A tradicional publicação da revista norte-americana Time para a pessoa do ano ganhou uma novidade neste ano: em 2017, as verdadeiras pessoas do ano foram aquelas que “quebraram o silêncio”. A revista decidiu condecorar as várias mulheres que foram protagonistas na luta contra a misoginia na indústria do entretenimento e apostaram suas carreiras para denunciar criminosos que seguiam impunes há décadas.
A revista nomeou as mulheres que se posicionaram contra a cultura do assédio em Hollywood como as “quebradoras de silêncio”. Entre elas estão Tarana Burke (que começou a campanha #MeToo ainda em 2006), as atrizes Alyssa Milano e Ashley Judd (uma das primeiras a denunciarem Harvey Weinstein) e a cantora Taylor Swift (que processou um radialista após ser assediada). Outros nomes também estamparam a capa da revista como Susan Fowler, Adama Iwu, Isabel Pascual e Rose McGowan. Todas essas mulheres implementaram ações de combate ao assédio de alguma forma ao longo do ano.
Edward Felsenthal, editor-chefe da revista, contou ao programa Today Show as razões que corroboraram esta edição da publicação. “A ação das mulheres na nossa capa, junto com centenas de outras mulheres, e muito homens também, lançaram em alta velocidade uma das maiores mudanças culturais desde 1960. A ideia de que pessoas inspiradoras podem mudar a forma do mundo não poderia ser mais importante nos dias de hoje”, afirmou.
Após as “quebradoras de silêncio”, a revista Time elegeu Donald Trump como a segunda pessoa de mais importância no ano pela sua vitória na corrida eleitoral norte-americana. (Correio Braziliense)
Nota: Conheça o projeto Quebrando o Silêncio, que existe desde 2002 e é mantido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tem o objetivo de ajudar a diminuir a violência doméstica praticada contra mulheres, crianças e idosos. O projeto produz duas revistas informativas (uma voltada aos adultos com artigos e orientações e outra em linguagem infanto-juvenil) e um site (www.quebrandoosilencio.org).
Em 2017, o projeto Quebrando o Silêncio enfatizou a violência sexual, especificamente o estupro, como objeto de discussão. A coordenadora sul-americana do Quebrando o Silêncio, Marli Peyerl, explica que a intenção da campanha desse ano é alertar, principalmente, mulheres jovens solteiras e mães sobre a relação dos estupros e abusos sexuais na infância com o uso de drogas, os efeitos disso emocionalmente e espiritualmente e como é possível criar meios de proteção no lar. “Nosso trabalho educacional consiste em mobilizar nossa rede de igrejas, escolas e voluntários para ajudar a conscientizar pessoas sobre os riscos enormes que o estupro provoca na vida das pessoas. Sem falar que, evidentemente, trata-se de crime e precisa ser denunciado como tal. Nossa campanha é um permanente alerta para que as pessoas não sufoquem o grito de dor que sentem por conta de algum tipo de abuso sexual”, afirma.
Como denunciar — Por meio do telefone 100, é possível denunciar violência de qualquer tipo. O serviço funciona das 8 às 22 horas, inclusive finais de semana e feriados. O governo federal também mantém uma central gratuita para recebimento de denúncias de casos de violência contra a mulher, o Ligue 180. O atendimento é oferecido 24 horas por dia, todos os dias. É possível enviar e-mail pelo disquedenuncia@sdh.gov.br.
O prof. Leandro Quadros também comenta sobre esse assunto no vídeo abaixo:
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