quarta-feira, 31 de julho de 2019

15 argumentos bíblicos contra a tortura

Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por crueldade, intimidação, punição, para obtenção de uma confissão, informação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura. Também tem, como uma definição mais abrangente, "o dano físico e mental deliberado causado pelos governos contra os indivíduos para destruir a personalidade individual e aterrorizar a sociedade" segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.

Em Atos 23:3 Paulo usou a interpretação judaica padrão de Deuteronômio 25:1-2. Ele disse que não era lícito às autoridades nem dar tapas em um prisioneiro antes de um julgamento e da condenação. Naturalmente, as pessoas podem objetar que isso era apenas uma proteção para um cidadão, mas não para um inimigo combatente, porém a Escritura foi bastante clara ao dizer que “a mesma lei se aplicará ao natural da terra e ao estrangeiro residente” (Êxodo 12:49). Isso não impede o interrogatório dos inimigos no campo de batalha (Juízes 8:14) ou que seja oferecida misericórdia para com inimigos que voluntariamente deram informações úteis – uma espécie de negociação (plea-bargain) (Juízes 1:24-26). Essas situações eram aplicações próprias da oferta de paz a uma cidade (Deuteronômio 20:10-15), também sendo estendidas para qualquer cidadão daquela cidade que desertou. 

É verdade que no campo de batalha soldados inimigos sabiam que seu destino era a morte (Deuteronômio 20:10-15) a menos que tivessem informações úteis para dar. Como a informação era uma arma no campo de batalha, um inimigo que retivesse informações durante o calor de batalha poderia ser considerado como se estivesse armado e poderia ser morto. Por isso a negociação era tão poderosa no campo de batalha. 

Deixar de barganhar poderia significar a morte, mas Deus nunca permitiu o uso da tortura para se extrair informações. A seguir estão os principais argumentos bíblicos contra a tortura de qualquer ser humano, seja estrangeiro ou cidadão:

1. Paulo declarou que dar um tapa em um prisioneiro antes da condenação sob o devido processo legal é uma violação da lei (Atos 23:3). Se até um tapa era “contrário à lei”, então qualquer coisa maior do que um tapa no rosto também deve ser considerado ilegal. Isso seria verdadeiro se a pessoa fosse “natural da terra” ou “estrangeira que peregrina entre vós”, uma vez que deveria haver uma “mesma lei” para ambos (Êxodo 12:49).

2. Nicodemos argumentou que julgar um indivíduo ou uma multidão como inimigos do Estado sem terem sido condenados em um tribunal é contrário à lei (João 7:47-53). Quando se utiliza a tortura para extrair informações de um suspeito, assume-se a culpa de um indivíduo sem o devido processo.

3. Considerando a partir do menor para o maior, se a crueldade contra animais foi proibida na Bíblia (Gênesis 49:5-7; Provérbios 12:10), o que dizer da crueldade contra seres humanos que tem a imagem de Deus (Gênesis 9:6; Êxodo 6: 9; Salmos 71:4; 74:20)?

4. A lei bíblica que regula o tratamento de prisioneiros não permitia torturar ou matá-los (2 Reis 6: 8-23). No campo de batalha, um inimigo poderia ser morto, mas se o conflito imediato cessou, tais prisioneiros não podem ser tratados de forma desumana. Também não cabe o argumento que estamos em um estado perpétuo de emergência. Ou podemos tratar um soldado capturado diferentemente do que Deus ordenou que os pagãos capturados em 2 Reis 6:8-23 fossem tratados? Os limites desse tipo de conduta estão no campo de batalha no combate face-a-face. Uma vez que os soldados estão sob custódia e fora do campo de batalha, 2 Reis 6:8-23 entra em ação e eles devem ser bem tratados.

5. Apesar de inimigos de uma nação agressora poderem ser feitos escravos como reparações de guerra (Levítico 25:44-46; Josué 9:23), todos escravos bíblicos (inclui-se os servos contratados) tinham direitos básicos dados por Deus que excluíam a tortura: 

a) Punições físicas só poderiam ser infligidas em escravos como clara punição para desobediência registrada (Lucas 12:44-48). Não há evidência de que os escravos poderiam ser espancados para se extrair informações a partir deles. Mantenha em mente que “uma criança não é diferente de um escravo” (Gálatas 4:1). Isso significa que qualquer punição corporal considerada imoral para um pai aplicar em seu filho também seria imoral que infligisse sobre um escravo.

b) Em segundo lugar, os escravos deviam sempre ser tratados com respeito, e não com crueldade (Levítico 25:46,53). Técnicas interrogatórias que são cruéis ou duras não deviam ser usadas.

c) A Escritura protegia os escravos com o princípio da Lei de Talião assim como qualquer outro cidadão, e se danos permanentes de qualquer tipo fossem infligidos em um cativo (Êxodo 21:20-27), ele tinha que ser libertado (Êxodo 21:26-27; Levítico 24:19-22). 

6. As testemunhas eram exigidas da promotoria, mas não do acusado (Deuteronômio 19:15; Levítico 5:1). Isto por si só exclui o uso de tortura, já que ela exige que uma pessoa se torne uma testemunha contra si mesma. Apenas o acusador deveria ser obrigado a depor.

7. A tortura viola o direito bíblico do acusado de permanecer em silêncio. Esta lei está implícita em Números 35:30; Deuteronômio 17:6; 19:15 e é explicitamente afirmada pelo silêncio de Cristo em Marcos 15:3-5; Mateus 27:14. Isso reforça o ponto anterior de que a promotoria tinha a responsabilidade de trazer testemunhas, e o acusado não.

8. O acusado é tratado como inocente até que se prove o contrário (Deuteronômio 25:1-2; Isaías 43:9; Deuteronômio 17:6; Atos 16:37; 23:3). Essa foi uma das graves violações da lei que ocorreram no julgamento de Jesus. Ele foi escarnecido e espancado antes do julgamento (Lucas 22:63-65). Mas a tortura moderna de “suspeitos” capturados é uma violação semelhante do princípio do “inocente até que se prove a culpa”.

9. A tortura corrói o caráter e testemunho de uma nação (Deuteronômio 4:6-8 contra Lamentações 4:3; Ezequiel 34:4). Deus queria que os gentios tivessem ciúmes das liberdades que Sua lei trouxe para Israel (Deuteronômio 4:6-8), e a chamou de “lei perfeita da liberdade” (Tiago 1:25; 2:12). No entanto, por meio de crueldade, a reputação de Israel foi destruída (Lamentações 4:3; Ezequiel 34:4).

10. O próprio torturador é desumanizado. “O homem cruel causa o seu próprio mal” (Provérbios 11:17).

11. Todos os homens são feitos à imagem de Deus: (Gênesis 1 26-28; 9:6) e a tortura degrada essa imagem (Deuteronômio 25:3). Mesmo depois de um julgamento e da condenação, a ninguém podia ser dada mais de quarenta chicotadas em uma surra, porque isso o “humilharia” (Deuteronômio 25:3). Não importava se pensassem que um criminoso hediondo “merecia” mais do que isso, este era o limite de degradação que foi deixada na Bíblia como punição. Também não existiam outras formas de dor física além de espancamentos e pena capital que tenham sido autorizados para qualquer crime. A tortura parecia estar fora do radar de justiça bíblica.

12. Mesmo depois da pena capital ser infligida, o corpo de um criminoso tinha de ser tratado com respeito para que a terra não se contaminasse (Deuteronômio 21:23). Certas formas de tortura desrespeitam flagrantemente os corpos das pessoas.

13. Autorizar a tortura é dar ao governo um poder demasiado. Uma vez que o governo civil é composto de indivíduos depravados (Romanos 3:10-18), um poder irrestrito nas mãos deles seria corrompido, além de perigoso.

14. O Novo Testamento diz que “toda transgressão e desobediência [no Antigo Testamento] recebeu a devida punição” (Hebreus 2:2). Na medida em que nos desviamos da lei de Deus, nos desviamos da justiça. Desde o Antigo Testamento, em nenhum lugar vemos a tortura como um justo uso da força civil. Usá-la é desviar-se da justiça e abraçar o pragmatismo.

15. A regra de ouro – fazer aos outros o que você gostaria que eles fizessem a você (Mateus 7:12). Ninguém gostaria de ser torturado caso capturado pelo inimigo.

Simplesmente não há evidência bíblica de testemunho coagido autorizado. Mesmo Acã, que pôs em perigo a segurança de toda a nação, e que Deus já havia julgado e condenado, só foi convidado a dar uma confissão voluntária em Josué 7:9-26. Assim Paulo, com razão, protestou quando ele foi tratado como culpado até que se provasse inocente (Atos 16:37) e o julgamento de Cristo foi frustrado em sua tentativa de provar que Ele era culpado, porque Ele se recusou a dar informações apesar da tortura. Isso, porém, não significa que uma pessoa não possa ser condenada quando ela testemunha a sua própria culpa. Ver, por exemplo 2 Samuel 1:16, onde disse Davi: “Você é responsável por sua própria morte. Sua boca testemunhou contra você, quando disse: ‘Matei o ungido do Senhor’ “.

Conclusão
Com base nas evidências bíblicas apresentadas, podemos constatar que a tortura nunca deve ser usada por qualquer pessoa para obter informações. Não é somente desautorizada para a nossa guerra contra o terror, é, em si, um ataque hostil contra a ordem social de Deus e deve ter a oposição de todos os cidadãos.

Com informações do Portal Eis-me Aqui

"Vivemos em meio de uma epidemia de crime, diante da qual ficam estupefatos os homens pensantes e tementes a Deus em toda parte. Cada dia traz novas revelações de conflitos políticos, de subornos e fraudes. Cada dia traz seu doloroso registro de violência e ilegalidade, de indiferença aos sofrimentos do próximo, de brutal e diabólica destruição de vidas humanas. Quem pode duvidar que instrumentos satânicos se achem em operação entre os homens, numa atividade crescente, para perturbar e corromper a mente, contaminar e destruir o corpo?" (Ellen G. White - A Ciência do Bom Viver, p. 142).

terça-feira, 30 de julho de 2019

Adventistas querem 1 milhão de pessoas estudando a Bíblia

A ênfase no estudo da Bíblia é mais do que um conceito para os adventistas do sétimo dia. Historicamente, a organização com mais de 21 milhões de membros no mundo é herdeira de uma cultura religiosa fortemente influenciada por esta ideia. Trata-se do conceito de que a Bíblia Sagrada precisa ser objeto de estudo de todas as pessoas.

O historiador Floyd Greenleaf, no prefácio do livro Portadores de Luz, faz uma afirmação emblemática. Ele diz que “os adventistas ainda sustentam tão vigorosamente como sempre a convicção de que a mensagem está firmemente estabelecida em fundamentos bíblicos e que estão cumprindo uma incumbência divina de levar o evangelho a um mundo que perece”.

Números prévios
Os dados da Secretaria Executiva da sede mostram que, até metade do ano, a meta de estudos bíblicos está em 43,39%. Isso equivale a 433.949 pessoas que estudam a Bíblia e que estão ligadas de alguma forma com a Igreja Adventista. É evidente que os dados de pessoas estudando a Bíblia podem apresentar variações. Algumas pessoas realizam uma série de estudos da Bíblia por um ano inteiro; outras desistem ao final de um período curto. Sem falar que é provável que ainda haja muitos, também, cujo estudo nem tenha sido registrado. Os líderes preferem falar em uma média, nos dois primeiros trimestres do a no, de 433 mil estudiosos.

No caso dos batismos, até junho de 2019 os registros apontam para 109.574 batismos, o equivalente a 43,8% do desafio total. Para o líder de evangelismo adventista na América do Sul, pastor Luís Gonçalves, o movimento de estudos bíblicos e batismo ocorre o tempo inteiro, tanto por meio de semanas e programas especiais quanto por meio do trabalho pessoal e silencioso de muitas pessoas.

O que significa 1 milhão de estudantes da Bíblia?
O pastor Herbert Boger Jr., diretor de Ministério Pessoal na sede sul-americana adventista, é um dos grandes impulsionadores do tema. ­Ele explica que as metas de 1 milhão de estudos e de 250 mil batismos estão relacionadas. “Pesquisas nos mostram que, em média, a cada cinco pessoas que estudam a Bíblia, uma é batizada. O conhecimento da Bíblia e de Deus é um fator importantíssimo para a tomada de uma decisão espiritual sólida”, comenta.

Nos anos de 2015 e 2016, por exemplo, em média foram batizadas 250 mil pessoas na Igreja Adventista sul-americana (em cada um dos anos). Quando se fala de estudos bíblicos, os adventistas se referem a dar uma maior ênfase para classes bíblicas por faixa etária (o que inclui adultos, jovens, adolescentes), pequenos grupos, plataformas digitais e outros meios possíveis.

Boger Jr. acrescenta que o processo de estudo bíblico e batismo só é possível em um contexto de discipulado. “Nós falamos aqui de pessoas mais maduras espiritualmente que acompanham amigos ao longo desta jornada de estudo e intimidade com Deus. Não é apenas uma assimilação de informações da Palavra de Deus, porém a vivência destes princípios. O batismo é um ponto alto desta caminhada”, ensina o líder.

O presidente da Igreja Adventista na América do Sul, pastor Erton Köhler, ressalta que o foco principal de todo o movimento é o de mais membros envolvidos. “Não queremos apenas batismos que representem números. Desejamos pessoas mais preparadas e envolvidas no crescimento caracterizado pela comunhão, relacionamento e missão. Nosso sonho não é apenas encher a igreja, porém encher o céu”, assinala.

Como chegar até a meta de 1 milhão de estudos?
Desafio de mais estudos bíblicos e batismo só faz sentido, para líderes, se estiver alicerçado no conceito de discipulado. (Arte: Vanessa Arba)
Felipe Lemos (via Notícias Adventistas)

Quem estará no Céu? Alguns já estão lá...

Quem estará no Céu?
Os troféus de Cristo 
Naquele dia os remidos brilharão na glória do Pai e do Filho. Tocando suas harpas de ouro, os anjos darão as boas-vindas ao Rei e aos Seus troféus de vitória — os que foram lavados e purificados com o sangue do Cordeiro.

Os que compartilharam dos sofrimentos de Cristo 
Os que são participantes das aflições de Cristo também participarão de Sua consolação e por fim de Sua glória.

As surpresas de Deus 
Haverá muitos no Céu, os quais seus vizinhos supunham que lá não entrariam.

A multidão de redimidos 
E além está a “multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos” (Apocalipse 7:9). 

Os fiéis seguidores 
Com indizível amor Jesus dá as boas-vindas a Seus fiéis, para “o gozo do teu Senhor”.

Os que se aproximam de Deus com fé 
Deus com justiça condena a todo que não torne Cristo seu Salvador pessoal; mas perdoa a toda pessoa que dEle se aproxima, com fé, e a habilita a fazer as obras de Deus e, pela fé, estar ligada a Cristo.

Os que se apegarem a Jesus 
Nosso Salvador é a escada que Jacó viu, cuja base repousava na Terra, e cujo topo alcançava os mais altos Céus. Isso indica o designado meio de salvação. Se algum de nós salvar-se afinal, será apegando-se a Jesus como aos degraus de uma escada.

Os que obedecerem com simplicidade infantil
Todo aquele que se humilhar como uma criancinha, que receber a Palavra de Deus e a ela obedecer com a simplicidade de uma criança, achar-se-á entre os eleitos de Deus.

Os vencedores receberão a coroa
Há diante de nós um Céu, uma coroa de vida a ganhar. Mas somente ao vencedor é dada a recompensa. O que obtém o Céu precisa estar revestido das vestes da justiça. “E qualquer que nEle tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (1 João 3:3). No caráter de Cristo não havia desarmonia de espécie alguma. E o mesmo pode acontecer conosco. Nossa vida pode ser regida pelos princípios que governaram a Sua vida.

Os ganhadores de almas 
Todo mordomo fiel dos bens que lhe foram confiados entrará no gozo do seu Senhor. Que é esse gozo? — “Digo-vos que assim haverá alegria no Céu por um pecador que se arrepende” (Lucas 15:7). Haverá um bendito louvor, uma santa bênção aos fiéis ganhadores de almas. Unir-se-ão aos que se regozijam no Céu, que aclamam e festejam a colheita.

Os que fazem Sua vontade 
O caráter que manifestarmos agora decidirá nosso futuro destino. Encontraremos a felicidade do Céu pondo-nos em conformidade com a vontade de Deus, e se os homens se tornarem membros da família real no Céu, será porque para eles o Céu começou na Terra.

Os que ouviram sua voz 
Aqueles que Cristo louva no Juízo, talvez tenham conhecido pouco de teologia, mas nutriram Seus princípios. Mediante a influência do Divino Espírito, foram uma bênção para os que os cercavam. Há, entre os gentios, pessoas que servem a Deus ignorantemente, a quem a luz nunca foi levada por instrumentos humanos; todavia não perecerão. Conquanto ignorantes da lei escrita de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria. Suas obras testificam que o Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos como filhos de Deus.

Os apóstolos de Cristo 
Entre a multidão resgatada acham-se os apóstolos de Cristo, o heroico Paulo, o ardoroso Pedro, o amado e amante João, e seus fiéis irmãos, e com eles o vasto exército dos mártires.

Os mártires sepultados em Roma 
Nestes retiros subterrâneos [as catacumbas em Roma], os seguidores de Cristo sepultavam os seus mortos; e ali também, quando suspeitos e proscritos, encontravam lar. Quando o Doador da vida despertar os que lutaram o bom combate, muitos que foram mártires por amor de Cristo sairão dessas sombrias cavernas.

Os anjos, santos e nosso Salvador 
Os anjos ali estarão, bem como os santos ressurgidos e os mártires, e o melhor de tudo, o que nos causará a maior alegria, é que ali também estará nosso querido Salvador, que sofreu e morreu para que pudéssemos ter essa felicidade e liberdade. Sua gloriosa face brilhará mais que o Sol, e iluminará a bela cidade, refletindo glória em todo o redor.

As crianças 
Lá estarão as crianças. Nunca terão lutas nem discórdias. Seu amor será ardente e santo. Também terão na cabeça uma coroa de ouro, e uma harpa nas mãos, e seus rostinhos, que aqui vemos, tantas vezes atribulados e perturbados, irradiarão santa alegria, expressão de sua perfeita liberdade e felicidade.

Os cento e quarenta e quatro mil 
E quando estávamos para entrar no santo templo, Jesus levantou Sua bela voz e disse: “Somente os cento e quarenta e quatro mil entram neste lugar”, e nós exclamamos: “Aleluia”! Esse templo era apoiado por sete colunas, todas de ouro transparente, engastadas de pérolas belíssimas. As maravilhosas coisas que ali vi, não as posso descrever. Oh! se me fosse dado falar a língua de Canaã, poderia então contar um pouco das glórias do mundo melhor. Vi lá mesas de pedra, em que estavam gravados com letras de ouro os nomes dos cento e quarenta e quatro mil.

Abel receberá a imortalidade 
Em Sua segunda vinda, todos os preciosos mortos, desde Abel até o último dos santos que morreram, serão ressuscitados para a vida gloriosa e imortal.

Abraão, Isaque, Jacó, Daniel e outros 
Em outra passagem do livro A Word to the Little Flock [Uma Palavra ao Pequeno Rebanho], falo de cenas na Nova Terra, e declaro haver visto aí homens santos de outrora: “Abraão, Isaque, Jacó, Noé, Daniel e muitos como eles.”

Alguns já estão lá 
Enoque 
Durante trezentos anos, Enoque estivera procurando pureza de alma, para que pudesse estar em harmonia com o Céu. Durante três séculos, andara com Deus. Dia após dia, almejara uma união mais íntima; cada vez mais estreita se tornara a comunhão até que Deus o tomou para Si. Estivera no limiar do mundo eterno, havendo apenas um passo entre ele e o país da bem-aventurança; e, agora, abriram-se os portais; o andar com Deus durante tanto tempo praticado em terra continuou, e ele passou pelas portas da santa cidade — o primeiro dentre os homens a entrar ali.

Moisés 
O próprio Cristo, com os anjos que sepultaram a Moisés, desceu do Céu para chamar o santo que dormia. Moisés saiu do túmulo glorificado, e ascendeu com seu Libertador à cidade de Deus.

Elias 
“E sucedeu que indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao Céu num redemoinho” (2 Reis 2:1-11). Não lhe estava reservado descer à tumba, mas ascender com os anjos de Deus à presença de Sua glória.

Uma ressurreição especial 
Cristo ressurgiu dos mortos como as primícias dos que dormem. Era representado pelo molho movido, e Sua ressurreição ocorreu no próprio dia em que o mesmo devia ser apresentado perante o Senhor. Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade. Agora deviam ser testemunhas dAquele que os ressuscitara dos mortos. Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro. Estes, disse Cristo, não mais são cativos de Satanás. Eu os redimi. Trouxe-os da sepultura como as primícias de Meu poder, para estarem comigo onde Eu estiver, para nunca mais verem a morte nem experimentarem a dor.

Ellen G. White (via Visões do Céu, capítulos 10 e 11)

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Algumas pessoas que não estarão no Céu

Caim
Apesar de Caim haver merecido a sentença de morte pelos seus crimes, um Criador misericordioso ainda lhe poupou a vida, e concedeu-lhe oportunidade para o arrependimento. Mas Caim viveu apenas para endurecer o coração, para incentivar a rebelião contra a autoridade divina, e tornar-se o chefe de uma linhagem de pecadores ousados e perdidos. Esse único apóstata, dirigido por Satanás, tornou-se o tentador para outros; e seu exemplo e influência exerceram uma força desmoralizadora, até que a Terra se corrompeu e se encheu de violência a ponto de reclamar a sua destruição.

A mulher de Ló
Se o próprio Ló não houvesse manifestado hesitação em obedecer à advertência do anjo, antes tivesse ansiosamente fugido para as montanhas, sem uma palavra de insistência ou súplica, sua esposa teria também podido escapar. A influência de seu exemplo a teria salvo do pecado que selou a sua perdição. Mas a hesitação e demora dele fizeram com que ela considerasse levianamente a advertência divina. Ao mesmo tempo em que seu corpo estava sobre a planície, o coração apegava-se a Sodoma, e ela pereceu com Sodoma. Rebelara-se contra Deus porque Seus juízos envolviam na ruína as posses e os filhos. Posto que tão grandemente favorecida ao ser chamada da ímpia cidade, entendeu que era tratada severamente, porque a riqueza que tinha levado anos para acumular devia ser deixada para a destruição. Em vez de aceitar com gratidão o livramento, presunçosamente olhou para trás, desejando a vida daqueles que haviam rejeitado a advertência divina. Seu pecado mostrou ser ela indigna da vida, por cuja preservação tão pouca gratidão sentira.

O Rei Saul
Saul sabia que nessa última ação, de consultar a médium de Endor, estava rompendo o único fio que ainda o ligava a Deus. O que não conseguira antes, com toda a sua obstinação, era agora final e definitivo: esse ato selou a sua separação de Deus. E chegou a fazer um concerto com a morte, um acordo com o inferno. O cálice da sua iniquidade transbordou.

Judas
Deus determinou meios, para que, se nós os usarmos diligentemente e com oração, nenhuma nau sofra naufrágio, mas subsista à tempestade e à tormenta, e ancore num Céu de bem-aventuranças afinal. Mas se desprezarmos e negligenciarmos esses decretos e privilégios, Deus não realizará um milagre para salvar a qualquer um de nós, e estaremos perdidos como Judas e Satanás.

Herodes, Herodias, Pilatos e outras pessoas
E agora, perante a multidão agitada, revelam-se as cenas finais — o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calvário, o Príncipe do Céu suspenso na cruz; os altivos sacerdotes e a plebe zombeteira a escarnecer de Sua agonia mortal, as trevas sobrenaturais; a Terra a palpitar, as pedras despedaçadas, as sepulturas abertas, assinalando o momento em que o Redentor do mundo rendeu a vida. O terrível espetáculo aparece exatamente como foi. Satanás, seus anjos e súditos não têm poder para se desviarem do quadro que é a sua própria obra. Cada ator relembra a parte que desempenhou. Herodes, matando as inocentes crianças de Belém, a fim de que pudesse destruir o Rei de Israel; a vil Herodias, sobre cuja alma criminosa repousa o sangue de João Batista; o fraco Pilatos, subserviente às circunstâncias; os soldados zombadores; os sacerdotes e príncipes, e a multidão furiosa que clamou: “O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos!” — todos contemplam a enormidade de seu crime. Em vão procuram ocultar-se da majestade divina de Seu rosto, mais resplandecente que o Sol, enquanto os remidos lançam suas coroas aos pés do Salvador, exclamando: “Ele morreu por mim!”

Nero e sua mãe
Entre a multidão resgatada acham-se os apóstolos de Cristo, o heroico Paulo, o ardoroso Pedro, o amado e amante João, e seus fiéis irmãos, e com estes o vasto exército dos mártires, ao passo que, fora dos muros, com tudo o que é vil e abominável, estão aqueles pelos quais foram perseguidos, presos e mortos. Ali está Nero, aquele monstro de crueldade e vício, contemplando a alegria e exaltação daqueles que torturava, e em cujas aflições extremas encontrara deleite satânico. Sua mãe ali está para testemunhar o resultado de sua própria obra; para ver como os maus traços de caráter transmitidos a seu filho, as paixões incentivadas e desenvolvidas por sua influência e exemplo, produziram frutos nos crimes que fizeram o mundo estremecer.

Sacerdotes e Pontífices
Ali estão sacerdotes e prelados católicos, que pretendiam ser embaixadores de Cristo e, no entanto, empregaram a tortura, a masmorra, a fogueira para dominar a consciência de Seu povo. Ali estão os orgulhosos pontífices que se exaltaram acima de Deus e pretenderam mudar a lei do Altíssimo. Aqueles pretensos pais da igreja tem uma conta a prestar a Deus, da qual muitos desejariam livrar-se. Demasiado tarde chegam a ver que o Onisciente é zeloso de Sua lei, e que de nenhuma maneira terá por inocente o culpado. Aprendem agora que Cristo identifica Seu interesse com o de Seu povo sofredor; e sentem a força de Suas palavras: “Quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes.” Mateus 25:40.

Os ímpios de todas as gerações
Com assustadora majestade, Ele (Cristo) chama os ímpios mortos. Eles se levantam de seu longo sono. Que terrível despertar! Eles contemplam o filho de Deus em Sua austera majestade e resplendente glória. Todos, assim que O contemplam, percebem que Ele é o crucificado que morreu para os salvar, Aquele a quem desprezaram e rejeitaram. São tão numerosos quanto a areia do mar. Na primeira ressurreição, todos saíram radiantes de imortalidade, mas na segunda o que se destaca em todos são as visíveis marcas da culpa. Todos saem assim como foram para a sepultura. 

Os egoístas
Ninguém suponha que possa viver vida de egoísmo, e então, tendo servido aos próprios interesses, entrar no gozo do Senhor. Não puderam participar da alegria de um amor desinteressado. Não se adaptariam às cortes celestes. Não poderiam apreciar a pura atmosfera de amor que impregna o Céu. As vozes dos anjos e a música de suas harpas não lhes agradariam. Para sua mente a ciência do Céu seria um enigma.

O espiritualmente adormecidos
Vi um anjo com balanças na mão, pesando os pensamentos e interesses do povo de Deus, especialmente dos jovens. Num prato estavam os pensamentos e interesses que tendiam para o Céu; no outro achavam-se os que se inclinavam para a Terra. E nessa balança era lançada toda leitura de romances, pensamentos acerca do vestuário e exibição, vaidade, orgulho, etc. Oh! que momento solene! Os anjos de Deus em pé com balanças, pesando os pensamentos de Seus professos filhos — aqueles que pretendem estar mortos para o mundo e vivos para Deus! O prato cheio dos pensamentos da Terra, vaidade e orgulho, desceu rapidamente, e não obstante peso após peso rolou do prato. O que continha os pensamentos e interesses que se voltavam para o Céu subiu ligeiro enquanto o outro descia e, oh! quão leve estava ele! Posso relatar isso pelo que vi, mas nunca poderei dar a impressão solene e vívida gravada em minha mente, ao ver o anjo com a balança pesando os pensamentos e interesse do povo de Deus. Disse o anjo: “Podem esses entrar no Céu? Não, não, nunca. Diga-lhes que a esperança que agora possuem é vã, e a menos que se arrependam depressa e obtenham a salvação, hão de perecer.”

Os que condescendem com o pecado
Devido ao pecado, Satanás foi expulso do Céu; e ninguém que condescenda com o pecado e o acaricie poderá ir para o Céu, pois nesse caso Satanás outra vez conseguiria firmar-se ali.

Os rebeldes
Poderiam aqueles cuja vida foi empregada em rebelião contra Deus ser subitamente transportados para o Céu, e testemunhar o estado elevado e santo de perfeição que ali sempre existe, estando toda alma cheia de amor, todo rosto irradiado de alegria, ecoando em honra de Deus e do Cordeiro uma arrebatadora música em acordes melodiosos, e fluindo da face dAquele que Se assenta sobre o trono uma incessante torrente de luz sobre os remidos; poderiam aqueles cujo coração está cheio de ódio à Deus, à verdade e santidade, unir-se a multidão celestial e participar de seus cânticos de louvor? Poderiam suportar a glória de Deus e do Cordeiro? Não, absolutamente; anos de graça lhes foram concedidos, a fim de que pudessem formar caráter para o Céu; eles, porém, nunca exercitaram a mente no amor à pureza; nunca aprenderam a linguagem do Céu, e agora é demasiado tarde. Uma vida inteira de rebeldia contra Deus os incapacitou para o Céu. A pureza, santidade e paz dali lhes seriam uma tortura; a glória de Deus seria um fogo consumidor. Almejariam fugir daquele santo lugar. Receberiam alegremente a destruição, para que pudessem esconder-se da face dAquele que morreu para os remir. O destino dos ímpios se fixa por sua própria escolha. Sua exclusão do Céu é espontânea, da sua parte, e justa e misericordiosa da parte de Deus.

Ellen G. White (via Visões do Céu, capítulo 12, Alguns que não estarão lá)

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Hackearam meu telefone!

HACKEARAM MEU TELEFONE!

E todos os meus dados pessoais, movimentações bancárias, fotos particulares, mensagens, e-mails, Whats e grupos de compartilhamento. Resgataram imagens deletadas, históricos apagados e até comentários ultra-particulares do Telegram. Estou exposto. Completamente! Inclusive meus pensamentos escondidos, intenções veladas, percepções inflamadas e tentações que ninguém nem sabe. Minha privacidade acabou! Descobriram tudo. E desde que eu nasci. ⠀
Já entendeu? Preciso dizer QUEM? É de surpreender que o assunto do momento seja mais os telefones invadidos de juízes e ministros do que a consciência de cada um perante Deus. Prendemos algozes invasores pra nos libertar da exposição pública. O problema? Se é verdade ou mentira para os homens, será sempre verdade escancarada para o Céu. NEle não há senha bloqueada. ⠀

Se as “coisas encobertas pertencem ao Senhor” (Dt 29:29), se “Sua inteligência é incalculável” (Sl 147:5), se “Ele sabe os segredos do coração” (Sl 44:21) e se “os olhos do Senhor estão em todos os lugares” (Pv 15:3), quem é, realmente, o Olho Que Tudo Vê? O mesmo Deus que morreu por você exatamente por saber TUDO de você. ⠀

Invista um tempo precioso avaliando a sua eternidade: existe algo que você precisa esconder do Altíssimo? Bilhões de Acãs modernos enterram seus históricos em folhas de figueira. E quer saber? Todos nós, sem exceção, já fizemos isso. Por isso, ao ver os “hackers do Moro ou Dallagnol” projetando em telas públicas tantos sigilos pessoais, eu me pergunto “e se fosse eu?” 
Se fosse toda a minha vida particular revelada nos celulares do mundo? Nem gaste tempo comentando a questão política ou judiciária disso aqui. Apenas, pense “o que Deus já sabe que eu gostaria que Ele não soubesse?” Este é o momento quebrantador de um rei Davi ouvindo “tu és o homem” (2Sm 12:7), e uma plebeia suja escutando “nem eu, tampouco, te condeno” (Jo 9:11). 
Deus já viu, já descobriu, já percebeu e, ainda assim, ama você. Que tal dissimular menos e confessar mais? Não tema um hacker contra você, mas o que o pecado tem hackeado em você contra Deus. Ele ainda está dizendo: ⠀

Vai, e não peques mais! ⠀

Odailson Fonseca (via facebook)

Nota: Deus sabe e tem um registro de tudo a nosso respeito. Leia estas declarações de Ellen G. White:

"Deus conhece o fim desde o princípio. Conhece de perto o coração de todos os homens. Lê todo segredo da alma" (A Ciência do Bom Viver, p. 230).

"Toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia estão escritos nos livros do céu com terrível exatidão" (O Grande Conflito, p. 481).

"Deus tem que ver com todos os nossos atos, pensamentos e sentimentos. Segue-nos, e nos alcança em cada secreto intento. Pela condescendência com o pecado os homens são levados a considerar levianamente a lei de Deus. Muitos escondem dos homens sua transgressão, e se vangloriam de que Deus não será estrito em assinalar a iniquidade. Mas Sua lei é a grande norma de direito, e cada ato da vida deve ser com ela comparado no dia em que Deus trouxer a juízo toda obra, toda coisa secreta, a ver se é boa ou má. Pureza de coração conduzirá a pureza de vida. Toda desculpa para o pecado é inútil. Quem pode pleitear pelo pecador quando Deus testifica contra ele?" (Comentário Bíblico Adventista, vol. 2, p. 1099).

"Em todo lugar, a toda hora do dia, há um santo Vigia, que fecha todas as contas, cujos olhos vêem toda situação, quer demonstre fidelidade, quer deslealdade e engano. Nunca estamos sós. Temos um Companheiro, quer O escolhamos quer não. Lembrai-vos de que aonde quer que vos acheis, o que quer que estejais fazendo, Deus ali está. Para cada uma de vossas palavras ou atos, tendes uma testemunha — o Deus santo, que aborrece o pecado. Coisa alguma do que se diga ou faça ou pense escapa ao Seu olhar infinito. Vossas palavras podem não ser ouvidas por ouvidos humanos, mas são ouvidas pelo Dominador do Universo. Ele vê a ira íntima do coração quando a vontade é contrariada. Ouve a expressão profana. Na mais profunda treva ou solidão, ali está Ele. Ninguém pode enganar a Deus; ninguém escapa de sua responsabilidade para com Ele" (Para Conhecê-Lo, p. 230).

"Todo o Céu está interessado em nossa salvação. Os anjos de Deus... estão anotando as ações dos homens. Registram, nos livros memoriais de Deus, as palavras de fé, os atos de amor, a humildade de espírito; e naquele dia em que as obras de cada um hão de ser provadas, a fim de ver de que espécie são, a obra do humilde seguidor de Cristo resistirá à prova, recebendo o louvor do Céu. 'Então, os justos resplandecerão como o Sol, no reino de seu Pai.' (Mateus 13:43)" (The Review and Herald, 16 de Setembro de 1890).

Aprenda a identificar pessoas que possuem falta de caráter

O que é caráter?
Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes. O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vai determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e firmeza moral definem a coerência das suas ações, do seu procedimento e comportamento.

O que é falha de caráter?
As falhas de caráter são características naturais do ser humano. Errar faz parte do desenvolvimento e é graças aos erros que muitas de nossas aprendizagens, e mesmo evolução como pessoas, acontece. A falha está relacionada com consciência e busca sincera por mudanças.

E o que é falta de caráter?
A falta de caráter é percebida quando, mesmo errando repetidamente com os outros, causando prejuízo a terceiros, e ferindo sentimentos através de manipulações e mentiras, a pessoa insiste no ato. A falta de caráter é característica de pessoas com baixa consciência moral, uma vez que essas pessoas não objetivam melhorar, pelo menos não sinceramente.

Alguns exemplos de falta de caráter
Mentiras - Todos nós mentimos, quer admitamos, quer não. As mentiras podem ser coisas banais do dia a dia, como dizer que vamos para casa, quando realmente não queremos sair com alguém. (nesse caso, até uma maneira de tentar abrandar um mal-estar), como podem ser mentiras mais graves, e que envolvem consequências importantes. Entretanto, como eu disse no começo, todos estamos sujeitos a um erro grave. A diferença entre uma mentira acontecer em uma pessoa normal (cheia de falhas, mas que tem consciência), e em uma pessoa com falta de caráter, será a repetição e a não correção do ato, mesmo após ter passado por situações delicadas com as mentiras anteriores. Uma, duas mentiras são aceitáveis. Entretanto, um mentiroso (a) frequente mostra sérios sinais de falta de caráter.

TraiçãoLonge de ser um tópico moralista, a traição pode ser entendida como falta de caráter, quando também acontece recorrentemente em uma relação em que o pacto do casal é de fidelidade. A traição também deve ser lembrada nos contextos de sociedade, no trabalho e amizade, em que o raciocínio é o mesmo: quebra de acordos e confiança.

Dívidas - Uma coisa é a pessoa passar por situações complexas e que impossibilitem o pagamento de suas contas, outra coisa é a má administração do dinheiro, o consumismo desnecessário e o “comprar sem ter a intenção de pagar”. Um exemplo que deve ser observado são as pessoas que emprestam dinheiro de familiares e/ou amigos e não se veem na obrigação de pagar, aproveitando-se do vínculo afetivo existente. Mais uma vez, a falta de caráter será observada na frequência das ações.

Tratamento diferenciado - O que motiva alguém a tratar bem algumas pessoas em detrimento de outras? O que pensar de alguém que só trata bem àqueles que têm dinheiro ou que podem lhe oferecer algo em troca? A arrogância, a hipocrisia e comportamento interesseiro também são, sem dúvidas, sinais de falta de caráter.

Manipulação - Tentar convencer alguém a pensar ou fazer algo de maneira diferente são coisas completamente diferentes de manipular pessoas a fazerem coisas que elas, se estivessem em plena consciência de seus atos, talvez não fizessem. A manipulação é um comportamento egoísta, uma vez que tira o direito de escolha do outro, e mostra falta ou total ausência de consideração pelo outro. O manipulador sempre visa driblar vontades e regras para favorecimento pessoal.

Falta de palavra - A falta de palavra pode caminhar próximo à mentira e à manipulação. Quando alguém combina algo ou assume um compromisso, a espera social é que o mesmo seja cumprido. Mais uma vez, descartando os casos isolados, uma “Palavra” quebrada com frequência oferece sérios indícios de falta de caráter.

Não assumir as próprias responsabilidades - Um dos maiores sinais de maturidade que pode ser encontrado em alguém é a capacidade de assumir as próprias responsabilidades. A falta de caráter pode ser observada se uma pessoa repetidamente atribui a outros a responsabilidade por atos que deveriam ser assumidos pessoalmente, principalmente, no que se refere às quebras de regras e leis que infringem com frequência.

Josie Conti (via Conti Outra)

Nota: Ellen G. White nos deixou alguns sábios conselhos de como corrigir nossos defeitos de caráter:

“A descoberta desses defeitos deve levá-los a odiar o espelho ou odiar a si mesmos? Devem rejeitar o espelho que revela tais defeitos? Não. Os pecados cultivados, que o espelho fiel revela existirem em seu caráter, fecharão os portais do Céu para sua entrada, a menos que sejam abandonados e eles se tornem perfeitos diante de Deus.” (Meditação Matinal 2013 – Perto Do Céu, p. 137)

“Ninguém diga: Não posso corrigir meus defeitos de caráter. Se chegardes a essa decisão, certamente deixareis de alcançar a vida eterna. A impossibilidade está em nossa própria vontade. Se não quiserdes não vencereis. A dificuldade real vem da corrupção de um coração não santificado, e da involuntariedade de se submeter à direção de Deus. Cristo, porém, não nos deu garantia alguma de que é fácil alcançar perfeição de caráter. Não se herda caráter perfeito e nobre. Não o recebemos por acaso. O caráter nobre é ganho por esforço individual mediante os méritos e a graça de Cristo. Deus dá os talentos e as faculdades mentais; nós formamos o caráter. É formado por combates árduos e relutantes com o próprio eu. As tendências herdadas devem ser banidas por um conflito após outro. Devemos esquadrinhar-nos detidamente e não permitir que permaneça traço algum incorreto.” (Parábolas de Jesus, p. 331)

“O caráter formado segundo a semelhança divina é o único tesouro que deste mundo podemos levar para o futuro. Aqueles que nesta vida estão sob a instrução de Cristo, levarão consigo, para as mansões celestes, todo aprendizado divino. E no Céu deveremos progredir continuamente.” (Parábolas de Jesus, p. 332)

"O caráter que uma pessoa forma neste mundo determina seu destino para a eternidade.” (Meditação Matinal 2013 – Perto do Céu, p. 61)

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Você amou?

"Porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era forasteiro, e Me hospedastes; estava nu, e Me vestistes; enfermo, e Me visitastes; preso, e fostes ver-Me." Mateus 25:35, 36

O teste final da religião não é a “religiosidade”, mas o amor. O Evangelho de Mateus (25:31-46) descreve a cena do julgamento final. Assentado no grande trono branco, Jesus Cristo reunirá todas as nações ao Seu redor. Naquele dia, a questão não será: “Você creu?” A pergunta mais importante vai ser: “Você amou?” Não há nisso nenhuma contradição com a fé. A questão real é se nossa fé nos levou ao amor. Em última análise, o fundamental não é em que eu acreditei, mas se aquilo em que eu disse crer pôde me transformar e levar à prática do amor.

Você entende? Naquele terrível dia de julgamento, Jesus nem mesmo mencionará o que, em geral, consideramos “grandes pecados”. Pecado é transgressão da lei, mas o fim da lei é o amor. Negar o amor é negar o Espírito de Jesus. Esta é a evidência final de que nós nunca O conhecemos ou de que Ele jamais viveu em nós. Negar o amor significa que Ele nunca inspirou nossas ações, nunca motivou nossa vida, apesar de nossas pretensões e “discursos religiosos”.

Negar o amor é afirmar que vivi para mim e pensei apenas em mim. Vivi como se Jesus não tivesse vivido e morrido. Assim será na presença do Filho do homem: Sua humanidade há de julgar nossa desumanidade! O espetáculo será terrível quando Seus olhos penetrarem cada um, e todos se sentirem como despidos, diante daquele olhar, sem nenhum esconderijo ou máscara. Ali nos encontraremos novamente com aqueles que amamos ou aqueles que ignoramos, negligenciamos e desprezamos. Nenhuma testemunha será necessária. Nenhuma acusação. As palavras que ouviremos naquele dia não virão da teologia, mas da vida. Não da igreja nem da religião, mas daqueles com quem nossos caminhos cruzaram. Nem mesmo da Bíblia, mas dos copos de água e do alimento que servimos em nome de Cristo.

Jesus afirma: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor” (Jo 13:35). O apóstolo João declara: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1Jo 3:14). No primeiro texto, o amor revela quem somos, a nossa identidade. No outro, o amor revela onde estamos. Mostra se passamos da morte para a vida ou se permanecemos no reino das trevas e da morte. 

Em relação à prática do amor, quem é você e onde você está?

Amin A. Rodor (via Meditações Diárias - Encontros com Deus)

"'E quando o Filho do homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então Se assentará no trono da Sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dEle, e apartará uns dos outros' (Mateus 25:31, 32). Assim descreveu Cristo aos discípulos, no Monte das Oliveiras, as cenas do grande dia do Juízo. E apresentou sua decisão como girando em torno de um ponto. Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores. [...] 

Os que estão à esquerda de Cristo, os que O negligenciaram na pessoa dos pobres e sofredores, estavam inconscientes de sua culpa. Satanás os cegara; não perceberam o que deviam a seus irmãos. Estiveram absorvidos consigo mesmos, e não cuidaram das necessidades dos outros. [...]

O amor aos homens é a manifestação do amor de Deus em direção à Terra. Foi para implantar esse amor, fazer-nos filhos de uma família, que o Rei da Glória Se tornou um conosco. E quando se cumprirem as palavras que disse ao partir: 'Que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei' (João 15:12); quando amarmos o mundo assim como Ele o amou, então Sua missão por nós está cumprida. Estamos aptos para o Céu; pois o temos no coração." (Ellen G. White - O Desejado de Todas as Nações, pp. 451-454)

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Agradeça pelas piores pessoas que atravessam seu caminho

Deus nos poda diariamente. E, quanto mais eu vivo, mais percebo que a principal maneira de Ele fazer isso é no campo dos relacionamentos humanos.

Peço para amar mais, Ele insere em meu caminho pessoas que me fazem querer destilar cada gota de ódio, egoísmo e indiferença.

Peço para ter mais alegria, Ele me põe em contato com gente que me entristece e deprime ferozmente.

Peço paz, Ele põe em minha jornada pessoas que tornam as pequenas coisas da vida uma enorme tribulação.

Peço paciência, Ele me faz conviver com gente insuportável.

Peço amabilidade, Ele me junta com pessoas estúpidas, grosseiras e arrogantes.

Peço bondade, Ele me faz conhecer maus que prosperam e se alegram.

Peço fidelidade, Ele me permite conviver com quem provoque meus instintos mais pecadores e egoístas.

Peço mansidão, Ele põe em meu caminho gente explosiva e briguenta.

Peço autocontrole, Ele me faz viver situações que me instigam a deixar o velho e impulsivo homem assumir as rédeas da vida.

Paro. Suspiro. Oro. Leio. E tento vencer aquele momento, pois basta a cada segundo o seu mal. O segundo seguinte virá e, muitas vezes, vencerei. Outras tantas, perderei. Mas é na equação entre perdas e ganhos que Ele vai me podando.

Poda-me, Senhor, para que eu me torne aquele que, depois de aperfeiçoado, leve amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e autocontrole ao meu próximo, o bom e o mau. Ainda estou longe, muito longe disso, imerso neste oceano de imperfeição que sou, mas sigo na jornada.

Meu irmão, minha irmã, agradeça a Deus pelas piores pessoas que atravessam seu caminho. Pois elas são a maior bênção que você poderia receber no processo de fazer de você alguém cada dia mais diferente delas e mais parecido com o único que é totalmente perfeito: Jesus de Nazaré.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari (via Apenas)

"Muitos se esquivam de uma vida como a que viveu nosso Salvador. Sentem que requer muito sacrifício imitar o Modelo, produzir frutos em boas obras e então, pacientemente suportar a poda divina, para que possam produzir mais fruto. Mas quando o cristão se considera apenas um humilde instrumento nas mãos de Cristo e se esforça por cumprir fielmente todo dever, confiando no auxílio prometido por Deus, então tomará o jugo de Cristo e achará fácil fazê-lo; então assumirá responsabilidades por Cristo, e dirá serem agradáveis" (Ellen G. White - Santificação, p. 82).

terça-feira, 23 de julho de 2019

O que aconteceu em cada um dos dias da Criação?

A Bíblia afirma que a criação foi um processo sobrenatural. Desse modo, nossa visão das origens é moldada pelo registro bíblico. Gênesis 1 é a principal passagem a respeito da criação nas Escrituras; contudo, o capítulo fornece apenas um esboço do que ocorreu, e o texto parece ter sido escrito como uma descrição fenomenológica, e não técnica, dos eventos. Isso deixa vários pontos na narrativa abertos a diferentes interpretações.

NO PRINCÍPIO
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1). Embora não saibamos quando, sabemos que o mundo teve um começo. Deus estava presente antes de todas as coisas, antes do tempo e do espaço. Nós reconhecemos a passagem do tempo pelos eventos no espaço. Se não houvesse espaço, não poderíamos observar nenhum evento e, portanto, não haveria tempo. Então, tinha que haver um começo de tempo e espaço, e Deus estava presente nesse início. De modo especial, é preciso ser dito que Cristo foi o agente divino na criação. João 1:1 a 3 afirma que “todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez”. Assim, no início, Deus fez o “os céus e a terra”. Existem diferentes opiniões sobre o que isso significa. Alguns intérpretes consideram que os céus e a terra se referem ao Universo inteiro, enquanto outros entendem que se relaciona apenas com a Terra. Ao menos três interpretações diferentes foram propostas.[1] Alguns consideram que Gênesis 1:1 se refere à criação do Universo em algum tempo não identificado no passado, com a semana da criação ocorrendo mais tarde. Outros pensam que o texto é somente uma introdução ao relato da semana da criação, referindo-se apenas ao nosso mundo. Há, porém, aqueles que consideram a passagem alusiva à criação do Universo durante a semana da criação. A Bíblia parece indicar que a Terra não foi a primeira parte do Universo a ser criada (Jó 1:6; 38:4-7).[2] Essa ideia é reforçada por evidências físicas, uma vez que, ao se observar as estrelas, nota-se que muitas delas estão tão longe que chegam a distar milhões de anos-luz de nós.

Quanto ao mecanismo físico utilizado por Deus não temos informação. No entanto, as Escrituras afirmam que tudo foi feito pelo poder de Sua palavra (Gn 1:3; Sl 33:6; Hb 1:2, 3; 11:3). Esse processo recebe o nome de criação pelo fiat (“faça-se”, em latim). A criação pelo fiat parece ser fundamental no ensino bíblico das origens. Jesus trouxe o Universo à existência por meio de Sua palavra. Isso implica propósito ou intenção, e os cientistas reconhecem cada vez mais que o Universo parece ter sido projetado.

A narrativa segue dizendo que a Terra “estava sem forma e vazia” (Gn 1:2). Existem várias opiniões quanto ao significado desse versículo.[3] Alguns entendem que a Terra foi criada muito tempo antes da semana da criação e permaneceu sem forma e vazia até a ação descrita em Gênesis (teoria do “intervalo passivo”). Outros acham que o texto se refere ao breve período de tempo entre a criação inicial (v. 1) e a criação da luz (v. 3). Um terceiro grupo defende que Deus não criaria um mundo caótico, então, a Terra deve ter se tornado “sem forma e vazia” depois de uma criação anterior (teoria do “intervalo ativo”). Proponentes das duas primeiras hipóteses reivindicam que declarações de Ellen White apoiam sua posição, mas a questão permanece sem solução. A terceira opinião não tem base escriturística e não deve ser considerada.

Certamente, Deus poderia ter criado a Terra e tudo que ela contém instantaneamente. Em vez disso, Ele criou em etapas, durante seis dias. Para mim, a sequência cuidadosa da criação indica um plano bem estruturado do Criador. Primeiro a Terra foi preparada para sustentar a vida, depois foi preenchida com seres viventes. O processo foi ordenado e proposital.

Alguns intérpretes [4] sugerem um paralelismo na narrativa: nos primeiros três dias, a “terra” foi “formada” para sustentar a vida; nos três últimos, ela foi “preenchida”. No entanto, o paralelo me parece imperfeito (por exemplo, os mares foram formados no terceiro dia e preenchidos no quinto), o que indica que o relato foi baseado na sequência real de eventos, sem a intenção de estruturar um paralelismo.

PRIMEIRO DIA
No primeiro dia,[5] foi dada luz à Terra (Gn 1:3). Não sabemos como isso aconteceu. Existem pelo menos três possibilidades.[6] A primeira, de que essa luz vinha da presença de Deus, uma vez que o Sol foi criado no quarto dia. A segunda, de que essa luz vinha do Sol, que teria sido criado com a Terra, “no princípio”. Por fim, de que a luz vinha de alguma outra fonte, como uma supernova ou outro evento astronômico.

Os proponentes da primeira interpretação podem se apoiar em referências que apontam a luz que vem de Deus (Is 60:20; Ap 21:23; 22:5). Por outro lado, a segunda pode ser apoiada pela referência à “tarde e manhã” de cada dia (por exemplo, Gn 1:5), e também pela afirmação de Ellen White de que os dias da criação foram marcados pelo nascer e o pôr do sol.[7] Por fim, a terceira possibilidade parece menos provável; contudo, as três interpretações parecem consistentes com os ensinos das Escrituras. Essa questão será discutida mais adiante.

SEGUNDO DIA
No segundo dia, Deus criou o “firmamento” ou os “Céus” (Gn 1:6-8). Isso é identificado como o lugar entre as camadas de água, que supomos ser as águas da superfície da Terra e as nuvens. Elas são separadas pela atmosfera, que foi criada no segundo dia.

Alguns dizem que “Céus” refere-se a toda extensão estrelada, porque o Sol estava “no firmamento”. Entretanto, o texto pode ser entendido como uma descrição fenomenológica, uma vez que o Sol apareceu na mesma região onde os pássaros voam. A existência de outros mundos que precedem o nosso (Jó 38:4-7) parece favorecer a leitura de que “Céus” se refere a uma área mais restrita. É desnecessário supor que o Universo inteiro separa nossos oceanos de uma cobertura aquosa “acima do firmamento”.

Outros afirmam que a referência a “firmamento” significa que os hebreus acreditavam que a Terra era uma superfície plana, sustentada por pilares e coberta por uma cúpula metálica. Eles dizem que isso invalida o relato da criação, porque sabemos que a Terra não está coberta por uma cúpula metálica. Contudo, esse argumento é falacioso. Independentemente do que os hebreus pensavam sobre a estrutura da Terra, as águas da superfície do planeta e as nuvens aparecem separadas pela atmosfera, e parece razoável que tenha sido a atmosfera criada no segundo dia.[8] Note que Deus chamou o firmamento de “Céus”.

TERCEIRO DIA
No terceiro dia, as águas da superfície foram reunidas para formar os “mares” e expor a porção seca, que Deus chamou de “terra” (Gn 1:9, 10). Observe que “terra” aqui se refere ao solo, não ao planeta. O céu, a terra e os mares (Êx 20:11, Ap 14:7) são formados e preparados para os seres vivos. Agora eles serão preenchidos.

A vegetação foi criada no terceiro dia (Gn 1:11, 12). Observe que havia vários tipos de árvores frutíferas, cada uma com seu próprio tipo de fruta e semente. Alguns sugerem que são mencionados três tipos de plantas: “relva”, “ervas que davam semente” e “árvores que davam fruto”. Outros sustentam que “relva” é apenas um termo geral, e apenas dois tipos de plantas são apresentados. Em realidade, nenhuma interpretação parece ter qualquer significado teológico.

A frase “segundo a sua espécie” aparece aqui pela primeira vez. Nesse contexto, a sentença poderia significar “cada um tendo seu próprio tipo de semente”. Assim, a descendência de um tipo de planta deve ser distinguida da descendência de outros tipos. A propósito, parece que os hebreus não consideravam que plantas tivessem vida, por isso provavelmente não consideravam a “morte” vegetal como tendo significado moral.

QUARTO DIA
Provavelmente há mais controvérsia sobre os eventos do quarto dia do que a respeito de qualquer outro evento da semana da criação. Pelo menos três interpretações diferentes foram propostas. A primeira afirma que o Sol e a Lua não existiam até o quarto dia. Antes disso, a luz era fornecida pela presença de Deus. Tarde e manhã ocorriam enquanto a Terra girava diante do Senhor. A segunda defende que o Sol e a Lua existiam antes do quarto dia, mas eram obscurecidos por densas nuvens escuras. Elas teriam sido dissipadas um pouco no primeiro dia para fornecer luz, mas o Sol não era visível, tanto quanto não se pode vê-lo em um dia nublado. Desse modo, no quarto dia, o Sol e a Lua ficaram visíveis pela primeira vez. A última sustenta que o Sol e a Lua existiam antes do quarto dia e podiam ser vistos em todos os dias da criação. Entretanto, no quarto dia eles foram designados “para sinais, para estações, para dias e anos”.

O texto não indica qual interpretação está correta. Realmente não sabemos a resposta. De toda forma, Deus é o criador do Sol e da Lua. Ocorreu um evento no quarto dia da criação que resultou no estabelecimento desses luzeiros para marcar unidades de tempo e servir como sinais, como o Senhor determinou.

Além disso, alguns questionam se as estrelas foram criadas no quarto dia. O texto não especifica o tempo quando elas foram criadas. Pelo menos três interpretações foram propostas para entender essa questão: as estrelas foram criadas no quarto dia; as estrelas foram criadas por Deus, mas não se considera o tempo de sua criação; Deus criou a Lua para “governar a noite com as estrelas”.[9] A falta de pontuação no texto hebraico original deixa o versículo um pouco ambíguo. A visibilidade de estrelas a mais de 10.000 anos-luz de nosso planeta parece favorecer a segunda ou a terceira posição.

QUINTO DIA
Gênesis 1:20 a 23 narra o povoamento das águas e do ar com seres vivos. Novamente, observe a expressão “segundo as suas espécies”. Ela parece se referir à variedade de tipos existentes. Essa interpretação sugere que a biodiversidade estava presente desde o início da vida nas águas e no ar. Não há indício aqui da criação de um único ancestral para produzir biodiversidade por meio de mudanças evolutivas.

Note ainda que os pássaros e animais marinhos deveriam se reproduzir e preencher o habitat disponível. Não é dito se a reprodução continuaria quando a Terra estivesse cheia. Com o propósito divino cumprido, a reprodução poderia cessar. Se esse for o caso, não haveria necessidade de morte. Se a reprodução continuasse, a morte poderia ser necessária. Baseado na revelação da vontade de Deus para a Nova Terra em Isaías 11 e 65, e em Apocalipse 21 e 22, acredito que a morte não era parte da criação original, embora existam opiniões diferentes sobre essa questão. De toda forma, o atual sistema ecológico não parece ser uma base para tirar conclusões sobre sistemas ecológicos em um mundo sem pecado.

SEXTO DIA
No sexto dia, Deus povoou a terra com seres viventes (Gn 1:24, 25). Mais uma vez, os animais eram de várias espécies. Diferentes tipos foram criados simultaneamente, e desde o início existiu uma grande variedade. Nada é dito sobre uma biodiversidade que evolui de uma única forma ancestral, embora a língua hebraica seja capaz de expressar essa ideia.

Então, Gênesis 1:26 e 27 apresenta a criação da raça humana. O ser humano é singular entre toda a criação. Só ele foi criado à imagem de Deus. Só ele recebeu domínio sobre a natureza, com a responsabilidade de governá-la sabiamente. A Bíblia enfatiza a natureza distinta dos humanos em relação aos outros animais. Sua singularidade, especialmente em relação à mente, tem sido notada pelos cientistas.

Após receber a bênção e a ordem para reprodução da espécie e governo do planeta (Gn 1:27), o primeiro casal foi instruído quanto à alimentação (Gn 1:28). A vegetação foi criada para ser uma fonte de alimento para animais e seres humanos. Nada é dito sobre a predação aqui, outra razão pela qual defendo a ideia de que a reprodução cessaria quando a Terra estivesse cheia, descartando a “necessidade” da morte.

Agora a Terra estava formada e preenchida. Cada ato de criação preparou o caminho para o próximo. Deus realizou Seu propósito: criar homem e mulher à Sua imagem. O ponto culminante da história da criação, o estabelecimento do sábado, é descrito em Gênesis 2:2 e 3.

O SÉTIMO DIA
A criação não estava completa até que o sábado fosse criado, um dia de comunhão entre Deus e os seres humanos. Essa pode ser a razão pela qual Ele criou em seis dias ao invés de fazer isso instantaneamente. Ao estabelecer um ciclo de sete dias, com o sábado separado para comunhão e adoração, o Senhor indicou Seu propósito ao nos criar: ter companheirismo conosco.

Ao longo da narrativa, Gênesis indica que um plano está sendo seguido. Deus tenciona ter comunhão conosco. Esse plano foi interrompido pelo pecado, mas será retomado quando a Terra for renovada.

James Gibson (Leia o artigo na íntegra em Revista Adventista - Título original: Olhar analítico)

REFERÊNCIAS

1 Niels-Erik Andreasen, “The word ‘earth’ in Genesis 1:1”, <https://tinyurl.com/y4w3h27x>, acessado em 14/2/2019.

2 Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 41.

3 Myron Widmer, “Older than creation week?”, Adventist Review, 13/8/1992, p. 4.

4 Herold Weiss, “Genesis, Chapter One: A theological statement”, Spectrum 9 (4), p. 54-62.

5 Gerhard F. Hasel, “The ‘days’ of creation in Genesis 1: Literal ‘days’ or figurative ‘periods/epochs’ of time?”, <https://tinyurl.com/y23pmnz4>, acessado em 14/2/2019.

6 Larry G. Herr, “Why (and how) was light created before the sun?” Adventist Review, 21/11/1985, p. 8, 9. Ver também Ariel Roth, Origens (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), p. 307-310.

7 Ellen G. White, Testemunhos para Ministros (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014), p. 136.

8 Um ponto de vista diferente se encontra em Larry Herr, “Genesis One historical-critical perspective”, Spectrum 13 (2), p. 51-62.

9 Colin L. House, “Some notes on translating [‘and the stars’] in Genesis 1:16”, Andrews University Seminary Studies 25, p. 241-248.

Os animais irão para o Céu?

A Bíblia não menciona a ressurreição dos animais. Podemos ler apenas citações sobre a ressurreição dos justos para a salvação e acerca da ressurreição dos maus para a perdição (João 5:28 e 29; Apocalipse 20:5 e 6, etc.). Conquanto as Escrituras não confirmem a existência de animais no Céu, afirmam que eles existirão na Nova Terra. Eis alguns textos que você poderá ler em sua Bíblia sobre o assunto: Isaías 11:6-9; Isaías 65:17 e 25.

Ellen G. White nos descreve assim sua visão da cidade celestial: "Vi outro campo repleto de todas as espécies de flores; e, quando as apanhei, exclamei: 'Elas nunca murcharão.' Em seguida vi um campo de relva alta, cujo belíssimo aspecto causava admiração; era uma vegetação viva, e tinha reflexos de prata e ouro quando magnificamente se agitava para glória do Rei Jesus. Entramos, então, num campo cheio de todas as espécies de animais: o leão, o cordeiro, o leopardo, o lobo, todos juntos em perfeita união. Passamos pelo meio deles, e pacificamente nos acompanharam" (Eventos Finais, p. 288). "Ali o homem será restaurado à sua perdida realeza, e a ordem inferior de seres de novo reconhecerá o seu domínio; os animais ferozes tornar-se-ão mansos e os ariscos, confiantes" (Visões do Céu, p. 149).

Não temos como explicar plenamente como Deus trará os animais à existência na Nova Terra. O que encontramos na Bíblia é um Deus amoroso, que se preocupa com todos os animaizinhos, por menores que sejam. Veja:

“Lembrou-se Deus (aqui o termo indica o interesse de Deus e Sua graça em favor de alguém) de Noé e de todos os animais selváticos e de todos os animais domésticos que com ele estavam na arca” (Gênesis 8:1). Ao orientar Noé a sair da arca, além de abençoar a raça humana o Senhor abençoou também os animais (Gênesis 8:15-17).

“Se encontrares desgarrado o boi do teu inimigo ou o seu jumento, lho conduzirás. Se vires prostrado debaixo da sua cerca o jumento daquele que te aborrece, não o abandonarás, mas ajudá-lo-ás a erguê-lo” (Êxodo 23:4 e 5).

“Seis anos semearás a tua terra e recolherás os seus frutos; porém, no sétimo ano, a deixarás descansar e não a cultivarás, para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo" (Êxodo 23:11).

“Seis dias farás a tua obra, mas, ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento” (Êxodo 23:12). Mesmo os animais devem ter o direito ao repouso sabático! (Conferir Êxodo 20:8-11).

“Quando nascer o boi, ou cordeiro, ou cabra, sete dias estará com a mãe; do oitavo dia em diante, será aceito por oferta" (Levítico 22:27). Aqui vemos que um animal recém nascido não era aceito como oferta. Deus queria que ele ficasse com a mãe. (Ver também Êxodo 22:30).

“Se de caminho encontrares algum ninho de ave, nalguma árvore ou no chão, com passarinhos, ou ovos, e a mãe sobre os passarinhos ou sobre os ovos, não tomarás a mãe com os filhotes" (Deuteronômio 22:6). (Conferir também o verso 7, que mostra a preocupação de Deus com a preservação das espécies).

“Não atarás a boca ao boi quando debulha” (Deuteronômio 25:4). Deus não queria que o boi fosse maltratado. Ao debulhar espigas na frente dele, com certeza iria salivar de tanta vontade de comer.

“Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento” (Salmo 104:21).

“Tornou o Senhor: tens compaixão da planta que te não custou trabalho, a qual não fizeste crescer, que numa noite nasceu e numa noite pereceu; e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (Jonas 4:10 e 11).

“Não se vendem cinco pardais por dois asses? Entretanto, nenhum deles está em esquecimento diante de Deus” (Lucas 12:6).

“Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta" (Lucas 12:24).

Além disso, a Bíblia diz que os filhos de Deus têm responsabilidades para com os animais: “o justo atenta para a vida dos seus animais, mas o coração dos perversos é cruel” (Provérbios 12:10). Ellen G. White assim se expressou a respeito:

“É por causa do pecado do homem que 'toda a criação geme e está juntamente com dores de parto' (Rm 8:22). O sofrimento e a morte foram assim impostos não somente ao gênero humano, mas aos animais. Certamente, pois, ao homem toca procurar aliviar o peso do sofrimento que sua transgressão acarretou sobre as criaturas de Deus, em vez de aumentá-lo. Aquele que maltrata os animais porque os tem em seu poder, é tão covarde quanto tirano. A disposição para causar dor, quer seja ao nosso semelhante quer aos seres irracionais, é satânica. Muitos não compreendem que sua crueldade haja de ser conhecida, porque os pobres animais mudos não a podem revelar. Mas, se os olhos desses homens pudessem abrir-se como os de Balaão, veriam um anjo de Deus, em pé, como testemunha, para atestar contra eles no tribunal celestial. Um relatório sobe ao Céu, e aproxima-se o dia em que se pronunciará juízo contra os que maltratam as criaturas de Deus” (Patriarcas e Profetas, p. 443).

Noutro pensamento surpreendente, Ellen G. White diz: “A inteligência apresentada por muitos mudos animais chega tão perto da inteligência humana, que é um mistério. Os animais vêem e ouvem, amam, temem e sofrem. Eles se servem de seus órgãos muito mais fielmente do que muitos seres humanos dos seus. Manifestam simpatia e ternura para com seus companheiros de sofrimento. Muitos animais mostram pelos que deles cuidam uma afeição muito superior à que é manifestada por alguns membros da raça humana. Criam para com o homem apegos que se não rompem à custa de grandes sofrimentos de sua parte” (A Ciência do Bom Viver, pp. 315 e 316).

A Palavra de Deus também afirma que um dia o Criador virá a este mundo para dar o castigo àqueles que destroem a natureza (plantas, animais, rios, etc.): “Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, assim aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra” (Apocalipse 11:18).

Todos esses versos (entre outros) são bem claros: Deus ama muito os animais e se preocupa com o bem estar de cada um deles. Isso indica que o Criador tem bons planos para tais criaturinhas. Não há como ter dúvidas.

Não podemos afirmar com base na Bíblia que teremos o mesmo animalzinho de estimação na Nova Terra e muito menos que não o teremos! Os textos que lemos devem nos confortar com a certeza de que Deus fará aquilo que for melhor para a nossa felicidade. Com toda a certeza, nosso Criador tem poder para recriar o mesmo animalzinho de estimação que um dia perdemos.

No mundo restaurado, teremos muitas surpresas; por que nos admirarmos de que o Senhor possa querer alegrar Seus filhos com os animais domésticos que tanto lhes fizeram bem? Gosto muito de ver a Deus como um pai que se alegra em dar ao seu filho um presente que ele menos espera.

Confie no amor de Deus e descanse em Suas promessas. O que Ele fez na cruz do calvário (João 3:16; Romanos 5:6-8) é suficiente para nos provar que o Seu amor por todas as Suas criaturas é infinito.

[Fonte: biblia.com.br]

Assista também este vídeo do prof. Leandro Quadros: