segunda-feira, 30 de setembro de 2024

NO VALE DA DECISÃO

O Vale da Decisão é uma expressão bíblica usada pelo profeta Joel para indicar o local onde Deus julgará as multidões. O profeta diz: “Multidões, multidões no Vale da Decisão! Porque o Dia do Senhor está perto, no Vale da Decisão” (Joel 3:14).

O profeta Joel fala do Vale da Decisão numa profecia que anuncia os juízos de Deus sobre as nações ímpias, uma decisão ou decreto judicial do Juiz Celestial. O vale é visto como o lugar em que aquele decreto será executado. Deve-se notar que a “decisão” aqui mencionada refere-se à de Yahweh como juiz não dos povos que estão sendo julgados. Em outras palavras, seu destino já está decidido. Agora é “o Dia do Senhor”. O profeta explica que nesse dia, Deus haverá de julgar os inimigos de Seu povo (Joel 3:1-17). Através do profeta, Deus também promete restaurar e habitar em Sião, fazendo dela uma fonte de bênçãos (Joel 3:18-21).

A profecia de Joel sem dúvida possui uma importância muito grande para os cristãos. Inclusive, o Novo Testamento faz uso direto de sua mensagem para indicar seu cumprimento na vida da Igreja (Joel 2:28-32; cf. Atos 2:16-21; Romanos 10:13); bem como para apontar para a doutrina acerca do fim do tempos (cf. Marcos 13:24; Lucas 21:25; Apocalipse 6:9; 9:2).

Especialmente na seção que fala sobre o Vale da Decisão, essa profecia encontrará seu cumprimento pleno e final na consumação dos séculos; no grande Dia do Senhor. As declarações: “Levantem-se as nações e sigam para o Vale de Josafá; porque ali me assentarei para julgar todas as nações em redor”; e “Multidões, multidões no Vale da Decisão!”, servem tanto de conforto como de alerta.

Os redimidos que foram justificados em Cristo são confortados pelas promessas que falam acerca da manifestação do juízo e da santidade de Deus contra o pecado. Já os ímpios que vivem suas vidas como se nunca terão de prestar contas a ninguém, são alertados que muito em breve ninguém poderá escapar de estar diante do Juiz do universo no Vale da Decisão. Portanto, essa profecia é também mais uma conclamação ao arrependimento genuíno.

Joel descreveu multidões esperando no Vale da Decisão. Milhares de pessoas viveram na Terra, e cada uma delas – morta, viva, e ainda que nascerá – vai enfrentar o julgamento. Olhe a sua volta. Veja seus amigos, aqueles com quem você trabalha e vive. Eles receberam o perdão de Deus? Eles foram avisados sobre as consequências do pecado? Se entendemos a severidade do julgamento final de Deus, desejaremos levar a oferta de Deus de esperança para aqueles que conhecemos. Ellen White diz: "A atenção do povo precisa ser atraída. Nossa mensagem é um cheiro de vida para vida, ou de morte para morte. Está em jogo a salvação das pessoas. Multidões estão no vale da decisão. Uma voz deve ser ouvida a proclamar: 'Se o Senhor é Deus, segui-O; e se Baal, segui-o' (1 Reis 18:21)" (O Outro Poder, p. 10).

O Vale da Decisão não é onde estamos hoje, mas para onde iremos amanhã. Ali, Deus dará o veredito de cada vida humana. E para que destino final estamos avançando? Para o alto de onde apenas veremos “o castigo dos ímpios” (Sl 91:8), ou para o lugar cheio de “corpos mortos” (2Cr 20:24)? Estas podem não ser mensagens muito agradáveis, porém, quer você acredite ou não, as advertências dadas aos profetas menores são apelos divinos de amor e de misericórdia a um mundo que necessita ser alertado de que pouco tempo lhe resta para a decisão definitiva. Ellen White adverte: "Cumpre-nos buscar agora uma experiência profunda e viva nas coisas de Deus. Não temos um momento a perder" (A Fé Pela Qual Eu Vivo, p. 328).

Que no Vale da Decisão sejamos declarados inocentes pelo sangue do Cordeiro que nos levará para a eterna Sião!

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

STF: TESTEMUNHAS DE JEOVÁ PODEM RECUSAR TRANSFUSÃO DE SANGUE

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira, 25, para reconhecer que pacientes Testemunhas de Jeová podem recusar transfusão de sangue motivados por crenças religiosas. Os ministros definiram que o poder público tem a obrigação de pagar pelo deslocamento desses pacientes a unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que ofereçam tratamentos alternativos compatíveis com a religião, desde que o custeio não gere um "ônus desproporcional".

A posição foi justificada com base em dois princípios da Constituição - a dignidade da pessoa humana e a liberdade religiosa. O julgamento tem repercussão geral, ou seja, a decisão do STF vai servir como diretriz para todos os juízes e tribunais nas instâncias inferiores. Os ministros acordaram que a recusa à transfusão precisa preencher alguns requisitos, como ser manifestada por pacientes maiores de idade, em condições de discernimento e informados pelo médico sobre o diagnóstico, tratamento, riscos, benefícios e alternativas. (UOL)

Por que as Testemunhas de Jeová não permitem a transfusão de sangue? Em que textos bíblicos eles se baseiam?

A doutrina de que Deus veda e abomina uma medida eficacíssima de salvar vidas humanas, a transfusão de sangue humano, é relativamente nova na sistemática jeovista. Russell jamais pensou nela. Rutherford, idem. Mas logo após a morte do “juiz”, ocorrida em janeiro de 1942, já nos corredores da sede da Sociedade Torre de Vigia se cochichava alguma coisa a respeito da transfusão de sangue. Era ainda uma coisa vaga, que só três anos mais tarde assumiria definitivamente foros de doutrina a ser finalmente incorporada pela organização.

Sob a direção de Nathan Knorr, os “doutores da lei” do neorusselismo, a princípio timidamente, começaram a propalar a grande "descoberta": a transfusão de sangue é proibida pela Bíblia. E sem levar em conta o fato indisputável de que a Bíblia nem toca neste assunto, totalmente desconhecido nos tempos bíblicos, a revista The Watchtower (A Torre de Vigia), em sua edição (em inglês) de 1° de julho de 1945, pela primeira vez anunciou, num artigo intitulado “A santidade do sangue”, que “a transfusão do sangue humano constitui violação do concerto de Jeová, ainda que esteja em jogo a vida do paciente”.

O pensamento jeovista sobre este assunto baseia-se unicamente numa interpretação errônea, livre, extra-contextual e inteiramente descabida das regras do sacerdócio levítico pertinentes ao sangue sacrifical dos animais. Citam livremente os versículos, sempre isolados do contexto, sempre separados do assunto a que se prendem.

Os textos mais usados são os seguintes:

Gênesis 9:4 – “Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.” Quem disse aos jeovistas que isso se refere à transfusão de sangue? Após o Dilúvio, não havendo ainda vegetação suficiente para alimento, Deus diz a Noé que, naquela contingência, podia usar alimentação cárnea, porém com o cuidado de tirar-lhe previamente o sangue. Não há aí nenhuma alusão, nem remota, ao sangue humano, e muito menos se refere a transfusões. O assunto é carne de animais. O assunto é alimentação por via oral. É comer, digerir, alimentar-se.

Levítico 3:17 – “Estatuto perpétuo será durante as vossas gerações, em todas as vossas moradas: gordura nenhuma nem sangue jamais comereis.” Primeiramente o adjetivo “perpétuo”, empregado no hebraico, é holam, e significa duração enquanto durar o fato a que se junta. As festas judaicas, luas-novas, páscoa, o sacerdócio arônico, etc., também eram “estatuto perpétuo”, mas não se celebram mais. Em segundo lugar, a proibição, no texto em tela, também se aplica ao consumo de gordura animal, e os jeovistas ainda não resolveram inventar um dogma sobre isso, para serem coerentes. Em terceiro lugar, o texto acima se refere a ofertas queimadas, e a parte dela que devia ser comida, com exceção da gordura e também do sangue. Essas razões serão explicadas mais adiante, mas o assunto ainda é alimentação via oral, e pertinente à carne, gordura e sangue de animais. Nada de humano. Nada de transfusão. Leia os versículos anteriores, com isenção de ânimo, e você terá o sentido exato. Para que distorcer?

Levítico 7:27 – “Toda Pessoa que comer algum sangue, será eliminada de seu povo.” Por que as testemunhas não apresentam o contexto? O versículo anterior dá claramente que é sangue de animais: “Não comereis sangue em qualquer das vossas habitações, quer de aves, quer de gado.” Não há a menor referência a sangue humano, e obrigar a significar transfusão é afirmar que minha avó é bonde elétrico! O assunto é alimentação por via bucal, refere-se a comer e digerir, e não a sangue transfundido.

Levítico 17:10, 11 e 14 – “Qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra ele Me voltarei e o eliminarei do seu povo.” “Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas: porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida.” “Porquanto a vida de toda carne é o seu sangue; por isso tenho dito aos filhos de Israel: Não comereis o sangue de nenhuma carne, porque a vida de toda a carne é o seu sangue; qualquer que o comer será eliminado.” As testemunhas costumam disparar estes três versículos juntos, e com muita ênfase, para tentar provar a tese contra a transfusão sanguínea, mas com deliberada má fé, porque omitem o contexto. Porque pulam exatamente o versículo 13 que esclarece: “Qualquer homem que caçar animal ou ave que se come, derramará o seu sangue, e o cobrirá com pó.” Aí está o sentido correto. É simplesmente o que a Bíblia diz. A Bíblia em lugar algum se refere a comer sangue humano, e isso porque não havia canibalismo entre os israelitas. A lei de Deus tem um mandamento “Não matarás”, no qual incorre inclusive quem permite que outros morram quando pode salvar-lhes a vida, como no caso da transfusão de sangue. Deus abominava e abomina a antropofagia. “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gn 9:6). Aqui se refere ao homicídio e não às transfusões. Deus proíbe sacrificar pessoas a Moloque (Lv 20:1-5). Portanto, todos os sacrifícios abonados por Jeová eram de animais, e o sangue desses animais não devia ser ingerido como alimento.

Levítico 19:26 – “Não comereis coisa alguma com sangue.” A ordem é não comer carne com sangue. Carne de animal. Não há referência a transfusões.

Atos 15:20, 29; 21:25 – São três versículos do Novo Testamento, idênticos na enunciação “que se abstenham (...) da carne de animais sufocados e do sangue.” “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados (...).” “Quanto aos gentios que creram (...) que se abstenham das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne das animais sufocados (...).” Será que Tiago, na primeiro verso, estava aconselhando os cristãos a que se abstivessem de comer sangue humano? Se foi assim, então havia canibalismo ou antropofagia na igreja primitiva. A referência, nos três versos, é à carne animal, comida como alimento. Sempre evitar de ingerir o sangue.

Por aí se verifica que tudo resulta de falsa interpretação de textos que se relacionam com carne de animais. É verdade que Deus proíbe comer o sangue, bem como a gordura dos animais. Que razão havia para isso? Vamos dar a palavra a um cientista de renome e cristão, o Prof. Flamínio Fávero. Diz ele:

“1. Fundamentalmente [não se deve comer sangue] para inspirar ao homem o respeito pelo sangue. É prescrição, assim, de caráter moral. Pelo sangue se respeita a vida, de que o mesmo é símbolo e até sede... Quando se toma um animal morto violentamente, escorrendo sangue, tem-se a impressão de que a vida ainda lateja naquela carne quente, e que essa vida se extingue justamente quando se for a última gata de sangue. O corpo humano tem grande porção de sangue, cerca de 1/13 do seu peso, ou seja, cinco litros para um peso de 65 quilos. Quando aberto um vaso, há hemorragia, e a morte sobrevém desde que a metade desse líquido se perca. Pelo mecanismo chamado dessangramento processa-se uma anemia aguda, de graves consequências, que apenas uma injeção de outro sangue, de tipo adequado, pela transfusão, pode combater.

“O sangue é a vida... E é pela circulação desse líquido que se realizam todas as trocas vitalizadoras nos lugares mais distantes e escondidos da economia orgânica. Bem cabe ao sangue, pois, a sinonímia que a Bíblia lhe empresta, de vida. (...) Enquanto tiverem [os animais] sangue têm resquícios de vida. E a vida não nos pertence, não é nossa...

“2. Em paralelo com essa prescrição de caráter eminentemente moral, que apela para o respeito ao sangue, está outra de aspecto higiênico. (...) A quebra de preceito de higiene pode redundar em males gerais e individuais e, neste último caso, quando são capazes de atingir-nos, lembramo-nos de evitá-los. (...) O sangue não deve servir de alimento, porque é bastante indigesto, pelas albuminas bem resistentes dos seus glóbulos vermelhos e, ainda, pelo teor elevado de pigmento ferruginoso que os mesmos contêm. É desse pigmento, a hemoglobina, que deriva a cor vermelha especia1 que caracteriza o sangue dos mamíferos. E conforme a sua pobreza no mesmo, fala-se em maior ou menor grau de anemia, necessitando ser tratada por medicamentos contendo ferro ou que facilitem a sua fixação adequada.

“Como se não bastasse ser indigesto, o sangue se corrompe facilmente, putrefazendo-se. Basta sair dos vasos que o contém, para coagular-se, dividindo-se em uma parte sólida – o coalho – e outra líquida – o soro. E então, não tendo mais vida, os germes putrefativos invadem, transformando-o inteiramente, dando-lhe aspecto e cheiro repelentes. Compreende-se logo o que vai de perigoso no uso de alimento corrompido, cheio de toxinas venenosas, que causam grave dano à saúde e até a morte. Daí a sabedoria da Bíblia, mandando derramá-lo na terra, que o absorve. (...)” – Extraído do artigo “Não comereis o sangue de qualquer carne”, Fé e Vida, março de 1939, p. 16 e 17 (itálicos acrescentados).

Falou a ciência autorizada. Uma coisa é alimentar-se, por via oral, do sangue de animais, que não deve passar pela química digestiva, tal o perigo que oferece à vida; e outra muito diferente é renovar a corrente circulatória, com o mesmo elemento que a compõe, depois da classificação técnica do tipo sanguíneo, repondo o sangue perdido, evitando a morte do paciente.

Quando ocorre uma transfusão, não se trata de comer sangue humano, nem de alimento, mas de reabastecimento circulatório, uma dádiva feita num espírito de misericórdia e caridade. As estatísticas da Cruz Vermelha, por exemplo, atestam que milhões e milhões de vidas preciosas foram salvas pela transfusão. Ao passo que, por outro lado, quantas vidas são ceifadas por falta de uma transfusão.

A Bíblia diz: “Não matarás.” Negar por vontade própria a transfusão salvadora, é matar, é transgredir a lei de Deus! E disse Jesus: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor de seus amigos” (João 15:13). E a vida é o sangue porque o sangue é a vida!

Quem quer que leia os Evangelhos, com espírito contrito, sem pensar nas extravagantes interpretações das “Testemunhas de Jeová”, ficará impressionado com a atitude de Cristo em face do sofrimento alheio. Compadecia-Se dos doentes, curava-os, confortava-os onde os encontrasse. E nós, como servos Seus, como Suas testemunhas, devemos ter o mesmo espírito para com os doentes. Lemos em 1 João 3:16 que “devemos dar a vida pelos irmãos”.

As “Testemunhas de Jeová” não mantêm nenhum hospital, nenhuma instituição de assistência social. Dizem que a missão deles é restaurar o nome de Jeová e não fazer caridade. Que a melhor caridade é fazer prosélitos. Mas quando está em jogo a vida humana, se depender de uma transfusão de sangue, não a aceitam nem a dão, e... que morra o paciente! Para eles a lei “Não matarás” foi abolida!

[Extraído do livro Radiografia do Jeovismo, de Arnaldo Christianini – CPB]

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ESGOTAMENTO MENTAL

Assim como o corpo, o cérebro também se cansa. Quando não respeitamos sua recuperação — ou seja, relaxamos, regularizamos o sono, tiramos um tempo para nós —, o desfecho é sofrer um esgotamento, ou uma exaustão mental.

São vários os fatores que predispõem essa sensação e que podem estar combinados:

- Excesso de trabalho e uso de telas

- Pressão para cumprir prazos

- Conflitos interpessoais

- Isolamento social

- Privação de descanso, lazer e contato com a natureza

- Falta de atividade física regular

- Falta de autoconhecimento

- Falta de rotina bem estabelecida

- Consumo de álcool, cigarro, drogas estimulantes

- Noites mal dormidas

Como consequência, esses apontamentos ruins repercutem em uma série de sintomas, alertas de que há algo errado conosco, não só no físico, como com nosso equilíbrio psicoemocional.

A seguir, veja 10 deles, que se não controlados podem evoluir para exaustão e quadros bem mais complicados, como estresse, ansiedade, vícios, depressão e até burnout:

1. Irritabilidade: Sobrecarregado, o cérebro tem diferentes regiões afetadas, responsáveis por emoções, comportamentos sociais, planejamento de ações e movimentos, concentração, e isso pode gerar como resposta involuntária a irritabilidade. Esse sintoma consiste na falta de tolerância a incômodos, e pode levar a raiva, agressividade, discussões e brigas com maior frequência.

"Para os que estão mentalmente fatigados e nervosos devido a trabalho contínuo e restrita limitação de ambiente, uma visita ao campo, onde podem viver uma vida simples, livre de cuidado, pondo-se em íntimo contato com as coisas da natureza, será muito salutar" (A Ciência do Bom Viver, p. 93).

2. Falta de concentração: Existem pessoas que quando treinadas ou fazem algo com muita frequência conseguem dividir a atenção entre várias tarefas simultâneas. Mas, sabe-se que o ser humano por natureza foca, direciona os sentidos e a memória e se sai realmente bem em apenas uma única atividade por vez. Do contrário, é desatenção na certa, o que também prejudica produção, prazos e escolhas.

“O êxito em qualquer coisa que empreendamos exige um objetivo definido. Aquele que desejar alcançar o verdadeiro êxito na vida deve conservar firmemente em vista o alvo digno de seus esforços. Onde há uma meta suficientemente importante em vista, todas as faculdades mentais se colocam em atividade” (Educação, p. 262).

3. Desânimo persistente: Sem energia e com afazeres que só se acumulam, principalmente de nível intelectual avançado ou muito demorados, a tendência é se sentir cada vez mais lentificado e entediado, o que pode dificultar a conclusão de atividades diárias e o início de novos projetos. Se não for combatido, o desânimo ainda pode levar à desesperança, falta de prazer na vida e predispor uma depressão.

"Os servos de Cristo não devem tratar sua saúde com indiferença. Ninguém trabalhe a ponto de exaustão, incapacitando-se assim para futuros esforços. Não tenteis amontoar num dia o trabalho de dois. Afinal, verificar-se-á que os que trabalham cuidadosa e sabiamente, terão realizado tanto como os que expõem de tal modo sua resistência física e mental, que não possuem mais reservas de onde tirar no momento necessário" (Obreiros Evangélicos, p. 244).

4. Lapsos de memória: Com a ativação de múltiplas zonas cerebrais por excesso de informações, a perda de memória se manifesta. A pessoa apresenta dificuldade em se lembrar de palavras, nomes, tarefas e fatos recentes, ou então nem chega a fabricar lembranças por estar desatenta. Sabe-se que a longo prazo, o excesso de hormônio cortisol ainda reduz as funções cognitivas e o volume do cérebro.

"Muitos têm sofrido por causa de excesso de trabalho mental sem o refrigério do exercício físico. O resultado é a debilitação de suas faculdades, e a tendência de eximir-se às responsabilidades" (Testemunhos para a Igreja 4, p. 269).

5. Oscilação de humor: Não desacelerar e viver somente em função de responsabilidades profissionais, financeiras e familiares torna o sujeito propenso à instabilidade emocional. Ele pode se irritar e agir com intolerância e impaciência em determinados momentos e pouco depois ficar extremamente sensível, ou desanimado, angustiado, triste e até ter crises de choro sem motivos aparentes.

"O trabalho excessivo às vezes ocasiona a perda do domínio próprio. Deus deseja que percebamos que não glorificamos o Seu nome quando assumimos tantas responsabilidades a ponto de ficarmos sobrecarregados e, extenuados emocional e mentalmente, nos encolerizamos, impacientamos e repreendemos" (Refletindo a Cristo, p. 284).

6. Baixa produtividade: Quem não está bem consigo não dá o seu melhor, por mais que deseje. Se o rendimento no trabalho é afetado, podem ficar ameaçados ganhos financeiros, carreira, projetos para o futuro e relacionamentos. Demitida, a pessoa pode se sentir ainda mais desmotivada, sem valor e enfrentar dificuldades para se reinventar, procurar emprego e se realocar profissionalmente.

"Você deve trabalhar com cautela e observar períodos de descanso. Assim procedendo, reterá seu vigor físico e mental, e tornará seu trabalho muito mais produtivo (Como Lidar com as Emoções, p. 48).

7. Estado de descuido: Quando a exaustão mental leva a frustração, negativismo, não pertencimento e baixa autoestima, pode acarretar em falta de cuidados pessoais e de disposição para sair da cama. Não cuidar de si externamente também acaba indicando desleixo com as próprias emoções.

"É dever de cada um respeitar a si próprio, mas devemos lembrar que somos propriedade de Deus, que somos comprados por um preço — corpo, alma e espírito. Devemos guardar a máquina viva e conservá-la na melhor condição, para que glorifiquemos a Deus" (Filhas de Deus, p. 113).

8. Dores musculoesqueléticas: Alterações psicoemocionais podem afetar o físico com tensões, contraturas, dores nas costas e musculares, deformidades posturais e fraqueza. Frequentes, são sinais para que se tenha mais atenção ao organismo, qualidade de vida, bem-estar social e psicológico. 
 
"Muito íntima é a relação que existe entre a mente e o corpo. Quando um é afetado, o outro se ressente. O estado da mente atua muito mais na saúde do que muitos julgam. Muitas das doenças sofridas pelos homens são resultado de depressão mental. Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais, e a convidar a decadência e a morte" (A Ciência do Bom Viver, p. 241).

9. Adoecimento frequente: Alguns indivíduos esgotados mentalmente podem apresentar doenças ou sintomas sem causa aparente, psicossomáticos, ou seja, provocados por excesso de emoções e pensamentos conflitantes, pela forma como se relacionam com o seu meio. São exemplos: insônia, alergias, gastrite, diarreia, taquicardia, pressão alta, inflamação respiratória, perda de peso e enxaqueca.

“Enfermidades mentais prevalecem por toda parte. Nove décimos das doenças das quais os homens sofrem têm aí sua base" (Testemunhos para a Igreja 5, p. 443).

10. Falta de desejo sexual: Em um momento de vida com muitos estudos, trabalho, filhos pequenos, mudança física ou até cuidados a um parente doente, pode ocorrer uma diminuição drástica de libido e vontade de se doar afetivamente para o outro. Essa perda conjunta de interesse acaba comprometendo relacionamentos e se muito fragilizada a pessoa pode até aceitar abusos e maus-tratos alheios.

"O amor não pode existir sem revelar-se em atos exteriores, assim como o fogo não poder ser mantido aceso sem combustível" (Testemunhos para a Igreja 1, p. 695).

[Com informações de Viva Bem e textos de Ellen G. White]

VERDADEIROS PREGADORES NO TEMPO DO FIM

O objetivo deste artigo é apresentar brevemente algumas características de verdadeiros pregadores enviados por Deus no tempo do fim.

1. Verdadeiros pregadores pregam a Palavra de Deus. Escreveu o apóstolo a Timóteo: “prega a Palavra” (2 Timóteo 4:2). Pois, “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16; 1 Tessalonicenses 2:13; 2 Pedro 1:19-21). “Gravai nas mentes que a nossa regra de fé é a Bíblia, e a Bíblia só, e não as palavras e os feitos humanos.”[1] “Guardai as vossas histórias para vós mesmos. As pessoas não têm por elas fome espiritual, mas querem o pão da vida, a palavra viva que permanece para sempre. Que tem a palha com o trigo?”[2]

2. Verdadeiros pregadores pregam com simplicidade e poder sobre o sacrifício expiatório de Cristo. Note que é Cristo crucificado, e não verbosidade que “atrai todos”, pois somente Cristo foi “feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (João 12:32; 1 Coríntios 1:30). Em Atenas, o capacitado apóstolo Paulo, adaptando-se ao erudito auditório, usou um estilo oratório, cujo resultado foi “pouco produtivo” em conversões (Atos 17:34).[3]

Já em Corinto, Paulo evitou a mínima ostentação de linguagem ou de sabedoria, pregando a “Cristo e Este crucificado” com “temor e grande tremor”, e "em demonstração do Espírito e de poder". Dessa forma, evitou que a fé dos coríntios “se apoiasse em sabedoria humana, e sim, no poder de Deus”, que é Cristo (1 Coríntios 2:1-5). Imitemos o grande apóstolo (Gálatas 2:20). “Vejam-vos as pessoas exaltando a Jesus, e ocultando o eu.”[4]

3. Verdadeiros pregadores pregam a justificação pela fé em Cristo, que resulta em obedecer a todos os mandamentos da santa Lei de Deus. O Espírito Santo mantém a lei de Deus e o evangelho diante do pecador. Na lei é definido o pecado, e por ela convence o transgressor do “pecado, da justiça e do juízo” (Romanos 7:7, 12, 14; 1 João 3:4; João 16:8). Pelo evangelho mostra a Jesus, “que tira o pecado do mundo”, e salva o perdido (João 1:29; 3:16; Lucas 19:10). Somos salvos pela graça, mediante a fé, não por obras (Efésios 2:8, 9). Contudo, a fiel obediência aos santos mandamentos de Deus, pela fé em Jesus, é fruto e marca do verdadeiro discípulo de Cristo (Hebreus 10:14-16; 1João 2:4; 5:3; Apocalipse 14:12).

4. Verdadeiros pregadores pregam a Palavra de Deus por preceito e exemplo. Mostram na prática como não receber “a graça de Deus em vão”, não dando “nenhum motivo de escândalo em coisa alguma” (2 Coríntios 6:1, 3). O termo grego skandalon significava “o que dispara uma armadilha”, ou “o que serve de isca numa armadilha”.[5] Devemos imitar o apóstolo, dominando e “esmurrando” tendências pecaminosas, para não sermos pregadores reprovados (1Coríntios 11:1; 9:27). “A influência espontânea e inconsciente de uma vida santa é o mais convincente sermão que se pode fazer em prol do cristianismo.[6]

5. Verdadeiros pregadores pregam a verdade presente integrando-a ao ministério de Cristo no Santuário celestial, e a Sua tríplice mensagem angélica. [7] Cristo é o grande centro originador e integrador de toda a verdade (João 14:6; 17:17). “Cristo, Seu caráter e obra, é o centro e a circunferência de toda verdade. Ele é a cadeia que liga as joias de doutrina. NEle se encontra o inteiro sistema da verdade.”[8] Assim como a teologia da cruz, a teologia do santuário é central na teologia adventista, e envolve “um conjunto unificado de crenças”.[9]

Os pioneiros sabatistas se referiram a este sistema conectado de doutrinas como “verdade presente”.[10] O apóstolo Pedro falou sobre uma “verdade presente”: “Por isso, irei sempre a vós fazer lembrar acerca destas coisas, embora sabedores e firmados na presente verdade” (2 Pedro 1:12).[11] A Igreja sempre teve uma verdade presente dada por Cristo. Nos dias de Noé foi o juízo pelo dilúvio. “A verdade presente agora é aquela que mostra o dever atual e a posição correta para nós que estamos prestes a testemunhar um tempo de angústia, como nunca houve.”[12] Nossos pioneiros perceberam que o santuário celestial é “o centro e a cidadela da verdade presente.”[13] São poderosas verdades bíblicas negligenciadas, que devem ser pregadas no tempo do fim.[14] Elas estão conectadas ao santuário e a tríplice mensagem angélica de 14:6-12[15], como veremos a seguir:

(1) A perpetuidade da lei de Deus e a obrigatoriedade do sábado do quarto mandamento no conflito final (Êxodo 20:1-17; Salmo 19:7-14; Hebreus 8:8-10; 1 João 2:3; Apocalipse 12:17; Isaías 56:1-7; 58:13, 14; Ezequiel 20:12, 20; Mateus 12:1-12; 23:54-56; Hebreus 4:1-11; Apocalipse 11-14).[16] Cristo guardou a lei de Deus e o mandamento do sábado de coração (Salmo 40:7, 8; Mateus 5:17-20; Lucas 4:16; João 15:10; Apocalipse 1:10). Deus integrou Sua lei e o mandamento do sábado com o santuário, a tríplice mensagem angélica, e a fé em Jesus (Hebreus 9:3-5; 8:1, 2, 4, 5; Apocalipse 11:19; 14:7, 12; 15:5).

(2) O ministério antitípico de Cristo no lugar santíssimo do santuário celestial, a partir de 22 de outubro de 1844, por meio do juízo investigativo/purificação desse santuário.[17] Estes são alguns textos que descrevem uma conexão do santuário celestial com o juízo pré-advento e a tríplice mensagem angélica (Daniel 7:9-22; 8:13, 14; 9:21-27; Hebreus 9:23-28; Apocalipse 11:19; 14:6, 7, 14). Os três anjos representam pregadores humanos que “guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apocalipse 14:12).

(3) A segunda vinda pessoal, visível, gloriosa e de Cristo antes do milênio (Mateus 24:29-31; Lucas 21:25-28; João 14:1-3; Atos 1:9-11; 2 Tessalonicenses 1:7-10; 2:8; Tito 2:13; Apocalipse 1:7).[18] Cristo conecta o santuário celestial e a tríplice mensagem angélica com Sua gloriosa segunda vinda (Hebreus 9:23-28; Apocalipse 14:6-16). Ao Jesus terminar o juízo investigativo em Seu santuário, fixará o caráter de todos os vivos, e voltará com a recompensa “para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Apocalipse 22:11, 12).

(4) A imortalidade não é qualidade humana inerente. É condicional (Jó 19:25-27; Salmo 146:3, 4; Eclesiastes 9:5, 6, 10; Daniel 12:2, 13; João 11:11-14; 1 Coríntios 15:51-54; 1 Tessalonicenses 4:13-18; Apocalipse 20:1-9).[19] Somente Deus é imortal (1 Timóteo 6:15, 16). De forma indireta, Cristo integra a doutrina da imortalidade condicional, o santuário e a tríplice mensagem angélica (Apocalipse 14:6, 7, 13, 14; 22:11, 12; Hebreus 9:27, 28). Pois, que sentido faria o juízo no santuário celestial, a segunda vinda de Cristo e a ressurreição dos mortos, se estes já estivessem no Céu gozando a bem-aventurada recompensa?

(5) A manifestação moderna do dom profético na pessoa e escritos de Ellen G. White. Cristo integra o dom de profecia com o santuário, e a verdade presente. Em uma visão do santuário celestial, Jesus glorificado enviou mensagens a sete igrejas representativas (Apocalipse 1:10-20). “Os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes períodos da era cristã.”[20] Pois Cristo concedeu o dom de profecia à igreja remanescente (Efésios 4:8-11; Atos 2:14-21; Joel 2:23, 28, 29; Apocalipse 12:17; 19:10; 22:8, 9).[21]

Contudo, o ministério profético de Ellen White não foi de caráter formulador de doutrinas, mas somente confirmador. Por exemplo, ela ratificou a importância do assunto do santuário. “O assunto do Santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844”, e “revelou um conjunto completo de verdades, ligadas harmoniosamente entre si.”[22] A pregação da verdade presente e a tríplice mensagem angélica são feitas por aqueles que aceitam o ministério do verdadeiro dom de profecia. A propósito, seria bom ministrar cursos para pregadores, ensinando como pregar a verdade presente conectada em Cristo com o santuário e a tríplice mensagem angélica.

6. Assim como Jesus pregou o evangelho baseado na profecia; verdadeiros pregadores baseados na profecia pregam o evangelho eterno e a verdade presente, apelando por arrependimento. Jesus pregou baseado no cumprimento da profecia das 70 semanas de Daniel 9. “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho" (Marcos 1:15).[23] Porém, desde 1844 cumpriu-se a profecia dos 2300 anos de Daniel 8 e 9, e está ocorrendo o “Seu juízo” pré-advento (Apocalipse 14:7, 14).[24]

Em face ao solene juízo em andamento, e a iminente volta de Cristo “o Senhor quer que Seus servos hoje em dia preguem a antiga doutrina evangélica: tristeza pelo pecado, arrependimento e confissão....Deve-se trabalhar em prol do pecador, perseverante, fervorosa e sabiamente, até que veja que é um transgressor da lei de Deus, e manifeste arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.”[25] “Unicamente aquele que é um fiel ensinador da verdade poderá, ao fim de seu trabalho, dizer como Paulo: "Estou limpo do sangue de todos" (Atos 20:26).[26]

7. Verdadeiros pregadores restauram instituições divinas e reformam o povo de Deus. O Senhor nosso Deus Criador e Redentor é o único digno de adoração (Gênesis 1, 2; Salmo 95:3-6; Apocalipse 4:11). Pregadores verdadeiros, no espírito de Elias, restauram a adoração ao Criador e Redentor. Isto inclui a santificação do sábado do quarto mandamento (1 Reis 18; Malaquias 4:5; Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15; Isaías 58:12-14; Ezequiel 20:12, 20; Lucas 23:54-56; Hebreus 4:1-11; Apocalipse 14:7).

Eles restauram a família e o matrimônio bíblico (Gênesis 2:24; Malaquias 4:5; 2:14-16; Efésios 5:31; 6:1-4; 1Timóteo 3:2). E ensinam a “reforma interna” que resulta na “reforma externa” (Mateus 23:24-26; Lucas 3:3-14; 1Coríntios 6:19, 20; 10:31; Apocalipse 14:7).[27] “Nossos pregadores devem ensinar a reforma de saúde, mas não devem fazer disso o tema predominante em lugar da mensagem”.[28] Contudo: “temperança em todas as coisas deve estar associada com a mensagem, a fim de fazer voltar o povo de Deus de sua idolatria, glutonaria e extravagância no vestir e em outras coisas.”[29]

8. Verdadeiros pregadores gastam mais tempo do que falam em oração pelo Espírito Santo (Atos 1:8, 13, 14). Se realmente queremos reavivamento e reforma pelo Espírito de Deus, devemos gastar muito mais tempo orando do que meramente falando. “Enquanto o povo se acha tão destituído do Espírito Santo de Deus, não pode apreciar a pregação da Palavra; mas quando o poder do Espírito lhes tocar o coração, então os sermões não ficarão sem efeito.”[30] “Precisamos orar mais, e falar menos.”[31]

9. Verdadeiros pregadores são visitadores, e proclamam a verdade presente em todos os lugares (Marcos 16:15; Atos 5:42; 8:4). É importante a pregação no púlpito, onde “a verdade presente deve ser repetida com frequência, mesmo para aqueles que nela estão estabelecidos.”[32] Mas, a Bíblia não está acorrentada ao púlpito. É erro fatal limitar a pregação ao púlpito, ou a outros bons recursos como tv, rádio e redes sociais digitais

Assim como o colportor, o pregador visitador é indispensável (Atos 8:4, 5, 26, 40; 10:19-48; 20:20). “Se metade do tempo agora usado em pregação, fosse dado ao trabalho de casa em casa, ver-se-iam resultados favoráveis.”[33] A propósito: “de vila a vila, de cidade a cidade, de país a país tem de ser proclamada a mensagem da verdade presente, não com exibições exteriores, mas no poder do Espírito.”[34] Assim seja. Glória a Deus!

Wilson Borba (via Notícias Adventistas)

Referências:
[1]WHITE, Ellen G. Conselhos sobre a escola sabatina, 7ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 84.

[2]_______. Evangelismo, 3ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 210. A seguir: Evangelismo.

[3]_______. Atos dos Apóstolos, 9ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013, p. 244. A seguir: Atos dos Apóstolos.

[4]Evangelismo, p. 171.

[5]Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, v. 6, p. 734.

[6]Atos dos Apóstolos, p. 511.

[7]Para estudar a tríplice mensagem angélica ver: TIMM, Alberto R. O Santuário e as Três Mensagens Angélicas, 5ª ed. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2009. A seguir TIMM; WHITE, Ellen G. As Três Mensagens Angélicas, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2023.

[8]WHITE, Ellen G. Cristo Nossa Alta Vocação, MM1962, p. 14.

[9]KNIGHT, George R. Uma Igreja Mundial, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000, p. 43. A seguir: KNIGHT.

[10]TIMM, p. 4.

[11]Novo Testamento Interlinear Grego-português, Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004, p. 873. Ver também: Santa Bíblia Reina Valera 2000, 11ª ed. Florida: New Life, 2008, p. 1029.

[12]WHITE, James. Present Truth, v. 1, Middletown, Connecticut, julho de 1849, p. 17.

[13]COTTRELL, Roswell F. Review and Herald, 15 de dezembro de 1863.

[14]KNIGHT, p. 41.

[15]TIMM, p. 254.

[16]Para um estudo mais detido sobre a lei de Deus e o sábado do quarto mandamento ver: Nisto Cremos, 10ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2022, p. 296-338. A seguir: Nisto Cremos; VELOSO, Mario. “A Lei de Deus” e STRAND, Kenneth A. “O Sábado”, em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2021, p. 510-597. A seguir: Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia; REIS, Emilson dos; Groger, Renato; FOLLIS, Rodrigo, orgs. Doutrina do Sábado, 1ª ed. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, v. 1 e v. 2, 2012.

[17]Para estudar sobre o santuário celestial e o ministério sacerdotal de Cristo ver: HOLBROOK, Frank. B. ed. Doutrina do Santuário, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira 2021; HOOLBROK, Frank B. O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013, p. 121-221; RODRíGUEZ, Ángel Manuel. “Santuário” em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 421-466.

[18]Para estudar a segunda vinda de Cristo ver: Nisto Cremos, p. 416-434; Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 988-1023.

[19]Sobre o tema da imortalidade da alma ver: BACCHIOCCHI, Samuele, Crenças Populares, 1ª ed. 2016, p. 48-137; CAIRUS, Aecio E. “A Doutrina do Homem”, Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 231-261.

[20]Atos dos Apóstolos, p. 585.

[21]Para um estudo do dom profético de Ellen White ver: DOUGLASS, Herbert E. Mensageira do Senhor, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001; TIMM, Alberto R.; ESMOND, Dwain N. Quando Deus Fala, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2017; WHITE, Arthur L. Ellen White: Mulher de Visão, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016.

[22]WHITE, Ellen G. O Grande Conflito, 43ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2013, p. 423. A seguir: O Grande Conflito.

[23]Para estudar a profecia das “setenta semanas” de Daniel 9, ver: HOLBROOK, Frank B. ed. Setenta Semanas, Levítico e a Natureza da Profecia, 2ª ed. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2021; O Grande Conflito, p. 317-328.

[24]Para estudar a profecia dos “2300 anos” de Daniel 8 e 9, ver: GOLDSTEIN, Clifford. 1844, 1ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000; O Grande Conflito, p. 317-354; MAXWELL, C. Mervyn. Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, 2ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 151-278.

[25]Evangelismo, p. 179, 180.

[26]Atos dos Apóstolos, p. 394.

[27]WHITE, Ellen G. Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 12ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 35.

[28]A autora refere-se à “mensagemdo terceiro anjo”. Ibidem, p. 74.

[29]Ibidem, p. 71.

[30]WHITE, Ellen G. Mensagens Escolhidas, Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985, v. 1, p. 121.

[31]Ibidem, p. 122.

[32]WHITE, James. “Present Truth”, v. 1, Middletown, Connecticut, julho de 1849, p. 17.

[33]WHITE, Ellen G. Evangelismo, p. 463.

[34]_______. Obreiros Evangélicos, 5ª ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 27.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

OS 4 CAVALEIROS DO APOCALIPSE

Muitas vezes ouvimos falar dos 7 selos, os quatro cavalos e os 4 cavaleiros do Apocalipse. Todos eles formam parte da mesma profecia. Os 4 cavaleiros com seus respectivos cavalos aparecem nos 4 primeiros selos.

Os acontecimentos representados nos sete selos devem ser entendidos no contexto das maldições da aliança do Antigo Testamento, especificadas em termos de espada, fome, pestes e feras do campo (Lv 26:21-26). Ezequiel os chamou de os “quatro terríveis juízos” de Deus (Ez 14:21). Eram juízos disciplinares pelos quais o Senhor, buscando despertar Seu povo para sua condição espiritual, castigou-o quando ele se tornou infiel à aliança. Semelhantemente, os quatro cavaleiros são o meio que Deus usa para manter Seu povo desperto enquanto aguarda o retorno de Jesus.

No capítulo 5 do Apocalipse, João descreve a cena em que Jesus toma o livro selado da mão de Deus sob uma aclamação nunca antes vista no Universo. “E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5:1).

O fato de estar selado com sete selos revela que o conteúdo do rolo era muito importante, porque só documentos importantes são selados. O Pai Eterno depôs este documento selado nas mãos do Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo. Ele, por Sua vez, abriu os selos na presença de milhões e milhões de anjos da corte celestial, porque todos estavam na expectativa, aguardando saber o desenlace da luta final entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás.

O capítulo 6 trata dos seis primeiros selos e o capítulo 8 do sétimo selo. Assim, como em outros capítulos, a simbologia é bastante utilizada. É importante citar que a sequência profética e simbólica dos sete selos relaciona-se com o mesmo terreno coberto pela profecia das sete igrejas, mas dando ênfase a outros eventos. O tempo da abertura dos quatro primeiros selos corresponde ao tempo retratado nas igrejas de Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira.

O Primeiro Selo
Leiamos e analisemos o primeiro selo:

Apocalipse 6:1-2 – “E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer.”

O primeiro selo nos mostra um cavalo branco, e sobre ele um cavaleiro com um arco de conquistador. O cavalo, em profecia, segundo Provérbio 21:31, simboliza lutas políticas ou religiosas.

A cor branca do cavalo simboliza, segundo o Livro Sagrado, a imaculada pureza da igreja divina. Em outras palavras, temos a descrição em símbolo do evangelho puro de Jesus Cristo como foi ensinado pelos apóstolos e pela bendita virgem.

O texto diz que o cavalo branco, a pureza do evangelho, e o cavaleiro, saíram vencendo e para vencer. Graças a Deus que a História confirma os triunfos da gloriosa igreja apostólica. A igreja cristã primitiva conquistou as forças pagãs que se lhe opunham, e milhões aceitaram a verdade pura do evangelho durante o primeiro século. Justo antes do seu martírio, o apóstolo Paulo confirmou este fato nas seguintes palavras:

(Colossenses 1:23): “Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro.”

Esta é uma confirmação histórica de que o evangelho havia sido pregado a todo o mundo conhecido por ocasião do martírio de Paulo no ano 68. Era a corrida vitoriosa do cavalo branco, que teve início no ano 31 e foi até o ano 100, quando morreu o último apóstolo, João. É provável que nenhum século desde o primeiro da era cristã tenha testemunhado uma expansão tão ampla do reino de Deus. O arco na mão do cavaleiro simbolizaria conquista e a coroa (stephanos; ver com. de Ap 2:10), vitória. O evangelho foi propagado com tal rapidez que, ao escrever para os colossenses por volta de 62 d.C., Paulo afirmou que as boas-novas haviam sido pregadas “a toda criatura debaixo do céu" (Cl 1:23).

O Segundo Selo
Vamos agora à revelação e descrição do segundo cavaleiro:

Apocalipse 6:3 e 4) – “E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê. E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.”

O que monta este cavalo vermelho, e que deveria correr o mundo então conhecido, tinha uma grande espada para matar.

A cor do cavalo – o vermelho – é símbolo do derramamento de sangue, e representa a era de perseguições dos cristãos pelos judeus bem como pelos romanos, cuja igreja pagã oficial via sua sobrevivência perigando em face do sucesso da igreja cristã como resultado dessas mesmas perseguições. Mas, ao mesmo tempo, uma multidão de erros se introduziriam na igreja, sobrevindo a luta de facções em seu seio. O vermelho pode ser interpretado como uma corrupção da fé por meio da introdução de heresias.

A despeito de todas as lutas e perseguições do segundo e terceiro séculos, Satanás não pôde alcançar o seu propósito de exterminar a igreja. Ao contrário, na expressão de Tertuliano, “o sangue dos mártires é semente da igreja”. A era do cavalo vermelho vai de 100 a 313. Esta data assinala o decreto de tolerância dos romanos para com os cristãos. Mais tarde o próprio imperador Constantino aceitou o cristianismo.

O Terceiro Selo
Apocalipse 6:5 e 6 – “E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.”

Se o branco é emblema de pureza da verdade, o preto simboliza o oposto, isto é a apostasia e o erro. Quando Satanás viu que fora incapaz de destruir a igreja divina pela perseguição, mudou seus métodos. Procurou destruí-la pela apostasia. Isto teve melhores resultados. 

Uma balança. Pode-se entender que este símbolo caracteriza a condição espiritual da igreja após a legalização do cristianismo no 4º século, quando igreja e estado se uniram. Após essa reunião, grande parte da preocupação da igreja se voltou para questões seculares e, em muitos casos, seguiu-se uma carência de espiritualidade. Essa balança também pode ser interpretada como símbolo de preocupação indevida comas necessidades da vida. A batalha não mais resulta em vitória, mas agora tem um resultado temível: a fome. 

Denário. O denário romano representava o salário de um dia do trabalhador comum (ver Mt 20:2). Logo, a porção diária de trigo por um dia de trabalho mal representava o alimento suficiente para um trabalhador e sua família. Quando aplicadas ao período da história da igreja cristã posterior à legalização do cristianismo, as palavras do interlocutor anônimo podem ser interpretadas como um indicativo da preocupação geral com as coisas materiais. 

Cevada. A cevada era a comida comum dos pobres e era também usada para alimentar animais. 

O azeite e o vinho. Estes eram os dois líquidos comuns usados como alimentos no mundo antigo. Alguns os interpretam como símbolos de fé e de amor, que deveriam ser preservados diante do materialismo que dominou a igreja após sua legalização no 4º século. 

O imperador Constantino manifestou o seu beneplácito para com a igreja, e mais tarde professou sua fé. Grande estadista que era, logrou êxito em unir a igreja pagã com a cristã numa só grande igreja do Estado. Eusébio, bispo de Antioquia, amigo e conselheiro religioso do imperador, desempenhou também grande parte na apostasia da igreja. Cumpriu-se então com este triste drama a profecia de Paulo sobre os bispos da Ásia Menor (ver Atos 20:28-30). 

A apostasia, que se desenvolvia muito lentamente, foi acelerada a partir do ano 313, quando Constantino outorgou favores à igreja cristã, até o ano 538, quando toda oposição a esta igreja foi subjugada pela força da espada, sendo sua autoridade completamente imposta. Satanás não pôde destruir a igreja pela perseguição indicada pelo segundo cavaleiro, mas obteve êxito induzindo-a à apostasia. Aqui Satanás triunfou.

O Quarto Selo
Apocalipse 6:8 – “E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.”

A partir do ano 538 nova era começou para a igreja, desdobrando-se segundo a descrição do quarto cavaleiro.

Surge um cavalo amarelo. Esta cor (pálido, na versão inglesa) – é símbolo da morte, porque é a tonalidade da pele de quem está para morrer. O cavaleiro do cavalo pálido recebeu poder “para matar a quarta parte da Terra”. Isto ocorreu quando a igreja apóstata, “em defesa da fé”, começou a exercer poder temporal sobre as nações da Europa, que bem representam a quarta parte da Terra, segundo a profecia.

A série – espada, fome, peste e feras – pode ser interpretada como a representação da deterioração progressiva da civilização que se segue à guerra. A devastação da espada, matando pessoas e destruindo plantações, produz fome; a fome resulta no colapso da saúde, causando peste; e quando a peste cobra seu preço, a sociedade humana se enfraquece tanto que não consegue se proteger dos ataques de feras selvagens. Quando aplicado a um período específico da história cristã, o quarto cavaleiro parece representar uma situação característica do período de 538-1517, o período de dominação de Roma papal.

Este poder levou os governos da Europa a perseguir os que não renunciassem sua fé na Santa Escritura e insistissem em permanecer na verdade do cavalo branco. Várias nações baixaram decretos rejeitando por lei qualquer crença contrária. Mas milhares e milhares preferiram a morte antes que violentar a consciência.

A história confirma que terrível perseguição dominou o mundo por mais de um milênio, sendo conhecida na História como a “Inquisição da Idade Média”. Muitos livros têm sido escritos sobre a história dos fiéis valdenses, albigenses e huguenotes, que durante este tempo foram mártires da fé. 

Com o quarto selo termina a visão dos cavalos. Os últimos três selos, que são representados por meio de símbolos, revelam que os futuros acontecimentos não seriam de escopo universal.

O Quinto Selo
O quinto selo é uma sucessão do quarto e estende-se do período que vai do ano 1517 a 1755. No quarto selo vimos os terríveis extermínios do papado contra o povo de Deus. O quinto selo nos mostra o quadro das testemunhas de Deus e de Seus filhos mortos pela espada papal.

O Sexto Selo
Depois disto, João visualiza a abertura do sexto selo, onde estão descritos os sinais da iminente volta de Jesus. A linguagem que antes era simbólica passa a ser literal. Os escritores do Antigo Testamento, e o próprio Cristo, falaram muitas vezes de grandes sinais no universo físico, no Sol, na Lua, nas estrelas e na Terra. Esses sinais seriam indicações especiais da volta de nosso Senhor. O período deste selo foi de 1755 a 1833. O sexto selo do Apocalipse nos ajuda a descobrir quando começaria o tempo do fim e conclui com a descrição da segunda vinda de Jesus. 

O Sétimo Selo
O sétimo selo só será rompido depois que Cristo vier e os ímpios forem mortos pela glória de Seu aparecimento. Então haverá silêncio no Céu durante cerca de ‘meia hora’ (Ap 8:1). O silêncio que ocorrerá imediatamente após o aparecimento de Cristo (Ap 6:12-17) representa o descanso, a paz e o regozijo entre a hoste celestial e os salvos depois que o veredicto do tribunal celestial começar a ser posto em execução. Quando for rompido o sétimo selo, tornar-se-á conhecido o conteúdo do livro do destino (Ap 5:5 e 9), e o povo de Deus será reunido pelos anjos e levado para o Céu.

Jesus nos dá, em Sua revelação do Apocalipse, uma visão profética tridimensional do que finalmente chegaria a ser a história desde os dias apostólicos até o tempo do fim. Os sete selos profetizam a história social da era cristã, expondo principalmente o triste processo da apostasia. Também se apresenta a Deus controlando a história e dando fim à dor e ao sofrimento. 

terça-feira, 24 de setembro de 2024

CRISTO REALMENTE RESSUSCITOU?

Um dos textos bíblicos que considero mais significativos é o de 1 Coríntios 15:14, que diz o seguinte: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé”. Essas palavras não poderiam ser mais verdadeiras. Como bem afirmou William Craig, filósofo e teólogo cristão, “o judaísmo pode sobreviver sem Moisés; o budismo, sem Buda; o islamismo, sem Maomé; o cristianismo, porém, não pode sobreviver sem Cristo” (Apologética Contemporânea, p. 276). A crença na ressurreição de Jesus se encontra no próprio cerne da religião cristã. De acordo com Paulo, ela é o próprio centro de nossa fé. Se o que as Escrituras afirmam a respeito da ressurreição não é verdade, então todas as crenças cristãs entram em colapso. 

Desde que pensadores cristãos, a exemplo de Rudolf Bultmann, reinterpretaram as narrativas dos evangelhos apenas como metáforas existenciais a fim de torná-las atraentes ao leitor moderno, um mar de relativismo inundou a igreja cristã, e provocou um esfriamento da fé como se vê em nossos dias. A grande questão é que os evangelhos também reivindicam a historicidade e autenticidade dos eventos ali narrados. Uma leitura fiel dos relatos da ressurreição de Cristo deve levar em consideração que os autores não estavam criando um conto de fadas, mas descrevendo acontecimentos que eles presenciaram (1Co 15:3-7; ver também 1Jo 1:1-4). Assim, nos perguntamos que evidências existem de que a ressurreição de Jesus é um evento histórico. William Lane Craig, que se tornou muito conhecido por seus debates com ateus, resume quatro fatos reconhecidos por historiadores, os quais apresentam fortes indícios de que nossa fé está fundamentada sobre firme alicerce (The Apologetics Study Bible: Real Questions, Straight Answers, Stronger Faith [A Bíblia de estudo apologética: questões reais, respostas diretas, mais firme fé, p. 1728-1734]).

1) Jesus foi sepultado por José de Arimateia em uma tumba. Se levarmos em consideração que havia muita hostilidade contra líderes judeus no período do cristianismo primitivo, é muito improvável que a história de que José de Arimateia, um membro da corte judaica, sepultou o corpo de Cristo, tenha sido inventada. Além disso, a história do sepultamento de Jesus não apresenta características de lenda. “Por essas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento concordam que Jesus foi, de fato, sepultado por José de Arimateia em uma tumba”, afirma Craig (p. 1728).

2) A sepultura de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de mulheres que O seguiam. Existem várias razões que atestam que são fidedignos os relatos dos evangelhos quanto ao fato de a tumba de Jesus ter sido encontrada vazia por um grupo de mulheres. Uma delas, e talvez a principal, é que, numa cultura patriarcal como a judaica, não se dava muito crédito ao testemunho de mulheres. Por essa razão, o fato de os evangelhos não omitirem que as coisas ocorreram dessa forma é uma forte evidência de que as narrativas são verdadeiras. Além disso, elas visivelmente não passaram por nenhuma espécie de embelezamento a ponto de parecer lendas. “Por essas e outras razões, a maioria dos estudiosos se apega firmemente à confiabilidade do testemunho bíblico a respeito da tumba vazia de Jesus”, acrescenta Craig (p. 1728).

3) Diferentes indivíduos e grupos viram Jesus vivo após Sua morte. Ainda que alguns críticos aleguem que os evangelhos são narrativas míticas, o que dizer da afirmação de Paulo em 1 Coríntios 15:5-8? Ele estava escrevendo uma carta, um gênero literário que tem a característica de ser tão factual quanto os evangelhos, que também se encaixam no gênero “biografia”. Além disso, não dependemos somente de um relato da ressurreição. As narrativas das aparições do Cristo ressurreto são múltiplas nos evangelhos, sem mencionar as cartas (1 Coríntios 15:5-8; Filipenses 3:9-10), os Atos dos Apóstolos (1:6-11) e mesmo o Apocalipse (1:12-16), para citar apenas alguns exemplos. “Mesmo os críticos mais céticos admitem que os discípulos viram Jesus vivo após Sua morte”, Craig completa (p. 1729).

4) Os discípulos creram “tão fortemente que Deus ressuscitou Jesus dos mortos que eles estavam dispostos a morrer por essa crença” (p. 1729). Diante desse fato, devemos nos perguntar: “Quem estaria disposto a morrer por uma lenda?” Se Jesus tivesse aparecido isoladamente apenas para uma pessoa após a ressurreição, alguém poderia considerar o relato dessa única testemunha como loucura ou devaneio. Mas o que dizer de um grupo que estava disposto a enfrentar mesmo as piores hostilidades de autoridades judaicas e romanas?

A melhor explicação para a pergunta acima, bem como para os fatos anteriores, é que Jesus realmente ressuscitou. Porém, a maior evidência da ressurreição de Jesus é a experiência pessoal de cada crente com o Cristo ressurreto, por meio do testemunho do Espírito Santo no coração (Rm 8:11, 16-17). Como ouvi alguém dizer: “Eu sei que Cristo está vivo porque eu falei com Ele nesta manhã”. Essa deve ser nossa experiência diária!

Nilton Aguiar (via Revista Adventista)

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

QUEM FOI JOSÉ DE ARIMATEIA

José de Arimateia é um personagem bíblico citado no Novo Testamento, lembrado sempre por sua participação no episódio do sepultamento de Jesus. Embora não se saiba muita coisa acerca de quem foi José de Arimateria, pelos poucos relatos bíblicos que temos sobre ele poderemos conhecer um pouco mais sobre sua história.

A história de José de Arimateia
José de Arimateia foi um judeu, senador, ou seja, membro do Sinédrio (a Suprema Corte dos judeus) e um homem rico da época. Ellen White o chama de "rico e influente senador dos judeus e verdadeiro discípulo de Jesus" (Primeiros Escritos, p 180). Vale lembrar que “Arimateia” não é seu sobrenome, e sim sua cidade de origem. Alguns defendem que essa cidade seria a antiga Ramataim-Zofim, onde Samuel nasceu (1Sm 1:1,19), entretanto sua localização é incerta.

José de Arimateia é mencionado no Novo Testamento nos quatro Evangelhos. São exatamente essas passagens que nos fornecem detalhes acerca de seu perfil. O Evangelho de Lucas o descreve como um “homem bom e justo” (Lc 23:50), e que, apesar de ser membro do Sinédrio, ele não votou a favor da condenação de Jesus. Lucas ainda completa nos dizendo que José de Arimateia era alguém que esperava o Reino de Deus (Lc 23:51). Na passagem paralela no Evangelho de Marcos, José de Arimateia é descrito como um “senador honrado” (Mc 15:43).

No Evangelho de Mateus temos a informação acerca de seu poder aquisitivo, sendo descrito como um homem rico e também discípulo de Jesus (Mt 27:56). O Evangelho de João ressalta que José de Arimateia era um “discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus“ (Jo 19:38).

O medo que José de Arimateia sentia, e que o levava a ser um discípulo “secreto” de Jesus, estava relacionado à possibilidade de que, caso descoberto, os outros membros do Sinédrio o expulsariam do conselho, e até mesmo da sinagoga. Comportamentos semelhantes ao de José podem ser notados em outras passagens bíblicas (Jo 7:13; 9:22; 20:19).

José de Arimateia e o sepultamento de Jesus
A Bíblia nos informa que, após a morte de Jesus, José de Arimateia foi a Pilatos para pedir o seu corpo a fim de que pudesse sepultá-lo (Mt 27:57,58; Mc 15:43; Lc 23:52; Jo 19:38). O Evangelho de Marcos enfatiza que essa foi uma atitude ousada por parte dele. Talvez essa ousadia esteja relacionada com o fato de que José tinha sido um discípulo oculto de Jesus, e, com tal atitude, seus colegas do Sinédrio ficariam sabendo do ocorrido. Ellen White também afirma que "José de Arimateia foi em particular, mas com ousadia, a Pilatos, e pediu-lhe o corpo do Salvador. Não ousou ir abertamente por causa do ódio dos judeus" (Primeiros Escritos p. 180).

Após comprovar que Jesus realmente estava morto (Mc 15:44), Pilatos concedeu a permissão para que José de Arimateia o sepultasse. José, juntamente com outras pessoas, se se dirigiram ao Calvário para que pudessem retirar o corpo da cruz. Ellen White conta que Pilatos satisfez ao pedido, e os discípulos tiraram da cruz o corpo inerte, enquanto com profunda angústia lamentavam suas desfeitas esperanças. Cuidadosamente foi o corpo envolto em linho fino, e posto no sepulcro novo de José" (Primeiros Escritos, p. 180).

Na tarefa de preparação do corpo, José contou com o auxilio de outro membro do Sinédrio, Nicodemos (Jo 19:39), que forneceu as especiarias que serviram para a unção do corpo, enquanto José de Arimateia preparou o linho fino que envolveu o corpo de Jesus, e também providenciou o seu próprio tumulo particular. Ellen White diz: "Com José de Arimateia, Nicodemos tinha feito face às despesas do sepultamento de Jesus. Os discípulos estavam temerosos de se mostrarem abertamente como seguidores de Cristo, mas Nicodemos e José corajosamente vieram em seu auxílio. O concurso desses ricos e honrados homens era grandemente necessário naquela hora de trevas. Eles puderam fazer por seu Mestre morto o que teria sido impossível para os pobres discípulos; e sua riqueza e influência os protegeram, em grande medida, da maldade dos sacerdotes e príncipes" (Ato dos Apóstolos, p. 57).

Aqui, vale ressaltar que os judeus preparavam seus mortos de maneira diferente dos egípcios. Os judeus enrolavam o linho fino envolta do corpo, como uma bandagem, que espalhava pelo próprio corpo as especiarias, no caso a mistura de mirra e aloés. Já os egípcios, embalsamavam seus mortos removendo o cérebro e as entranhas.

Outro ponto que também merece atenção, é o sepulcro fornecido por José de Arimateia. Sabemos que esse sepulcro era cavado na rocha, e que até então não havia sido usado (Mt 28:57-60), um lugar propício para receber um corpo que não sofreria decomposição (Sl 16:10). O fato de ter sido cedido por José de Arimateia, nos faz lembrar claramente do que fora dito pelo Profeta Isaías de que “com o rico esteve em sua morte” (Is 53:9).

Após depositarem o corpo de Jesus no tumulo, uma pedra muito pesada foi usada para lacrá-lo. A entrada do túmulo era bem baixa, como fica evidente na descrição de Maria precisando abaixar-se para olhá-lo por dentro (Jo 20:11).

Onde ficava o tumulo de Jesus cedido por José de Arimateia?
Apesar de muita especulação acerca da localização do sepulcro fornecido por José de Arimateia, nada se sabe de concreto. Na verdade, essa dificuldade ocorre pelo fato de que também não se sabe onde exatamente ficava o Calvário. Tudo o que sabemos é que o sepulcro fica nas proximidades do Calvário.

Atualmente em Jerusalém, alguns pontos turísticos são identificados como sendo os locais originais descritos nos relatos bíblicos, entretanto nada pode ser comprovado com exatidão. Muitos estudiosos defendem que a localização original do tumulo em que Jesus foi sepultado é impossível de ser determinada.

Creio que é melhor assim, pois se o local fosse conhecido com exatidão não consigo imaginar tamanha honra que lhe seria atribuído. Para nós, o importante não deve ser a localização, mas a certeza de que Ele não está mais lá. Ellen White conclui dizendo: "Fora do inutilizado túmulo de José de Arimateia, Jesus afirmou triunfante: 'Eu sou a ressurreição e a vida'” (Um Convite à Diferença, p. 55).

[Com informações de Estilo Adoração]

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

DEUS MEU, DEUS MEU, POR QUE ME ABANDONASTE?

Há quase 2 mil anos, uma pergunta ficou no ar, aparentemente sem resposta, ecoando no Universo: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”, frase que traduz o original Eloí, Eloí, lamá sabactani. O grito de protesto contra o abandono, uma evocação angustiada do Salmo 22:1, por volta das 3 horas (Mt 27:46; Mc 15:34), no momento em que os sacerdotes davam a primeira série de três toques do shofar durante o sacrifício da tarde para anunciar a proximidade do sábado, parece uma expressão intensa de agonia.

Para o cristão, é um ato difícil de testemunhar, um gesto humano de pura vulnerabilidade que mistura nossas lágrimas com as gotas de sangue rolando pela face do Crucificado, um brado que concretiza o aparente silêncio e a suposta ausência de Deus. Ellen White diz que "muitos dos que nEle criam, ouviram-Lhe o desesperado grito. E abandonou-os a esperança. Se Deus desamparara a Jesus, em quem podiam confiar Seus seguidores?" (DTN, p. 534).

No entanto, esse foi o momento em que cintilaram todas as partículas do amor. Não, o grito sem resposta não significava indiferença divina. Deus estava totalmente lá, assim como nós. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5:19). E, apesar do silêncio, Jesus sabia que o Salmo 22 começa com lamento, mas termina com uma expressão de louvor, reconhecimento da justiça e adoração ao Senhor por gerações futuras. O Deus do abandono ainda era o “Deus meu”. Na verdade, o Pai não abandonou o Filho na cruz e jamais nos abandona, mesmo quando o Sol se recusa a brilhar e a escuridão invade a alma.

No íntimo, Jesus sabia que esse momento chegaria. Das 19 afirmações feitas por Ele de que as Escrituras deviam ser cumpridas, 12 vezes (63%) se referem a algum aspecto da sua morte. Cristo foi para a cruz porque quis. Ele sabia como tudo terminaria, mas prosseguiu. O amor infinito nunca desiste.

Você pode não reconhecer a centralidade da cruz, mas ela continua sendo o núcleo do evangelho. Apesar de algumas novas teorias da expiação e reinterpretações do evangelho, especialmente por aqueles que acham que a cruz foi uma fatalidade, pois Deus não enviaria seu Filho para morrer, assim como o ser humano não manda um filho para a guerra com esse objetivo, a realidade é que Jesus morreu em nosso lugar (Is 53:4, 5; Mc 10:45), como expressão de amor inigualável (Rm 5:6-8).

Ellen White declara: "O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos açoites; aquelas mãos tantas vezes estendidas para abençoar, pregadas ao lenho; aqueles pés tão incansáveis em serviço de amor, cravados no madeiro; a régia cabeça ferida pela coroa de espinhos; aqueles trêmulos lábios entreabertos para deixar escapar um grito de dor. E tudo quanto sofreu — as gotas de sangue a Lhe correr da fronte, das mãos e dos pés, a agonia que Lhe atormentou o corpo, e a indizível angústia que Lhe encheu a alma ao ocultar-se dEle a face do Pai — tudo fala a cada filho da família humana, declarando: É por ti que o Filho de Deus consente em carregar esse fardo de culpa; por ti Ele destrói o domínio da morte, e abre as portas do Paraíso. Aquele que impôs calma às ondas revoltas, e caminhou por sobre as espumejantes vagas, que fez tremerem os demônios e fugir a doença, que abriu os olhos cegos e chamou os mortos à vida — ofereceu-Se na cruz em sacrifício, e tudo isso por amor de ti. Ele, o que leva sobre Si os pecados, sofre a ira da justiça divina, e torna-Se mesmo pecado por amor de ti" (DTN, 534).

A Bíblia diz que o único e verdadeiro Deus subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. São três pessoas distintas em um só Deus. Obviamente isto é um mistério para nós, mas jamais podemos dizer que essa doutrina não é ensinada na Bíblia (Mt 5:16; 11:25; 28:19; Jo 1:1-3,18; 10:17-38; 1Co 2:10; 2Co 13:14 etc.). 

O Deus Triúno é o criador e sustentador de todas as coisas. Todo o universo foi criado pelo Pai, através do Filho, pela agência do Espírito (Gn 1; Jo 1; Cl 1:16,17). Na obra da redenção, o Pai planejou, o Filho executou, e o Espírito Santo é quem aplica essa obra. Na execução da obra da redenção, o Filho encarnou e assumiu o lugar dos pecadores (Jo 1).

O clímax dessa obra se deu no Calvário. Jesus, plenamente Deus e plenamente homem, morreu por aqueles que mereciam a morte. Aquele que jamais pecou, se fez pecado para redimir o seu povo (2Co 5:21). Foi nesse momento de agonia que o Filho exclamou ao Pai: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”.

De fato a declaração “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” foi um grito que expressa toda a desolação de Jesus na cruz. Essa frase mostra toda a profundidade do sofrimento que ele suportou ali. Mas é preciso saber que essa frase não diz respeito ao sofrimento físico de Jesus, apesar de esse sofrimento ter sido imenso. Essa frase diz respeito ao inimaginável sofrimento da separação do Pai que o Filho teve de experimentar. Por toda a eternidade o Filho havia desfrutado do mais perfeito e pleno amor em seu relacionamento com o Pai, mas na cruz Ele teve de ser abandonado. A Bíblia diz que a santidade de Deus é tamanha que seus olhos não podem contemplar a iniquidade (Hc 1:13). Isso explica por que Jesus provou do abandono divino.

Ellen White assim descreve a cena: "Sobre Cristo como nosso substituto e penhor, foi posta a iniquidade de nós todos. Foi contado como transgressor, a fim de que nos redimisse da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava-Lhe sobre a alma. A ira de Deus contra o pecado, a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniquidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho. Com o terrível peso de culpas que carrega, não pode ver a face reconciliadora do Pai. O afastamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia, penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia, que Ele mal sentia a dor física" (DTN, p. 523).

“Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” foi a genuína declaração daquele que suportou o horror da ira do juízo de Deus sobre o pecado. No lugar de todo o seu povo, Jesus suportou a terrível maldição merecida pelo pecado. O Filho foi abandonado pelo Pai naquele momento para que os redimidos pudessem ter comunhão com Deus por toda a eternidade. 

Ellen White conclui: "Em meio da horrível escuridão, aparentemente abandonado por Deus, sofrera Cristo as piores consequências da miséria humana. Durante aquelas horas pavorosas, apoiara-Se às provas que anteriormente Lhe haviam sido dadas quanto à aceitação de Seu Pai. Estava familiarizado com o caráter de Deus; compreendia-Lhe a justiça, a misericórdia e o grande amor. Descansava, pela fé nAquele a quem Se deleitara sempre em obedecer. E à medida que em submissão Se confiava a Deus, o sentimento da perda do favor do Pai se desvanecia. Pela fé, saiu Cristo vitorioso" (DTN, 535).

Oração: Querido Pai, na cruz foi revelado a faceta mais perversa do pecado. Teu querido filho, que por amor a nós assumiu nossas falhas e sentiu a separação que o pecado provoca entre o Criador e a criatura. O resultado é triste, é a solidão, a tristeza e a miséria que consome nosso coração. Mas aqui estamos, suplicando-Te que nos recebas de volta e que habites em nós. Aceita-nos Senhor, em nome de Jesus, amém.