sexta-feira, 30 de setembro de 2022

SEJA FEITA A TUA VONTADE

A vida consiste numa série de escolhas. Enquanto algumas delas são relativamente sem importância, outras são cruciais e de consequências muito abrangentes. Em algum momento, cada um de nós tem de tomar decisões acerca de três importantes assuntos. Primeiro, determinamos o papel que Deus e a religião vão exercer em nossa vida. Segundo, escolhemos uma carreira ou profissão. Terceiro, decidimos casar-nos ou não, e quem será o(a) nosso(a) parceiro(a) na vida.

À medida que a vida avança, continuamos a fazer escolhas: que universidade vou frequentar e que curso farei? Depois da formatura, onde vou trabalhar: estabelecer-me-ei por minha própria conta ou serei empregado numa companhia? Onde vou morar? Como vou gastar meu dinheiro? Se me casar, terei ou não filhos? Se tiver, quantos?

Através dos séculos as pessoas têm usado variados critérios para fazer escolhas. Muitos consultam amigos mais experientes ou conselheiros de confiança. Outros checam o horóscopo, consultam cartomantes, médiuns ou outras pessoas ligadas ao ocultismo.

Como cristãos desejamos obedecer a Deus ao nos depararmos com uma decisão importante. Na verdade, muitos fiéis ao redor do mundo elevam seus pensamentos a Deus, repetindo as palavras do Pai Nosso: “Seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu” (Mateus 6:10)1. O que queremos dizer quando oramos assim? Vamos recapitular o que a Bíblia nos ensina acerca do assunto da vontade de Deus.

O significado de vontade

A palavra vontade tem três sentidos básicos, que têm a ver tanto com Deus quanto com o homem.

Vontade: a habilidade e o poder de escolher. Deus tem essa habilidade e sempre a exercita. Num determinado momento, Ele decidiu criar o Universo e enchê-lo de criaturas inteligentes. Escolheu igualmente organizar este planeta e criar Adão e Eva para viver nele. Mais tarde escolheu Abraão e seus descendentes para serem Seu povo especial. Também decidiu vir a este mundo como humano para nos resgatar do pecado, por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

O Criador deu aos seres humanos a capacidade de fazer escolhas. Esse é um aspecto importante de sermos criados à imagem de Deus. Podemos obedecer ou desobedecer a Deus e enfrentar as conseqüências. (veja, por exemplo, Deuteronômio 30:15, 19 e 20; Apocalipse 3:20). Deus respeita e protege nossa liberdade individual de escolha. Na verdade, Ele quer que a exerçamos, fazendo boas escolhas e assim desenvolveremos o caráter.

Vontade: o desejo de fazer alguma coisa ou alcançar um objetivo. Deus, cujo caráter é uma perfeita combinação de misericórdia e justiça, sempre quer o melhor para Suas criaturas (Jeremias 29:11); Ele nunca Se inclina para o mal (Tiago 1:13). Também quer que todas as pessoas sejam salvas (I Timóteo 2:3, 4) e cresçam espiritualmente (Colossenses 1:9, 10).

Nós, seres humanos, também temos o desejo de fazer coisas e realizar algo. Às vezes o que queremos fazer é contrário ao que sabemos ser direito. Porque o pecado afetou nossa vontade, freqüentemente tomamos decisões egoístas e destrutivas. O apóstolo Paulo estava ciente dessa tendência. Ele escreveu: “Não faço o que desejo, mas o que odeio” (Romanos 7:15, 18-20).

Vontade: propósito, determinação ou plano. Paulo fala do plano de Deus que opera “todas as coisas segundo o propósito da Sua vontade” (Efésios 1:11). Seu plano de salvação, por exemplo, foi elaborado antes mesmo da criação do mundo (I Pedro 1:18-20). Cristo veio a este planeta no momento preciso estabelecido no grande plano da salvação (Gálatas 4:4, 5). Deus sabe o dia e a hora em que Cristo vai voltar a este mundo em glória (Mateus 24:26, 27). Ele designou um dia no qual haverá de julgar todas as pessoas que já viveram (Atos 17:31). Em alguns casos Deus tem revelado partes de Seu grande plano através das profecias. Daniel capítulo 2, por exemplo, delineia os poderes do mundo que têm controlado a história humana desde o império babilônico até o fim dos tempos. Apocalipse 2 e 3 apresentam vários estágios da história do cristianismo.

Seres humanos sempre têm propósitos ou planos. Ao contrário de Deus, porém, nem sempre podemos levar esses planos adiante, ou por que não temos os recursos necessários ou por que as circunstâncias mudam e fogem ao nosso controle.

Um dos tópicos mais intrigantes para os cristãos que acreditam na Bíblia é como Deus vai realizar Seu plano segundo Sua vontade soberana e, ao mesmo tempo, preservar e respeitar a livre escolha de Suas criaturas. Isso levou Paulo a exclamar: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos e inescrutáveis os Seus caminhos!” (Romanos 11:33).

Por que é importante conhecer a vontade de Deus para nossa vida?

Temos de admitir que em nossa condição natural, estamos completamente desinteressados de saber a vontade de Deus. Mesmo quando sabemos o que Deus deseja para nós, temos a tendência de rejeitar ou agir de maneira contrária à vontade dEle. Em outras palavras, rebelamo-nos contra Deus.

Porém, o Senhor anela mudar nossa atitude com relação a Ele, para que possa ser nosso Salvador e Amigo. Ele quer que O conheçamos, amemos e obedeçamos. É por isso que o divino Espírito Santo constantemente fala à nossa consciência, rogando: “Meu filho, dê-me o seu coração; mantenha os seus olhos em meus caminhos” (Provérbios 23:26). Ele nos quer mostrar o caminho de volta e guiar-nos em nossas decisões (Salmo 32:8, 9). Paulo nos encoraja a nos tornarmos especialistas em conhecer a vontade de Deus (Efésios 5:16-17). Se escolhermos obedecê-Lo, Ele nos assegurará uma eternidade em Sua presença (Mateus 7:21, I João 2:17).

Por outro lado, Satanás deseja manter-nos separados de Deus e em rebelião contra Ele. Mesmo quando dizemos “sim” para Deus, Satanás, nosso inimigo, tenta nos afastar para longe dEle. Essa provação constante é chamada de tentação. Cada dia, um drama se desenrola em nossa consciência. Por meio do Espírito Santo, Deus nos convida a alinharmos nossa vontade com a Sua, enquanto Satanás procura nos convencer de que Deus não nos ama e está na verdade nos privando de realmente vivermos “uma vida boa.” Quanto mais persistimos em obedecer a Deus, mais fraca se torna a tentação, porque Deus mesmo fortalece a nossa vontade.

Quando compreendemos a batalha feroz e decisiva na qual estamos engajados, também entendemos porque Deus está tão interessado em nossa saúde física e mental. Ele não quer que nada afete nossa capacidade de escolher livre e inteligentemente entre obediência e desobediência. É por isso que Ele nos pede que mantenhamos o corpo livre de substâncias químicas que nos anuviam o pensamento, e a mente livre de influências negativas que nos alcançam por meio daquilo que lemos, assistimos ou ouvimos. Nada deveria impedir-nos de ouvir claramente Sua meiga voz em nossa consciência.

Existem condições?

Deus estabeleceu três condições básicas para conhecermos Sua vontade em nossa vida:

Confiança: Acredito que Deus é amor e justiça? Se não acreditarmos que Deus existe e deseja o melhor para nós, é impossível compreender Sua vontade (Hebreus 11:6).

Obediência: Decidi-me a obedecê-Lo em tudo aquilo no qual Ele já revelou Sua vontade? Isso requer que tiremos de nossa vida todo pecado ou rebelião de que tenhamos consciência. “Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria” (Salmo 66:18). Mas, “se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, Ele nos ouvirá” (I João 5:14). Mark Twain escreveu ironicamente: “O que me preocupa não são as partes da Bíblia que não compreendo, mas aquelas que compreendo muito bem!”

Submissão: Estou pronto para obedecer ao que Deus revelar-me como Sua vontade? Isso requer uma atitude especial, porque nossa tendência natural é dizer a Ele: “Mostra-me a Tua vontade para minha vida, Senhor, para que eu decida se vou obedecê-Lo ou não!” É como a oração daquele jovem que disse: “Senhor, quero servi-Lo como missionário. Estou pronto para ir a qualquer lugar do mundo, desde que o salário seja bom e o clima agradável!” Essa atitude é baseada no conceito errôneo de que conhecemos melhor do que Deus aquilo que é mais perfeito para nós, e que Ele não está interessado em nossa felicidade ou salvação eterna.

Como devemos proceder?

Há cinco fatores que podem ajudar-nos a conhecer a vontade de Deus, tanto Seu desejo quanto Seu plano para nossa vida. Vamos recapitulá-los.

1. A Bíblia: nas Escrituras, Deus revelou Sua vontade geral (desejo e propósito) para todas as pessoas de todos os tempos. As instruções acerca de Deus contidas na Bíblia são mais específicas do que muitos de nós pensamos. Deveríamos estudá-la regularmente, tanto individualmente quanto em grupo. Na Palavra de Deus, encontramos instruções e exemplos relacionados à nossa salvação, atitude com relação a Deus e outros seres humanos, família, trabalho, finanças, estilo de vida, hábitos e assim por diante.

Paulo diz que nas Escrituras achamos toda a instrução de que necessitamos para termos uma vida boa e obtermos a vida eterna (II Timóteo 3:15-17). Os cristãos atentam para os Dez Mandamentos (Êxodo 20:3-17) a fim de encontrar os grandes princípios morais que definem nosso relacionamento com Deus e com nossos semelhantes (Lucas 10:27). Ao aceitarmos a Jesus como nosso Salvador e Amigo, orientamos nossa vida por esses princípios como uma expressão de nosso amor por Ele. Jesus não somente nos oferece um modelo perfeito de como esses mandamentos podem ser obedecidos num mundo real, mas também salienta a importância deles, destacando suas implicações (Mateus capítulos 5 a 7).

As Escrituras revelam igualmente a vontade de Deus por meio da vida de homens e mulheres, e mostra os resultados de se viver segundo esses princípios ou se rebelar contra eles.

2. O Espírito Santo: Deus nos revela Sua vontade por meio do Espírito Santo falando à nossa consciência. O Espírito Santo é o próprio Deus falando à nossa vontade por meio de nossa consciência (Isaías 30:21). É claro que nossa consciência nem sempre ou necessariamente é a voz de Deus. Ela é o meio através do qual Deus pode falar à nossa vontade. Embora o Espírito Santo tenha sempre atuado nos assuntos humanos desde a criação, foi depois que Jesus completou Seu ministério na Terra que Ele atribuiu um ministério especial ao Espírito Santo (Atos 1:8).

Há momentos em que podemos ouvir a voz do Espírito falando-nos mais claramente e nos quais estamos mais susceptíveis à Sua influência. Isso ocorre quando oramos e permanecemos em silêncio aguardando a resposta de Deus. Isso também pode acontecer quando estudamos uma passagem bíblica, refletimos nela e pedimos que o Espírito Santo nos ensine. Além disso, podemos ouvir a voz de Deus quando nos unimos a outros crentes em adoração, cantando, orando, louvando, compartilhando experiências e ouvindo a pregação da Palavra de Deus.

O Espírito Santo nos ajuda a compreender verdades espirituais (João 16:13) e nos capacita a fazer a vontade de Deus (veja Filipenses 2:13; Hebreus 13:20, 21). O Espírito também estimula nossa imaginação e nos permite compreender a plenitude que experimentamos quando fazemos o que Deus deseja. Ele também nos concede alegria ao obedecermos à Sua vontade (veja o Salmo 37:3-6).

3. As providências da vida: Deus nos ajuda a discernir Sua vontade quando interpretamos sabiamente as circunstâncias e os eventos de nossa vida. Quando tomamos a iniciativa e seguimos em determinada direção, Deus freqüentemente abre ou fecha as portas da oportunidade para nós. Mas, como alguém disse: “Deus não pode guiar um carro estacionado.” Aqui estão alguns exemplos de portas abertas e fechadas: você solicita admissão em três universidades e apenas uma o aceita e lhe dá uma bolsa de estudos. Você pede emprego em duas companhias e apenas uma permite que você honre o sábado. Você encontra alguém num aparente encontro eventual e a conversa o ajuda a tomar uma decisão.

Encontramos na Bíblia vários casos de eventos circunstanciais que Deus usou para revelar Sua vontade. Quando os irmãos de José estavam para matá-lo por causa da inveja, uma caravana de mercadores apareceu e o levou como escravo (Gênesis 37:12-28). Anos mais tarde, sendo José o primeiro-ministro do Egito, disse a seus irmãos que foi Deus que, em Sua providência, o enviara àquele país para preservar sua vida e a vida de toda a sua família (Gênesis 45:7-8).

Rebeca trouxe seu rebanho para beber num poço onde, no mesmo instante, estava Eliezer, servo de Abraão, pedindo a Deus em oração que o ajudasse a encontrar uma boa esposa para Isaque (Gênesis 24:12-46).

Dois eventos da vida de Paulo mostram a providência em ação. Numa de suas viagens missionárias, era a intenção de Paulo pregar o evangelho nos lugares que hoje pertencem à moderna Turquia, mas por duas vezes o Espírito Santo o impediu de ir naquela direção e o fez levar as boas-novas da salvação à Europa (Atos 16:6-10). Noutra ocasião, o apóstolo sentiu a necessidade de viajar a Roma e pregar na capital do império (Atos 19:21); mais tarde ele pôde, de fato, pregar em Roma, mas não como um homem livre, senão como um prisioneiro (Atos 23:11; Filipenses 1:12, 13).

Em cada caso, precisamos interpretar os eventos circunstanciais assegurando-nos de que eles se alinhem com as instruções gerais da Bíblia e a guia interior do Espírito Santo, em vez de contradizê-los.

4. Conselheiros cristãos: pessoas sábias e experientes podem nos ajudar a aplicar os princípios gerais da Bíblia a casos particulares. Podemos ser grandemente beneficiados numa conversa franca com pessoas que nos conhecem (Provérbios 11:14). Obviamente, pais cristãos podem desempenhar essa função (Provérbios 23:22). Também podemos beneficiar-nos da orientação de professores ou mentores cristãos, os quais conhecemos e em quem confiamos. Às vezes, experientes pastores, capelães e líderes da igreja podem desempenhar essa importante função2 (o apóstolo Paulo ouviu os conselheiros de Éfeso durante o distúrbio e não foi ao teatro como planejara; isso provavelmente salvou-lhe a vida. Veja Atos 19:30, 31).

A interação com essas pessoas é útil porque elas podem olhar para nossa situação com certo grau de objetividade. Elas podem fazer perguntas que nos ajudam a clarificar nosso próprio pensamento, e sugerir opções que não havíamos considerado. É claro, se somos casados, deveríamos discutir os planos em profundidade com a(o) esposa(o) e mesmo os filhos, avaliando os prós e contras, porque muitas vezes eles também serão afetados por nossas decisões.

5. Reflexão pessoal: avaliamos os quatro fatores anteriores e tomamos a decisão final. Nesse ponto sintetizamos aquilo que aprendemos no processo, possivelmente preparando uma lista de opções com os aspectos negativos e positivos. Levamos em consideração os princípios encontrados nas Escrituras, os pensamentos que o Espírito Santo nos traz à mente, o senso de direção que percebemos nos eventos, e o conselho recebido das pessoas em quem confiamos. O inventário (“Antes de tomar uma decisão importante”) pode ajudá-lo no processo.

Isso é essencial porque não deveríamos confiar demais em nossa própria opinião, que com freqüência é parcial e limitada. O conselho bíblico é claro: “Não se apóie em seu próprio entendimento” (Provérbios 3:5). “Há caminho que parece reto ao homem, mas no final conduz à morte” (Provérbios 16:25). Ainda assim a decisão final deve ser nossa. Devemos identificar nossa escolha, sentir-nos confortáveis com ela e então prosseguir.

Apesar de dar esses passos, é possível ainda cometermos erros, mas Deus é paciente conosco (Salmo 103:13-14). Deveríamos pedir perdão, replanejar nossas ações e começar de novo.

Conclusão

Durante Seu ministério, Jesus repetiu uma mesma história com algumas variações. É a parábola de um homem que tinha uma fazenda. Antes de se ausentar por um tempo, ele pediu aos servos que cuidassem de seus negócios durante o período em que estivesse longe. Ao retornar, o homem pede um relatório sobre o cumprimento das responsabilidades por parte dos servos. De igual modo, Ele contou a história de um homem rico que confiou parte de sua fortuna a vários empregados, e depois de algum tempo requer uma relação das ocorrências.

A mensagem básica é a mesma: Deus nos deu vida, talentos, oportunidades e opções. Ele nos anima a agirmos com fidelidade e prudência. Ele nos proporciona as diretrizes e então nos permite fazer escolhas. Ele Se alegra quando tomamos decisões sábias e está desejoso de nos ajudar a recomeçarmos após uma escolha malfeita.

Deus quer que tomemos boas decisões. Sua promessa é certa: “Este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; Ele será o nosso guia até o fim” (Salmo 48:14). Diante de decisões importantes, oremos como Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo Te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23, 24).

Humberto M. Rasi (via Revista Diálogo)

REFERÊNCIAS

  1. Todas as referências bíblicas neste artigo são da Nova Versão Internacional.
  2. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White tem proporcionado diretrizes inspiradas e adequadas com respeito a muitos aspectos da vida cristã, baseadas nos princípios das Escrituras. Através dos anos, os adventistas têm consultado seus escritos e encontrado conselhos confiáveis para tomarem decisões sábias.
  3. Adaptado de Dwight L. Carlson, Living God's Will, pp.153-156.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

DEVEMOS MANTER NOSSO VOTO EM SEGREDO?

Sejam quais forem as opiniões que tenhais em relação a dar o vosso voto em questões políticas, não as deveis proclamar pela pena ou pela voz. Nosso povo deve silenciar acerca de questões que não têm relação com a terceira mensagem angélica.

Se já um povo se deveu aproximar de Deus, esse é o povo Adventista do Sétimo Dia. Têm sido feitos admiráveis projetos e planos. Tem-se apoderado de homens e mulheres um ardente desejo de proclamar alguma coisa, ou ligar-se com alguma coisa; eles não sabem o quê. O silêncio de Cristo sobre muitos assuntos, porém, era verdadeira eloquência.

Irmãos, não vos lembrais de que a nenhum de vós foi imposta pelo Senhor qualquer responsabilidade de publicar suas preferências políticas em nossas publicações, ou de sobre elas falar na congregação, quando o povo se reúne para ouvir a Palavra do Senhor.

Não devemos, como um povo, envolver-nos em questões políticas. Todos fariam bem em dar ouvidos à Palavra de Deus: Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos em luta política, nem vos vinculeis a eles em suas ligações. Não há terreno seguro em que possam estar e trabalhar juntos. O fiel e o infiel não têm terreno neutro em que possam encontrar-se.

Aquele que transgride um dos preceitos dos mandamentos de Deus é transgressor de toda a lei. Mantende secreto o vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo o mundo para fazer como fazeis.1

Existem, entre os que professam crer na verdade presente, alguns que serão assim incitados a exprimir seus sentimentos e suas preferências políticas, de maneira que se introduzirá na igreja a divisão. O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência. Cristo convida Seus seguidores a chegarem à unidade nos puros princípios evangélicos que são positivamente revelados na Palavra de Deus. Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político.

Os que são genuinamente cristãos são ramos da Videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo.

Que devemos então fazer? - Deixai os assuntos políticos em paz.2

1. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, pp. 336-337.
2. Idem, Obreiros Evangélicos, pp. 391-392.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

PÚLPITO NÃO É LUGAR DE POLÍTICA

Como disse Hermes C. Fernandes, conferencista, autor, psicólogo e doutor em Ciência da Religião em seu
blog, "uma igreja que converteu seu púlpito em palanque político precisa se desconverter. Um pastor que se converteu em cabo eleitoral tem que se desconverter ou abandonar o ministério".

Política é o palco do poder. E poder é a imposição de uma vontade sobre a outra. Sempre que a vontade de alguém é substituída pela de outra pessoa estamos diante de uma manifestação de poder e, portanto, de algum nível de política. Geralmente, as discussões políticas giram em torno da busca por um mundo melhor construído pelo homem. Entretanto, de acordo com a cosmovisão bíblica, isso é impossível. Como reflexo de nossa realidade, as discussões sobre ideologias políticas também alcançaram os líderes religiosos. Contudo, parece que esse assunto não deveria ocupar o tempo dos ministros do evangelho. Ellen White escreveu: “O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência. Cristo convida Seus seguidores a chegar à unidade nos puros princípios evangélicos que são positivamente revelados na Palavra de Deus.”1

Líderes cristãos podem defender plenamente algum posicionamento político? O uso do púlpito para a promoção de veículos de propaganda política não está de acordo com o documento oficial que instrui a respeito da postura dos adventistas em relação à política. De acordo com o documento, a IASD “não autoriza o uso do espaço físico de seus templos, sedes administrativas e instituições para qualquer tipo de propaganda político-partidária-eleitoral”; e alerta que pastores “devem ter constante cuidado para não dar declarações que demonstrem preferências por ideologias, candidatos ou partidos.”

Poucas questões políticas são verdadeiramente espirituais. A liberdade religiosa é uma delas; possivelmente, a de maior relevância. É também a mais recorrente na história. A Bíblia mostra casos de violência e de perseguição gerados simplesmente contra a liberdade que as pessoas têm de adorar a Deus. As histórias de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, Daniel, Estevão e Paulo dão testemunho disso. Mesmo que os cristãos reconheçam o papel da autoridade temporal (Mc 12:13-17; At 26:9-12; Rm 13:1-7; 1Tm 2:1, 2; Tt 3:1, 2; 1Pe 2:13-17), continuam sendo alvo de perseguição por parte de outros indivíduos por causa da liberdade religiosa. 

Um segundo aspecto também merece atenção. Quando alguém se torna cristão, ele admite a cosmovisão bíblica como normativa para si. A Bíblia se torna o critério pelo qual a realidade é julgada, incluindo as ideologias políticas, filosóficas, científicas ou de qualquer outra natureza que se apresentem. Assim, caso o cristão queira adotar uma ideologia para viver, ela competirá com a autoridade da Palavra de Deus, e o resultado desse embate mostrará o que é mais importante para ele: se as Sagradas Escrituras ou as ideologias humanas. Ainda, se o reino de Deus não é deste mundo (Jo 18:36), e se os filhos de Deus também não são (Jo 17:14, 16, 18), por que adotar uma ideologia do mundo? Por acaso, querem viver no mundo para sempre? A admoestação de Paulo parece ser apropriada nesse sentido: “Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo” (Cl 2:8, NVI).

Independentemente das condições de vida de um país, a Bíblia chama as pessoas a se arrepender e crer no evangelho, proclamando que o reino de Deus está próximo. Essa é a essência da mensagem divina do Antigo ao Novo Testamento. Esse é o cerne da pregação dos reformadores do século 16, dos mileritas do século 19 e dos adventistas até a segunda vinda de Jesus. Todos os mensageiros evangélicos da história viveram em cidades com melhores ou piores condições de vida, com gente brigando por poder, mas não colocaram sua atenção no sistema nem nas circunstâncias. Em vez disso, pregaram a mensagem de juízo e de salvação, levando os ouvintes a decidir sobre seu destino eterno.

Se não pregarmos a Bíblia, quem pregará? Se misturarmos a Bíblia e a política, a Palavra de Deus será rebaixada à condição humana. Se os ministros de Deus se concentrarem nas coisas deste mundo, quem serão os pregadores do evangelho de Jesus? Quem anunciará a esperança da vida eterna? A quem as pessoas recorrerão quando quiserem aprender as Escrituras? “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão Naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10:13, 14). “Vós sois o sal da Terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5:13).

Se um pastor acha que prestaria um serviço melhor à humanidade por meio da política, não deveria ser coerente e deixar o ministério pastoral, dedicando-se à carreira política integralmente? Ellen White foi muito contundente quanto a esse assunto, ao escrever que “todo mestre, ministro ou dirigente em nossas fileiras que é agitado pelo desejo de ventilar suas opiniões sobre questões políticas, deve converter-se pela crença na verdade ou renunciar à sua obra”,2 afinal, “o dízimo não deve ser empregado para pagar ninguém para discursar sobre questões políticas”.3 Em vez disso, cada ministro deve se lembrar de que a “cada dia o tempo de graça de alguém se encerra. Cada hora alguns passam para além do alcance da misericórdia. E onde estão as vozes de aviso e rogo, mandando o pecador fugir desta condenação terrível? Onde estão as mãos estendidas para o fazer retroceder do caminho da morte? Onde estão os que com humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?”4 Como disse o apóstolo Paulo, “importa que os homens nos considerem como ministros de Deus” (1Co 4:1).

Ellen G. White adverte: "Queremos nós saber a melhor maneira de podermos agradar ao Salvador? Não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele. É considerando com temor e tremor toda a palavra que proferimos. No lugar em que o povo se reúne para adorar a Deus não seja pronunciada nenhuma palavra que desvie a mente do grande interesse central - Jesus Cristo, e Este crucificado".5 

E conclui: "Quando o orador, de maneira descuidada se intromete em qualquer parte, tomado pela fantasia, quando fala de política ao povo, está misturando fogo comum com o sagrado. Ele desonra a Deus. Não tem verdadeira evidência de Deus de que esteja falando a verdade. Comete para com seus ouvintes um grave mal. Pode plantar sementes que poderão lançar bem fundo suas fibrosas raízes, e elas brotam dando um fruto venenoso. Como ousam os homens fazer isso? Como ousam adiantar idéias quando não sabem com certeza de onde vieram, ou se são a verdade? [...] Sejam os discursos curtos, espirituais e elevados. Esteja o pregador cheio da Palavra do Senhor. Saiba cada homem que vai ao púlpito que tem anjos do Céu em seu auditório. Alguns dos que ficam no púlpito fazem com que os mensageiros celestiais que estão no auditório deles se envergonhem".6

Referências
1. Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 475.
2. Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 477.
3. Ibid.
4. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 92.
5. Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 331.
6. Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 337.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

O MILÊNIO E O FIM DO PECADO

À medida que vemos tragédias, desgostos, guerras, desastres e muito mais acontecendo em todo o mundo, você já se perguntou se algum dia haverá um fim para o pecado, o sofrimento e a tristeza?

A resposta é um glorioso sim! Um dia, tudo isso chegará ao fim para sempre! Mas, você pode se perguntar, como isso vai acontecer?

Como sabemos pelas Escrituras, Cristo virá novamente a esta terra para levar Seus filhos ao céu. Após a Segunda Vinda, haverá um período de mil anos chamado O Milênio, no qual todos os crentes viverão no céu, até que Satanás e o pecado sejam destruídos para sempre, e a Terra seja renovada novamente.

Nossa Crença Fundamental Adventista do Sétimo Dia #27 explica assim:

"O milênio é o reinado de mil anos, de Cristo com Seus santos, no Céu, entre a primeira e a segunda ressurreições. Durante esse tempo serão julgados os ímpios mortos; a Terra estará completamente desolada, sem habitantes humanos com vida, mas ocupada por Satanás e seus anjos. No fim desse período, Cristo com Seus santos e a Cidade Santa descerão do Céu à Terra. Os ímpios mortos serão então ressuscitados e, com Satanás e seus anjos, cercarão a cidade; mas fogo de Deus os consumirá e purificará a Terra. O Universo ficará assim eternamente livre do pecado e dos pecadores".

O livro do Apocalipse nos dá uma descrição clara de como esse período de mil anos se desenrolará:

“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo” (Apocalipse 20:1-3).

Mil anos entre a primeira e a segunda ressurreição
Este período de mil anos ocorre entre a primeira e a segunda ressurreição: a ressurreição dos justos e a ressurreição dos ímpios. Começa com Satanás sendo trancado em um abismo, junto com todos os anjos que escolheram segui-lo.

Então, onde está esse abismo onde Satanás deve ser trancado para que ele ‘não engane mais as nações’? Embora a Bíblia não o declare especificamente, podemos inferir que esse abismo se refere à terra após a ressurreição dos santos.

Todos os justos já foram levados ao céu para viver com Cristo, e os ímpios ainda estão dormindo em seus túmulos. Não há ninguém na terra para Satanás enganar. O planeta inteiro está vazio, em ruínas, sem um único ser humano.

Vejamos a descrição de Ellen G. White no livro O Grande Conflito sobre o assunto: "O escritor do Apocalipse prediz não apenas o banimento de Satanás, mas a condição de caos e desolação a que a Terra deve ser reduzida. Ele também declara que tal condição existirá durante mil anos. Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito à Terra, não terá acesso a outros mundos para tentar e molestar os que jamais caíram. É nesse sentido que ele está amarrado: não restou ninguém sobre quem ele possa exercer seu poder. Está inteiramente separado da obra de engano e ruína que, durante tantos séculos, foi seu único prazer. Durante seis mil anos, a obra de rebelião de Satanás tem feito 'estremecer a Terra' (Isaías 14:16). Ele tornou 'o mundo como um deserto' e destruiu 'suas cidades'. 'A seus cativos não deixava ir soltos' (v. 17). Durante seis mil anos, seu cárcere (o sepulcro) recebeu o povo de Deus, e ele queria conservá-los cativos para sempre. Entretanto, Cristo quebrou os seus laços, pondo em liberdade os prisioneiros. […] Durante mil anos, Satanás vagueará de um lugar para outro na Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante esse tempo, seus sofrimentos serão intensos. Desde sua queda, a vida de incessante atividade baniu a reflexão. Agora, porém, ele está despojado de seu poder e entregue a si mesmo não apenas para contemplar a parte que desempenhou desde que se rebelou contra o governo do Céu, mas para aguardar, com temor e tremor, o futuro terrível […] O cativeiro de Satanás trará alegria e júbilo ao povo de Deus. O profeta diz: 'No dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, das tuas angústias e da dura servidão com que te fizeram servir […], dirás: Como cessou o opressor!' (Isaías 14:3, 4)."

Os crentes “reinarão com Cristo por mil anos”, passando o milênio nas alegrias e maravilhas do céu.

O que reinar com Cristo implica? I Coríntios 6:2, 3 oferece esta visão: "Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!"

Registros examinados por mil anos
Durante o Milênio, teremos permissão para examinar os registros que Deus tem mantido desde o início da Terra. Você pode ler mais sobre isso em Apocalipse 20:12. Deus vai ler os registros e julgar o caso de cada pessoa que já viveu, e poderemos revisar esses registros. Saberemos, sem sombra de dúvidas, que Deus realmente é um juiz bom e justo. Ellen G. White afirma: "Em união com Cristo, os santos julgam os ímpios, decidindo cada caso de acordo com as ações praticadas no corpo. É determinada a parte que os ímpios devem sofrer, segundo as suas obras, e o registro é feito junto aos seus nomes, no livro da morte" (O Grande Conflito, p. 286).

O que Satanás fará durante e depois dos mil anos?
E o que Satanás e seus anjos farão durante os mil anos? A Bíblia nos diz que eles ficarão presos na terra sem ninguém para enganar.

Mas a questão ainda permanece, como o pecado terminará? A palavra de Deus nos assegura que o pecado um dia será destruído e a terra será restaurada novamente, assim como foi no Jardim do Éden. O livro do Apocalipse nos diz exatamente como isso acontecerá. Lemos no capítulo 20, versículos 7-10:

"Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”.

Quando Deus retorna à terra para purificá-la, Ele começa com a segunda ressurreição – a ressurreição dos ímpios. É quando todos aqueles que se rebelaram contra Deus, que recusaram Jesus e ficaram do lado de Satanás, serão trazidos de volta à vida para serem julgados.

Quando Satanás vê todas essas pessoas, ele tenta um engano final. Ele exorta todos os ímpios a se virarem e atacarem a Cidade Santa, alegando que podem conquistá-la e tomá-la como sua.

Satanás e seu exército marcham para a Cidade Santa e se preparam para atacar, mas sua rebelião dura pouco. O fogo cai do céu e os consome, deixando nada além de cinzas. Satanás e seus seguidores são totalmente destruídos.

Satanás, seus anjos e os ímpios não sofrerão para sempre, pois não são imortais
Aqueles que escolheram o lado do pecado e da rebelião serão consumidos em um instante. Satanás, porém, o responsável por todo este engano, será lançado no lago de fogo e enxofre. Apocalipse diz que Satanás queimará para todo o sempre. Isso, no entanto, não significa que Satanás passará toda a eternidade queimando em tormento.

Satanás não é imortal, nem Deus o deixaria em estado de tortura constante por toda a eternidade. As Escrituras dizem que somente os justos terão a vida eterna.

Punição de consequências eternas
No entanto, a punição de Satanás será para sempre, no sentido de que será permanente. Uma vez que Satanás é destruído, nada em toda a criação pode trazê-lo de volta. E com a morte final de Satanás, o mal também acaba, liberando o domínio que uma vez teve em nosso mundo.

É isso que as Escrituras querem dizer quando falam da “segunda morte”: uma destruição permanente da qual não pode haver ressurreição. Aqueles que experimentarem a segunda morte, nunca mais existirão, incluindo Satanás. Se você quiser saber mais sobre o milênio e o fim do pecado, convido você a visitar o site adv.st/crencas.

Após destruição do mal e da morte, nunca mais as lágrimas
João, o Revelador, descreve o que acontece depois que Satanás é destruído:

"Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Apocalipse 21:1-5).

Esta pode ser a passagem mais bonita de toda a Escritura. Ela contém a promessa final de Jesus, de que um dia Ele voltará e fará com que tudo seja perfeito novamente. Todas as feridas serão curadas, todas as perdas serão restauradas. Seremos Seu povo, como sempre fomos destinados a ser, vivendo em alegria e paz com Ele, por toda a eternidade. Que dia glorioso será esse!

Ellen G. White declara: "O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor" (O Grande Conflito, p. 678).

Ao considerarmos as coisas maravilhosas que Deus tem reservado para nós, convido você a orar comigo agora mesmo. Pai nosso que estás nos céus, obrigado por revelares para nós, no Livro do Apocalipse e em outras partes, o plano maravilhoso que criaste para restaurar esta Terra, onde haverá completa harmonia e paz, graças ao sangue de Jesus Cristo e ao poder de Deus! Obrigado pelo privilégio que teremos de viver Contigo por toda a eternidade, sem nunca mais temer as tentações e as crueldades de Satanás. Obrigado pela promessa de destruir o pecado para sempre! Agora confiamos nossas vidas em Tuas mãos, pelo poderoso nome de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Amém.

Ted Wilson (via Notícias Adventistas)

Com inserções de textos de Ellen G. White feitas pelo blog.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

URUBUS ESPIRITUAIS

Gosto de fazer longas corridas e caminhadas. Em minha cidade atual, é possível fazer isso e contemplar muita natureza ao redor, porque ela se mistura com a parte urbana e em poucos quilômetros você já está na área rural, literalmente. Esse privilégio me dá a oportunidade de fazer uma das coisas que mais amo: contemplar as belezas naturais, das plantas aos animais.

Outro dia, em uma de 12km, avistei alguns urubus voando em círculos bem ao longe. A primeira coisa que me ocorreu é que eles estavam próximos de algum animal morto, esperando para se alimentar, mas eu não entendo muito sobre o comportamento de aves de rapina, de modo que a distância foi diminuindo e eu cheguei bem debaixo de onde eles estavam.

Ao me aproximar do local, vi que havia outros urubus no chão, o cheiro forte e pútrido indicava que alguma carcaça estava bem perto. Foi nesse momento em que avistei um cachorro morto, um grande cachorro morto, possivelmente atropelado, era um cão bonito e já estava bem machucado. Não sei o porquê, mas minha primeira reação foi correr batendo os pés com força para espantá-los, e assim houve uma bela revoada de aproximadamente uma dúzia de urubus feios e magros, mas não se afastaram por completo, ficaram no entorno.

Eu gosto muito de animais, de modo que fiquei triste pelo cachorro. Pensei na vida que aquele animal havia tido, nas pessoas que havia amado, enfim, o odor não permitiu que eu me demorasse nesses pensamentos, continuei a caminhada, mas a metáfora me ocorreu imediatamente: há muitas pessoas que são urubus espirituais.

Tal pensamento aconteceu de modo tão forte que foi quase uma impressão para que esse texto fosse escrito. Confesso que demorei para fazê-lo, porque o episódio com os urubus foi há mais de 1 mês. Contudo, os fatos vão acontecendo e eu senti vontade de compartilhar essa analogia com você.

Parece que essa ave sempre está onde a morte espreita. Pesquisando um pouco, vi que são capazes de concluir o serviço caso um animal esteja ferido ou doente; beirando a morte, mas não totalmente mortos. São aves de rapina, eles se alimentam da morte ou são capazes de matar para se alimentar. É provável que você diga: “Puxa! Mas eu não conheço gente assim!” Veja, não estou julgando o comportamento do urubu, se é bom ou mal, agradável ou nojento, é apenas uma constatação. Ele tem o seu papel na natureza.

Ao longo da minha vida, conheci muitas pessoas que agem como urubus. São pessoas que, no ar, parecem elegantes e majestosas como águias altaneiras; já viu como é elegante o voo do urubu? Eles planam a favor dos ventos, asas com uma envergadura que impressiona qualquer ave menor. No céu são lindos e nobres, mas só quando você chega perto é capaz de perceber como realmente são. Assim, essas pessoas são elegantes e agradáveis nos púlpitos das igrejas, mas você já as viu de perto?

Conheço gente-urubu que adora ficar sobrevoando em torno de fofocas, gostam de planar sobre situações tristes e desesperadoras, estão sempre no entorno dos feridos ou machucados pelo pecado para que, na primeira oportunidade, possam lhes cravar as garras pontiagudas da maledicência e dilacerar com uma bicada aguçada de maldade.

Eu já frequentei igrejas com urubus espirituais. São aquelas pessoas sobre as quais o Salmo 1 adverte. E não se engane: pastores e líderes não escapam dessa categoria! Sempre que houver pessoas amontoadas para ouvir uma fofoca que machuca, fere e mata a reputação de alguém, você estará diante de urubus espirituais.

Esses dias, uma amiga me contou que um pastor de uma cidade do interior proibiu a filha dela de cantar porque havia pedido para uma diretora de música pesquisar nas redes sociais da jovem e a viram com joias, e mesmo com a carta de referência o zeloso pastor queria resguardar seu rebanho do mal que aquele “pecado” poderia causar. Ele apenas fez com que uma família inteira ficasse magoada e que a moça tivesse uma crise de ansiedade que já estava tratando agravada. Feriu! Quase matou espiritualmente! Mas ele não contava que ela tivesse uma família para protegê-la com propriedade, não permitiram que ele, o ancião e a diretora de música continuassem beliscando a “carne” dessa jovem. Pensei: urubus espirituais!

Parece que tem gente que fica mais feliz quando os únicos pecadores dentro da igreja são eles mesmos, aves de rapina sombrias e fétidas ou aqueles que sejam semelhantes a elas. Podem até se parecer com águias quando estão exercendo suas atividades de voo, mas ao final, só querem comer a carne de quem já está ferido, quase morto, pensando que isso purificará sua comunidade.

Os urubus espirituais não querem outra coisa senão a morte, porque é dela que eles se alimentam. Quando vir um deles, ou um grupo reunido, bata os pés com força, eles são medrosos e voam para longe. Protejam os feridos, não deixe que morram. Depois, apenas continue a caminhada!

Leonardo Tonasso (via facebook)

"Digo com tristeza que existem entre os membros de igreja línguas desenfreadas. Há línguas falsas, que se alimentam com a maldade. Há línguas astutas, que segredam. Há loquacidade, impertinente intrometimento, insinuações hábeis. Entre os amantes da tagarelice, alguns são atuados pela curiosidade, outros pela inveja, muitos pelo ódio contra aqueles por meio dos quais Deus falou para os reprovar. Alguns ocultam seus sentimentos reais, enquanto outros estão ansiosos por divulgar tudo que sabem, ou mesmo suspeitam, dos males alheios. Enquanto muitos negligenciam sua própria alma, vigiam ansiosamente por uma oportunidade para criticar e condenar os outros" (Ellen G. White - Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 22-24).

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

VAZIO EXISTENCIAL

Apesar do “vazio” ser descrito como ausência de algo, no campo da psicologia esta dimensão se define por um sofrimento, um mal-estar e uma profunda tristeza. A frustração pessoal, a dor de uma infância complicada, o fracasso ou mesmo o estresse e a ansiedade podem evoluir para este buraco negro existencial. É um momento banhado de questionamentos sobre a própria existência, sobre seus objetivos, suas próprias características e o rumo que sua vida está levando.

E como preencher esse vazio existencial?

Em Eclesiastes 3:11, Salomão fala de forma enfática que “tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”. Segundo o texto bíblico, na criação, Deus colocou no coração do homem a eternidade, algo eterno, algo maior do que tudo que pensamos ou fazemos ou planejamos. O que significa isso? Isso quer dizer que, como Deus pôs no coração do homem o anseio pelo infinito, logo as coisas finitas não podem em toda a sua plenitude preencher o coração do homem. Isto é notório na sociedade como um todo. De acordo com as Sagradas Escrituras, fomos feitos à imagem de Deus (Gn 1:26, 27). Temos uma necessidade interna de nos relacionarmos com Deus. Deixar de fazê-lo resulta num vazio do coração humano.

Indubitavelmente, uma “insatisfação divina” permeia a experiência humana, o que nos leva a indagar se existe alguma coisa capaz de satisfazer a busca do homem pela satisfação dos desejos do seu coração. O ser humano está numa constante busca pela realização. Há em nós uma sensação de incompletude. Isso é inegável. Esse fenômeno é um fato conhecido e discutido desde o início da história da filosofia. Platão, um dos grandes filósofos gregos da antiguidade, em um de seus diálogos (Górgias, 492b-d) compara os seres humanos a jarros que estão vazando. De algum modo, estamos sempre incompletos. Podemos despejar coisas nos recipientes de nossa vida, mas há algo que impede que o jarro fique cheio. Estamos sempre parcialmente vazios e, por esse motivo, temos uma consciência profunda de falta de completude e de felicidade.

Aristóteles, discípulo de Platão, afirmou que “todos os homens aspiram à vida feliz e à felicidade, está é uma coisa manifesta”. A emenda à Constituição brasileira nº 19, de 2010, proposta pelo senado, visa alterar o artigo 6º para incluir a “busca da felicidade por cada indivíduo e pela sociedade”. O fator a ser observado é que a felicidade e satisfação pessoal é a grande aspiração do ser humano. Porém esse desejo não é o problema, mas o fato dos homens buscarem nos lugares errados.

O avanço científico e tecnológico não resolveu, nem resolverá jamais, o problema existencial do ser humano – essa sensação de que sempre há algo faltando, mesmo depois de termos concretizado nossos sonhos. Sempre queremos mais e queremos coisas diferentes. Parece-nos então que nada que seja finito é capaz de satisfazer o profundo anseio que sentimos dentro de nós. Muitos se matam, e muitos outros estão sofrendo de depressão, stress, insônia, alcoolismo. Hoje há fobias de todos os tipos. A ansiedade é um mal generalizado. Isso tudo claramente aponta para um sentimento de vazio no ser humano.

“Nas profundezas da alma humana se acha implantada a inquietação pelo futuro. Essa percepção do infinito no tempo e no espaço produz insatisfação com a natureza transitória das coisas desta vida. É o plano de Deus que o homem perceba que o atual mundo material não constitui o centro de sua existência. Ele se acha ligado a dois mundos: fisicamente a este mundo, mas mental, emocional e psicologicamente ao mundo eterno” (Comentário Bíblico Adventista, v. 3, 1075).

Certa vez, Agostinho escreveu que cada um de nós tem dentro de si um espaço vazio deixado por Deus. Você pode tentar preencher esse vazio com qualquer coisa que existe no mundo, mas nunca vai conseguir, pois é imenso, infinito como Deus, e só Ele pode preencher.

Os seres humanos têm tentado de tudo, na ânsia de preencher esse vazio cavado por Deus. Diz C. S. Lewis: “O que Satanás pôs na cabeça de nossos primeiros pais foi a ideia de que eles poderiam ser como Deus, como se fossem independentes e tivessem vida em si próprios; que eles poderiam inventar algum tipo de felicidade sem Deus. E dessa tentativa infrutífera surgiu quase tudo na história humana – riqueza, pobreza, ambição, guerras, prostituição, classes, impérios, escravidão – a longa e terrível história do homem tentando achar outra coisa, menos Deus, para fazê-lo feliz.

“E por que isso nunca deu certo? É porque Deus nos criou, nos inventou, um como um fabricante inventa uma máquina. Se um veículo é fabricado para ser movido a óleo diesel, ele não vai funcionar direito com outro combustível. E Deus criou a máquina humana para se mover nEle. Ele é o combustível que nos faz agir, o alimento do qual precisamos para nos nutrir. Não há outro”.

A resposta para o Vazio não é encontrada em nós mesmos.

O preenchimento do vazio existencial não é encontrada no dinheiro. Podemos conquistar fortunas incalculáveis, e ainda que fosse possível conquistar o mundo todo, restaria sempre a ânsia de novas e maiores aquisições, nessa sede insaciável de preencher o vazio infinito do coração. O magnata Rockfeller disse: "Juntei milhões, mas eles não me trouxeram felicidade". Não é encontrada no poder. Alexandre, o Grande chorava após derrubar seus inimigos e dizia desconsolado: "Não há mais mundos para conquistar". Não é encontrada nos prazeres terrenos. O escritor pornográfico Lord Byron disse antes de morrer: "Tudo que me restou agora foram vermes, câncer e ressentimento". Por outro lado, Deus tem preenchido milhões de pessoas no correr da História, entre as quais eu me incluo.

Muitos povos achavam que eram espertos demais para precisar de Deus. Pensavam que poderiam preencher esse vazio infinito com poder, diversão, sexo ou malas cheias de dinheiro. Mas nunca conseguiram.

Amigo, talvez você também sinta dentro de si esse vazio. Não perca tempo e esforço tentando preenchê-lo com trabalho, estudo, consumismo, sexo, divertimentos, relacionamentos pessoais, viagens. Você poderá conseguir distrair-se por algum tempo, mas quando a sua máquina começar a engasgar e a tossir, por ter usado combustível errado, você vai ter de parar e pensar que a única solução é nEle viver, se mover e existir (At 17:28). A satisfação plena é produto da segurança absoluta e da paz interior que só Deus pode dar. Só um Deus infinito pode preencher, com o Seu amor, o espaço infinito do coração humano. E esta conquista espiritual está ao alcance de todos os que, reconhecendo a sua insuficiência, aceitam o presente que o Céu oferece – a vida eterna, através de Jesus Cristo: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23).

Ocorre que o Senhor não invade nosso coração, Ele espera um convite para entrar e fazer morada. Em Apocalipse 3:20 diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”.

Quando detectamos o vazio de nossa alma, tentamos preenchê-lo de todas as formas, mas somente somos saciados quando Jesus entra em nosso coração. É Ele que quer saciar a sede de nossa alma. Quando Ele entra em nosso coração nos sentimos supridos, saciados, felizes, prontos para qualquer boa obra.

Quer as pessoas aceitem ou não; todos precisam de Jesus. Jesus está batendo à porta do nosso coração; se abrirmos, Ele entrará e equilibrará nossa alma e a paz que excede todo entendimento invadirá nossa vida para sermos plenos nEle.

Caro amigo leitor, que tal começar a buscar a Deus hoje? Que tal largarmos dessa vida miserável que o mundo oferece, vida vazia, e eu sei que uma vida longe de Deus é vazia, uma vida de aparência e buscarmos aquilo que é eterno. Que adianta preservar uma vida nessa terra, umas amizades, uns prazeres terrenos e perder a vida eterna? Perder a herança que Deus nos deixou?

Não existe vida sem Deus, não tem. Não é viver com Deus ou viver sem Deus, é viver. Com Deus você vive, sem Deus você não vive, simples. Ele é tudo o que você tem e precisa. Sem Ele você não tem nada.

Ricardo André de Souza (via A Verdade Como é em Jesus)

Ilustração: Escultura do artista Albert György, no lago de Genebra (2012)

"Todas as nossas energias são de Deus; nada podemos fazer independentemente das forças que Ele nos tem dado. Onde está o homem ou mulher ou criança que não seja sustido por Deus? Onde o lugar vazio que o não encha Deus? Onde a necessidade que possa ser suprida por outro que não Deus? (Ellen G. White - A Fé pela qual eu vivo, p. 57).

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

RÚSSIA, AMEAÇA NUCLEAR E A CONTENÇÃO DIVINA

No que já está sendo considerado nos meios diplomáticos como o início de uma das fases mais perigosas da guerra na Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin elevou a tensão ao anunciar na quarta-feira (21) uma mobilização militar parcial na Rússia, a primeira que vive o país desde a Segunda Guerra Mundial. O Kremlin, mesmo diante da abertura da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), também voltou a flertar com a opção nuclear, alertando que vai usar de "todos os meios disponíveis" diante do que Putin chama da tentativa do Ocidente de "destruir nosso país".

Em declaração em rede nacional, o presidente russo voltou a culpar as nações ocidentais por iniciarem uma guerra por procuração com a Rússia. Instantes depois da alocução de Putin, o alto comando russo indicou que a mobilização do país poderá envolver 300 mil soldados, além de um aumento no financiamento para impulsionar a produção de armas da Rússia.

No discurso, que foi pré-gravado, Putin ainda afirmou que a responsabilidade pela guerra é do Ocidente, que se envolveu em uma suposta "chantagem nuclear" contra a Rússia. O chefe do Kremlin insistiu que o país tinha "muitas armas para responder" e mandou um recado claro: "isso não é um blefe". 

Com 6.375 ogivas, a Rússia tem o maior arsenal nuclear do mundo. Dos integrantes da Otan, os Estados Unidos têm o maior poderio, com cerca de 5.800 ogivas. Estima-se que a França possua 290, e o Reino Unido, por volta de 215. Os números exatos não estão disponíveis, já que os países mantêm diversas informações sobre seus programas nucleares sob sigilo.

Contenção divina
Segundo as profecias, o destino da Terra não está sujeito à boa-vontade de líderes humanos. O Soberano do universo intervém para conduzir o mundo a um desfecho específico. Quando parece que os povos vão se destruir, Deus age para contê-los. No Apocalipse, isso é representado pela imagem de quatro anjos segurando os quatro ventos do céu (Apocalipse 7:1).

A chave para se compreender essa simbologia está no sexto selo (Apocalipse 6:12-17). Nessa seção, fala-se de eventos cataclísmicos, que culminam no recolhimento das nuvens e a fuga dos “reis da terra” e de “todo escravo e todo livre”, que se abrigam “nas cavernas e nos penhascos dos montes” (ou seja, refere-se aos “eventos finais que conduzirão para a segunda vinda de Cristo”).[1] Pedem que os montes e rochedos caiam sobre eles e os escondam “da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro”. E a seção termina com uma pergunta contundente: “chegou o grande Dia da ira deles e quem é que pode suster-se?” (v. 17).

O capítulo 7, que constitui um parêntese entre o sexto e o sétimo selos, parece responder à pergunta feita em 6:17. Nele, apresentam-se “quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma” (Apocalipse 7:1). Na Bíblia e no simbolismo apocalíptico, o número quatro representa as quatro direções (norte, sul, leste e oeste), transmitindo a ideia de uma abrangência global, a totalidade do mundo (1Crônicas 9:24; Isaías 11:2; Jeremias 49:36; Ezequiel 7:2; Zacarias 2:6).

Os quatro anjos representam “os agentes divinos no mundo, retendo as foças do mal até que a obra de Deus no coração dos seres humanos seja concluída e o povo do Senhor receba o selo na testa”.[2] Assim como as casas dos israelitas foram marcadas com sangue para serem protegidas antes da última praga e do próprio êxodo, e algo semelhante tenha ocorrido no tempo do exílio (Ezequiel 9:1-11), no tempo do fim, o povo de Deus receberá um sinal distintivo para ser protegido contra as imensas destruições reservadas para os últimos momentos antes da volta de Jesus (Mateus 24:30, 31; 1Tessalonicenses 4:16-18).

Na Bíblia, Deus é o Senhor dos ventos (Amós 4:13). O Criador os utiliza para cumprir seus propósitos na Terra (Gênesis 8:1; Êxodo 10:13; 14:21). Ventos servem para destruir e proteger, trazer alimento (Números 11:31) ou a privação dele (Gênesis 41:6); nas mãos de Deus, o “vento abrasador” é um instrumento de juízo (Salmos 11:6; 48:7), como elemento desagregador (Salmos 18:42; 35:5). Na metáfora poética, Deus “cavalga um querubim”, voa “nas asas do vento” (Salmos 18:10; 104:3).

Porém, é nos textos dos Profetas que a imagem do vento assume um significado mais útil para a compreensão do símbolo apocalíptico. Vento se torna uma metáfora para a ação destruidora das nações que resulta na dispersão e no cativeiro (Jeremias 4:11-13; 18:17; 22:22; 49:32, 36; 51:1, 16; Ezequiel 5:2, 10; 13:11, 13; 17:21; Oseias 8:7; 12:1; 13:15; Hebreus 1:11). É tomado como símbolo apocalíptico em Daniel 7:1 a 8 e se apresenta com o mesmo significado no Apocalipse.

Na fase final da história humana, a Divindade atua para conter os impulsos violentos das nações. O livro de Daniel nos dá um vislumbre da ação dos mensageiros divinos junto aos governantes humanos – “o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia” (Daniel 10:13). Os quatro anjos simbólicos de Apocalipse 7 representam a ação de anjos reais, sem desconsiderar a atividade imprescindível do Espírito Santo, simbolizada pelos “sete espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Apocalipse 5:6; comparar com 1:4; 3:1; 4:5).

Consciência e ação
Para a escritora Ellen White, a mensagem apocalíptica dos quatro anjos segurando os quatro ventos tem implicações espirituais profundas quanto à consciência sobre o tempo em que vivemos, à condição espiritual de cada um e, especialmente, quanto à missão. Destaco a seguir algumas de suas mensagens sobre os quatro anjos e a contenção dos ventos:

1) “Os (…) ventos serão a incitação das nações para um combate fatal”, por parte de Satanás (Maranata, p. 173).

2) Apesar de a paz mundial se encontrar num estado de “incerteza”, com as nações “iradas” e fazendo “grandes preparativos de guerra”, “está ainda em vigor a ordem dada nos anjos, de segurarem os quatro ventos” (Maranata, p. 241).

3) Os acontecimentos são iminentes, apesar de ainda não ter chegado a hora da “batalha final” (Eventos Finais, p. 229).

4) Mesmo agora o “refreador Espírito de Deus está (…) sendo retirado do mundo. Furacões, tormentas, tempestades, incêndios e inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida sequência” (Serviço Cristão, p. 52).

5) Tudo depende do fim da intercessão de Cristo no santuário celestial. Quando isso ocorrer, os anjos deixarão de segurar os ventos, e virão “as sete últimas pragas”, que são juízos divinos (Eventos Finais, p. 245).

6) Não há espaço para complacência. Devemos travar uma inevitável luta espiritual pela transformação do caráter (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 217).

7) Agora é o momento de alcançar o mundo com a mensagem para este tempo (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 374).

A paz entre as nações é apenas um verniz de civilidade e respeito mútuo. Se as paixões humanas pervertidas assumem o controle, toda a diplomacia desmorona. “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1 Tessalonicenses 5:3). Somente o Rei dos Reis pode impedir que nos destruamos uns aos outros. Ele refreia o ímpeto destrutivo das nações, para preservar a vida. Portanto, como Jesus disse, não precisamos viver “assustados”, pois as guerras são um dos sinais do fim, mas não o fim (Marcos 13:7).

De nossa parte, cabe orar “em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Timóteo 2:2). Precisamos ter consciência de que a paz e a liberdade religiosa são uma dádiva, a qual devemos ajudar a preservar, como os maiores pacifistas. O tempo de graça e liberdade que temos deve ser aproveitado ao máximo para salvar pessoas. Nos dias atuais, não podemos brincar de ser cristãos. Devemos levar a sério nossa identidade e missão.

Adaptação de texto de Diogo Cavalcanti (via Apocalipses)

Referências
[1] Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2ª ed., 2009, p. 259.
[2] Francis Nichol (ed.). Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, vol. 7, 2014, p. 864.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

DIA DA ÁRVORE

O Dia da Árvore é comemorado hoje, dia 21 de setembro. O objetivo deste dia é conscientizar sobre a importância da preservação das árvores e das florestas, incentivando a proteção do meio ambiente com atitudes que trazem benefícios à natureza, e por estar próxima ao início da Primavera. Este dia também nos convida a uma reflexão sobre duas importantes árvores do jardim do Éden.

"E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden. ... Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal" (Gn 2:8-9).

Nos primeiros capítulos de Gênesis, Deus chama a atenção para duas árvores do Jardim do Éden, dentre as muitas que havia. No centro, a árvore do conhecimento do bem e do mal, proibida por Deus; não distante, a árvore da vida, incentivada pelo Senhor.

Ellen G. White assim descreve as duas árvores: "No meio do jardim estava a árvore da vida, sobrepujando em glória a todas as outras árvores. Seu fruto assemelhava-se a maçãs de ouro e prata, e destinava-se a perpetuar a vida. As folhas continham propriedades curativas" (História da Redenção, p. 22). "O fruto da árvore da vida no Jardim do Éden possuía virtude sobrenatural. Comer dele significava viver para sempre. Seu fruto era o antídoto da morte. Suas folhas eram para o sustento da vida e a imortalidade" (Testemunhos para a Igreja 8, p. 288). "No meio do jardim, perto da árvore da vida, estava a árvore do conhecimento do bem e do mal. Esta árvore fora especialmente designada por Deus para ser a garantia de sua obediência, fé e amor a Ele. O Senhor ordenou a nossos primeiros pais que não comessem desta árvore nem tocassem nela, senão morreriam (Gn 2:16, 17). Disse que podiam comer livremente de todas as árvores do jardim, exceto daquela, pois se dela comessem certamente morreriam" (História da Redenção, p. 24).

O casal edênico desobedeceu e foram expulsos do jardim para que não tomassem do fruto da árvore da vida, comessem e imortalizassem assim o pecado/rebelião (Gn 3:3-24). O ato de desobedecer a Deus trouxe aos seres humanos sofrimento de âmbito integral e ocasionou a morte (Gn 3:19). Contudo, Deus não deixou o homem sem esperança. Mesmo diante da rebelião, o Senhor fez vestimentas de peles e os vestiu e prometeu o Descendente Salvador (Gn 3:15, 21).

No meio do jardim, Deus havia plantado a árvore da vida juntamente com a árvore do conhecimento do bem e do mal. Em correlação a esta narrativa está a descrição da árvore da vida na nova Jerusalém no meio da praça principal de uma a outra margem do rio da vida (Ap 22:2). Porém, há um aspecto transformado. É possível perceber a ausência da árvore do conhecimento do bem e do mal, não havendo nenhuma referência à ela. Manifestando, assim, que o período de prova está acabado e que o povo de Deus foi reivindicado. O relato da nova Terra revela que aqueles que lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro terão direito à árvore da vida e nunca mais será posto diante dela querubins com espadas flamejantes para impedir que seres humanos tenham acesso a seu fruto (Ap 22:2, 14; Gênesis 3:24).

Finalizamos com esta linda descrição da nova Terra nos dada por Ellen White: "Os santos remidos, que aqui houverem amado a Deus e observado os Seus mandamentos, entrarão pelas portas da cidade, e terão direito à árvore da vida. Dela comerão livremente, como nossos primeiros pais, antes da queda. As folhas daquela árvore frondosa e imortal será para a cura das nações. Todos os seus ais terão desaparecido. Nunca mais sofrerão doença, tristeza ou morte, pois foram curados pelas folhas da árvore da vida. Jesus, então, verá o trabalho da Sua alma e ficará satisfeito, quando os remidos que estiveram sujeitos à tristeza, aos trabalhos e aflições, que gemeram sob a maldição, se reunirem ao redor da árvore da vida, para comer o seu fruto imortal, a que nossos primeiros pais perderam todo o direito, quando transgrediram os mandamentos de Deus. Não haverá perigo de jamais perderem novamente o direito à árvore da vida, pois aquele que tentou nossos primeiros pais a pecar será destruído pela segunda morte" (The Youth’s Instructor, outubro de 1852).

VAMOS MORAR NO CÉU OU NA NOVA TERRA?

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (João 14:1-3).

Afinal... vamos morar no Céu ou na Nova Terra? Jesus responde essa questão de forma bem simples. “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mateus 5:5). Logo, nosso lar por toda a eternidade será aqui. Mas, quando isso vai acontecer? Afinal, nosso planeta é o único lugar no Universo que está degradado pelo pecado. Satanás espalha o mal por esse planeta por mais de seis mil anos (Jó 1:7).

Os profetas Daniel e João atestam que, antes de Jesus voltar, um julgamento precisa ser feito no Santuário Celestial (Daniel 7:9, 10, 25, 26; 8:13, 14 e Apocalipse 14:6-12). Na fase investigativa desse julgamento, Jesus está analisando as ações de todo ser humano desde Adão. Elas são as evidências forenses usadas para definir quem aceitou a salvação pela fé e quem a rejeitou. Aqui são definidos os santos do Altíssimo, aqueles que persistiram em guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (Apocalipse 14:12).

A fase investigativa está em vigor agora e, enquanto acontece, o Espírito Santo insiste para que cada coração busque a Deus. Quando todos tiverem sido julgados e Jesus encerrar o juízo investigativo, ele vai executar o sua sentença contra os ímpios (Apocalipse 15-18). O Espírito de Deus deixará de insistir com o homem, e a maldade se tornará desenfreada. Paulo diz que só “então, será, de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda” (2 Tessalonicenses 2:7, 8). Nesse momento, o engano de Satanás será desmascarado, mas já será tarde de mais. As chances estão disponíveis agora. Depois pode ser tarde.

Mateus 24:30 e 31 diz que “todos os povos da Terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande som de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade do céu.” Não será arrebatamento secreto ou transmissão ao vivo pelos plantões noticiários; vai ser a poderosa manifestação pessoal e universal do próprio Jesus, com todo o seu exército de anjos, e todo olho o verá (Apocalipse 1:7).

Paulo diz em 1 Tessalonicenses 4:13-18 que “dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo [o próprio Jesus], e ressoada a trombeta de Deus, [o próprio Jesus] descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre as nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”.

Em 1 Coríntios 15:51, 52, Paulo diz que “nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”. Essa é a glorificação; os mortos ressuscitam e os vivos, junto com eles, terão o seu corpo e mente totalmente transformado, livre da morte e do pecado, para viver eternamente em saúde e alegria com Jesus.

Você notou que quando Jesus voltar, ele não vai pisar na Terra? Ao contrário, ele vai nos levar para encontrá-lo nas nuvens. Isso, porque a Terra é um planeta degradado pelo pecado e precisa ser purificado, mas ainda não. Jesus quer que o seu julgamento seja revisado antes, não porque ele errou, mas para que a sua justiça seja comprovada.

Em Apocalipse 19:19-21, João relata que Satanás e seus agentes serão condenados, e os ímpios serão mortos. “Então, vi um anjo descer do céu; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até que se completem os mil anos. Depois disto é necessário que ele seja solto pouco tempo” (Apocalipse 20:1-3). De forma figurada, João descreve uma Terra totalmente desolada. Todos estarão mortos, exceto Satanás, que será preso aqui na Terra por mil anos sem poder enganar a humanidade.

Nesse tempo, os salvos estarão no Céu, na Nova Jerusalém. Apocalipse 20:4 e 6 diz que eles se assentarão em tronos e receberão autoridade para julgar os vivos, os mortos e os anjos (1 Coríntios 6:3). “Eles serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos”. Ou seja, os salvos participarão da segunda fase do julgamento de Deus, a fase comprovativa. Analisando os registros celestes, veremos como Jesus julgou a cada ser humano, inclusive, nós mesmos. Vamos constatar em detalhes a misericórdia de Deus e o trabalho do Espírito Santo para salvar cada homem e mulher, bem como a resposta que cada um deu a essa oferta. Muitas pessoas que não conheceram Jesus estarão no Céu, e poderão conhecer pessoalmente a grandeza do seu amor e salvação. Para pessoas limitadas, amor ilimitado. Mas só estarão no céu aqueles que, conforme a luz que tiveram, buscaram fazer o bem (Atos 17:30).

Em Daniel 12:2, é dito que os “que dormem no pó da terra ressuscitarão; uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e horror eterno.” O próprio Jesus disse: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5:28, 29).

Depois dos mil anos, vai começar a terceira fase do juízo: a fase executiva. A Nova Jerusalém vai empreender uma viagem pelo Universo; e quando se aproximar da Terra desolada, os ímpios ressuscitarão pelo poder da palavra de Deus. João descreve essa cena em Apocalipse 20:9, 11 e 21:2. Chegou a hora de a Terra ser limpa do pecado.

“Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra… a fim de reuni-las para a batalha. O número dessas é como a areia do mar” (Apocalipse 20:7, 8). João detalha ainda mais: “Vi um trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos… postos de pé diante do trono. Então se abriram os livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros” (Apocalipse 20:11, 12).

Nessa fase, todas as pessoas verão quantas chances de aceitar a salvação foram desprezadas. O evangelho foi pregado por todo o mundo; pessoas falaram; a Bíblia estava disponível em livros, e-books, em cursos e em programas de TV e rádio; as igrejas estavam abertas; as redes sociais e as plataformas de streaming eram como pedras clamando; mas eles rejeitaram! Mesmo que alguém nunca ouvisse falar de Deus, todos tiveram a chance de fazer o bem. Salomão avisou que “Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12:14). Naquela hora, todos, bons e maus, salvos e perdidos reconhecerão que Deus é amor (Filipenses 2:10,11).

Mas Satanás não se dará por vencido e tentará invadir a Nova Jerusalém uma última vez. Anjos caídos e nações se unirão a ele, e atacarão a cidade santa com toda força que puderem empregar. “Marcharam, então pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos, e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu. O diabo, o sedutor deles foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre… a morte e a sepultura foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Apocalipse 20:9, 10, 14, 15). O fogo consumidor de Deus destruirá pecado e pecador. É o fim de uma história triste e o recomeço daquilo que Deus sempre planejou para nós.

“Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como uma noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:1-5).

Aqui a nossa história recomeça. Deus vai purificar o nosso mundo com fogo consumidor, destruindo até a mínima mancha de pecado. Pela sua palavra, ele vai recriar a nossa Terra. A Nova Jerusalém, será a nossa capital, e a nossa Terra renovada será a capital do Universo por toda a eternidade. Durante toda a eternidade, em alegria e satisfação, viveremos na presença visível do nosso Deus, e estudaremos por toda a eternidade, não só os segredos do Universo, mas a grandeza e profundidade do amor de um Deus que deu a sua vida para salvar quem não merecia.

Este será o nosso Éden para sempre. “Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro; e os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte estará o nome dele… O Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 22:3-5).

Sim, bem aventurados os mansos, porque herdarão a terra! Que todos nós possamos nos preparar para ver Jesus, a nossa Salvação! Só depende de nós aceitarmos, pois a vida eterna começa agora.

Denis Versiani (via biblia.com.br)

Por mil anos, os santos reinarão com Cristo no Céu antes de retornarem ao seu lar eterno, esta Terra, livre de todas as maldições. A Nova Jerusalém, com seus portais de pérola e ruas de ouro, será a metrópole da gloriosa morada dos remidos. As belezas da Nova Terra são tais que os remidos no Céu, rodeados pelas glórias do trono do Eterno, aguardarão com alegre expectativa o tempo em que reinarão sobre a Terra.