos prazeres e da ostentação. Sua vida não está de acordo com sua profissão; sua influência é uma ofensa a Deus." (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 91)
10. OSTENTAÇÃO NO EVANGELISMO
"O bom êxito não depende de ostentação. Alguns ministros cometem o erro de pensar que o sucesso depende de arrastar uma grande congregação pelo aparato exterior, anunciando depois a mensagem da verdade em estilo teatral. Isso, porém, é empregar fogo comum, em lugar de fogo sagrado ateado por Deus. O Senhor não é glorificado por essa maneira de trabalhar. Não é a ostentação, a aparência imponente o que representa de maneira correta a obra que devemos realizar como povo escolhido de Deus. O caminho para a edificação e progresso da causa de Deus é bloqueado pelo egoísmo, pelo orgulho, pela cobiça, pela extravagância e amor à ostentação." (Evangelismo, p. 136)