quinta-feira, 26 de junho de 2014

Quebrando o Silêncio - Luciano Huck se envolve em polêmica sobre turismo sexual


O apresentador Luciano Huck, da TV Globo, publicou em suas redes sociais nesta terça-feira, 24, a chamada a seguir, que foi interpretada por muitos de seus seguidores como um estímulo ao turismo sexual no Rio de Janeiro.

Huck postou o mesmo texto em seu Facebook e conseguiu mais de 22 mil curtidas e quase 3 mil compartilhamentos, segundo o Blog do Julio Hungria, antes de ser retirado do ar algumas horas depois. A grande crítica feita ao conteúdo dos posts é que ele vai na contramão dos esforços de governantes e organizações de direitos humanos, e Luciano Huck não parece preocupado em garantir o fim do turismo sexual no Brasil.


Um exemplo dessa postura que ignora esse tipo de ação pública se deu no caso da banana lançada no jogador Daniel Alves durante um jogo do Barcelona. Na ocasião, Huck aproveitou para ganhar dinheiro vendendo camisetas com a insígnia racista “#somostodosmacacos”.

Agora, não soa inocente o convite feito por ele às “solteiras”. Luciano Huck mais parece estar inaugurando um novo negócio como promotor público de turismo sexual.

Como resposta à pressão de movimentos sociais e de direitos humanos preocupados com a exploração do turismo sexual, especialmente no período da Copa do Mundo, a presidenta Dilma Rousseff usou seu perfil no Twitter para reafirmar que o Ministério do Turismo, a Secretaria de Política para as Mulheres e a Secretaria de Direitos Humanos estão firmes no combate à exploração sexual durante o evento.


Uma questão que surge é que, como a chamada foi veiculada em um de seus sites institucionais, é preciso avaliar o grau de responsabilidade que a Rede Globo tem sobre esse tipo de conteúdo. Até por se tratar de um de seus principais expoentes.

Apesar das manifestações e do dito “aperto” dos governos às ações de promoção ao turismo sexual, não faltam exemplos de provocações e chamarizes públicos aos visitantes que vão muito além dos gramados e dos craques de cuecas.


Espera-se que os governos e suas autoridades se manifestem e cobrem responsabilidades. A omissão neste caso reforça a ideia de mais um lamentável legado da Copa: a tolerância e a conivência ao turismo sexual e à violência contra as mulheres. (Carta Capital)

Turismo sexual é um tema que preocupa vários países e é motivo de alerta. Com a realização da copa do Mundo no Brasil, em 2014, aumenta o temor de que crianças e adolescentes se tornem vítimas fáceis de aproveitadores, inclusive de estrangeiros. Na maioria das vezes, as vítimas são meninas que pertencem a grupos mais vulneráveis e pobres.

Em entrevista à Revista Veja, a diretora-executiva da ONG sueca Childhood, Ana Maria Drummond, declarou que “O Brasil é um destino de turismo sexual e leva tempo para desconstruir o imaginário de que é um país sem regras, onde tudo pode. Das doze cidades-sede da Copa, cinco são campeãs de denúncia em violência sexual contra criança e adolescente.”

O papel da família na prevenção contra esse tipo de crime é essencial. “Uma família amorosa, cuidadosa e bem estruturada dificilmente terá problema de envolvimento de seus filhos com o turismo sexual. Os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos. Precisam analisar eventuais mudanças. O local em que as crianças e adolescentes devem estar é a escola. Os pais precisam propiciar aos filhos atividades extracurriculares, como artes, esportes e cultura.” disse Fabiana Rocha Paes, Promotora de Justiça do Estado de São Paulo, em entrevista para a Revista do projeto Quebrando o Silêncio.

As igrejas e comunidades religiosas também possuem um importante papel nesta luta. Isso porque neste meio religioso são fortalecidos valores e princípios que nos protegem e fortalecem a família contra crimes como este.

Para ler a entrevista completa com Fabiana Rocha Paes, Promotora de Justiça do Estado de São Paulo, clique aqui. (quebrandoosilencio.org)

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